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terça-feira, 27 de setembro de 2022

O Cristão e a Política Segundo Ellen White e os Adventistas

 

O Cristão e a Política Segundo Ellen White e os Adventistas

Fonte Site www.movimentodereforma.blogspot.com.br


Artigo produzido por Arthur L. White, neto de Ellen White

Os Adventistas do Sétimo Dia e a Votação
Nem Ellen G. White no Espírito de Profecia aconselha contra, nem a Associação Geral,  
pelos seus votos, tem negado aos adventistas do sétimo dia o privilégio de votarem. Porém consistentemente através dos anos, os líderes da igreja e Ellen G. White têm vez após vez apontado o perigo do nosso povo
envolver-se na política em si ou em controvérsia política. Guiados e admoestados pelo Espírito de Profecia, nós, adventistas do sétimo dia, encontramos o nosso caminho quando atravessamos os dias tensos das questões de escravidão, as perplexidades relacionadas com a opção local de licenciar a venda de licor, os problemas com relação à professa Emenda Cristã à Constituição Federal e a questão monetária. Isto nos dá o fundo histórico para termos uma imagem clara da nossa atitude denominacional sobre votação. 

Em 1856 o Pastor Uriah Smith declarou a posição dos adventistas que guardam o 
sábado como sendo a de "neutralidade em política”, com a recusa por parte do nosso povo "em tomar parte na competição tão excitante como a que está agitando esta nação." Ao concluir o seu editorial ele declara as razões: 

"Para a pergunta – por que não usamos nosso voto e influência contra a tendência ao 
mal de nosso tempo – respondemos que nossa visão da profecia nos leva à conclusão de que as coisas não ficarão melhores. [...] E sentimos a obrigação de empregar nossos esforços para preparar-nos e a outros para o grande e final evento que se aproxima de nós – a revelação do Filho do homem, no Céu, a destruição de todos os governos terrestres, o estabelecimento do glorioso, universal e eternal reino do Rei dos reis, e a redenção e libertação de todos os Seus súditos." (Review and Herald, 11 de setembro de 1856). 

De questões nacionais que parecia fútil ajustar, vamos três anos mais tarde a uma 
situação local em Battle Creek. Então observamos os pioneiros encontrarem o caminho ao serem confrontados com sua responsabilidade como cidadãos da comunidade. Para nossa informação, vamos a um registro feito no diário de Ellen G. White em 1859: 

"Assisti à reunião ao anoitecer. Tivemos uma reunião franca, interessante: À hora de 
terminar, a questão de votar foi considerada demoradamente. Tiago falou primeiro, depois o irmão Andrews, e foi por eles considerado melhor pôr sua influência a favor do direito e contra o erro. Acham ser justo votar a favor dos homens da temperança que ocupam lugares oficiais em nossa cidade em vez de, por seu silêncio, correrem o risco de verem os intemperantes ocuparem os postos. O irmão Hewett conta sua experiência de alguns dias antes, e acha que é direito dar o seu voto. O irmão Hart fala a favor. O irmão Lyon opõe-se. Ninguém mais faz objeção, mas o irmão Kellogg começa a achar que é direito. Há entre todos os irmãos sentimentos cordiais. Oh! que todos procedam no temor de Deus! 

"Homens favoráveis à intemperança estiveram no escritório hoje, exprimindo 
lisonjeadoramente sua aprovação à atitude de observadores do sábado que não votavam, e exprimiram esperanças de que eles ficassem firmes a sua orientação e, como os quakers, não dessem seu voto. Satanás e seus anjos maus estão atarefados neste tempo, e ele tem obreiros na Terra. Oxalá seja ele decepcionado, é a minha oração." (Temperança, pp. 255 e 256). (itálicos acrescentados) 

Subseqüentemente, os adventistas do sétimo dia tinham bem claro seu dever de votar a 
favor da proibição, ou da restrição do tráfico de bebidas alcoólicas. Uma referência sobre esse assunto, porém, foi apresentada em uma reunião campal em Des Moines, Iowa, no início de 1881. Um voto proposto foi apresentado aos delegados, dizendo: 

"Resolvido: Que expressemos nosso profundo interesse no movimento de temperança 
ora em andamento neste Estado; e que instruamos todos os nossos pastores a usarem sua influência entre nossas igrejas e junto ao povo em geral para induzi-los a fazer todo esforço coerente, pelo trabalho individual e na urna eleitoral, em favor da emenda proibitória à Constituição, a qual os amigos da temperança estão procurando conseguir." (Review and Herald, 5 de junho de 1881). 

Alguns, porém, objetaram à cláusula que pedia ação à "urna eleitoral" e insistiam em 
sua supressão. A Sra. White, que assistia à reunião campal, retirara-se, mas foi chamada a dar seu conselho. 

Escrevendo sobre isso naquele tempo, diz ela: "Preparei-me e achei que devia falar 
sobre o assunto se nosso povo devia votar pela proibição. Disse-lhes: ‘Sim’, e falei por vinte minutos." (Carta 6, 1881). 

Na Review and Herald de 15 de outubro de 1914, um artigo reproduzido no livro 
Obreiros Evangélicos, pp. 384-388, Ellen White enfatizou novamente a responsabilidade de cada cidadão exercer toda influência dentro do seu poder para refrear o tráfico de bebidas alcoólicas, incluindo seu voto: 

"Mesmo não sendo sábio nos envolvermos em questões políticas, ainda assim é nosso 
privilégio tomar uma posição decidida sobre todas as questões relacionadas à reforma da temperança. Tenho dado muitas vezes a esse respeito um claro testemunho. Em um artigo publicado na Review de 8 de novembro de 1881, escrevi:

“‘Há uma causa para a paralisia moral da sociedade. Nossas leis apoiam um mal que 
lhes está destruindo a própria base. Muitos lamentam o mal que sabem existir, mas se consideram livres de qualquer responsabilidade no assunto. Isso não pode ser. Todo indivíduo exerce uma influência na sociedade. Em nossa terra favorecida, todo eleitor tem de certo modo voz em decidir que espécie de leis hão de reger a nação. Não deviam sua influência e voto ser postos do lado da temperança e da virtude?

“Podemos apelar para os amigos da temperança, a fim de que promovam a união para o 
conflito, e para procurar impedir a onda do mal que está desmoralizando o mundo; mas de que valem todos os nossos esforços, enquanto os negociantes de bebidas alcoólicas forem apoiados por lei? Deverá a maldição da intemperança permanecer para sempre como uma mancha sobre nossa terra? Há de ela assolar todos os anos, qual fogo devorador, milhares de lares felizes? 

“Falamos nos resultados, trememos em face deles, e cogitamos no que poderemos 
fazer com esses terríveis resultados, ao passo que, muitas vezes, toleramos, e até sancionamos a causa dos mesmos. Os defensores da temperança deixam de cumprir todo o seu dever, a menos que exerçam sua influência, pela palavra e pelo exemplo - palavra, pena e voto – em favor da proibição e abstinência total. É escusado pensar que Deus opere um milagre para efetuar essa reforma, afastando assim a necessidade de esforço de nossa parte. Nós mesmos precisamos de agarrar-nos com esse gigante inimigo, tendo como divisa: Não transigir, nem cessar nossos esforços até que a vitória seja alcançada.’” (Review and Herald, 15 de outubro de 1914; citado em Obreiros Evangélicos, pp. 387 e 388 e Temperança, pp. 253 e 254). (itálicos acrescentados)

A Responsabilidade do Cidadão em sua Comunidade

A verdade de Deus faz um homem ou uma mulher um bom cidadão. Em Atos dos 
Apóstolos, p. 69, lemos: "Cumpre-nos reconhecer o governo humano como uma instituição designada por Deus, e ensinar obediência ao mesmo como um dever sagrado, dentro de sua legítima esfera.” 

