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terça-feira, 30 de março de 2021

Não Há Auto-Salvação

   Ellen White                                          

                                                 Não Há Auto-Salvação

Ora, podeis apegar-vos a vossa justiça e pensar que procurastes fazer o que é correto, e que, afinal de contas, sereis salvos por fazer isso. Não podeis ver que é Cristo quem efetua tudo isso. "Tenho de arrepender-me primeiro" dizem alguns. "Tenho de ir até certo ponto, por mim mesmo, sem Cristo, e então Ele vem ao meu encontro e me aceita."

Não podeis ter um pensamento sem Cristo. Não podeis ter a propensão de ir a Ele se Cristo não puser em movimento certas influências e não imprimir Seu Espírito na mente humana. E se há alguém sobre a face da Terra que tenha alguma inclinação para Deus, isto se dá em virtude das muitas influências que atuam sobre sua mente e seu coração. Essas influências requerem lealdade a Deus e apreço pela grandiosa obra que Deus realizou por nós.

Nunca digamos, portanto, que podemos arrepender-nos por nós mesmos, e então Cristo perdoará. Não mesmo! É o favor de Deus que perdoa. É o favor de Deus que nos conduz ao arrependimento, pelo Seu poder. Portanto, é tudo de Jesus Cristo, tudo dEle, e só tendes de dar glória a Deus. Por que não sois mais sensíveis quando vos congregais em vossas reuniões? Por que não sentis a vivificante influência do Espírito de Deus quando vos é apresentado o amor de Jesus e Sua salvação? É porque não vedes que Cristo é o primeiro, o último e o melhor, bem como o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, o próprio Autor e Consumador de nossa fé. Não compreendeis isto, e permaneceis, portanto, em vossos pecados. Por que isso? É porque Satanás está lutando e batalhando aqui pelas almas dos homens. Ele lança sua sombra infernal em cheio sobre o nosso caminho, e tudo que podeis ver é o inimigo e seu poder.

Desviai o olhar de seu poder para Aquele que é poderoso para salvar totalmente. Por que vossa fé não avança através da sombra até onde Cristo está? Ele levou cativo o cativeiro, e concedeu dons aos homens. Ensinar-vos-á que Satanás reivindica toda pessoa que não se une com Ele como Sua propriedade.


O Principal do Grande Conflito

Satanás é o autor da morte. Que fez Cristo depois que Ele colocou a Satanás sob o domínio da morte? As últimas palavras de Cristo ao expirar na cruz foram: "Está consumado." João 19:30. O diabo viu que se excedera a si próprio. Ao morrer, Cristo consumou a morte de Satanás e trouxe à luz a imortalidade.

E que fez Cristo depois de ressurgir por ocasião da ressurreição? Ele apossou-Se de Seu poder e empunhou o Seu cetro. Abriu as sepulturas e trouxe para fora a multidão de cativos, testificando a todos em nosso mundo e no Universo que Ele tinha poder sobre a morte e que resgatou os cativos da morte.

Nem todos os que creram em Jesus foram trazidos à vida nessa ocasião. Foi apenas um exemplo do que se dará, para que saibamos que a morte e a sepultura não hão de reter os cativos, porque Cristo os levou para o Céu. E quando vier outra vez, com poder e grande glória, Ele abrirá as sepulturas. A prisão será aberta, e os mortos ressurgirão para uma gloriosa imortalidade.

Eis aí os troféus que Cristo levou para o alto junto com Ele e apresentou ao Universo celestial e aos mundos que Deus criou. Qualquer afeição que acaso eles tivessem por Lúcifer, que era o querubim cobridor, foi então destruída. Deus lhe deu a oportunidade de revelar seu caráter. Se não houvesse feito isso, poderia haver os que considerariam válida a acusação que ele lançara contra Deus, de que Ele não lhe dera uma oportunidade razoável.

O Príncipe da vida e o príncipe das trevas estavam em conflito. O Príncipe da vida prevaleceu, mas a um preço infinito. Seu triunfo é nossa salvação. Ele é nosso Substituto e Penhor, e o que Ele diz ao que vencer indica se o homem tem de fazer algo, ou não. Como? "Ao que vencer, lhe concederei que se assente comigo no Meu trono, assim como Eu venci e Me assentei com Meu Pai no Seu trono." Apoc. 3:21.


A Parte do Vencedor

Nosso Salvador não teve de vencer algo? Ele não manteve a batalha com o príncipe das trevas até ser um vencedor em todos os pontos? Então Ele deixou a obra diretamente nas mãos de Seus seguidores. Temos algo a fazer. Não nos cabe a parte dos vencedores, de elaborar e ganhar a vitória? Não temos de prosseguir passo a passo em conhecer ao Senhor até que saibamos que Suas saídas são preparadas como a alva? Sua luz irromperá até que cheguemos à luz mais intensa. Vós o compreendereis, e prosseguireis e captareis mais intensa luz dos oráculos de Deus quando o suplicardes ao Deus do Céu.

Jacó foi enredado. Ele esbulhou seu irmão do seu direito de primogenitura. Quando lutou com Cristo, seus pecados se apresentaram diante dele. E o Anjo lutou com ele e disse: "Deixa-me ir", e Jacó respondeu: "Não te deixarei ir, se me não abençoares." Gên. 32:26.

Fareis isso? Lutareis com Deus nesta reunião até que saibais que Ele Se revela a vós? Há pecados que afligem vossa alma; vossos pecados vos angustiam. Direis: "Agora, Senhor, o perdão tem de ser consignado ao lado de meu nome", e lutareis e pleiteareis com Deus, apegando-vos à justiça de Cristo, dizendo: "Ele tem de salvar; creio nEle; aceito o que Ele afirma"? Pois bem, irmãos, que faremos?

Jacó alcançou a vitória, e seu nome foi mudado aquele dia. Isso sucedeu quando ele prevaleceu com Deus. Sou tão agradecida porque Deus providenciou um meio pelo qual podemos ter salvação completa e abundante! Não precisamos olhar para as sombras que Satanás lança em nosso caminho. Ele quer obliterar-nos o Céu e a Jesus, bem como a luz e o poder do Céu, e continuamos a falar do poder de Satanás. Mas não precisamos falar sobre isso. Isaías apresenta-o desta maneira: "Porque um Menino nos nasceu, um Filho se nos deu; e o principado está sobre os Seus ombros; e o Seu nome será Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz." Isa. 9:6. Não significa isto que eu e meu Pai somos um?

Deus nos ajude, irmãos, a despertar e a dar-nos pressa em fazer agora tanto quanto foi feito pelo paralítico; a fazer tanto quanto foi efetuado pelo homem decrépito e pelo homem com o braço paralisado. Eles fizeram exatamente o que lhes foi ordenado. Deus nos ajude a crer no Filho de Deus e que Ele pode salvar-nos totalmente, e teremos a vida eterna.

Muitos de vós procedeis, porém, como se não houvesse suficiente animação em vossa alma para atender à verdade. Alguns de vós procedeis como se pensásseis que Jesus Se acha encerrado no sepulcro novo de José. Ele não está ali: ressurgiu dentre os mortos, e temos hoje um Salvador vivo que está fazendo intercessão por nós.

