O Cristão e a Política
É pecado ser político?
Estamos novamente em campanha eleitoral. E como sempre, somos assediados pelos tantos políticos que nos pedem apoio através de nosso voto. Como cidadãos, temos o dever de cumprir a lei e exercer nossa cidadania votandoe. Porem uma há uma pergunta. Deve um adventista se envolver com política? È certo votar?
Se
você está resolvido a votar em alguém nesta campanha eleitoral. Está cumprindo
seu dever. Mas se você acha que não é certo votar, e está decidido a não fazê-lo,
tudo bem. Isto mostra que você tem sua opinião formada e não confia em
políticos.
Mas o
que é um político?
É um
servidor que ganha do erário publico para servir a comunidade que o elegeu.
Seja vereador, prefeito, deputado, senador, governador e presidente da
República.
Há
três categorias de servidores públicos.
Primeiro,
os servidores contratados. São pessoas que prestam serviços temporários em caso
de emergência, para cobrir uma lacuna na repartição que atuam. Foram nomeados
por um político, e atuam na função até surgir um concurso público. Há também os
que ocupam cargos de confiança, os tais DAS. Estes geralmente só permanecem no
cargo enquanto durar o mandato do político que os nomeou.
Segundo.
Servidores concursados. Estes foram escolhidos entre dezenas de candidatos a
uma vaga no serviço público. Estudaram exaustivamente, prestaram uma prova, e
foram declarados por uma banca examinadora, aptos a exercer a função à que se
candidataram. Quem é aprovado em concurso tem estabilidade no emprego e
dificilmente é mandado embora.
O Terceiro tipo de servidor público é o
político. Que, como os demais servidores, presta serviço à comunidade, ou
criando as leis, ou fiscalizando a administração, ou ainda, administrando o
patrimônio público e como os demais, ganha do erário. Estes também enfrentam concurso
público. Só que ao invés de uma banca examinadora, quem os examina é o povo no
dia das eleições. E este concurso, é muito pior às vezes que o concurso dos
demais servidores; pois enquanto no daqueles é examinado apenas a competência e
os conhecimentos do candidato, neste é examinado sua competência, seus
conhecimentos e a sua vida privada, que é devassada. Qualquer desvio moral que
ele tiver se torna público e manchete nos jornais.
Nos
demais concursos uma banca examinadora composta de poucas pessoas declaram se o
candidato tem condições ou não, de ocupar o cargo. No concurso do político, o
povo é quem decide.
Nos
segundo caso, se o servidor é um bom ou mau funcionário, não importa, ele tem
estabilidade. Fica no emprego até a aposentadoria. No caso do político, se ele
é um mau servidor, não permanece no emprego. Pois a cada quatro anos ele tem
que ser aprovado em uma nova eleição. Isto se não for mandado embora antes do
tempo, como fizeram com o presidente Collor e a presidente Dilma
Todo
político é corrupto?
Muitos
são contra política por que nela há a oportunidade da pessoa se corromper. E é
verdade. Há muitos políticos corruptos, pricipalmente na esquerda. Se for assim, alguns dizem que um fiel
adventista não deveria se envolver com esse povo, pois quem o faz esta assumindo
o risco de ser influenciado e vir a ser corrompido também.
Porém
não é só na política que a pessoa se corrompe. Em qualquer função pública ou
privada o risco é o mesmo. Como gerente de uma loja, caixa de um banco, diretor
de uma escola ou simplesmente como tesoureiro de uma igreja, onde houver
dinheiro, há a tentação, e se a pessoa não tem caráter, corre o risco de
desviá-lo para beneficio próprio.
A
pessoa que é contra políticos, devia ser também contra trabalhar em qualquer
função no serviço público. Pois tanto o político como o servidor público ganham dos impostos que pagamos. E assim como há políticos desonestos, há servidores
concursados que também são desonestos, maus servidores, preguiçosos, arrogantes, e que atendem mal a comunidade.
O que
eu nunca vi, foi um adventista falar contra emprego público. Pelo contrario. Já
vi adventista que fala mal dos políticos, pedindo oração para passar em
concurso publico.
E o
pior. Muitos que no período das eleições, que falam mal dos políticos, chamando-os
de corruptos, e desonestos, depois das eleições, vai à busca desses mesmos
políticos e pedem favores. Tais como: passagens, remédios, terrenos, ou que
estes intercedam junto ao prefeito, para conseguirem um emprego, ou ainda; um
terreno para igreja, ou ajuda para construção, ou simplesmente um ônibus para
fazer um passeio com os jovens.
Isto
é que é ser desonesto. Se você não gosta de política, não incomode os
políticos. Se você não vota, não peça favor a nenhum político. Pois quando ele o ajuda, o faz na crença que será
ajudado com seu voto no dia da eleição. E se você recebe o favor e não vota, o
desonesto foi você, pois deixou que ele acreditasse em você e você o enganou.
A
pergunta continua. É certo votar em partidos políticos?
Que
diz a bíblia?