Em uma afirmação já mencionada, Ellen White reconheceu que: "Todo indivíduo exerce 
uma influência na sociedade. Em nossa terra favorecida, todo eleitor tem de certo modo voz em decidir que espécie de leis hão de reger a nação.” 

Mais algumas breves citações darão maior ênfase à responsabilidade do cidadão como 
indivíduo: 

“Homens intemperantes não devem, por voto do povo, ser colocados em posições de 
confiança.” (Signs of the Times, 8 de julho de 1880; citado em Temperança, p. 254). 

“Quantos desmerecem seu direito como cidadãos de uma república - comprados por um 
copo de uísque para dar seu voto a algum candidato infame Como classe, os intemperantes não hesitarão em usar de engano, suborno, e mesmo violência contra os que recusam ilimitada licença ao apetite pervertido." (Review and Herald, 8 de novembro de 1881; citado em Temperança, p. 254). 

"Muitos emprestam sua influência ao grande destruidor, ajudando-o pela palavra e pelo 
voto a destruir a imagem moral de Deus no homem, não pensando nas famílias que são degradadas por causa de um apetite pervertido para a bebida.” (Manuscrito 87, 1898; 
citado em Temperança, pp. 254 e 255). 

“E aqueles que, mediante seu voto, sancionam o comércio das bebidas alcoólicas , 
serão considerados responsáveis pela perversidade praticada pelos que se encontram sob a influência da bebida forte." (Carta 243 a, 1905; citado em Temperança, p. 255.) 

Votação em Eleições Nacionais

Por volta de 1860 a Igreja Adventista do Sétimo Dia estava crescendo e a organização 
tomando forma. Ao se aproximarem as eleições nacionais, Tiago White viu claramente os danos que a disputa política podia causar à obra crescente, e escreveu: 

"O excitamento político de 1860 provavelmente continuará tão grande como tem sido 
por muitos anos e nós devemos advertir nossos irmãos a não serem atraídos para ele. Nós não estamos preparados para provar a partir da Bíblia que seria errado para um crente na terceira mensagem [angélica] a seguir de tal forma a fazer disso sua profissão, e dar seu voto. Nós não recomendamos isso, nem nos opomos. Se um irmão decide votar, nós não o condenamos, e nós queremos a mesma liberdade para não o fazermos. 

"Mas nós acreditamos que aquele que entra no espírito da futura disputa, perde o 
espírito da verdade presente e compromete sua própria alma." (Review and Herald, 21 de agosto de 1860). 

Fica claro que alguns adventistas do sétimo dia votaram nessa eleição pelo que Tiago 
White escreveu no artigo intitulado “A Nação” que apareceu na Review and Herald de 12 de agosto de 1862. Tiago White comenta de uma forma que indica que não houve censura contra aqueles que votaram nas eleições de 1860: "Aqueles do nosso povo que votaram na última eleição presidencial, votaram a favor de Abraão Lincoln." Em 1865 a Associação Geral em sua terceira sessão, registrou a questão de adventistas do sétimo dia votarem. Sob o título "Votação" encontramos o seguinte voto: 

Resolvido, que em nosso julgamento, o ato de votar quando exercido em favor da 
justiça, humanidade e do bem, torna-se correto e algumas vezes pode ser muito coerente; pois que a prática do voto que possa reforçar a causa de pecados como a intemperança, a rebelião e a escravidão, são considerados como altamente pecaminosa aos olhos do céu. Mas reprovamos qualquer participação no espírito de disputa partidária." (Review and Herald, 23 de maio de 1865). 

Poderíamos relatar aqui afirmações feitas por outros obreiros através dos anos subsequentes, mas todos seguiram a mesma linha, deixando claro que o indivíduo 
estava livre para seguir o seu julgamento na questão do voto. Entretanto, devia ter em mente ao dar seu voto, que carregaria uma parte da responsabilidade dos atos da pessoa para quem votou, admoestando também contra agitação ou disputa política. 

Conselho de Ellen G. White sobre Política

Mais frequentemente usado hoje, ao citar os conselhos de Ellen G. White que têm que 
ver com política e votação, é a declaração que aparece em Fundamentos da Educação Cristã, pp. 475-484. Esta é somente uma das declarações escritas em meado e fins da década 1890 em um tempo em que alguns obreiros adventistas estavam profundamente preocupados com a questão monetária. Uma delas é encontrada agora no livro Testemunhos para Ministros, pp. 331-340, e esta foi escrita para a “Conferência Geral de 1897.” Nela a agitação dos nossos obreiros sobre a questão política da "mudança da moeda circulante” foi mencionada, e ela aconselhou que “não é empenhando-nos em polêmicas políticas, seja no púlpito ou fora dele” que agradamos a Deus. (Testemunhos para Ministros, p. 331.) 

"Surpreendi-me," diz ela, "ao ver homens que pretendem crer na verdade para este 
tempo, todos entusiasmados com algumas questões - questões que se relacionavam com o Senhor Jesus e os interesses eternos? Não; mas pareciam estar maravilhosamente empolgados quanto ao dinheiro. Alguns pastores se distinguiam por entremear estes assuntos em seus discursos. Estavam entusiasticamente se envolvendo, tomando partidos quanto a estas questões, sobre as quais o Senhor não lhes deu a responsabilidade de nelas se empenhar.” (Testemunhos para Ministros, p. 332). 

Ela admoestou que, "Há nessa agitação justamente o que separa os que são da mesma 
fé.” (Testemunhos para Ministros, p. 333.) E depois esclareceu que "os que têm andado humildemente diante de Deus, não se absorverão em advogar tanto um como o outro lado desta questão.” (p. 334). 

Nos conselhos escritos durante este período existem três pontos que se destacam:

1. Qualquer agitação política deve ser evitada, pois isto trará diferenças entre os 
membros da igreja. 

2. Nossos ministros e professores devem manter silêncio sobre questões que não têm 
relação com a mensagem do terceiro anjo, pois a agitação política seria um impedimento para que alguns de nossos obreiros alcançassem algumas pessoas que devem ouvir a mensagem. 

3. Se votarmos, “Mantenha sua votação para si. Não sinta como seu dever insistir para 
que todos façam como você.” (Carta 4, 1898; citado em Mensagens Escolhidas, vol. 2, pp. 336 e 337). 

Finalmente chegamos ao estudo de um artigo, como publicado em Fundamentos da 
Educação Cristã, intitulado "Testemunho Especial Acerca de Política." É uma carta endereçada "aos mestres e diretores de nossas escolas," escrita em 16 de junho de 1899. Recomendamos a leitura cuidadosa deste artigo. Em primeiro lugar, nota-se que não há proibição para o indivíduo que queira votar sem demonstrações públicas de sua opinião. O conselho é dirigido a obreiros adventistas do sétimo dia para que não usem sua influência em promoção de sentimentos políticos. 

"O Senhor quer que Seu povo enterre as questões políticas. Sobre esses assuntos, o silêncio é eloquência  [...] Não podemos, com segurança, votar por partidos políticos; 
pois não sabemos em quem votamos. Não podemos, com segurança, tomar parte em nenhum plano político." (Fundamentos da Educação Cristã, p. 475). 

"Os que ocupam o lugar de educadores, de pastores, de colaboradores de Deus em 
qualquer sentido, não têm batalhas a travar no mundo político. Sua cidadania se acha nos Céus. O Senhor pede-lhes que permaneçam como um povo separado e peculiar. Ele não quer que haja cismas no corpo de crentes. Seu povo tem de possuir os elementos de reconciliação. É porventura sua obra fazer inimigos no mundo político? - Não, não! Eles têm de permanecer como súditos do reino de Cristo, levando a bandeira em que se acha inscrito: ‘Os mandamentos de Deus e a fé em Jesus.’" (Fundamentos da Educação Cristã, pp. 478 e 479). 