Falai então de Seu amor, falai de Seu poder, louvai-O. Se tendes uma voz para dizer algo, falai de Deus, falai do Céu, falai da vida eterna. Sei de pessoas que em seus lares falavam tão alto que seus vizinhos podiam ouvi-los, mas se levantavam nas reuniões e murmuravam algumas palavras que não podiam ser ouvidas. Precisais mostrar que tendes aprendido na escola de Cristo e que estais progredindo. "Com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação." Rom. 10:10. Quantos crêem nas verdades que ouvistes hoje? Quereis que decorram alguns meses antes que reconheçais que nelas há luz? Quereis deter-vos para deduzir tudo isso logicamente? Morrereis antes desse tempo.


Crer na Declaração de Deus

Crede-o porque é a verdade, porque Deus o declara, e apegai-vos ao sangue meritório de um Salvador crucificado e ressurreto. Ele é vossa única esperança, Ele é vossa justiça, vosso Substituto e Penhor, vosso tudo em tudo. Quando compreendeis isso, só Lhe podeis trazer uma oferta de louvor. Se, porém, não estais dispostos a ir a Cristo e reconhecer que Ele faz tudo isso, se achais que tendes primeiro de dar alguns passos e ir até certo ponto para que Deus venha ao vosso encontro, isso é exatamente como a oferta de Caim. Ele não conhecia a Jesus, e não sabia que o sangue de Jesus podia purificar seus pecados e tornar sua oferta aceitável a Deus. Há mais de um Caim, com ofertas maculadas e sacrifícios poluídos, e sem o sangue de Jesus. Deveis chegar-vos a Jesus Cristo em todo passo. Com o sangue de Jesus e Seu poder purificador, fazei vossas petições a Deus e orai a Ele com fervor, estudando a Bíblia como nunca antes.

A pergunta é: "Que é a verdade?" Não é quantos anos eu o tenho crido que o torna verdade. Deveis levar vosso credo à Bíblia e deixar que a luz da Bíblia defina vosso credo e revele suas deficiências e onde está a dificuldade. A Bíblia deve ser vossa norma, os vivos oráculos de Jeová devem ser vosso guia. Deveis cavar a verdade como a tesouros escondidos. Deveis descobrir onde está o tesouro, e então arar toda polegada desse terreno a fim de obter as pedras preciosas. Deveis explorar as minas da verdade em busca de novas gemas, de novas diamantes, e haveis de encontrá-los.

Sabeis como é com o poder papal. As pessoas não têm o direito de interpretar as Escrituras por si mesmas. Precisam de que alguma outra pessoa interprete as Escrituras para elas. Não tendes uma mente? Não tendes a faculdade do raciocínio? Deus não concedeu discernimento ao povo comum, assim como aos sacerdotes e maiorais? Quando Cristo, o Senhor da vida e glória, veio ao nosso mundo, se eles O tivessem conhecido, jamais O teriam crucificado. Deus recomendou que examinassem as Escrituras: "Porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de Mim testificam." João 5:39.

Deus nos ajude a ser estudantes da Bíblia. Até que possais ver a razão para isso por vós mesmos e um "assim diz o Senhor" nas Escrituras, não espereis que homem algum interprete a Bíblia para vós. E quando podeis ver isto, vós o conheceis por vós mesmos, e sabeis que é a verdade de Deus. Direis: "Eu o li, eu o vi e meu próprio coração se apega a isso, e é a verdade que Deus proferiu para mim de Sua Palavra." Pois bem, é isso o que devemos ser - cristãos individuais. Precisamos ter uma experiência individual e pessoal. Precisamos converter-nos, como era o caso dos judeus. Se vedes uma pequena luz, não deveis recuar e dizer: "Esperarei até que meus irmãos a tenham visto." Se o fizerdes, continuareis nas trevas.

Deus nos ajude a ter conhecimento da verdade, e se tendes visto a verdade de Deus, dirigi-vos diretamente para a luz e deixai os obstáculos para trás de vós. Não façais da carne o vosso amparo; mas tende uma viva experiência por vós mesmos, e então vosso semblante brilhará com a glória de Deus. Tendes andado com Ele, e Ele vos tem sustido. Tendes lutado e pleiteado com Ele, e Ele tem permitido que Sua luz incida sobre vós.


Falar de Fé, Viver e Agir Pela Fé

Ora, irmãos, vós vos tendes educado tanto em dúvidas e suspeitas que tendes de educar vossa alma no âmbito da fé. Tendes de falar de fé, tendes de viver pela fé, tendes de agir pela fé, para que tenhais um aumento de fé. Exercendo essa fé viva, tornar-vos-eis vigorosos homens e mulheres em Cristo Jesus. Permita Deus que esta reunião que estamos realizando seja uma reunião na qual nasça para vós o Sol da Justiça e brilhe em vosso coração com seus raios mais claros, fazendo de todos vós luzeiros no mundo.

Podeis ser precisamente o que Cristo disse que Seus discípulos devem ser - "a luz do mundo". Mat. 5:14. Deveis difundir essa luz, esperança e fé aos outros. Não deveis ir gemendo pelo vosso caminho em Seu serviço, como se Ele fosse um feitor severo, pondo fardos sobre vós que não podeis levar. Este não é o caso. Ele quer que sejais cheios de alegria, cheios da bênção de Deus, para compreender a largura e o comprimento, a altura e a profundidade do amor de Deus, que excede o entendimento. Quando é mencionado o Seu nome Ele quer que ele fira a nota tônica, e haverá uma resposta em vosso coração. Então podereis render ações de graça, e glória, e honra e louvor Àquele que está sentado no trono e ao Cordeiro.

Deveis aprender a entoar esse cântico aqui; e quando fordes transformados num momento, num abrir e fechar de olhos, sabereis exatamente como executar o cântico de triunfo com os anjos celestiais e com os santos redimidos. Faremos com que as abóbadas celestes vibrem de louvor e glória. Pois bem, deixai que as abóbadas vibrem aqui. Permiti que este lugar suscite louvor em vosso coração. Enquanto estais sobre este terreno olhai para as majestosas árvores, para a relva verdejante e aveludada, e permiti que seja avivado o louvor em vosso coração. Louvai a Deus por termos o privilégio de estar neste mundo, tão belo como ele é. Estamos indo para um lugar melhor. A Terra será purificada, dissolvida e formada sem pecado.

Não temos tudo para que nosso pensamento esteja nas coisas celestiais? Não temos tudo para erguer-nos diretamente deste mundanismo e sensualidade, desta conversa frívola e destituída de senso, destes gracejos e zombarias, destes relatos falsos, mexerico e ruins suspeitas? Eliminai tudo isso! É uma desonra para a igreja! Debilita e enfraquece a igreja.

Nossa conversação deve ser santa. Como Deus é santo em Sua esfera, sejamos santos em nossa esfera. Exultemos no precioso Salvador, o qual morreu para resgatar-nos, e reflitamos a glória de volta a Deus. Unamo-nos com o céu em nossos louvores aqui e com os cânticos dos anjos celestiais na cidade de nosso Deus.


Fé e Obras 73 - 79

segunda-feira, 29 de março de 2021

A Serpente de Bronze

Ellen White 

A Serpente de Bronze

Eis aqui outro caso que Cristo apresentou a Nicodemos - a serpente que foi levantada no deserto - declarando: "Assim importa que o Filho do homem seja levantado." João 3:14. E se Ele for levantado, atrairá todos os homens a Si mesmo, "para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna". João 3:15. Pois bem, olhai simplesmente para essa serpente de bronze. Os filhos de Israel não perceberam que Deus os estivera guardando por Seus anjos enviados para ser seu auxílio e sua proteção. O povo não havia sido destruído pelas serpentes em suas longas viagens pelo deserto. Tinha sido um povo ingrato.