A Bíblia
não fala nada contra votar ou não votar. Porém apresenta o exemplo de muitos
homens de Deus que tinha cargos de primeiro escalão na administração pública. Homens
como José no Egito, Daniel e seus amigos em Babilônia, são exemplos de que um
servo de Deus pode ser honesto em meio aos idólatras e corruptos. Os reis de
Israel eram políticos, alguns fizeram o que eram mal perante o Senhor, outros
foram bons e andaram com Deus. O problema não era a função, e sim o caráter de
cada um.
Que
diz o Espírito de Profecia?
No
livro mensagens escolhidas, volume dois pagina 336; Ellem White escreveu todo
um capítulo cujo título é: Conselhos Sobre Votar.
Neste
capítulo ela começa aconselhando a igreja como instituição a não se envolver
com política. Ela diz assim. “a nenhum de vós foi imposta pelo senhor qualquer
responsabilidade de publicar suas preferências políticas em nossas publicações,
ou de sobre eles falarem na congregação, quando o povo se reúne para ouvir a
palavra do senhor”
O que
ela esta dizendo é que não devemos usar nossos livros e revistas para promover
este ou aquele candidato, nem usar o púlpito como palanque eleitoral. “Não
devemos como um povo envolver-nos em questões políticas”
E
individualmente eu posso votar?
No
mesmo capítulo ela menciona uma reunião em que havia os seguintes pioneiros:
Ellem White, Tiago White, J. N. Andrews, Davi Hewit, Josias Hart, Henrique Lyon,
e J. P. Kellog. Nesta reunião eles
discutiam se era certo votar a favor dos homens que defendiam a temperança*, ou
não votarem em ninguém e correr o risco de os intemperantes ganhar. A maioria
achou que era direito votar, só Henrique Lyon foi contra, e ela termina desejando
que todos procedessem no temor de Deus.
Portanto,
se Ellem White não foi contra votar naquela época, por que razão seria agora?
O que
ela foi bem clara, é que. Não devemos declarar nosso voto, nem pressionar para
que as pessoas votem no candidato da nossa preferência.
“Mantende
secreto o vosso voto. Não acheis ser vosso dever insistir com todo o mundo para
fazer como fazeis”. (Carta 4, 1898.)
Ou
seja, se o seu irmão deseja votar em outro candidato que não o seu; não insista
com ele para mudar. Mantenha seu voto secreto e ele faça o mesmo.
Neste
mesmo capítulo, ela informa que os homens da intemperança**, foram ao seu
escritório, insinuando que os guardadores do sábado, não deveriam votar. (é
claro que eles sabiam que os votos dos adventistas seriam contra eles) Ela não
lhes deu esperança, e depois escreveu que eles eram obreiros de satanás, e que
satanás fosse derrotado era a sua oração.
Obs. Se
ela iria orar para que alguns políticos fossem derrotados, mostra que ela tomou
posição política
É
correto ser votado?
Pelo
que vimos até agora, não há na bíblia nem no Espírito de Profecia nenhum
impedimento em votar ou ser votado.
Agora
leia esta afirmação da serva de Deus.
“Unicamente
homens estritamente temperantes e íntegros devem ser admitidos em nossas
assembléias legislativas e escolhidos para presidir nossas cortes de justiça.
As propriedades, a reputação e a própria vida se acham inseguras quando
deixadas ao juízo de homens intemperantes e imorais” (Temperança Pág. 48)
“Quantos
inocentes foram condenados à morte, como tantos mais foram roubados de todas as
suas propriedades terrenas pela injustiça de jurados, advogados, testemunhas e
mesmo juízes dados à bebida” (Signs of
the Times, 11 de fevereiro de 1886).
Entendeu?
Ela
diz que “unicamente homens estritamente temperantes e íntegros devem ser
admitidos em nossas assembléias legislativas e escolhidos para presidir nossas
cortes de justiça”. Portanto, só adventistas deveriam ser deputados, senadores
ou juizes, pois são os que vivem os princípios da temperança. Os demais, na
maioria são dados à bebida, desonestos e mentirosos. Por isto não deveriam ser
eleitos.
E
como muitos de nós, agimos?
Deixam
de votar em um adventista que vive os nossos princípios, e defendem nossa
igreja, para votar em alguém de outra crença que combate a nossa fé ou então
votam em um ateu ou mesmo um à-toa. Isto é incoerência.
Leia
mais uma vez o texto citado. “Unicamente homens estritamente temperantes e
íntegros devem ser admitidos em nossas assembléias legislativas e escolhidos
para presidir nossas cortes de justiça”. Quem mais se aproxima desse padrão, um
adventista, alguém de outra igreja, ou alguém sem religião nenhuma? Pense.
Na
revista adventista de maio 2006, o Pastor e professor de teologia Dr Albert
Timm, argumenta que onde não há candidatos adventistas, devemos votar naqueles
que mais se aproximam de nossos princípios religiosos.