Poderíamos resumir as advertências do artigo inteiro como segue:

1. A expressão de sentimentos políticos por parte dos nossos irmãos resultará em 
divisão na igreja (p. 475). 

2. Não podemos, com segurança, votar por partidos políticos desconsiderando os 
princípios dos homens nestes partidos (p. 475). 

3. Deve-se exercer cuidado em escolher o homem para quem damos o nosso voto, pois 
quem vota torna-se participante com aquele colocado no posto, pelos seus atos enquanto estiver no posto (p. 475). 

4. Não devemos usar emblemas políticos (p. 476).

5. O dízimo não deve ser usado para pagar qualquer pessoa para fazer discursos sobre 
questões políticas (p. 477). 

6. Nenhum muro de separação deve ser erigido entre os seres humanos (p. 479).

7. Nossos ministros e professores devem abster-se de trazer para dentro da igreja ou 
escola idéias que levarão à contenda ou desordem (p. 483). 

Podemos muito bem concluir esta apresentação citando uma parte de um editorial que 
apareceu na Review and Herald de 13 de setembro de 1928. F. M. Wilcox escreveu: 

“A Igreja e a Política”

“É o privilégio de cada indivíduo exercer o direito de voto. Ninguém tem autoridade para  
negar-lhe este privilégio. A Igreja Adventista do Sétimo Dia não busca sentenciar aos seus membros como eles deveriam votar ou se eles não deveriam votar. Cada um tem a liberdade de ter seu próprio julgamento no temor do Senhor. Nos foi dito pela serva de Senhor que não deveríamos nos associar a partidos políticos, que não deveríamos debater questões políticas em nossas escolas ou instituições. Por outro lado, fomos instruídos pela mesma autoridade que quando certas questões morais, tais como proibições, estiverem envolvidas, os ‘que advogam a temperança fracassariam em cumprir seu papel a menos que exerçam sua influência por preceitos e exemplos – pela voz, pela caneta e pelo voto – em favor da [...] total abstinência”. Essa instrução não é obrigatória, ainda é deixado a cargo de cada um determinar por si mesmo o que deve fazer. 

“Enquanto um membro da igreja individualmente tem por direito, se assim o desejar, de 
dar o seu voto, a igreja como tal deveria se manter inteiramente afastada da política. Uma coisa é que os membros da igreja votem, outra é esses mesmos membros, com suas posições na igreja, se esforçarem para influenciar meio políticos.” 

Patrimônio Literário Ellen G. White
Washington, D. C.
14 de agosto de 1952


domingo, 25 de setembro de 2022

O comportamento na casa de Deus

 Ellen White 

O comportamento na casa de Deus

 

Para a alma crente e humilde, a casa de Deus na Terra é como que a porta do Céu. Os cânticos de louvor, a oração, a palavra ministrada pelos embaixadores do Senhor, são os meios que Deus proveu para preparar um povo para a assembléia lá do alto, para aquela reunião sublime à qual coisa nenhuma que contamine poderá ser admitida.

Da santidade atribuída ao santuário terrestre, os cristãos devem aprender como considerar o lugar onde o Senhor Se propõe encontrar-Se com Seu povo. Houve uma grande mudança, não para melhor mas para pior, nos hábitos e costumes do povo com relação ao culto religioso.  As coisas sagradas e preciosas, destinadas a prender-nos a Deus, estão quase perdendo sua influência sobre nosso espírito e coração, sendo rebaixadas ao nível das coisas comuns.

A reverência que o povo antigamente revelava para com o santuário onde se encontrava com Deus, em serviço santo, quase deixou de existir completamente. Entretanto, Deus mesmo deu as instruções para Seu culto, elevando-o acima de tudo quanto é terreno. 

A casa é o santuário da família; e o aposento ou a floresta o lugar mais recôndito para o culto individual; mas a igreja é o santuário da congregação. Devem existir aí regulamentos quanto ao tempo, lugar e maneira do culto. Nada do que é sagrado, nada do que está ligado ao culto divino, deve ser tratado com negligência ou indiferença. Para que os homens possam verdadeiramente glorificar a Deus, importa que em sua associação de ideias façam distinção entre o que é sagrado e o que* é profano. 

Os que têm idéias amplas, nobres pensamentos e aspirações, são os que têm associações que fortalecem todos os pensamentos sobre as coisas divinas. Felizes os que possuem um santuário, luxuoso ou modesto, seja no meio de uma cidade ou entre as cavernas das montanhas, no humilde aposento particular ou nalgum deserto. Se for esse o melhor lugar que lhes é dado arranjar para esse fim, Deus o santificará pela Sua presença e será santidade ao Senhor dos exércitos. (*Testimonies for the Church 5:491-500 (1889). 181 182 Testemunhos Seletos 2)

Antes do culto

Quando os crentes penetram na casa de culto, devem guardar a devida compostura e tomar silenciosamente seu lugar. Se houver na sala uma estufa, não convém agrupar-se em torno dela em atitude indolente e de abandono. Conversas vulgares, cochichos e risos, não devem ser permitidos na casa de culto, nem antes nem depois do serviço. Uma ardente e profunda piedade deve caracterizar todos os adoradores.

Se faltam alguns minutos para o começo do culto, os crentes devem entregar-se à devoção e meditação silenciosa, elevando a alma em oração a Deus para que o culto se torne para eles uma bênção especial, operando a convicção e conversão em outras almas. Devem lembrar-se de que estão presentes ali mensageiros do Céu.

Perdemos geralmente muito da suave comunhão com Deus pela nossa falta de quietude e por não nos darmos à reflexão e oração. O estado espiritual da alma necessita muitas vezes ser passado em revista, e o espírito e coração serem elevados para o Sol da Justiça. 

Se os crentes, ao entrarem na casa de oração, o fizessem com a devida reverência, lembrando-se de que se acham ali na presença do Senhor, seu silêncio redundaria num testemunho eloqüente. Os cochichos, risos e conversas, que se poderiam admitir em qualquer outro lugar, não devem ser sancionados na casa em que Deus é adorado. Cumpre preparar o espírito para ouvir a Palavra de Deus, a fim de que esta possa exercer impressão e influir sobre a alma.

Durante o culto

O ministro deve entrar na casa de oração com uma compostura digna e solene. Chegado ao púlpito, deve inclinar-se em silenciosa oração e pedir fervorosamente a assistência de Deus. Que impressão não fará isto! A solenidade se apoderará de toda congregação. Seu ministro ali está, comunicando-se com Deus, encomendando-se a Ele antes de ousar apresentar-se diante dela. Uma profunda solenidade invade tudo e a todos, e os anjos de Deus são trazidos para bem perto. 

Cada um dos congregados deve, de cabeça inclinada, associar-se ao pregador em silenciosa oração, e suplicar a Deus que abençoe a O comportamento na casa de Deus reunião pela Sua presença, imprimindo virtude à palavra ministrada por lábios humanos.

Ao ser aberta a reunião com oração, cada qual deve ajoelhar-se na presença do Altíssimo e elevar o coração a Deus em silenciosa devoção.  As orações dos fiéis serão ouvidas e o ministério da palavra provar-se-á eficaz. A atitude indiferente dos crentes na casa de Deus, é um dos grandes motivos por que o ministério não acusa maiores resultados. A melodia do canto, derramando-se dos corações num tom de voz claro e distinto, representa um dos instrumentos divinos na conversão de almas. Todo o serviço deve ser efetuado com solenidade e reverência, como se fora feito na presença pessoal de Deus mesmo.

