Sermão I: A CARTA DE DEUS AO HOMEM
(Alberto Ronald Timm)
INTRODUÇÃO
"Nascida no Oriente, com sua vestimenta e
imagem orientais, a Bíblia avança pelos caminhos de todo o mundo ganhando
familiaridade, penetrando todas as terras, encontrando-se em todas as partes. A
Bíblia tem a faculdade de falar em centenas de idiomas ao coração do homem.
Chega ao palácio para dizer ao monarca que ele é um servo do Altíssimo e à
choupana para garantir ao camponês que ele é um filho de Deus. As crianças
maravilhadas e embevecidas escutam suas histórias e homens sábios as consideram
como parábolas de vida.
"A Bíblia contém uma palavra de paz para todo o
tempo de prova, uma palavra de conforto para o dia de calamidade, uma palavra
de luz para a hora de trevas.
"Acima do berço e ao lado da tumba suas
palavras grandiosas nos surgem espontâneas. (. . .) Elas voltam a nós velozes e
tranqüilas como pombas que voam à distância.
"Elas nos surpreendem com novos significados,
como fontes de água que surgem da montanha ao lado de uma antiga senda. Elas
crescem cada vez mais preciosas à semelhança das pérolas abrigadas no coração.
"Ninguém que possua este tesouro é pobre ou
abandonado. Quando o vacilante peregrino avança para o chamado 'vale da sombra
da morte' não teme penetrá-lo. Ele toma o Bastão e o Cajado da Escritura em sua
mão e diz ao amigo e companheiro: 'Adeus, até nos encontrarmos novamente.' E
confortado por aquele apoio segue o trilho solitário como quem caminha das
trevas para a luz." (Henry
Van Dyke. Citado por Apolinário, Pedro. História do Texto Bíblico, p. 2).
E nesta oportunidade iremos analisar a origem e o significado desse Livro que, desafiando os séculos, continua a contar a história da salvação e a transformar vidas.
I – A COMUNICAÇÃO ENTRE DEUS E O HOMEM NO PRINCÍPIO
A – Antes do Pecado:
a)Nossos primeiros pais, por vezes, ao caminharem pelo jardim do Éden "com a fresca do dia, ouviam a voz de Deus, e face a face entretinham comunhão com o Eterno." (Educação, p. 21)
B – Após a Queda :
a) O homem não
mais pôde ver a face de Deus:
–
Êxodo 37:20
–
João 1:18
b)
"Desde o pecado de nossos primeiros pais, não tem
havido comunicação direta entre Deus e o homem. O Pai entregou o mundo nas mãos
de Cristo, para que por Sua obra mediadora remisse o homem, e reivindicasse a
autoridade e santidade da lei de Deus. Toda a comunhão entre o Céu e a raça
decaída tem sido por meio de Cristo. Foi o Filho de Deus que fez a nossos
primeiros pais a promessa de redenção." – Patriarcas e Profetas, p. 366).
c)
Então Deus, por meio de Cristo, passou a comunicar-Se
com os homens através de profetas, a quem Ele revelava a Sua vontade em sonhos
e visões (Núm. 12: 6).
d)
"Durante os primeiros vinte e cinco séculos da
história humana, não houve revelação escrita. Os que tinham sido ensinados por
Deus comunicavam seu saber a outros, e esse saber era transmitido de pai a
filho, através de gerações sucessivas." (O Grande Conflito, Introdução, p. 7).
e) "Os antediluvianos não tinham livros, não tinham registros escritos; mas com o seu grande vigor físico e mental possuíam forte memória, capaz de apreender e reter aquilo que lhes era comunicado, e por sua vez transmiti-lo intacto à posteridade." (Patriarcas e Profetas, p. 83).
II – A COMUNICAÇÃO DIVINA ATRAVÉS DA PALAVRA ESCRITA
A – O Seu Surgimento
a)
Como a vida
humana abreviou-se, a capacidade mental diminuiu
e começou a crescer a apostasia, Deus ordenou a Moisés que escrevesse a verdade
divina:
–
Êxodo 17:14 (é a primeira referência bíblica à
"escrita")
b) O objetivo era preservar as verdades divinas para a posteridade, sem serem deturpadas pela tradição oral (Isa. 30:81).
B – O Período Bíblico
a)
A Bíblia começou a ser escrita cerca de 1.500 anos
antes de Cristo, quando Moisés, "nos desertos de Midiã . . passou quarenta
anos como pastor de ovelhas" (Educação, p. 62) e, "sob a inspiração
do Espírito Santo, escreveu o livro de Gênesis
bem como o livro de Jó."
(Comentários de E.G. White, SDA Bible Commentary, vol. 3, p. 1140)
b) Sua conclusão deu-se aproximadamente 1.600 anos depois, quando João, o discípulo amado, estava banido na ilha de Patmos – "uma ilha árida e rochosa no mar Egeu", que "havia sido escolhida pelo governo romano para banimento de criminosos.. . Aqui, afastado das afanosas cenas da vida", ele "recebeu instruções para a igreja por todo o tempo futuro." (Atos dos Apóstolos, pp. 570 e 571). Durante esses 1.600 anos, cerca de 40 autores – entre eles haviam sábios, profetas, reis, pastores de ovelhas, pescadores, um médico e um fabricante de tendas – escreveram os 66 livros que formam a Bíblia, em lugares e situações as mais adversas. . . Grande número deles não se conheceram, muito menos tiveram qualquer contato entre si; porém seus escritos se harmonizam como um todo sem nenhuma contradição.
