Klemens Rabelo
O
Apocalipse é um livro de esperança
Parafraseando Jesus Cristo, o Apocalipse é um livro
só de boas promessas e muitas bênçãos para os pacificadores, para aqueles que
têm fome e sede de justiça, para os que são limpos de coração; aqueles que, por
fim, verão a Deus.
O autor do livro bíblico Apocalipse nos dá um
panorama de acontecimentos históricos importantes ao longo dos últimos séculos.
Ele conta que existirão dois grupos de pessoas que serão protagonistas dos
eventos finais deste mundo. Todos, sem exceção, receberão um distintivo
especial de propriedade, que caracterizará um e outro grupo em suas ações, e
definirá seus destinos para sempre. Nós teremos informações suficientes para
nos posicionar diante do cenário porvir. De qual lado você imagina estar? Se
hoje você ainda não tem elementos suficientes para tomar uma decisão, saiba
que, querendo ou não, todos conhecerão as condições e as regras do próprio
julgamento. No fim, será uma questão de escolher a quem adorar. Saiba o porquê.
Os
lados opostos que nunca se atraem
Muito em breve os habitantes da Terra estarão
divididos em dois lados bem distintos. Uns viverão por viver, sem saber o
propósito da vida, entregues a si mesmos; terão a percepção da
autossuficiência, donos da própria vida, numa busca incessante pelo prazer.
Eles dirão frases mais ou menos como esta: “Meu corpo, minhas regras”. Não há
nada de errado nessa expressão para quem foca seus projetos apenas para esta
existência. Alguns entenderão que são donos do próprio destino e não abrem mão
de suas escolhas. Nessa linha de pensamento, o corpo é uma propriedade pessoal
e podem fazer o que bem entender com o corpo ou com a vida.
Na segunda carta que o apóstolo Paulo escreveu para
Timóteo (3:1 a 4), já advertia que “Tempos difíceis vêm por aí. À medida que o
fim se aproxima, os homens vão se tornando egocêntricos, loucos por dinheiro,
fanfarrões, arrogantes, profanos, sem respeitos para com os pais, cruéis,
grosseiros, interesseiros, sem escrúpulos, irredutíveis, caluniadores, sem
autocontrole, selvagens, cínicos, traiçoeiros, impiedosos, vazios, viciados em
sexo e alérgicos a Deus” (Bíblia A Mensagem, Eugene Peterson). Esses são os
frutos do pecado. A moldura é perfeita para o tempo no qual estamos
presenciando. Em parte, tais pessoas começam como adoradoras de si mesmas.
Depois passam a adorar algo ou alguém superior.
Quem previu a mesma situação foi o apóstolo Pedro
(2Pe 3:3) ao dizer que “… nos últimos dias surgirão escarnecedores anunciando
suas zombarias e seguindo suas próprias paixões.” Todos os autores do texto
bíblico foram inspirados pelo Espírito Santo para escrever com precisão os
acontecimentos que já presenciamos em parte. Esse caráter profético do texto
bíblico, de antever o futuro, dá credibilidade ao livro sagrado. Mais do que
isso, põe diante de todos a possibilidade da escolha pela clareza dos fatos.
Do outro lado, estará você no projeto que Deus
sonhou para sua vida. Você abrirá mão de seus planos para ser guiado pelo
Espírito Santo de Deus e viver em amor, alegria, paz, paciência, retidão,
bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Isso mesmo, esses são os
frutos do Espírito Santo descritos na Carta de Paulo aos Gálatas (5:22). Sua
felicidade estará no privilégio de participar do propósito divino. Reconhecerá
que o corpo é templo do Espírito Santo e seguirá as regras de Deus para o
cuidado com o corpo. Se você ainda não sabe quais são as regras de Deus para o
corpo, é preciso ler na bíblia. Está tudo lá.
E quem falou dessa divisão das pessoas em dois
grupos? Jesus Cristo. Os Apóstolos Mateus (25:34) e João (Apocalipse capítulos
7 e 13) descreveram a situação de ângulos diferentes. Primeiro, foi o próprio
Jesus Cristo quem disse assim: “Então dirá o Rei a todos que estiverem à sua
direita: ‘Vinde, abençoados de meu Pai! Recebei como herança o Reino, o qual
vos foi preparado desde a fundação do mundo’”. E acrescentou: “Mas o rei
ordenará aos que estiverem à sua esquerda: Malditos! Apartai-vos de mim. Ide
para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos”. E para distinguir um
grupo de outro, o discípulo amado, diz que algumas pessoas serão marcadas por
Deus em suas testas. Tudo indica que receber um sinal de Deus seja algo bom.