Somos exatamente assim. Não percebemos os milhares de perigos de que nosso Pai celestial nos tem livrado. Não percebemos a grande bênção que Ele nos tem concedido dando-nos alimento e vestuário, e preservando nossa vida enviando os anjos da guarda para cuidar de nós. Cada dia devemos ser agradecidos por isso. Cumpre-nos avivar a gratidão em nosso coração e chegar-nos diariamente a Deus com uma oferta de gratidão. Todos os dias devemos reunir-nos em volta do altar da família e louvá-Lo por Seu vigilante cuidado de nós. Os filhos de Israel perderam de vista que Deus os estava protegendo dos animais peçonhentos. Quando, porém, Ele retirou Sua mão, foram afligidos pelas picadas deles.

Que aconteceu então? Ora, Cristo mesmo ordenou que Moisés erguesse uma haste, fizesse uma serpente de bronze e a colocasse nessa haste, levantando-a à vista dos israelitas, para que todo aquele que olhasse para ela pudesse viver. Eles não tinham que fazer uma grande obra. Deviam olhar porque Deus dissera que o fizessem.

Suponhamos, porém, que eles se detivessem a deduzi-lo logicamente e dissessem: "Ora essa, não pode ser que sejamos curados olhando para essa serpente de bronze! Nela não há vida!" Mas o olhar de fé curou-os precisamente como Deus lhes dissera que seria o caso. Os que olharam viveram. Os que se detiveram a argumentar e a explicá-lo, morreram.

Que devemos fazer? Olhar e viver. "E, como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do homem seja levantado." João 3:14. Por que razão? Para que os que O contemplarem não pereçam, mas tenham a vida eterna. (João 3:16.)

Que espécie de fé é essa? É crer simplesmente, ou é uma fé de aceitação? Há muitos aqui que têm essa espécie de fé. Credes que Jesus era o Filho de Deus; tendes, porém, uma fé pessoal no tocante a vossa própria salvação? Credes que Jesus é vosso Salvador? Que Ele morreu na cruz do Calvário para vos resgatar? Que Ele vos oferece o dom da vida eterna se credes nEle?


Justiça Pela Fé

E que é crer? É aceitar plenamente que Jesus Cristo morreu como nosso sacrifício; que Ele Se tornou maldição por nós, tomou nossos pecados sobre Si e imputou-nos Sua própria justiça. Por isso reivindicamos essa justiça de Cristo, cremos nela, e ela é nossa justiça. Ele é nosso Salvador. Ele nos salva porque disse que o faria. Ocupar-nos-emos em fazer todas as explanações sobre como Ele pode salvar-nos? Possuímos a virtude em nós mesmos que nos torne melhores e nos purifique das manchas e máculas do pecado, habilitando-nos então a aproximar-nos de Deus? Simplesmente não podemos fazer isso.

Não sabeis que quando o jovem se aproximou de Cristo e Lhe perguntou que devia fazer para alcançar a vida eterna, Cristo recomendou-lhe que guardasse os mandamentos? Disse ele: "Tudo isso tenho observado." Ora, o Senhor desejava inculcar bem essa lição. "Que me falta ainda? Sou perfeitamente íntegro." Mat. 19:20, Versão Inglesa. Não viu que havia alguma coisa com ele que o impedia de alcançar a vida eterna. "Tudo isso tenho observado", disse ele. Então Cristo toca no ponto sensível de seu coração, declarando: "Vem, segue-Me, e terás vida."

Que fez o jovem? Retirou-se muito pesaroso, por ser dono de muitas propriedades.

Pois bem, ele não havia absolutamente guardado os mandamentos. Devia ter aceito a Jesus Cristo como seu Salvador e se apoderado de Sua justiça. Então, tendo a justiça de Cristo, poderia guardar a lei de Deus. O jovem príncipe não podia pisotear essa lei. Precisava respeitá-la; precisava amá-la. Então Cristo combinaria o poder divino com os esforços humanos.

Cristo tomou sobre Si a humanidade, por nós. Cobriu Sua divindade, e a divindade e a humanidade foram combinadas. Ele mostrou que era possível observar aquela lei que Satanás declarou não se poder observar. Cristo assumiu a forma humana para estar aqui em nosso mundo e mostrar que Satanás havia mentido. Tomou sobre Si a natureza humana para demonstrar que, com a divindade e a humanidade combinadas, o homem podia guardar a lei de Jeová. Separai a humanidade da divindade, e podereis procurar desenvolver vossa própria justiça desde agora até que Cristo venha, e isso não passará de um fracasso.

Por meio de fé viva, por meio de fervorosa oração a Deus e confiando nos méritos de Jesus, somos revestidos de Sua justiça e somos salvos. "Oh! sim - dizem alguns - somos salvos não fazendo nada. De fato, estou salvo. Não preciso guardar a lei de Deus. Sou salvo pela justiça de Jesus Cristo." Cristo veio ao nosso mundo para reconduzir todos os homens à lealdade a Deus. Adotar a posição de que podemos transgredir a lei de Deus, pois Cristo cumpriu tudo isso, é uma posição de morte, porque seremos realmente tão transgressores como qualquer pessoa.

Que é então? É ouvir e ver que com a justiça de Cristo que possuís pela fé, justiça provida por Seus esforços e por Seu poder divino, podeis guardar os mandamentos de Deus.


Não Salvos na Indolência

Precisamos dessa fé. Porém, será o homem salvo na indolência? Poderá ser salvo não fazendo nada? Nunca, jamais! Ele deve ser cooperador de Jesus Cristo. Não pode salvar-se a si mesmo. "Somos cooperadores de Deus." I Cor. 3:9. E como é isso? Todo o Céu está labutando para elevar a raça humana da degradação do pecado. Todo o céu está aberto aos habitantes da Terra. Os anjos de Deus são enviados para ministrar em favor dos que hão de herdar a salvação. "Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a Sua boa vontade." Filip. 2:13.

E é dessa fé operante que necessitais. Como ela opera? Ela opera pelo amor. Que amor? Ora, o amor que procede da cruz do Calvário. Essa cruz está entre a Terra e o Céu, e a salvação é obtida ao olhar para ela. O Pai aceitou-a, e os anjos acercaram-se dessa cruz, e o próprio Deus inclinou-Se em aceitação do sacrifício. Ela satisfaz a reivindicação do Céu, e o homem pode ser salvo por Jesus Cristo, se tão-somente tivermos fé nEle. O homem é reconciliado com Deus, e Deus com o homem, mediante o sacrifício completo, perfeito e total.

Pois bem, irmãos, precisamos de fé; precisamos educar a alma na fé; precisamos que todo passo seja um passo de fé; precisamos de fé nesse sacrifício que foi efetuado por nós. "A misericórdia e a verdade se encontraram; a justiça e a paz se beijaram." Sal. 85:10. Ora, quando vemos um raio de luz precisamos apoderar-nos dele. O diabo trabalha contra isso em todo o tempo. É a fé que opera pelo amor que é demonstrada por Jesus Cristo na cruz do Calvário. É o amor que Ele tem tido por minha alma. Cristo morreu por mim. Adquiriu-me a um preço infinito, e expiou tudo que Lhe é repulsivo. Preciso cooperar com Ele. Preciso tomar sobre mim o Seu jugo. Preciso levar o jugo de Cristo. Preciso erguer os Seus fardos. Preciso ensinar a outros como podem elevar-se do estado pecaminoso em que eu me encontrava e apossar-se, com fé viva, da justiça que há em Cristo Jesus. Essa é a única maneira pela qual o pecador pode ser salvo.