Quando a Palavra é exposta, deveis lembrar-vos, irmãos, de que é a voz de Deus que vos está falando por meio de Seu servo. Escutai com atenção. Não dormiteis nessa hora; porque assim fazendo é possível escaparem-se-vos nesse momento justamente as palavras que mais necessitais ouvir — palavras que, atendidas, vos livrariam de enveredar por algum caminho errado. Satanás e seus anjos estão ativos, criando uma espécie de paralisia dos sentidos, de modo a não serem ouvidas as admoestações, advertências e repreensões, ou, se ouvidas, não terem efeito sobre o coração, transformando a vida. Às vezes é uma criança que desvia de tal modo a atenção dos ouvintes, que a semente preciosa não cai em terreno fértil para produzir fruto. Outras, são os moços e moças que revelam tão pouco respeito pela casa de Deus, que se entretêm a conversar durante a pregação. Se estes pudessem perceber os anjos que os estão observando e notando o seu procedimento, corariam de pejo e se aborreceriam a si próprios. Deus quer ouvintes atentos. Foi enquanto os homens dormiam que Satanás aproveitou para semear a cizânia.

Depois do culto

Ao ser pronunciada a bênção, todos devem conservar-se quietos, como temendo ficar privados da paz de Cristo. Saiam então todos sem se atropelar e evitando falar em voz alta, portando-se como na presença de Deus e lembrando-se de que Seus olhos repousam sobre todos. Ninguém deve deter-se nos corredores para encontros e tagarelice, impedindo a passagem aos outros que buscam a saída. 184 Testemunhos Seletos 2 Os arredores imediatos da casa de oração devem caracterizar-se por uma grave solenidade, evitando os crentes o fazer deles lugar de encontro com os amigos, a fim de trocarem frases banais ou tratarem de negócios. Tais coisas não convêm na casa de Deus. Deus e os anjos têm sido desonrados pela maneira irreverente com que os crentes se portam nalgumas igrejas, acordando os ecos com suas gargalhadas e fazendo ruído com os pés. Pais, exaltai o padrão do cristianismo no espírito de vossos filhos; ajudai-os a entretecer a pessoa de Jesus em sua experiência; ensinai-os a ter o maior respeito pela casa de Deus e a compreender que quando entram ali devem fazê-lo com o coração comovido, ocupando-se com pensamentos como estes: “Deus está aqui; esta é a Sua casa. Devo alimentar pensamentos puros e guiar-me pelos mais santos propósitos. Não devo conservar em meu coração orgulho, inveja, ciúme, suspeitas, ódio ou engano; porque estou na presença de Deus. Este é o lugar onde Deus vem ter com Seu povo e o abençoa. O Altíssimo e Santo, que habita na eternidade, me vê, esquadrinha meu coração, e lê meus mais secretos pensamentos e atos de minha vida.”

Testemunhos Seletos vol. 2 Pg. 193 - 196

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obs.

Alem dos grifos e negritos que acrescentei ao texto, eu destaquei a palavra Ajoelhar-se em letras bem graúdas, para lembrar aos leitores, principalmente aos PASTORES e ANCIÃOS que a posição de se começar um culto é ajoelhados

Não é Manoel Barbosa que esta dizendo. Foi a profetiza da Igreja, ELLEN WHITE,  Ela escreveu que ao começar um culto, todos  os crentes devem AJOELHAR-SE

Esta claro, ou precisa desenhar?

quinta-feira, 15 de setembro de 2022

Condições dominantes entre o povo de Deus

 Ellen White

Condições dominantes entre o povo de Deus

Livro serviço cristão, pags. 32 - 38

 

 

Falta de espírito missionário — 

Tem havido pouco espírito missionário entre os adventistas observadores do sábado. Se os pastores e o povo estivessem suficientemente despertos, não se deixariam ficar assim indiferentes, quando Deus os honrou tornando-os os depositários de Sua lei, imprimindo-a em seu espírito e escrevendo-a em seu coração. — Testimonies for the Church 3:202.

O verdadeiro espírito missionário desertou das igrejas que fazem tão alta profissão; os corações já não se acham abrasados com o amor pelas almas e o desejo de levá-las para o redil de Cristo. Faltam-nos obreiros fervorosos. Não haverá ninguém que responda ao clamor que vem de todas as partes: “Passa [...] e ajuda-nos”? Atos dos Apóstolos 16:9. — Testimonies for the Church 4:156.

Foi-me mostrado que como um povo somos deficientes. Nossas obras não estão de acordo com a nossa fé. Nossa fé testifica que vivemos sob a proclamação da mais solene e importante mensagem que já foi dada a mortais. Entretanto, à plena vista deste fato, nossos esforços, nosso zelo, nosso espírito de sacrifício não estão à altura do caráter da obra. Devemos despertar dentre os mortos, e Cristo nos dará vida. — Testimonies for the Church 2:114.

Dói-me o coração quando penso em quão pouco nossas igrejas sentem suas solenes responsabilidades para com Deus. Não são só os pastores que são soldados, mas todo homem e mulher que se alistou no exército de Cristo; e estarão eles dispostos a sujeitar-se à comida de um soldado, exatamente como Cristo lhes deu exemplo em Sua vida de abnegação e sacrifício? Que abnegação têm manifestado nossas igrejas, em geral? Podem ter feito donativos em dinheiro, mas não se terem dado a si mesmos. — The General Conference Bulletin, 131 (1893).

Muitos dos professos seguidores de Cristo não sentem mais preocupação pelas almas do que o faz o mundo. A concupiscência dos olhos e a soberba da vida, o amor à ostentação, o amor à comodidade, separam de Deus os professos cristãos, e o espírito missionário, em realidade, só existe em poucos. Que pode, porém, ser feito para abrir os olhos desses pecadores em Sião, e fazer tremer os hipócritas? — The General Conference Bulletin, 132 (1893).

Há uma classe representada por Meroz. O espírito missionário jamais se apoderou de sua alma. Os apelos das missões estrangeiras não os despertaram para a ação. Que contas prestarão a Deus esses que coisa alguma estão fazendo em Sua causa — coisa alguma para ganhar almas para Cristo? Esses receberão a sentença: “Mau e negligente servo”. Mateus 25:26. — Historical Sketches of the Foreign Missions of the Seventh Day Adventist, 290.

Como ilustração da falha de vossa parte em vir ao socorro da causa de Deus, como era vosso privilégio, foram-me lembradas as palavras: “Amaldiçoai a Meroz, diz o anjo do Senhor, duramente amaldiçoai aos seus moradores; porquanto não vieram em socorro do Senhor, em socorro do Senhor com os valorosos”. Juízes 5:23. — Testimonies for the Church 2:247.