Quem são essas pessoas marcadas por Deus? Que marca é essa e por que na testa?
Quem nos dará a resposta é o autor do Apocalipse.
Quem foi o apóstolo São João
Segue uma breve apresentação do escritor
apocalíptico, para depois deixá-lo falar de sua mensagem. João foi um dos doze
apóstolos de Jesus. Ele escreveu o livro do Apocalipse, além de três Cartas às
igrejas de sua época e um dos quatro Evangelhos, tudo canonizado no Novo
Testamento. Possivelmente, seria o mais novo dos 12 discípulos. Tinha por volta
de vinte e poucos anos de idade quando foi chamado por Jesus.
Talvez fosse solteiro e vivia com seus pais na
cidade de Betsaida. Essa cidade fica à distância de 130 Km de Jerusalém, mais
ou menos. Ele era pescador de profissão. Trabalhava com seu irmão Tiago em
provável sociedade com André e Pedro. Foi chamado de “filho do trovão” por
causa de seu temperamento explosivo e anos mais tarde considerado o “discípulo
amado” na mudança provocada pelo Espírito Santo. A mãe de João e Tiago foi bem
pretensiosa quando pediu para que seus dois filhos se sentassem à direita e à
esquerda de Jesus lá no céu. João sempre esteve ao lado de Jesus até o último
momento e foi-lhe entregue a missão de cuidar de Maria, a mão de Cristo.
Em algum momento de sua vida, João esteve exilado
na ilha de Patmos. Ali escreveu o livro do Apocalipse. Posteriormente,
tornou-se um importante teólogo da incipiente igreja cristã. Teve morte natural
aos 94 anos de idade na cidade Éfeso no ano 100, aproximadamente (Wikipedia,
João, o Apóstolo).
O ser humano foi criado à imagem de Deus
Antes de falar da marca de Deus é preciso entender
a intenção original do Criador quando fez a humanidade. A bíblia narra no livro
de Gênesis (1:26) Deus pensando nos detalhes finais de seu projeto. Lá pelas
tantas do sexto dia, depois de ter criado céus e Terra, conversando com alguém,
expressou seu pensamento nas seguintes palavras: “Façamos o homem a nossa
imagem, conforme a nossa semelhança”.
Foi desse jeito, pode acreditar: nós éramos
bonitos. No princípio Deus criou o ser humano à sua imagem. Nossa identidade
moral era igual à de Deus. O pecado fez a separação entre nós e nosso Pai e,
com isso, perdemos o brilho de sua luz. Desde o começo nos envolvemos em muitas
confusões. Na época de Adão e Eva teve quem entrasse no casamento deles; teve,
também, briga de irmãos, e muitas outros assuntos tristes que desestruturaram a
família humana. Mas, calma, há esperança. No livro do Apocalipse há uma
promessa de dias melhores. A salvação chegou. A restauração virá.
Homem e mulher refletiam o brilho de Deus no
princípio da criação. Ocorre que insatisfeitos com o propósito de Deus em suas
vidas, tanto um quanto outro, imaginando algo inusitado, pensaram em ser iguais
ao próprio Deus. O anseio por liberdade motivado pelo desejo sem controle,
resultou numa insubordinação. Deixaram a presença de Deus e cada vez mais
distantes do Criador foram perdendo o brilho da fonte de luz. A imagem do
Criador ficara ofuscada com o passar do tempo, até que a luz se apagou quase
que completamente.
Hoje não reconhecemos o caráter do Pai Celeste em
nós. A semelhança do Criador fora perdida na humanidade. Os atributos divinos
nos eram desconhecidos até que o plano B entrou em execução: veio Jesus Cristo
com o propósito de nos fazer parecidos com ele. Nossa esperança é que pela
atuação do Espírito Santo, Deus imprima sua semelhança em nós. No livro O
Desejado de Todas as Nações, capítulo 52, Ed. CPB, a escritora Ellen White,
divinamente inspirada, escreveu: “Cristo veio para restaurar na humanidade a
imagem divina”. Que notícia boa!