Fé e Obras  Pags, 68 - 72

domingo, 28 de março de 2021

A Fé do Paralítico

                                 A Fé do Paralítico

Ellen White

Reporto-me ao paralítico, o qual não usara seus membros por muitos anos. Ei-lo ali! Os sacerdotes, os maiorais e os escribas examinaram o seu caso e declararam que era desesperador. Disseram-lhe que ele se achava nessa condição devido a seu próprio pecado, e que não havia esperança para ele. Mas recebeu a informação de que havia um homem chamado Jesus, o qual realizava prodígios. Ele estava curando os doentes, e até ressuscitava os mortos. "Mas como poderei ir ter com Ele?" perguntou o homem.

"Nós o levaremos a Jesus", responderam os seus amigos; "bem à Sua presença; ouvimos dizer que Ele chegou a tal e tal lugar."

E assim eles pegaram o homem desesperançado e o levaram aonde sabiam que Jesus estava. Mas a multidão circundava tão de perto o edifício em que Jesus Se achava, que eles nem sequer teriam a oportunidade de chegar até à porta. Que iriam fazer? O paralítico sugeriu que abrissem o eirado, tirando os ladrilhos, e o descessem por essa abertura.

E assim ele manifestou sua fervorosa fé. Eles o fizeram, e o homem foi posto bem na frente de Jesus, onde Este pudesse olhar para ele. E Jesus, vendo-o, compadeceu-Se dele e disse: "Filho, os teus pecados estão perdoados." Mar. 2:5. Bem, que alegria foi essa! Jesus sabia exatamente o que necessitava essa alma enferma de pecado. Sabia que esse homem fora afligido por sua própria consciência, e disse portanto: "Os teus pecados estão perdoados." Que alívio lhes adveio à mente! Que esperança lhe encheu o coração!

Então os sentimentos se exacerbaram no coração dos fariseus: "Quem pode perdoar pecados, senão um, que é Deus?" Mar. 2:7.

A seguir, disse-lhes Jesus: "Para que saibais que o Filho do homem tem sobre a Terra poder de perdoar pecados (disse ao paralítico), Eu te digo: Levanta-te, toma a tua cama e vai para tua casa." Luc. 5:24. O quê? Erguer o leito com os braços paralisados! O quê? Colocar-se em pé com as pernas entrevadas! O que ele fez? Ora, ele fez simplesmente o que lhe foi ordenado. Efetuou o que o Senhor lhe mandou fazer. O poder da vontade foi aplicado para mover suas pernas e braços paralisados, e eles reagiram, embora não houvessem reagido por longo tempo. Essa manifestação revelou às pessoas que havia Alguém no meio deles que não somente podia perdoar pecados, mas também curar os doentes.

No entanto, essa poderosa evidência concedida aos fariseus não os converteu. Os homens podem encerrar-se de tal maneira em descrença, dúvida e infidelidade, que a ressurreição dos mortos não os convenceria. Devido a sua descrença, eles estariam na mesma posição de incredulidade, não convencidos nem convertidos. Mas todos os que têm coração para aceitar a verdade e ouvidos para ouvir, glorificam a Deus. Eles exclamam: "Anteriormente nunca o havíamos visto deste modo!"


A Reação do Paralítico

Houve o paralítico, e, falando Cristo com ele, esse indivíduo contou-Lhe a lamentável história de como, assim que ele descia à água para ser curado, alguma outra pessoa entrava antes dele. Cristo perguntou-lhe: "Queres ser curado?" João 5:6. Que pergunta! Era por isso que ele estava ali, mas Cristo queria suscitar a expressão do desejo de ser curado no coração desse homem. E quando Cristo ordenou que ele se levantasse, tomasse o seu leito e andasse, o homem fez exatamente o que Cristo determinou. Ele não disse: "Ora essa! Estou aqui há trinta anos, e não dei um só passo durante esse tempo." Não se deteve para argumentar, mas fez exatamente o que lhe foi ordenado. Tomou o seu leito e saiu andando, e ficou curado desse momento em diante.

É dessa fé que necessitamos. Se, porém, vos detiverdes a explicar tudo e a deslindar logicamente todo ponto, morrereis em vossos pecados, pois nunca ficareis satisfeitos.


Fé e Obras  67, 68

DECRETO DOMINICAL

 

Desde os primeiros adventistas sabatistas o decreto dominical é visto na escatologia adventista como um evento do fim do tempo. A partir da ideia da “marca da besta” e do “selo de Deus” no Apocalipse, entende-se que a lei dominical vai distinguir os que pertencem ao reino de Deus daqueles que optam pelo governo da besta.

A escolha de se obedecer à lei de Deus implicará a exposição a um estado de intolerância e perseguição momentânea. Por outro lado, a decisão de se filiar à besta terá consequências eternas. Essas questões estão bem claras nas visões proféticas de Daniel e Apocalipse.

As profecias e a lei de Deus
Em Apocalipse 13, duas metáforas proféticas representam a atuação do papado na Idade Média e nos Estados Unidos no tempo do fim. O entendimento dessas visões elucida a perspectiva dos pioneiros adventistas referente ao tal decreto.

Curiosamente, ambas as metáforas apocalípticas retomam símbolos de Daniel. A primeira besta de sete cabeças e dez chifres (Apocalipse 13:1) é construída a partir dos quatros animais: leão, urso, leopardo de quarto cabeças e o animal terrível de dez chifres (Daniel 7:3-7). A besta não só apresenta elementos desses animais, como suas sete cabeças são a soma das cabeças das quatro bestas de Daniel. Isso indica que João viu a besta como sendo um desdobramento do poder perseguidor já representado nesses animais figurativos dos impérios babilônico, persa, grego e romano.

Observa-se que as características humanas retratadas no tal “chifre pequeno” (Daniel 7:8) e na besta (Apocalipse 13:5-6) indicam que essas entidades incorporam tanto uma dimensão política quanto religiosa. De fato, o papado medieval era um poder político e religioso. É a religião que, ao manipular o poder político, leva esse poder a perseguir o povo de Deus, como se vê na visão da mulher “montada” na besta em Apocalipse 17. Em Daniel, o “chifre pequeno” faz guerra contra os “santos” (Daniel 7:21) e cuida em “mudar os tempos e a lei” (7:25).

Da mesma forma, a besta persegue os “santos” (Apocalipse 13:7), os quais guardam os “mandamentos de Deus” (14:12). Nota-se que a investida tanto do “chifre pequeno” quanto da “besta” contra os “santos” tem sua motivação na adesão deles à lei de Deus, naquele ponto em que essa lei implica uma diferença social: a prática do sábado. É importante lembrar que tanto o Império Romano quanto o papado medieval sustentaram uma lei dominical contrária à lei de Deus.

