Ellen G. White
Foi-me mostrado que o povo de Deus que professa crer na verdade presente, não está em atitude de espera e vigilância. Estão aumentando as riquezas e acumulando tesouros na Terra. Estão se tornando ricos nas coisas da Terra, mas não ricos para com Deus. Não crêem na brevidade do tempo; não crêem que o fim de todas as coisas está próximo, e que Cristo está às portas. Podem professar possuir muita fé, mas enganam a si mesmos, pois agirão de acordo com a medida da fé que realmente possuem. Suas obras mostram o caráter de sua fé, e testificam àqueles que os cercam de que a vinda de Cristo não deve ocorrer nesta geração.
As obras serão de acordo com sua fé. Seu preparo é feito para longa permanência neste mundo. Acrescentam casa a casa, terreno a terreno, e são cidadãos deste mundo.
A condição do pobre Lázaro, alimentando-se das migalhas que caíam da mesa do rico, é preferível àquela desses professos. Se possuíssem fé genuína, em lugar de amontoarem tesouros na Terra que logo passará, estariam se livrando das embaraçosas coisas terrenas e transferindo, antes deles, seu tesouro para o Céu. Então, seu interesse e coração lá estariam, pois o coração do homem se acha onde está seu maior tesouro.
A maioria dos que professam crer na verdade testifica que o que eles mais valorizam está neste mundo. Por isso se preocupam, suportam ansiedade e trabalho. O estudo de sua vida é preservar e aumentar seu tesouro. Transferem tão pouco para o Céu, têm tão reduzido estoque nos tesouros celestiais, que sua mente não é especialmente atraída para aquela pátria melhor. Investiram nos empreendimentos deste mundo, e esses, como um ímã, atraem-lhes a mente do celestial e imperecível, para o terreno e corruptível. “Onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.” Mateus 6:21.
O egoísmo prende a muitos com seus grilhões de ferro. Esta é “minha fazenda”, “meus bens”, “meu negócio”, “minhas mercadorias”. Mesmo as reivindicações comuns das pessoas são desconsideradas por eles. Homens e mulheres que professam estar esperando e amando o retorno do Senhor estão fechados em si mesmos. A nobreza e a semelhança com Deus foram abandonadas. O amor ao mundo, “a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos, a soberba da vida” (1 João 2:16) tanto os prenderam que eles se tornaram cegos. Estão corrompidos pelo mundo e não percebem.
Testemunhos Para a Igreja, Pags. 178 - 189
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