Jesus Cristo é a imagem de Deus
Jesus Cristo dizia ser o próprio Deus: “Quem vê a
mim, vê o Pai” (João 14:9). Ele chamava as pessoas para serem suas seguidoras e
as incentivava: “Sejam luzes, brilhem!” (Mateus 5:14). Jesus Cristo é a
religação da humanidade à fonte divina de luz. Suas palavras são claras ao
dizer “Eu sou o Caminho” (João 14:6). Assim, o plano B do Criador é que Sua
imagem seja refletida em cada pessoa, por meio de Jesus Cristo. No que consiste
a imagem de Deus? Ela é Seu caráter, Sua essência.
Esse projeto Divino está sendo executado em fases.
Na primeira parte Cristo nasceu entre nós e deixou seu exemplo de como dispor o
coração para estudar os atributos divinos, vivê-los e ensiná-los a quem tem
sede de justiça, ao que busca paz, humildade de coração, quem busca a verdade
como um tesouro escondido.
Era necessário a ascensão do Cristo ao céu, para
que outra fase do projeto de Deus entrasse em execução. Enquanto Cristo
realizaria a função mediadora no céu, o Espírito Santo atuaria em nós. Seria um
trabalho em equipe. Diga-se de passagem, uma equipe muito competente, cada um
com currículo invejável. O recado foi dado por Cristo da seguinte forma: “Virá
o Consolador, o Espírito da Verdade” (João 14:26).
O Consolador veio e se apresentou aos Apóstolos de
Jesus no dia de pentecostes com o mesmo objetivo: restaurar os dons de Deus em
nós. Todos os dias Ele tenta pacientemente com amor e carinho nos convencer de
nossos erros, convida para uma vida pautada na verdade, justiça, além de
alertar: “haverá um juízo!” (João 16:8).
Alguns de nós têm uma sensibilidade maior para
captar a Luz Divina. Um desses humanos inspirados foi o Apóstolo São Paulo que
escreveu lá pelos anos 57 d.C, assim: “… o fruto do Espírito é amor, alegria,
paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio”
(Gálatas 5:22). Viver esses frutos por meio do Espírito Santo é a penetração da
Luz Divina na escuridão do pecado humano. Essa Luz “vai brilhando mais e mais
até ser dia perfeito” (Provérbios 4:18).
O que é o selo de Deus?
É importante saber que no fim de tudo Deus irá
colocar um selo, na testa de seus filhos. Que selo é esse? O que posso fazer
para recebê-lo? O selo é a personalidade de Deus em nós. Esse é um processo
diário, contínuo e permanente, da atuação do Espírito Santo em nossa vida.
Na primeira Carta que escreve aos coríntios, o
Apóstolo São Paulo nos convida a ser seus imitadores como ele era imitador de
Cristo (I Coríntios 4:16). O próprio Cristo dizia que sua vontade era agradar a
Deus. O bom filho agrada ao Pai quando lhe obedece. Então, é um copiando as
boas ações do outro e contagiando a coletividade com bons propósitos.
Devemos praticar boas ações com nosso semelhante e
conosco mesmo. Isso se chama religião. A religião nada mais é do a prática de
boas ações com todos, indistintamente. Mas a prática de boas ações, por si só,
é incapaz de renovar a natureza obscura do pecado que tomou conta da
humanidade; mais especificamente, tomou conta do caráter humano. Basta ver que
a maldade impera quando matamos com palavras e ações, mentimos, sentimos ódio,
desejo de vingança etc. Aqui está a essência do projeto de Deus: retirar a natureza
de pecado do ser humano e preencher o vazio com a natureza divina. Um novo ser
humano. Como diz o profeta Ezequiel (18:31): “um coração novo e um espírito
novo”. Porque segundo o profeta, o coração antigo é de pedra, insensível.
O selo de Deus é uma construção diária de tijolo
após tijolo, sendo assentado na personalidade de quem se dispõe a viver o
propósito do céu. Ele é a identidade dos filhos obedientes. É possível que
alguém pergunte: como obedecer a Deus se eu nunca O vi? Os céus e a Terra testificam
que há um Criador e a bíblia diz quem é o Criador. É pela leitura diária da
bíblia que conhecemos a vontade do Pai Eterno. Veja o que escreveu o Apóstolo
São João. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira…”. Deus ama de forma
extraordinária, “de tal maneira” inconcebível, “que deu seu filho único para
que todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16).
O amor de Deus se materializou na ação de enviar
Jesus Cristo para ser nosso substituto do castigo eterno e para nos oferecer
vida eterna. Nosso amor por Deus se concretiza em obedecer a seus mandamentos.