Apocalipse 13 e Daniel 8
Por outro lado, a besta de dois chifres parecendo cordeiro (Apocalipse 13:11) retoma o carneiro de Daniel 8. Os chifres indicam que os símbolos representam um poder resultante da união de duas entidades, e que são a princípio aliados do povo de Deus, mas depois são perseguidores. Os persas fizeram aliança com os medos e, assim, se formou o Império Persa. Com essa coalizão, Ciro conseguiu tomar a Babilônia de Belsazar (Daniel 5). Ele libertou os judeus e os permitiu voltar à sua terra (Isaías 44:28; 45:1-7) e gozar de liberdade civil e religiosa (Esdras 7:21-26). Porém, no tempo da rainha Ester, a Pérsia chegou a emitir um decreto de morte aos judeus (Ester 3:8-9). No Apocalipse, a região denominada como “terra” é lugar de proteção e guarida para a “mulher” após os 1.260 dias-anos (Apocalipse 12:1, 14-16). No entanto, nesta mesma “terra”, depois se levanta a besta de dois chifres para perseguir os que não têm a “marca da besta” (Apocalipse 13:11, 17).

Há um paralelismo entre Apocalipse capítulos 12 e 13, que elucida o antagonismo da besta de dois chifres aos que não têm a marca. Em Apocalipse 12, após a menção ao fato de a mulher achar guarida na “terra” após os 1.260 anos, é dito que o dragão investe contra ela e faz guerra aos seus descendentes “que guardam os mandamentos de Deus”. Em Apocalipse 13, após os 42 meses (1.260 dias) de atuação da besta (Apocalipse 13:5), ela é ferida de morte, e então retorna por meio da “imagem da besta” que impõe o boicote econômico e a perseguição aos que não têm a “marca da besta”. Isso indica que os que guardam os mandamentos de Deus são os mesmos que não têm a marca.

O surgimento da imagem da besta
A segunda visão de Apocalipse 13 pode ser dividida em duas fases. Inicialmente a besta “opera” sinais (v. 13), “seduz” as pessoas (v. 14) e comunica “fôlego” à imagem da besta (v. 15). Nesta fase inicial, ela é, portanto, um poder religioso, ou seja, atua como o “falso profeta” (Apocalipse 16:13; 19:20).

Após esse poder religioso comunicar fôlego ao que está morto no contexto, ou seja, a primeira besta, levanta-se a “imagem da besta”. De fato, a besta ferida de morte ressuscita, mas por meio da “imagem da besta”. Assim, nesta segunda fase da visão, a imagem “faz” morrer (v. 15), impõe uma marca (v. 16) e controla a economia (v. 17). Agora, trata-se, portanto, de um poder político: “um rei” (conforme Apocalipse 17:11; 19:20).

Ellen White, pioneira adventista, profetisa e escritora, explica a formação da imagem da besta a partir da aproximação dos poderes religioso e civil. “A imagem é feita pela besta de dois chifres [enquanto falso profeta], e é uma imagem à primeira besta.” Portanto, “a fim de formarem os Estados Unidos uma imagem da besta, o poder religioso deve a tal ponto dirigir o governo civil que a autoridade do estado também seja empregada pela igreja para realizar os seus próprios fins”[1]

Para ela, a “imagem da besta” representa “a forma de protestantismo apóstata que se desenvolverá quando as igrejas protestantes buscarem o auxílio do poder civil para imposição de seus dogmas”[2] Nessa linha, o poder religioso toma a iniciativa para a formação da imagem da besta, pois “no próprio ato de impor um dever religioso por meio do poder secular, formariam as igrejas mesmas uma imagem à besta”[3].

É importante frisar que o poder civil opressor da crise final, segundo Apocalipse 13:11-18, é denominado de “imagem da besta”. É essa entidade que impõe a marca, persegue e faz morrer. A primeira besta, de fato, retorna, mas somente por meio da sua imagem reproduzida na América protestante.

Nesse caso, o que João revela é que “a autoridade medieval da primeira besta novamente será exercida por meio da besta que surge da terra”. Além disso, está claro que “a segunda besta substituirá a primeira besta em poder e autoridade universais e agirá como o poder opressivo global do tempo do fim”.[4]

Desta forma, o conflito desencadeado no fim do tempo pela “imagem da besta” contra os fiéis de Deus tem sua motivação na guarda dos mandamentos. Ellen White afirma que “o último grande conflito entre a verdade e o erro não é senão a luta final da prolongada controvérsia relativa à lei de Deus”[5].

De fato, a investida de Satanás contra os mandamentos de Deus atravessa toda a história. Ao longo da história, portanto, identificamos marcas desse conflito entre a lei da besta (o poder imperial) e a lei de Deus. Ao longo da história tem havido um povo ou comunidade de fiéis que mantém a aliança com Deus e reivindica sua lei na terra, o principado usurpado por Satanás. O inimigo de Deus tenta firmar seu governo, anulando a lei de Deus na terra. No entanto, um remanescente fiel mantém viva a chama do decálogo divino.

Que evidências as Escrituras Sagradas e a história nos oferecem para essa batalha contra a lei de Deus? Esses eventos históricos servem como uma antecipação do que será a luta contra a lei de Deus no fim do tempo. Mas será possível que os regimes democráticos do atual estado de direito venham a assumir tal postura de intolerância aos que guardam a lei divina?

Lei dominical na história
Desde o antigo Egito, há evidências de que os impérios, em diversos momentos, perseguiram o povo de Deus por causa do sábado. A princípio, no antigo Egito, houve intolerância aos israelitas por causa da lei de Deus. Quando eram um povo autônomo, os filhos de Israel puderam guardar a lei de Deus livremente. No entanto, chegou um tempo em que eles estiveram sob a lei do estado egípcio. Nesse contexto, por determinação do Faraó, os israelitas foram privados do “descanso” sabático. O termo traduzido por “distrair” (Êxodo 5:5, ver ARA) é o verbo hebraico shabath.

No reino da Pérsia, onde muitos judeus permaneceram após o cativeiro babilônico, o oficial Hamã convenceu o rei Assuero a fazer um decreto contra os judeus. A motivação dele não deixa dúvidas: “Existe espalhado, disperso entre os povos em todas as províncias do teu reino, um povo cujas leis são diferentes das leis de todos os povos … Se bem parecer ao rei, decrete-se que sejam mortos” (Ester 3:8-9). Ante a manipulação de Hamã, Assuero “tirou da mão o seu anel, deu-o a Hamã”, o “adversário dos judeus” (Ester 3:10). Exceto o sábado, os demais mandamentos da lei de Deus não impunham distinção significativa entre os judeus e os povos da Pérsia. De fato, Ellen White afirma que o decreto de morte a ser expedido pela “imagem da besta” será “muito semelhante ao que Assuero promulgou contra os judeus” (Ellen White, Profetas e Reis, página 605).

Séculos depois, em 321 d.C., no Império Romano, foi emitido o Edito de Constantino: “Que todos os juízes, e todos os habitantes da cidade, e todos os mercadores e artífices descansem no venerável dia do Sol.” Durante a Idade Média, igualmente, prevaleceu a lei católica romana que ordenava “guardar domingos e festas”, o terceiro mandamento, em detrimento do sábado da lei de Deus (Êxodo 20:8-11).