C – Homens Inspirados por Deus Escreveram-na
a) A razão é apenas uma:
–
II Tim. 3:16
– II Ped, 1: 21
III – A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DA BÍBLIA
A – O Que Fazer Para Entender a Bíblia:
1º) Ler (I
Tim. 4:13)
2º) Meditar
(I Tim. 4:15)
3º) Ocupar-se
com ela (I Tim. 4:14)
4º) Comparar
uma parte com outra (1 Cor. 2:13)
5º) Obedecer (João 7:17)
B – O Estudo
da Bíblia Serve Para:
1º) Ensinar, advertir, instruir na justiça, aperfeiçoar (II Tim. 3:16
e 17);
2º) Iluminar a vida (Sal. 119:105);
3º) Livrar de pecar (Sal. 119:11);
4º) Tornar a pessoa feliz (Apoc. 1:3).
C – O
Testemunho de Cristo:
– João 5: 39
D –
Ilustração:
"Guilherme contava apenas 17 anos de
idade quando, na pedreira em que trabalha, foi vítima de pavorosa explosão.
Muitos pereceram, ali mesmo, no lugar do sinistro formidável. Daquelas ruínas,
arrancaram o jovem operário quase em ruínas também. Seus olhos haviam
desaparecido. Seus braços foram arrancados. Seu estado era desesperador.
"Penalizados,
os médicos tentaram salvar-lhe a vida. Várias operações melhoraram o aspecto
daquele rosto deformado. Mas Guilherme
McPherson estava sem braços e cego. E tudo isto no verdor e nas esperanças
fagueiras dos seus 17 anos.. .
"A grande
provação, todavia, de Guilherme, era a sua impossibilidade de ler a Bíblia, o
querido livro, que tantas bênçãos lhe concedera. Outros liam para ele,
caridosamente. E ele ouvia a Palavra de Deus, e chorava, com saudade dos seus
olhos.
"Certo
dia, na igreja que sempre freqüentava, Guilherme ouviu seu pastor contando a
estória de certa velhinha que, entrevada pela crudelíssima enfermidade, e não
podendo mais segurar a Bíblia para ler, beijou-a demoradamente, num ósculo em
que se despedia do bendito livro.
"Foi aí
que Guilherme, misteriosamente motivado, pensou na possibilidade de aprender o
sistema de leitura especial para os cegos, conhecido como Braile. Sua
dificuldade era a falta das mãos, dos dedos.
"Não teve
dúvida: aprenderia a ler com a ponta de sua língua. E começou o trabalho
cruciante. Dias, semanas, meses, e o jovem a tocar naqueles caracteres em alto
relevo, com a ponta de sua língua, com seus lábios. Quantas vezes aquelas
páginas, lidas com avidez e sacrifício, ficaram manchadas de sangue, pelas
feridas provocadas naquele homem que amava, como pouca gente, as Escrituras
Sagradas. Eram as marcas verdadeiras do amor.
"Cego e
mutilado aos 17 anos, aos 46 de idade Guilherme McPherson, em 1951, quando sua
história foi escrita, já conseguira ler a Bíblia inteira nada menos de 4 vezes.
Sua Bíblia é integrada por 59 grossos volumes, em que ele encontra alento para
seus sofrimentos, esperança para seu coração, e luz a brilhar na grande noite
em que o desastre transformou a sua vida.
"A vida de
Guilherme McPherson é rica em lições e exemplo. É vida que emociona. Desafia.
Estimula. Choca, mesmo.
"Ouçamos a
maior emoção que o singular leitor da Bíblia viveu, depois da catástrofe: 'Eram duas horas da madrugara de um domingo
quando eu consegui, pela primeira vez, com minha língua, sem errar uma só
letra, ler a oração do Pai Nosso. . .'
"Qual é o
nosso amor á Palavra de Deus?
"Enquanto
podemos, vamos ler e amar a nossa Bíblia?" (Ávila, Ivan Espíndola de. A Bíblia, ao Longo do Caminho, pp.
92-94).
E, mais do que
isto, ela é um livro que devemos abrir no lar daqueles que não conhecem a
verdade como nós a conhecemos. . .
AVILA, Ivan Espíndola de. A Bíblia, ao Longo do Caminho, pp. 92-94). (Hist. Nº 53, primeira) ... O africano que depois de muita renúncia conseguiu comprar uma Bíblia e depois arrancou as suas folhas para distribuir.
CONCLUSÃO
" 'A Palavra do nosso Deus subsiste
eternamente.' Isa. 40:8. Diz o Dr.
Cummings: 'O império dos Césares passou; as legiões de Roma jazem no pó; as
avalanches que Napoleão arremessou sobre a Europa se desfizeram; o orgulho dos
faraós ficou abatido; ... mas a Palavra de Deus ainda sobrevive. Tudo quanto
ameaçou extingui-la apenas logrou ajudá-la a sobreviver; e isto prova cada dia
quão transitórios são os mais nobres monumentos que os homens podem construir,
e quão perdurável a menor palavra proferida por Deus. A tradição cavou para ela
uma sepultura; a intolerância para ela acendeu muitos fogos; muitos Judas a têm
traído com um beijo; muitos Pedros têm-na negado com juramento; muitos Demas a
têm abandonado; mas a Palavra de Deus ainda permanece." (Adelaide Bee Evans. Citado no livro Princípios da Vida, p. 24).
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