O mesmo Apóstolo São João, escreve assim para nós: “Seus mandamentos não são
penosos” (I João 5:3). Mais adiante acrescenta: “Se alguém diz: Eu o conheço,
mas não obedece a seus mandamentos, é mentiroso e a verdade não está nele. Mas
quem obedece à palavra de Deus mostra que o amor que vem dele está
aperfeiçoando em sua vida.” (I João 2:4).
O sábado e o selo de Deus
O selo é a personalidade de Deus em nós. Para que a
luz divina brilhe em nossa vida é necessário um processo diário, contínuo e
permanente, da atuação do Espírito Santo. Agora que você já sabe o que é o selo
mencionado no livro do Apocalipse, vamos identificá-lo na bíblia. Somente
aqueles que estão envolvidos na missão dada aos três anjos de Apocalipse 14 é
que receberão esse sinal. O motivo está declarado no verso 12 do capítulo 14:
“Aqui está a perseverança dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a
fé em Jesus”. Esses ‘anjos’ somos nós que obedecemos aos mandamentos de Deus.
Dentre os mandamentos de Deus está o esquecido sábado.
Ao ler o relato apocalíptico sobre a diferenciação
das pessoas em personalidades distintas, imaginamos uma espécie de tatuagem na
testa ou na mão das pessoas para perceber quem é do bem e quem não é. Foi assim
que surgiram várias teorias especulativas que o código de barras seria esse
distintivo. Depois veio o chip, cartão de crédito, dentre outras teses
inusitadas. É descabida a ideia de um sinal físico.
Ellen White (Serviço Cristão, capítulo 11, CPB)
afirma que a “observância do sábado está ligada com a obra de restaurar a
imagem moral de Deus no homem. Este é o ministério que o povo de Deus deve
levar avante neste tempo”. A guarda do sábado apenas como sinal físico não é, em
si mesma, o selo de Deus. Da mesma forma que o domingo não poderá ser a marca
da Besta, como alguns especulam. O selo de Deus é o caráter de Deus impresso na
vida daqueles que vivem o processo de salvação. Assim como a marca da Besta é o
caráter dela na vida de seus seguidores. Porém, quem foi selado pelo Espírito
Santo obedece fielmente aos mandamentos de Deus, inclusive o sábado. Nos
últimos dias o sábado será a “pedra de toque” para testar a fidelidade do povo
santo. O sábado é valioso somente para o povo de Deus (Ellen White, Testemunhos
Seletos, volume 1, capítulo 17, CPB).
O sábado é o sinete celeste porque é possível
identificar nele as credenciais do Criador do céu, da Terra e de todos os seres
existentes. Hoje, a observação pelos sentidos do mundo criado é insuficiente
para identificar o sábado como sinal divino sem o parâmetro da bíblia. A ordem
sabática fora dada por Deus a Adão. Este passou a incumbência a Matusalém, que
transmitiu oralmente a Sem. O filho de Noé foi contemporâneo de Abraão e este,
por sua vez, fez chegar a Moisés. Por fim, Moisés escreveu sobre o sábado nos
cinco primeiros livros da bíblica. Deus escolheu a bíblia como meio de tornar
conhecidas suas ordens. Seu infinito poder fez chegar o livro sagrado em nossas
mãos após percorrer 3500 anos de história. É pela leitura da bíblia que
conhecemos a vontade de Deus para o dia de sábado.
O profeta Ezequiel (20:12 e 20) escreveu no ano 591
a.C. que o sábado era um sinal entre Deus e seu povo. Os primeiros cristãos
foram obedientes aos mandamentos de Deus até por volta do terceiro século de
nossa era, quando, cansados das perseguições dos imperadores romanos,
concordaram com as ordens de Constantino em 321 d. C. e juntamente com ele
celebraram o “dia do sol” (Domingo, Sunday, Sonntag). Os cristãos posteriores
ao terceiro século fizeram acordo com romanos para ter paz. Aceitaram o domingo
como dia de culto e gradualmente foram se esquecendo do sábado. Parecia ser
cômodo. Até que os cristãos tornaram perseguidores daqueles que pensavam de maneira
diferente de suas crenças. Eles imitaram seus algozes. Nesse momento da
história já não eram mais seguidores de Cristo. Perderam o amor fraternal e
adotaram de outros povos formalidades religiosas fora dos padrões bíblicos.
Recentemente, o Papa João Paulo II editou a Carta
Encíclica Dies Domini. Nela o pontífice explica com clareza porque,
por exemplo, os Católicos Romanos deixaram o sábado pelo domingo.