Que
nosso bom Deus nos ilumine e nesta eleição saibamos escolher os melhores. Estamos
cansados de tanta corrupção. Chega de petróleo, mensalão, de dólares na cueca,
de sanguessugas, de vampiros do erário público. Só há uma maneira de tirar os
corruptos do poder. Pondo os honestos no lugar deles. E isto só se consegue
através do voto.
Seria
bom que houvesse em cada estado, dezenas de candidatos adventistas, para que
pudéssemos, entre eles, escolher os melhores. Como não há, escolha entre os que
existem aqueles que você julgar mais aptos, e que mais se aproximam dos nossos
princípios morais e religiosos. E se houver um adventista, não tenha dúvidas
vote neste.
Pr. Manoel Barbosa da Silva
Jubilado
Eis
na integra o capítulo mencionado.
Conselhos
sobre votar.
Nossa
obra é vigiar, esperar e orar. Examinai as Escrituras. Cristo vos advertiu a
não vos misturardes com o mundo. Devemos sair dentre eles e separar-nos "e
não toqueis nada imundo, e Eu vos receberei; e Eu serei para vós Pai, e vós
sereis para Mim filhos e filhas, diz o Senhor todo-poderoso". II Cor. 6:17
e 18. Sejam quais forem as opiniões que tenhais em relação a dar o vosso voto
em questões políticas, não as deveis proclamar pela pena ou pela voz. Nosso
povo deve silenciar acerca de questões que não têm relação com a terceira
mensagem angélica. Se já um povo se deveu aproximar de Deus, esse é o povo
Adventista do Sétimo Dia. Têm sido feitos admiráveis projetos e planos. Tem-se
apoderado de homens e mulheres um ardente desejo de proclamar alguma coisa, ou
ligar-se com alguma coisa; eles não sabem o quê. O silêncio de Cristo sobre
muitos assuntos, porém, era verdadeira eloqüência. ...
Irmãos,
não vos lembrais de que a nenhum de vós foi imposta pelo Senhor qualquer
responsabilidade de publicar suas preferências políticas em nossas publicações,
ou de sobre elas falar na congregação, quando o povo se reúne para ouvir a
Palavra do Senhor. ...
Não
devemos, como um povo, envolver-nos em questões políticas. Todos fariam bem em
dar ouvidos à Palavra de Deus: Não vos prendais a um jugo desigual com os
incrédulos Pág. 337
Em
luta política, nem vos vinculeis a eles em suas ligações. Não há terreno seguro
em que possam estar e trabalhar juntos. O fiel e o infiel não têm terreno
neutro em que possam encontrar-se.
Aquele
que transgride um dos preceitos dos mandamentos de Deus é transgressor de toda
a lei. Mantende secreto o vosso voto. Não acheis ser vosso dever insistir com
todo o mundo para fazer como fazeis. Carta 4, 1898.
Os
Pioneiros Chegam a Importante Decisão
Assisti
à reunião à noitinha. Tivemos uma reunião espontânea, interessante. Depois do
tempo de terminar, foi considerada a questão de votar, demorando-nos sobre ela.
Primeiro, falou Tiago, depois o irmão [J. N.] Andrews, e foi por eles julgado
melhor pôr sua influência a favor do direito e contra o erro. Eles acham que é
direito votar em favor dos homens defensores da *temperança governarem em nossa
cidade, em vez de, por seu silêncio, correr o risco de serem eleitos homens
intemperantes. O irmão [Davi] Hewitt conta sua experiência de alguns dias atrás
e está certo de ser direito dar seu voto. O irmão [Josias] Hart fala bem. O
irmão [Henrique] Lyon se opõe. Nenhum outro é contrário ao votar, mas o irmão
[J. P.] Kellogg começa a julgar que é direito. Os sentimentos são cordiais
entre todos os irmãos. Oh! que todos eles procedam no temor de Deus.
Os
homens da *intemperança estiveram hoje no escritório, exprimindo de modo
lisonjeiro sua aprovação à atitude dos observadores do sábado não votando, e
exprimiram esperanças de que eles fiquem firmes nessa atitude e, como os quáqueres,
não dêem seu voto. Satanás e seus anjos estão atarefados por esta altura, e
ele tem obreiros na Terra. Que ele fique
decepcionado é a minha oração. E. G. White em seu diário de domingo, 6
de março de 1859.
**Obs.
Naquele tempo a América do Norte estava dividida em duas correntes políticas.
Uma defendia que se deveria proibir a venda e o fabrico de bebidas alcoólicas,
eram os defensores da temperança. (Jose Bates eram membro de uma associação pro
temperança). A outra corrente defendia a liberdade tanto da venda, como do
fabrico de bebidas. Estes eram chamados, os da intemperança. Só em 1929, que os
defensores da temperança conseguiram aprovar a lei por tanto tempo esperada,
mas a lei durou pouco tempo. Esta lei ficou conhecida como a ‘lei seca’ foi
neste período que o gangster ‘Al Capone’ ficou famoso por seus contrabandos de
bebidas alcoólicas
Quem defendia
o fabrico e venda de bebidas alcóolicas eram os democratas
Os republicanos
eram contra