 


Classe autocomplacente —

 Foi-me apresentada uma classe cônscia de possuir impulsos generosos, sentimentos de devoção, e amor ao fazer o bem; entretanto, ao mesmo tempo nada estão fazendo. Possuem sentimentos de complacência própria, lisonjeando-se de que, se tivessem oportunidade, ou as circunstâncias fossem mais favoráveis, poderiam fazer e fariam uma grande e boa obra; mas aguardam a oportunidade. Desprezam o espírito estreito do infeliz mesquinho que dá de má vontade a pequenina esmola ao necessitado. Vêem eles que ele vive para si mesmo, que não deseja ser chamado para fazer bem aos outros, para abençoá-los com os talentos de influência e meios que lhe foram confiados para deles usar, não abusar, nem para deixar que enferrujem, ou fiquem enterrados no solo. Os que se entregam a sua avareza e egoísmo, são responsáveis por seus atos mesquinhos, e responsáveis também pelos talentos dos quais abusam. Mais responsáveis, porém, são os que têm impulsos generosos, e são naturalmente ligeiros em discernir coisas espirituais, se permanecerem inativos, aguardando uma oportunidade que supõem não haver chegado, e ao mesmo tempo comparando sua disposição de agir, com a disposição do mesquinho, e refletindo que seu estado é mais favorável do que o de seus semelhantes de alma mesquinha. Esses se enganam a si mesmos. A mera posse de qualidades que não  se põem em uso, tão-somente lhes aumenta a responsabilidade; e se deixam inaproveitados ou entesourados os talentos de seu Senhor, seu estado não é melhor que o de seus semelhantes, por cuja alma sentem tanto desprezo. A eles se dirá: “Sabíeis a vontade do Senhor e não a cumpristes”. — Testimonies for the Church 2:250, 251.


Torpor Mortal

O povo de Deus deve acatar a advertência e discernir os sinais dos tempos. Os sinais da vinda de Cristo são demasiado claros para deles se duvidar; e em vista destas coisas, todo aquele que professa a verdade deve ser um pregador vivo. Deus chama a todos, tanto os pregadores como o povo, para que despertem. Todo o Céu está alerta. As cenas da história terrestre estão em rápido desfecho. Achamo-nos entre os perigos dos últimos dias. Maiores perigos se encontram diante de nós, e ainda não estamos despertos. Esta falta de atividade e fervor na causa de Deus, é terrível. Esse mortal torpor vem de Satanás. — Testemunhos Seletos 1:87, 88. 

A incredulidade, como o manto da morte, está envolvendo nossas igrejas, porque não empregam os talentos que Deus lhes deu, comunicando a luz aos que não conhecem a preciosa verdade. O Senhor chama as almas perdoadas, as que se regozijam na luz que têm, para tornarem conhecida a outros a verdade. — The General Conference Bulletin, 133 (1893). 

Satanás está agora procurando manter o povo de Deus em um estado de inatividade, para os impedir de desempenhar sua parte na propagação da verdade, a fim de que sejam afinal pesados na balança e encontrados em falta. — Testemunhos Seletos 1:87. Os homens estão em perigo. Multidões perecem. Mas quão poucos dos seguidores professos de Cristo sentem responsabilidade por estas almas! O destino de um mundo pende na balança; mas isto mal comove mesmo aqueles que dizem crer na verdade mais abarcante já dada aos mortais. Há uma carência daquele amor que induziu Cristo a deixar Seu lar celeste e assumir a natureza humana, para que a humanidade tocasse a humanidade, e a atraísse à divindade. Há um estupor, uma paralisia sobre o povo de Deus, que o impede de compreender o dever do momento.  Parábolas de Jesus, 303. 

Satanás usa a sonolenta e descuidada indolência de professos cristãos para aumentar suas forças e conquistar almas. Muitos que presumem que embora não estejam trabalhando ativamente para Cristo, estão contudo a Seu lado, habilitam o inimigo a ocupar Condições dominantes entre o povo de Deus 35 terreno e obter vantagens. Deixando de ser obreiros diligentes do Mestre, deixando deveres por cumprir e palavras por pronunciar, permitem que Satanás alcance domínio sobre as almas que podiam ser ganhas para Cristo. — Parábolas de Jesus, 280. 

Quando estudo as Escrituras, fico alarmada por causa do Israel de Deus nestes últimos dias. São exortados a fugir da idolatria. Receio que estejam adormecidos, e tão conformados com o mundo que seria difícil discernir entre o que serve a Deus e o que O não serve. Está aumentando a distância entre Cristo e Seu povo, e diminuindo entre eles e o mundo. Os sinais distintivos entre o professo povo de Cristo e o mundo quase que desapareceram. Como o Israel de outrora, seguem as abominações das nações que os cercam. — Testimonies for the Church 1:277.


 
Diminuído o discernimento espiritual —

 E não só no mundo vemos os resultados de a igreja negligenciar o trabalho nos moldes de Cristo. Por essa negligência introduziu-se na igreja um estado de coisas que tem eclipsado os altos e santos interesses da obra de Deus. Tem-na penetrado um espírito de crítica e amargura, e o discernimento espiritual de muitos se tem atenuado. Por este motivo a causa de Cristo tem sofrido grande perda. — Testimonies for the Church 6:297.

 Encho-me de tristeza quando penso em nossa condição como um povo. O Senhor não nos cerrou o Céu, mas nosso próprio procedimento de constante apostasia nos separou de Deus. O orgulho, a cobiça e o amor do mundo têm habitado no coração, sem temor de ser banidos ou condenados. Pecados graves e presunçosos têm habitado entre nós. E no entanto, a opinião geral é que a igreja está florescendo, e que paz e prosperidade espiritual se encontram em todas as suas fronteiras. A igreja deixou de seguir a Cristo, seu Guia, e está constantemente retrocedendo rumo ao Egito. Todavia, poucos ficam alarmados ou atônitos com sua falta de poder espiritual. Dúvidas e mesmo descrença dos testemunhos do Espírito de Deus estão levedando nossas igrejas por toda parte. Satanás assim o deseja. — Testimonies for the Church 5:217.


Debilidade espiritual —

Sobre o povo de Deus tem brilhado luz acumulada, mas muitos têm negligenciado seguir a luz, e por esta razão se acham num estado de grande debilidade espiritual. Não é por falta de conhecimento que o povo de Deus está perecendo agora. Não hão de ser condenados por desconhecerem o caminho, a verdade e a vida. A verdade que lhes alcançou o entendimento, a luz que lhes brilhou na alma, mas que foi negligenciada e recusada, há de condená-los. Os que nunca tiveram a luz que pudessem rejeitar, não estarão sob condenação. Que mais poderia ter sido feito pela vinha do Senhor? A luz, preciosa luz, brilha sobre o povo de Deus; mas não os salvará, a menos que consintam em ser por ela salvos, vivendo plenamente à sua altura, e transmitindo-a a outros que se acham em trevas. — Testimonies for the Church 2:123.


A necessidade do colírio celestial 

As igrejas necessitam ungir os olhos com o colírio celeste, a fim de que possam ver as muitas oportunidades de servir a Deus que se acham ao seu alcance. Repetidas vezes Deus ordenou a Seu povo que fossem pelos caminhos e valados, e forçassem os homens a entrar, para que Sua casa se encha; todavia mesmo junto às nossas portas existem famílias nas quais não mostramos bastante interesse para levá-las a pensar que nos preocupamos com a salvação delas. É para empreender essa obra mais próxima de nós, que o Senhor convida agora Sua igreja. Não nos devemos levantar, e dizer: “Quem é o meu próximo?” Lucas 10:29. Precisamos não esquecer que nosso próximo é aquele que necessita de nossa simpatia e auxílio. Nosso próximo é toda alma ferida e quebrantada pelo adversário. Nosso próximo é todo aquele que pertence a Deus.

Em Cristo se desvanecem as distinções feitas pelos judeus quanto a quem era seu próximo. Não existem linhas divisórias, nem distinções convencionais, nem castas, nem aristocracias. — Testimonies for the Church 6:294.


Fanatismo e frio formalismo 

Satanás está agora operando com todo o seu poder insinuante e enganador, a fim de desviar os homens da obra da mensagem do terceiro anjo, a qual deve ser proclamada com grande poder. Quando o inimigo vir que o Senhor está abençoando Seu povo, e preparando-os para discernirem os seus enganos, ele operará com seu magistral poder para introduzir fanatismo por um lado, e por outro frio formalismo, a fim de que  consiga colher uma messe de almas. Agora é a ocasião para vigiarmos incessantemente. Estai atentos ao primeiro passo de avanço que Satanás possa dar entre nós. — The Review and Herald, 24 de Janeiro de 1893.