Convenientemente, os primeiros protestantes foram na mesma linha dos Católicos.
Esqueceram o que era para ser lembrado. O livro de Êxodo (20:8-11) expressa de
forma cristalina os motivos da obediência ao preceito sabático. Somos
indesculpáveis quando buscamos razão para a desobediência da ordem de Deus
alegando abolição do decálogo pela morte de Cristo na cruz. O curioso é que o
alvo da abolição só alcançou o quarto mandamento. Todos os nove mandamentos do
decálogo são aceitáveis, menos o sábado, segundo dizem aqueles que advogam a
tese da comodidade.
No fim da história humana, aqueles que não
estiverem com a vida sendo dirigida pelo Espírito Santo, estarão no meio de uma
multidão perdida, principalmente em sua religião; e para esses, tanto faz o dia
para prática religiosa. O costume da maioria imporá o domingo como dia de
descanso para a humanidade. Este será o dia de expressar religiosidade, um dia
para dar atenção à família, um dia de descanso para a natureza, um dia sem
poluição no planeta etc. Impossível haver argumento contrário que supere esses
valores universais, que, inclusive, defendemos. Dizer que o sábado é importante
só porque está escrito na bíblia será insuficiente para convencer a maioria.
Ainda mais com líderes religiosos relativizando a bíblia, certamente nela
encontrarão um domingo para obedecer.
Veja que o dia de sábado, por si só, não poderá ser
o selo de Deus. Porém, os filhos obedientes que terão o caráter de Cristo em
suas vidas, observarão esse dia sagrado segundo determina a Lei de Deus. Todos
aqueles que guardam o sábado o fazem porque tiveram a percepção exata do que
significa se deixar transformar pelo poder do Espírito Santo dia após dia, numa
vida de comunhão com seu Criador. Essas pessoas ouvem, entendem e obedecem a
voz de Deus, porque já foram salvos pelos méritos de Jesus. A obediência delas
à Lei Divina é posterior à salvação já operada na cruz com Jesus Cristo. A
redenção humana é obra exclusiva do Messias, enquanto a obediência é uma
parceria com o Espírito Santo.
O selo de Deus é uma construção de toda a vida;
progressivamente, continuamente, sem interrupção. São mudanças diárias ao longo
da vida, trabalhadas em comunhão da pessoa que está sendo selada com o Espírito
Santo de Deus. Quem mentia, não mente mais. Quem furtava ou roubava, não o faz
mais, e assim por diante. Por outro lado, a marca da Besta não é um sinal visível
como um CHIP, tatuagem, código de barras etc. Ela será a expressão da pessoa
que se identificar com o caráter do mal, porque pertence ao sistema de crenças
que estará em oposição a Deus. Isso não é materialmente visível, mas
perceptível pelas ações humanas.
O sinal de Deus é o nome de Cristo e de seu Pai
escritos na testa dos obedientes aos dez mandamentos, veja Apocalipse 7:3 e
Apocalipse 14:1. Os filhos de Deus moram na Terra, contudo seus pensamentos,
aspirações, desejos, projetos, estão todos no céu. Certamente, os pensamentos e
as atitudes daqueles que têm a personalidade da Besta estarão nesta Terra.
Deus está preparando um povo para os últimos dias,
simbolicamente representado pelo número 144 mil de Apocalipse 7:4. O número dos
salvos é bem maior que 144 mil. Por causa de sua experiência com Deus somente
esse grupo sabe a canção chamada de “cântico novo” em Apocalipse 14:3. Esse
povo peculiar viverá o propósito de Deus em suas vidas e receberá a marca de
Deus em sua testa. A testa é o símbolo da razão. Uma escolha de obediência
consciente e livre.
Característica do povo de Deus
selado: os 144 mil
A característica
mais importante daqueles que serão selados por Deus
é a perseverante obediência aos mandamentos de Deus e a fé em Jesus Cristo. A
fidelidade será visível na vida deles e seguirão o cordeiro, Jesus, aonde quer
que ele vá.
A segunda característica é que “não teve relações com mulheres”. A bíblia
não está falando de relações sexuais entre homem e mulher. Se fosse assim
somente os homens virgens seriam salvos e as mulheres estariam todas perdidas.
Não é isso. Noé, Abraão, José, Moisés, os pais de Jesus, todos foram casados.