Dia do Senhor
Na Idade Moderna, os protestantes ingleses foram os primeiros a promover a guarda do dia do Senhor. Isso resultou da tradução da Bíblia por William Tyndale (século 16). O reformador muito se impressionou com o tema da aliança, ao qual fez várias notas de margem no Pentateuco. Mais tarde, o estabelecimento da igreja pela coroa britânica levou os protestantes ingleses a enxergarem a si mesmos como os substitutos dos antigos israelitas, como herdeiros da Aliança.

Desta forma, as notas de Tyndale e a noção de um povo eleito levaram os protestantes ingleses à redescoberta do dia do Senhor como o sinal da Aliança. No início do século 17, o ministro anglicano Nicholas Bownd passou a ensinar que “profanar o sábado era profanar a Deus”.[6] Assim, os puritanos ingleses passaram a ensinar que “trabalhar no sábado era um pecado tão grave quanto matar ou cometer adultério”,[7] pois seria uma quebra da Aliança com Deus. O posterior retorno da coroa britânica ao catolicismo deixou os protestantes zelosos pela lei de Deus expostos à intolerância.

No entanto, a despeito de lerem o Pentateuco, os protestantes ingleses guardavam o dia do Senhor no primeiro dia da semana, e chamavam esse dia de “sábado”. Não demorou, porém, para que alguns concluíssem que o sábado de descanso devia ser guardado no sétimo dia. Os puritanos John Trask e sua esposa Dorothy começaram a guardar o sábado do sétimo dia já no início do século 17, razão pela qual foram perseguidos.

Em 19 de junho de 1618, Trask foi “sentenciado a ser chicoteado, ridicularizado, mutilado e condenado a prisão perpétua” acusado de “conspiração”. Ele era o líder de uma seita de separatistas que acreditavam que “o sábado do sétimo dia e a lei dietética mosaica continuavam em vigência para os cristãos.” Infelizmente, Trask se retratou e foi solto. Porém, sua esposa Dorothy “ficou presa por 25 anos por não desistir do sábado do sétimo dia”.[8]

Os puritanos zelosos do “sábado”, guardado no primeiro dia da semana, não puderam ter paz na Inglaterra sob influência posterior de Roma. Assim, eles desejavam uma terra onde pudessem manter os “mandamentos de Deus” sob proteção da lei civil. A colonização americana foi a saída para eles.

Em 1620, os puritanos chegaram “à América a fim de estabelecer uma nova Jerusalém que preservasse o sábado em sua integridade”.[9] Considerado o papel dos protestantes puritanos e sua motivação no desenvolvimento dos Estados Unidos, deve se assumir que “a guarda do santo dia de sábado é uma de suas poderosas pedras angulares”.[10] Sob esse ímpeto, as colônias puritanas, na América do Norte, logo desenvolveram uma “legislação dominical contra a profanação do dia do Senhor, com pesadas e graves penalidades para as violações”.[11]

A chamada Nova Inglaterra aprovou leis que proibiam “não só crimes sexuais, mas também blasfêmia, embriaguez, jogos de azar e violação da santidade do sábado”.[12] O sábado, porém, seguia observado por esses puritanos no primeiro dia da semana.

Em função disso, uma lei dominical a ser desenvolvida pelos países cristãos tem, portanto, claros precedentes e motivações históricas.

O domingo no horizonte global
Nas décadas recentes, movimentos pela guarda do domingo têm se fortalecido em vista das encíclicas papais sobre o assunto. A chamada European Sunday Alliance defende a guarda do domingo como caminho para renovação da família e da sociedade.[13] Por sua vez, a Lord’s Day Alliance, nos Estados Unidos, propõe que a guarda do domingo é compatível com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, pois os empregadores devem “honrar as necessidades dos trabalhadores por observâncias de fé oportunas, tratamento justo e descanso regenerativo”.[14]

Em maio de 1998, o papa João Paulo II lançou a encíclica Dies Domini (“Dia do Senhor”), na qual defende que a guarda do domingo é o meio para a “reforma social”, fortalecimento da família e restauração da igreja. Ele cita “a lei civil do Império Romano”, que reconheceu o “dia do sol”, para que todos nesse dia deixassem de trabalhar. No parágrafo 67, ele afirma que “é natural que os cristãos se esforcem para que, também nas circunstâncias específicas do nosso tempo, a legislação civil tenha em conta o seu dever de santificar o domingo.”[15]

Em 2017, o papa Francisco lançou a encíclica Laudato Si (Louvado sejas), em que defende que o ecossistema precisa de um descanso dominical. No parágrafo 71, ele embasa sua argumentação na lei divina sobre o “sábado”. Para ele, a necessidade do descanso da terra e de seus habitantes no domingo “está patente, por exemplo, na lei do Shabath”. Pois, “no sétimo dia, Deus descansou de todas as suas obras. Deus ordenou a Israel que cada sétimo dia devia ser celebrado como um dia de descanso, um Shabath (cf. Gênesis 2:2-3; Êxodo 16, 23; 20, 10)”.[16]

Evidentemente, os que defendem a lei dominical, tanto católicos quanto protestantes, afirmam que a mesma será coerente com o estado de liberdade mantido pela Carta dos Direitos Humanos. No entanto, o contexto de instabilidade e as atuais situações de emergência, em que a sobrevivência da humanidade é colocada em perspectiva, tal lei dificilmente manteria direitos de minorias contrárias. Em vista disso e das previsões proféticas, não há dúvida de que a lei dominical contribuirá para acirrar oposição e intolerância.

Nessa linha, Ellen White afirma que, no contexto da lei dominical, será feita “a alegação de que a corrupção que rapidamente se alastra pode ser atribuída em grande parte à profanação do descanso dominical, e que a imposição da observância do domingo melhorará grandemente a moral da sociedade” (Ellen White, O Grande Conflito, 587).

Os Estados Unidos, como o poder civil representado pela “imagem da besta”, serão o primeiro país a aprovar essa lei. Mas, em decorrência de sua influência e poder sobre as demais nações, essa mesma lei se reproduzirá pelo mundo. “Quando os Estados Unidos, o país da liberdade religiosa, aliar-se ao papado, a fim de dominar as consciências e obrigar as pessoas a reverenciar o falso sábado, os povos de todos os demais países do mundo serão induzidos a imitar seu exemplo” (Ellen White, Eventos Finais, página 85).

Deve se observar que a guarda do domingo, por milhões de cristãos sinceros, não é em si a marca da besta. “A observância do domingo não é ainda o sinal da besta, e não o será até que saia o decreto” (Ellen White, Eventos Finais, página 224). Desta forma, é a lei dominical imposta que determina a condição da marca da besta. No contexto de Apocalipse 13 fica claro que a besta pretende, a exemplo de Nabucodonosor (Daniel 3:15), assumir o lugar de Deus.

Portanto, seguir a lei da besta e ter sua marca será uma condição para se viver na Terra e ter a proteção da lei do estado. Por outro lado, seguir a lei de Deus e ter o selo de Deus é a condição da cidadania celestial e da proteção divina. A escolha diante desse dilema definirá de fato uma filiação à besta ou a Deus.

Os guardadores do sábado devem ter em mente que a lei dominical, em nível mundial, é o último evento escatológico. Pois, “a substituição da lei de Deus pela dos homens, a exaltação, por autoridade meramente humana, do domingo, posto em lugar do sábado bíblico, é o último ato do drama. Quando essa substituição se tornar universal, Deus se revelará” (Ellen White, Testemunhos Seletos, volume 3, páginas 142 e 143).