Há icebergs morais em nossas igrejas.
 

Há numerosos formalistas, capazes de fazer uma ostentação imponente, mas não são capazes de brilhar como luzes no mundo. — The Review and Herald, 24 de Março de 1891.

Amesquinhados pelo egoísmo — A razão por que o povo de Deus não é mais espiritual, e não possui maior fé, foi-me mostrada, é acharem-se amesquinhados pelo egoísmo. [...] Não é a abundância de vossas reuniões, o que Deus aceita. Não são as orações numerosas, mas o fazer bem, fazer a coisa devida e a devido tempo. — Testimonies for the Church 2:36.

 

 


Cobiça

 Contudo, alguns se recusavam a converter-se. Não estavam dispostos a andar nos caminhos de Deus, e quando, para poder avançar a obra divina, eram feitos pedidos de ofertas voluntárias, alguns se apegavam egoistamente às suas posses terrestres. Esses ambiciosos foram separados do grupo de crentes. — Testemunhos Seletos 3:345.

 

 

Nem um entre vinte —

 É uma solene declaração que faço à igreja, de que nem um entre vinte dos nomes que se acham registrados nos livros da igreja, está preparado para finalizar sua história terrestre, e achar-se-ia tão verdadeiramente sem Deus e sem esperança no mundo, como o pecador comum. Professam servir a Deus, mas estão servindo mais fervorosamente a Mamom. Esta obra feita pela metade é um constante negar a Cristo, de preferência a confessá-Lo. São tantos os que introduziram na igreja seu espírito não subjugado, inculto! Seu gosto espiritual é pervertido  por suas degradantes corrupções imorais, simbolizando o mundo no espírito, no coração, nos propósitos, confirmando-se em práticas concupiscentes, e são inteiramente cheios de enganos em sua professa vida cristã. Vivendo como pecadores e alegando ser cristãos! Os que pretendem ser cristãos e querem confessar a Cristo devem sair dentre eles e não tocar nada imundo, e separar-se. [...] Deponho minha pena e ergo a alma em oração, para que o Senhor sopre sobre Seu povo relapso, que são quais ossos secos, a fim de que vivam. O fim está próximo, chegando-nos tão furtivamente, tão imperceptivelmente, tão silenciosamente, como os abafados passos do ladrão à noite, a fim de surpreender desprevenidos os dormentes, sem o devido preparo. Conceda o Senhor que Seu Santo Espírito sobrevenha aos corações que se encontram agora à vontade, para que não continuem por mais tempo dormindo como os outros, mas vigiem e sejam sóbrios. — The General Conference Bulletin, 132, 133 (1893)

 

Do Livro Serviço Cristão, Paginas 32 – 38

Assegurar a Vocação e Eleição

 

Assegurar a Vocação e Eleição

Meditação Matinal de Ellen White – Minha Consagração Hoje, 1953 e 1989.    

1º de dezembro – Pág. 339 – Assegurar a Vocação e Eleição

Portanto, irmãos, procurai fazer cada vez mais firme a vossa vocação e eleição; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis. Porque assim vos será amplamente concedida a entrada no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. 2Pedro 1:10 e 11.

É-nos, aqui, oferecida uma apólice de seguro de vida que nos garante vida eterna, no reino de Deus. Peço-vos que estudeis estas palavras do apóstolo Pedro. Há entendimento e inteligência em cada sentença. Apegando-nos ao Doador da vida, que deu Sua vida por nós receberemos vida eterna. Manuscrito 99a, 1908.

Todos nós estamos decidindo nosso destino eterno, e depende inteiramente de nós ganharmos ou não a vida eterna. Viveremos em conformidade com as lições dadas na Palavra de Deus, o grande livro de Cristo? Ela é o livro mais grandioso e no entanto o mais simplesmente arranjado e mais facilmente compreendido já preparado para instruir quanto ao devido comportamento, ao modo de falar, às maneiras, e ao afeto. É o único livro que preparará os seres humanos para a vida que se mede pela vida de Deus.

Jesus Cristo é o único juiz da aptidão dos instrumentos humanos para receberem a vida eterna. As portas da Cidade Santa se abrirão aos que são humildes, mansos, submissos seguidores Seus, tendo dEle aprendido suas lições, e dEle recebido sua apólice de seguro de vida, formando caráter à semelhança divina. Manuscrito 3, 1906.

Quando os remidos forem resgatados da Terra, a cidade de Deus se abrirá para vós. … Então a harpa será colocada em vossas mãos, e vossa voz se levantará em cânticos de louvor a Deus e ao Cordeiro, por cujo grande sacrifício sois feitos participantes de Sua natureza e recebereis uma herança imortal no reino de Deus. Manuscrito 99a, 1908.

quarta-feira, 14 de setembro de 2022

Fumo e Hábito de Fumar

 Ellen White

           Fumo e Hábito de Fumar

Quanto ao chá, ao café, fumo e bebidas alcoólicas, a única atitude segura é não tocar, não provar, não manusear. A tendência do chá, café e bebidas semelhantes é no mesmo sentido que as bebidas alcoólicas e o fumo, e em alguns casos o hábito é tão difícil de vencer como é para um bêbado o abandonar os intoxicantes. Os que tentam deixar esses estimulantes sentirão por algum tempo sua falta, e sofrerão sem eles. Com persistência, porém, vencerão o forte desejo, e a falta deixará de se fazer sentir. A natureza talvez exija algum tempo até se recuperar do mau trato sofrido; dai-lhe, no entanto, uma oportunidade, e ela se reanimará, realizando nobremente e bem a sua tarefa. (Ellen White. A Ciência do Bom Viver. Pág. 335)

Que grande quantidade do capital confiado por Deus é gasta na compra de fumo, cerveja e bebidas alcoólicas! Deus proíbe todas essas condescendências porque elas destroem a estrutura humana. Devido a sua condescendência a saúde é sacrificada, e a própria vida é oferecida no altar de Satanás. O apetite pervertido faz com que o cérebro enfraqueça, de modo que os homens não possam pensar com argúcia e clareza, nem idear planos que levem ao êxito nas coisas temporais; e muito menos poderão pôr um intelecto culto em suas transações religiosas. São incapazes de distinguir as coisas sagradas e eternas das que são comuns e temporais. (Ellen White - Conselhos sobre Mordomia  Pag. 134)

 

Recusar o Vício de fumar

O fumo, seja qual for a forma em que for usado, afeta a constituição física. É um veneno lento. Afeta o cérebro e embota as sensibilidades, de maneira que a mente não pode discernir com clareza as coisas espirituais, em particular as verdades que teriam a tendência de corrigir essa satisfação sórdida. Os que usam o fumo em qualquer forma não se acham inocentes diante de Deus. Com tão sórdido costume é impossível glorificarem a Deus no corpo e no espírito que Lhe pertencem. E enquanto estiverem usando venenos tão lentos mas seguros, que lhes vão consumindo a saúde e rebaixando as faculdades mentais, o Senhor não os pode aprovar. Ele pode ser misericordioso para com eles enquanto condescendem com esse pernicioso hábito na ignorância do dano que lhe está causando, mas quando o assunto lhes é exposto em seu verdadeiro aspecto, então, acham-se culpados para com Deus caso continuem a condescender com essa grosseira   (Ellen White Conselho Sobre Mordomia Pág., 135)

 

O Uso do Fumo: uma Ofensa a Deus

Os sacerdotes, que ministravam nas coisas sagradas, eram mandados lavar os pés e as mãos antes de entrarem no tabernáculo, na presença de Deus, para interceder por Israel, a fim de que não profanassem o santuário. Houvessem os sacerdotes entrado no santuário com a boca suja de fumo, teriam eles participado da sorte de Nadabe e Abiú.

 Entretanto, mesmo professos cristãos se curvam na presença de Deus, em seus lares, para orarem, tendo a boca profanada pela imundícia do fumo.... (Conselho Sobre Saúde pag. 82)


O Homem, Propriedade de Cristo

Cristo morreu para resgatar o homem das garras de Satanás. Ele veio tornar-nos livres por meio do sangue de Seu sacrifício expiatório. O homem que se tornou propriedade de Jesus Cristo, e cujo corpo é templo do Espírito Santo, não se deixará escravizar pelo pernicioso hábito de fumar. Suas energias pertencem a Cristo, que as comprou com o preço de sangue. Sua propriedade pertence ao Senhor. Como, pois, pode ele ficar impune ao gastar cada dia o capital que o Senhor lhe confiou para satisfazer um apetite que não tem base na Natureza?  (Conselho Sobre Saúde -  Pág.83)

 

Veneno Ardiloso

O fumo é um dos mais ardilosos e malignos tipos de veneno, o qual exerce uma estimuladora e, em seguida, paralisante influência sobre os nervos do corpo. É tanto mais perigoso, pois seus efeitos sobre o organismo são muito lentos, e a princípio vagamente perceptíveis. Multidões têm-se tornado vítimas de sua maligna influência. Spiritual Gifts, vol. 4, pág. 128. 

(Homens que professam santidade oferecem o corpo sobre o altar de Satanás e queimam incenso de tabaco a sua majestade satânica. Parece severa essa afirmação? Certamente, o sacrifício é oferecido a alguma divindade. Visto como Deus é puro e santo, e não aceitará coisa de caráter corrupto, Ele recusará este sacrifício dispendioso, imundo e profano; portanto, concluímos que Satanás é quem protesta essa honra.)    -  Livro Santificação Pág.  31

 

 

 

 

COMPAIXÃO PELOS MALTRATADOS

 COMPAIXÃO PELOS MALTRATADOS

Lucas 10:25-37

Introdução

A parábola do Bom Samaritano é a mais conhecida dentre todas as que falam das características dos que pertencem ao reino de Deus. Ela tem sido motivo de inspiração para a fundação de muitas institui­ções de caridade no mundo, especialmente hospitais.

Sempre houve necessitados. No entanto, a situação política, am­biental e social no mundo está gerando cada vez mais necessitados. Há imigrantes desde o Mediterrâneo até as costas da Malásia, sem esquecer aqueles que tentam chegar aos Estados Unidos via México. Eles estão tentando deixar para trás velhos conflitos ou guerras no­vas, ou fogem da perseguição, da pobreza e da fome. Em 2014, mais de 170.000 pessoas chegaram à Itália. Na Síria, há mais de 7,6 mi­lhões de deslocados internos. Geralmente, os que chegam a um país ilegalmente vêm sem nada. Devem começar de novo e com grandes dificuldades para sobreviver. Enfrentam o desemprego e o racismo. No entanto, não precisamos ir tão longe. Na porta de nossa casa, temos oportunidades para praticar a compaixão. Cada necessitado é uma oportunidade para provar se a nossa religião existe só na teoria ou se é realmente prática.

 

ILUSTRAÇÃO

Uma mulher chamada Ana Smith chegou à casa de uma família muito pobre onde o chefe da família estava doente, sofrendo com dores crônicas. A mulher entrou para visitar esta casa com o propósito de falar algo sobre Cristo. Porém, o homem de muito mau humor disse à mu­lher: “Não quero que ninguém ore aqui nem leia a Bíblia, pois não creio em nenhuma dessas coisas”. Imediatamente, Ana Smith assegurou ao homem e à esposa aflita que faria algo para ajudá-los, e saiu para conse­guir suprimentos e roupas para a família. Quando a senhora Smith vol­tou, o homem que bruscamente lhe havia proibido de orar ou ler a Bíblia lhe disse: “Por favor, leia para mim a história do Bom Samaritano”. A senhora Smith fez isso com gosto e, quando terminou de ler, o enfermo disse: “Tenho visto muitos sacerdotes e levitas, mas nunca antes havia visto um bom samaritano”. A amargura do homem e seus preconceitos desapareceram por causa da boa ação de uma cristã.—Arnold

Para entender essa parábola a partir de outros ângulos, proponho estudá-la por meio de cinco perguntas:

 

I. QUANTO VOCÊ SABE E QUANTO PRATICA?

 

A história começa com a pergunta não muito bem intencionada de um professor judeu da lei a Jesus: “Que farei para herdar a vida eterna?”.

O Senhor Jesus Cristo aproveitou a oportunidade para dar uma lição àqueles que participavam da reunião e também a nós na atuali­dade. Jesus lhe respondeu na linguagem dele: “O que está escrito na lei? Como você a interpreta?”.

A resposta quase automática do escriba inclui uma combinação de dois textos da Torá: “Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todas as tuas forças e com toda a tua mente; e a teu próximo como a ti mesmo” (Dt 6:5; Lv 19:18).

Aparentemente, a amalgamação desses dois textos já era costume en­tre os judeus. E esta havia feito uma fusão genial de textos. O escriba demonstrava um alto grau de conhecimento da Torá. No entanto, embora fosse muito bom para argumentar e soubesse de cor uma in­finidade de textos, mais importante que a fusão de dois textos era a fusão de dois conceitos: o amor para com Deus e o amor ao próximo. Será que os judeus entenderiam nessa combinação do amor a Deus e do amor ao próximo um só amor? A resposta é um sonoro “não”. Para eles, amar a Deus não é o mesmo que amar ao próximo, nem amar ao próximo é o mesmo que amar a Deus.

Jesus aprovou a resposta do escriba, mas insistiu que havia mais do que uma resposta teórica correta. A interpretação correta de uma passagem nunca garante por si só uma vida correta dentro do pacto. Por isso, Jesus acrescenta: “Faça isso e você viverá” (v. 28).

 

II. QUEM É MEU PRÓXIMO?

 

A pergunta do escriba “quem é meu próximo?” não é uma simples evasiva. É uma pergunta muito fundamental para todo judeu contem­porâneo de Jesus. O judeu comum vivia em um mundo concêntrico: no centro estava o judeu rodeado por seus parentes mais próximos; nos círculos seguintes estavam seus parentes mais distantes; depois estavam todos os compatriotas judeus, tanto por nascimento como por conver­são. O vocábulo “próximo” continha um conceito recíproco: eu sou um

irmão para ele, e ele é um irmão para mim. Evidentemente, é um círculo tanto egocêntrico quanto etnocêntrico. Claramente, é um círculo dese­nhado especificamente com o objetivo da exclusão. O círculo assegurava auxílio aos de dentro e total falta de ajuda aos de fora (Kistemaker, p. 167). Porém, o exclusivismo era levado a extremos: os fariseus excluíam todos, menos outros fariseus. Os rabinos desejavam inclusive que os he­reges, delatores e renegados fossem jogados em um poço para não serem tirados nunca dali. O comentarista Jeremias acrescenta: “Não pedem que Jesus dê uma definição do próximo, mas que diga onde se encontram os limites do dever do amor dentro da comunidade e do povo. Até onde vai a minha obrigação?” (Roberto Fricke, Las parábolas de Jesús, p. 246).

 

III. ATÉ ONDE VAI A MINHA OBRIGAÇÃO?

 

Na história não é revelado se o ferido era pobre ou rico. Simplesmen­te descreve-se alguém que precisava de ajuda. A história não descreve se o ferido prometeu pagar todos os gastos e o tempo investido. Este atuou simplesmente por compaixão. Do ponto de vista dos negócios, o sama­ritano trabalhou à toa.