Conclusão
A revelação profética, portanto, apresenta-se coberta de persuasão no tempo atual. De fato, o mundo caminha para um evento escatológico de grandes proporções em que a lealdade ao Deus criador será posta à prova. As profecias apontam para uma retomada da relação entre Igreja e Estado como caminho para a emergência de um novo e último estado de intolerância e perseguição religiosa.

Essa intolerância tende a se manifestar naquele mesmo ponto em que a lei de Deus se distingue da lei dos homens: o dia de descanso e culto, o dia em que se celebra o Deus criador como digno de adoração e fidelidade. A guarda desse dia marca uma relação entre criatura e Criador, é um elo entre Deus e sua criação (Gênesis 2:1-3). Portanto, como parte do esforço satânico contra Deus, o decreto pretende quebrar essa ligação.

O povo de Deus, no entanto, não deve temer as consequências de sua lealdade, pois a adesão ao selo de Deus garante a cidadania celestial e a proteção divina.

Vanderlei Dorneles (via ASN - Parte 1 / Parte 2)

Este artigo foi escrito originalmente para o e-book intitulado Eventos Finais, produzido pela editora Safeliz e disponível neste link.

Do Blog - https://megaphoneadv.blogspot.com/2021/03/decreto-dominical.html

sábado, 27 de março de 2021

A Simplicidade de Ser Salvo

Ellen White


 A Simplicidade de Ser Salvo

Quem se apegar à justiça de Cristo não deve esperar um só momento que ele mesmo possa apagar seus próprios pecados. Não deve esperar até que tenha produzido um arrependimento conveniente, antes que possa apegar-se à justiça de Cristo. Não compreendemos o assunto da salvação. Ele é tão simples como o ABC. Mas não o compreendemos.

Pois bem, como é que um homem se arrepende? É algo dele mesmo? Não; porque o coração natural está em inimizade com Deus. Então, como pode o coração natural mover-se ao arrependimento, se não tem poder para fazê-lo? Que leva o homem ao arrependimento? É Jesus Cristo. Como Ele conduz o homem ao arrependimento? Há milhares de maneiras pelas quais Ele pode efetuá-lo.

O Deus do Céu está atuando sobre mentes humanas em todo o tempo. É feito um convite na Palavra de Deus, e não somente ali, mas também por todos os que crêem em Jesus Cristo e estão revelando a Cristo em seu caráter. Talvez não preguem um só sermão; talvez não se aproximem diretamente de uma pessoa nem lhe falem de sua condição de impenitência; no entanto, ao entrar em contato com algum dos discípulos de Jesus Cristo, essa pessoa vê que há neles alguma coisa que ela não possui. Os fariseus viram que havia algo nos discípulos que eles não podiam interpretar. Viram algo maravilhoso, e reconheceram que os discípulos tinham ouvido a Jesus e aprendido Suas lições.

Há impressões que estão sendo causadas em todo o tempo. Há uma atmosfera que circunda a alma humana, e essa atmosfera é celestial ou infernal. Só há duas linhas distintas. Ou estamos do lado da questão que é de Cristo, ou do lado do inimigo. E se estamos continuamente extraindo raios da gloriosa luz divina, anjos de Deus se encontram ao nosso redor, e há uma atmosfera que circunda a alma humana. Nossa própria atitude, nossas próprias palavras dão testemunho de genuína conversão a todos os que estão dentro da esfera de nossa influência. "O Espírito e a esposa dizem: Vem! E quem ouve diga: Vem! E quem tem sede venha." Apoc. 22:17.

Agora que somos ramos da Videira que vive, seremos nutridos com a seiva que flui da Videira. Ela flui em todo o tempo para cada ramo, e todo ramo dará fruto para a glória de Deus. "Nisto é glorificado Meu Pai: que deis muito fruto." João 15:8. Qual é, portanto, a vossa condição? Deve ser uma condição de fé viva.


Não Há Como Deduzir Logicamente

"Quero" diz alguém "resolver logicamente essa questão." Bem, resolvei-a logicamente, se puderdes. "O vento sopra onde quer, ouves a sua voz", mas não podeis explicá-lo. E também não podeis explicar as coisas de Deus no coração humano. Não podeis explicar essa fé que se apega inteiramente aos méritos do sangue de um Salvador crucificado e ressurreto para introduzir a justiça de Cristo em vossa vida. Vestidos com a justiça de Cristo, e não com vossa própria justiça, não confiareis naquilo que podeis ou quereis fazer. Não sabeis que sem Cristo nada podeis fazer? "Sem Mim - diz Ele - nada podereis fazer." João 15:5.

Quando vos assentais à vossa mesa, o alimento que comeis é uma expressão do amor de Cristo. E o que se ouve da verdade das palavras de Deus do púlpito é uma mensagem que é enviada para proclamar-nos as palavras da vida.

Quem dentre vós tem reunido todas as dúvidas e questões que poderia reunir e amontoar contra essa justiça de Cristo? Quem tem feito isso? De que lado vos encontrais?

Tendes aceito um ponto após o outro das preciosas verdades, à medida que têm sido apresentados? Ou tendes pensado que seguis vossas próprias idéias e opiniões, lendo e julgando a Palavra de Deus por vossas opiniões e teorias? Ou levareis vossas idéias e teorias à Palavra de Deus e deixareis que os oráculos vivos vos revelem onde se encontram as deficiências e os defeitos de vossas idéias e teorias? Não podemos adotar a posição de que julgaremos a Palavra de Deus porque críamos assim e assim. "À lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, nunca verão a alva." Isa. 8:20.

Se já houve um povo que necessitasse de luz, são os que estão vivendo nos dias finais da história terrestre. Precisamos saber o que diz a Escritura. Precisamos achegar-nos aos vivos oráculos de Deus. Precisamos daquela fé viva que se apega ao braço do Poder infinito, e precisamos confiar de todo o nosso ser em Jesus Cristo, justiça nossa. E podemos fazê-lo. Sim, nós o fazemos proveitosamente para o bem de nossa própria alma.

Podeis estar unidos à videira que vive. Cada membro de todo o vosso ser pode estar unido a essa Videira, e a seiva e nutrição provenientes da Videira nutrirão o ramo que está na Videira, até que sejais um com Cristo assim como Ele era um com o Pai. Deste modo ser-vos-ão transmitidas as Suas bênçãos. Mas, irmãos, não temos tido fé. Há bastante tempo temos desonrado a Deus com a descrença.



Fé e Obras 64 - 67

O PECADO DA CONIVÊNCIA

Chamar a atenção de quem esta cometendo um erro, não é tarefa fácil. Advertir alguem quando este esta comentendo um erro, é uma das tarefas mais difíceis que existe. principalmente quando essa pessoa acredita que o que esta fazendo é certo, e não aceita ser repreendido, nem pretende mudar

Experiemnte chamar atenção dos membros da igreja que usam, joias, roupas indecentes, músicas mundanas, que não respeitam as horas sagradas do sábado, e você criará um problema sério para você. 

Reprenda os. que trazem para a igreja, todo sorte de musica baratas (chamam de gospel) e instrumentos musicais duvidosos, tipos; baterias,  tambores, pandeiros, ganzá, berimbau, etc;  instrumentos esses muitas vezes usados nos cultos solenes da casa de Deus. Repreenda-os, .  Faça isso. Cheme a atenção, e você correrá o risco de ser apedrejado. 