Nesta parábola, Cristo nos diz que devemos responder a uma neces­sidade que poderia não ser conveniente. Há riscos em ser compassivo. O mais sábio e seguro para o samaritano teria sido seguir seu caminho e deixar o maltratado enfrentar suas consequências. Às vezes, teremos que atuar mesmo que não haja nenhuma garantia dos resultados que gostaríamos de ver.

Alguém que não possa me agradecer nem me pagar. É parte de nós, seres humanos, querer receber crédito pelo bem que fazemos, es­pecialmente se tivermos feito algum tipo de sacrifício. Mesmo sendo cristãos, podemos nos sentir tentados a afirmar que estamos “dando glória a Deus”, quando o que realmente queremos é a gratificação de ser reconhecidos por nossos esforços. Ou podemos sentir que nosso ressentimento é justificado quando a pessoa que ajudamos parece in­grata ou não responde como nós cremos ser correto.

O samaritano sabia que o homem que estava meio morto não era capaz de expressar agradecimento nem de devolver a ajuda que havia recebido. Quando se recuperasse, o desconhecido que o ajudou já teria ido embora há muito tempo. Em Mateus 6:1-4, Jesus explica como devemos tratar os necessitados. Ele nos ensina que devemos dar aos outros em segredo, intencionalmente, e sem nos vangloriarmos do que fizemos para receber elogios. Descobriremos que nos dará mais alegria poder demonstrar amor, dando nosso tempo, energias e recursos, sem

impor condições para isso. Alguém por quem valha a pena me arriscar, mesmo que tenha meus temores.

Alguém que é amado e valorizado por Deus, apesar dos meus pre­conceitos. Os líderes religiosos viram só um homem indigno, que podia transtornar suas vidas ou causar-lhes dano. Já o samaritano viu outro ser humano que merecia ser tratado com dignidade. É evidente que o samaritano reconheceu o homem como um indivíduo com um futuro, não simplesmente alguém definido por sua situação presente.

 

IV. POR QUE NÃO MUDAR DE PERGUNTA?

 

Em seu último discurso, Martin Luther King relatou sua própria experiência pelo antigo caminho de Jericó. Quando viu o traiçoeiro e sinuoso caminho, ele entendeu quão preocupados deviam haver esta­do o sacerdote e o levita de Lucas 10 sobre a sua própria segurança, ao ver o homem moribundo. O Dr. King concluiu que, além de seu temor de ficarem cerimonialmente impuros, eles podem muito bem ter se preocupado com a possibilidade de ladrões por perto ou se o homem os estava atraindo para uma armadilha.

O Dr. King viu quão fácil nos é fazer a mesma pergunta: Se eu parar para ajudar, o que vai acontecer comigo? “Porém, logo”, disse, “veio o Bom Samaritano, e este fez a pergunta ao contrário: ‘Se eu não parar para ajudar este homem, o que acontecerá com ele?’”. Em essência, o que Jesus quer é que invertamos a pergunta para que pos­samos colocar os outros antes de nós mesmos.

 

Ilustração

Um pai caminhava nervoso em sua casa olhando para o relógio que já indicava mais de meia-noite. Ele temia que sua filha que tinha acabado de completar 18 anos não chegasse em casa. Ela havia pro­metido voltar antes da meia-noite. Ele não pôde mais aguentar. Ele conhecia o lugar. Então, decidiu sair para procurá-la. Estava nervoso e até obcecado. Sua filha nunca havia falhado com ele. Ele acelerava a marcha. Felizmente, a essa hora não havia muito trânsito. Ao chegar a uma área considerada não muito segura e onde se haviam registra­do alguns assaltos, ele se viu obrigado a diminuir a velocidade. Ime­diatamente, percebeu que havia acontecido um acidente e segundo se notava, este devia ter sido recente. Só havia parado uma mulher que tentava ajudar. “Tenho que deixar de lado”, pensou. “Não posso per­der meu objetivo. Além disso, já há alguém ali e, sem dúvida, vai cha­mar a emergência.” Quando ele estava prestes a acelerar, o espírito do 37

 

samaritano o dominou, e ele se sentiu obrigado a frear bruscamente e a aproximar-se do lugar do acidente. Quando ele se aproximou para

abrir a porta, notou que quem estava ferida e presa entre os bancos do veículo era sua própria filha. Com força incomum, ele conseguiu desprendê-la dos ferros e, quando ele a retirava em seus braços, o fogo tomou conta do veículo. Ele havia agido bem na hora. Tremendo, ele se perguntou: “O que teria acontecido se eu não tivesse parado?”.

Ao seu lado, há pessoas esperando sua ajuda. Cristo nunca Se esquivou e o deixou abandonado. Você não pode ser insensível a esse clamor. A compaixão de Cristo deve ser a sua. E lembre-se: ao salvar uma vida, você pode estar salvando a sua.

 

V. O MALTRATADO REPRESENTA QUEM?

 

Geralmente, pensamos no Bom Samaritano da parábola como uma figura semelhante a Cristo. Realmente, assim é, porque Jesus “andou fazendo o bem” (At 10:38). Porém, em um sentido mais pro­fundo, o homem que caiu entre ladrões é o representante de Cristo, o próximo que necessita de minha ajuda. Foi a Cristo, que ficou nu, espancado e deixado para morrer, que o samaritano ajudou. Este é o coração do ágape cristão: “A mim o fizestes”. Não há mérito em nos­so serviço, porque o melhor que podemos fazer não é digno dAquele que fez tanto por nós. O pobre que sofre, a quem eu ajudo, me confere um favor, não eu a ele, porque ele me mostra a Cristo, faz com que Cristo seja real para mim, me permite tocar, atender e servir a Cristo.

Da próxima vez que você vir alguém digno de compaixão, pense nis­so. O necessitado que está diante de mim é a oportunidade de devolver um pouco a compaixão que Cristo teve por mim. Na verdade, eu sou o maltratado que jazia no caminho, sofrendo as consequências das mi­nhas transgressões e loucuras, mas Cristo passou perto de mim, parou, limpou as minhas feridas, me carregou em Seus braços, me levou a um lugar seguro e ainda pagou a conta dos meus gastos. Imerecidamente, eu recebi a misericórdia de Cristo. E esse pagamento não foi pouco; signi­ficou o sangue de Cristo que pagou o meu resgate. Ele morreu para que eu pudesse viver.

 

Conclusão

Esta é a verdadeira compaixão: esplagnízomai, um amor verda­deiro, um amor que vem das entranhas e que não tem limites, um amor que temos que aprender.

 

Faça esta oração:

 

Senhor, não quero me esquivar

diante do homem ferido no caminho da vida.

Quero me aproximar

e me contagiar da Tua compaixão

para expressar Teu amor e Tua ternura.

Tu, Jesus, bom samaritano,

aproxima-Te de mim,

ferido pelas flechas da vida,

pela dor de tantos irmãos,

pelos mísseis da guerra.

Sim, aproxima-Te de mim,

bom samaritano;

e leva-me em Teus braços.

Vem, bom samaritano,

e faz-me ter os Teus mesmos sentimentos,

para não dar nunca nenhum rodeio

ante o irmão que sofre,

mas fazer-me companheiro de seus caminhos,

amigo de suas tristezas,

próximo de suas doenças,

para ser, como Tu, “ilimitadamente bom”

e passar pelo mundo “fazendo o bem”

e “curando as doenças

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Desconheço o autor. Publiquei o mesmo por achar muito relevante, e parabenizo quem escreveu este texto. 

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