Para não criar problemas para si, é que muitos pastores, anciãos e demais lideres, cometem o pecado da conivencia. Preferem ficar calados, para não serem rotuladps de chatos

Como diz o ditado popular "Quem cala consente"

Veja a matéria a seguir, é de Angelo Repetto,  do Blog, https://megaphoneadv.blogspot.com

o-pecado-da-conivencia.html 


Leia com atenção, medite, e veja se vale a penas cometer o 


O PECADO DA CONIVÊNCIA

Não, você não verá nenhum pastor pregar sobre o pecado da conivência. Afinal, não é um pecado mencionado pelo nome na Bíblia, por isso, muitos têm dificuldade de enxergá-lo. Infelizmente, vivemos uma geração de cristãos para quem parece que pecado é só sexo ilícito, tomar um porre e apoiar o partido político de que eu não gosto. Fora disso, parece que tudo está liberado: injustiças, ira, ódio, egoísmo, arrogância, ofensas, deboche, vaidade, ganância… e conivência.


Mas o que, afinal, é o pecado da conivência? Por definição, conivência é: “Cumplicidade por tolerância. Colaboração moral no delito por deixá-lo perpetrar, podendo evitá-lo”. Em outras palavras, o conivente é o que peca por tomar conhecimento de um pecado, uma injustiça, um absurdo e apoiar, ou tolerar, o ato. É fazer-se participante do mal por não denunciar o mal como mal nem fazer nada contra ele. É tornar-se tão mau quanto o mau.

Fica claro que conivência é um pecado intimamente ligado à covardia e ao egoísmo: melhor ficar na minha do que ter a coragem de me posicionar diante do que é errado. Às vezes, o conivente opta por esse pecado por ingenuidade, cegueira espiritual e influência de outras pessoas, mas, na maioria dos casos, é uma opção pura e simples pelo erro mesmo – para não perder vantagens pessoais ou para não se prejudicar, por exemplo.

Ser conivente é extremamente confortável, pois não te fará se indispor com ninguém. Já fazer o certo vai te custar caro, principalmente porque vai testar amizades. Já perdi amigos por não querer pecar por conivência. Lembro de pessoas que eu admirava e que tiveram atitudes vergonhosas. Quando me posicionei contra os absurdos cometidos, fui acusado de deslealdade. Resultado? Passaram a me boicotar e me ver com maus olhos. Paciência. Quando você tem de optar entre o pecado da conivência e o apoio ao que é justo, puro, amável, de boa fama e virtuoso, o cristão não pode pensar duas vezes, ou isso pesará em sua consciência pelo resto da vida. Como já cometi pecados tenebrosos na vida e, apesar de me saber perdoado, os carregar dolorosamente na lembrança, sei que não vale o preço. É melhor perder amigos do que a paz de espírito e com o Espírito.

Não vou enganar você. Tenha esta certeza: optar por não pecar por conivência sempre terá um custo. Sempre. Não é te custará barato escolher o que é justo.

Tenho visto muita gente pecar por conivência. A boa notícia é que o conivente revela muito do seu caráter e da sua fé ao se tornar conivente com injustiças, mentiras e atos reprováveis. E você passa a conhecer quem as pessoas realmente são e quais são as suas prioridades. Conivência, por mais enojante e decepcionante que seja, é um ato revelador.

Meu irmão, minha irmã, convido você a um exame de consciência. Será que você tem sido conivente com pecados alheios? Você tem mantido silêncio diante de atitudes vergonhosas, injustas e anticristãs, a fim de não se indispor com pessoas, manter algum tipo de benefício ou levar algum tipo de vantagem? Tem balançado a cabeça, afirmativamente, quando as pessoas falam mentiras?

Como tem sido sua postura diante da inverdade, de atos de injustiça ou de posicionamentos anticristãos de supostos cristãos – ou não? Quão gritante tem sido o seu silêncio diante da maldade? Desperte! “Portanto, aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz, nisso está pecando” (Tg 4:17).

Não ache você que conivência é um pecado menor do que adultério, aborto ou qualquer outro dos pecados mais frequentes nos lábios e nas redes sociais dos pregadores. Simplesmente porque a conivência com atos de injustiça contraria frontalmente a essência do Deus que é justiça. É, portanto, a sabotagem do projeto de Deus na terra.

“Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o pensamento de vocês. O que também aprenderam, receberam e ouviram de mim, e o que viram em mim, isso ponham em prática; e o Deus da paz estará com vocês” (Fp 4:8‭-‬9).

Fica o convite: arrependa-se. Confesse. Deixe. E a misericórdia de Deus virá sobre você.

Paz a todos vocês que estão em Cristo,

Maurício Zágari (via Apenas)

Nota do blog: Confira também estas importantes advertências de Ellen G. White sobre este assunto:

"Não nos podemos esquivar à verdade, não nos podemos separar dos retos princípios, sem abandonar Aquele que é nossa força, nossa justiça, e nossa santificação. Devemos estar firmemente arraigados na convicção de que seja o que for que, em qualquer sentido, nos desvie da verdade e da justiça em nossa associação e parceria com os homens, não nos pode beneficiar, e desonra grandemente a Deus. Toda espécie de engano ou conivência com o pecado é aborrecível ao Senhor" (Mensagens Escolhidas, vol. 2, p. 130).

"Infidelidade, injustiça, desonestidade e conivência com o mal impedem a luz que Deus deseja brilhar a partir de Seus servos" (Testemunhos para a Igreja, vol. 7, p. 200).

"Deus nos mostra que, quando Seu povo se encontra em pecado, devem-se tomar imediatamente medidas positivas para tirar esse pecado do meio deles, a fim de que Seu desagrado não fique sobre todos. Se, porém, os pecados do povo são passados por alto por aqueles que se acham em posições de responsabilidade, o desagrado de Deus estará sobre eles, e Seu povo, como um corpo, será responsável por esses pecados. 

Deus nos manda falar, e não ficaremos silenciosos. Caso haja erros claros entre Seu povo, e os servos de Deus passem adiante, indiferentes a isso, estão por assim dizer apoiando e justificando o pecador, e são igualmente culpados, incorrendo tão certo como ele no desagrado de Deus; pois serão tidos como responsáveis pelos pecados do culpado" (Testemunhos Seletos, vol. 1, p. 334, 335).

"Precisamos guardar-nos contra a indevida severidade no trato com os que erram; mas precisamos também ser cuidadosos para não perder de vista a excessiva malignidade do pecado. Há necessidade de mostrar-se paciência e amor semelhantes aos de Cristo pelo que erra, mas há também o perigo de se mostrar tão grande tolerância pelo seu erro que ele se considerará não merecedor de reprovação e a rejeitará como inoportuna e injusta" (Atos dos Apóstolos, p. 283).

"Até mesmo um mau traço de caráter, um desejo pecaminoso cultivado, poderá neutralizar o poder do evangelho. Qualquer tolerância com o pecado fortalecerá a inimizade da pessoa contra Deus. Aquele que persistir na infidelidade ou permanecer indiferente à verdade divina colherá o que plantou. Em toda a Bíblia não há um alerta mais assustador contra a leviandade em relação ao pecado do que as palavras de Salomão quanto ao perverso: 'As suas iniquidades o prenderão, e com as cordas do seu pecado será detido' (Provérbios 5:22)" (Caminho a Cristo, p. 23).

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