Se esses não forem salvos, podemos esquecer nossa pretensão: “comamos e
bebamos, porque amanhã morreremos”. A expressão mulher em Apocalipse representa
um sistema de crenças. O fato de a palavra ‘mulheres’ estar no plural é porque
elas são as filhas de Babilônia que ensinam doutrinas contrárias à bíblia. É um
sistema religioso de confusão doutrinária que imperará nos últimos dias.
Babilônia é confusão.
A terceira
característica dos salvos é que foram “comprados
com o sangue do cordeiro”, Jesus Cristo. A morte de Jesus na cruz é o único
meio de redenção dos seres humanos. É aceitando a sacrifício de Cristo que
alcançamos a vida eterna. Simples assim.
Quarta
característica, “não se achou mentira em sua boca”.
Cristo é a verdade. Ele disse que o pai da mentira está entre nós: é o inimigo.
As pessoas que mentem têm um pai e aquelas que falam a verdade têm outro Pai,
que dispensam apresentações. Todos sabemos quem são eles. A mentira destrói
relacionamentos de amizade, conjugais, vínculos paternos, dentre outros males
que causa. Por isso, é impossível haver um relacionamento saudável onde há
mentira. Devemo-nos esforçar para falar e viver a verdade sempre,
independentemente das consequências. Na segunda carta do Apóstolo São Paulo aos
Tessalonicenses, capítulo 2, ele diz que aqueles que amam a verdade não serão
enganados. O livro do Apocalipse faz um confronto entre a mentira e a verdade:
Cristo é a verdade.
A quinta
característica é que os 144 mil serão
irrepreensíveis. Decididos, ainda que diante da morte. Eles não terão mérito
próprio, mas serão salvos pela graça de Cristo. Essas pessoas chegarão ao céu
pelos méritos de Jesus, sem seus esforços pessoais para alcançar a salvação.
Serão imperfeitos até o dia da volta de Jesus, quando daí serão transformados.
Sobre esse assunto escreveu são Paulo: “…num abrir e fechar de olhos … seremos
transformados”. (I Coríntios 15:52). Os vivos transformados. Os mortos
ressuscitados. Desse jeito, acredite!
Deus conta comigo e com você
Entretanto, obedecer é pouco. É preciso mais do que
obediência. Precisamos trabalhar para o sucesso do empreendimento de nosso
Mestre. Está escrito no livro O Desejado de Todas As Nações, página 195, da
mesma escritora citada acima, que “Todo verdadeiro discípulo nasce no reino de
Deus como missionário. Aquele que bebe da água viva, faz-se fonte de vida. O
depositário torna-se doador. A graça de Cristo no coração é uma vertente no
deserto, fluindo para refrigério de todos, e tornando os que estão prestes a
perecer, ansiosos de beber da água da vida”. Em Mateus capítulo 28, Jesus
disse: “Ide por todo o mundo e anunciai o Evangelho”. Em outro momento Cristo
pede sua ajuda ao dizer: “A ceara é grande e poucos são os trabalhadores”,
Lucas 10:2.
Apocalipse 14 fala de três anjos voando pelo céu.
Quem são esses anjos? Esses anjos somos nós. Num passado bem distante eu
imaginava que Deus mandaria seres celestiais alados que falariam às pessoas.
Mole, não é? Essa representação é apenas para dizer que eu sou esse anjo, você
é esse anjo, que anuncia a salvação em Jesus Cristo. A escritora Adventista
norte-americana do século XIX, Ellen White, assegura que somos cooperadores de
Deus na pregação do Evangelho. Veja o que ela diz no livro Testemunhos Seletos,
vol 2, capítulo 36, cujo título é 'Membros da igreja – Coobreiros de Deus':
“Deus realizou sua parte no plano de salvar o homem e convida agora a igreja a
colaborar com Ele. De um lado estão o sangue de Cristo, a Palavra da verdade e
o Espírito Santo; do outro, as almas que perecem. Cada discípulo de Cristo tem
uma parte a desempenhar nesse plano, a fim de induzir os homens a aceitarem as
bênçãos que o Céu lhes provê. Façamos uma indagação minuciosa a ver se temos
cumprido nossa parte”.
Igualmente na Meditação Matinal cujo título é Minha
Consagração Hoje (My life today), zelosos de boas obras, de 2 de agosto de
1952, CPB, ela escreveu assim: “Todos têm seu lugar no plano eterno do céu.
Todos devem colaborar com Cristo para a salvação de almas. Tão certo como nos
está preparado um lugar nas mansões celestes, há também um lugar designado aqui
na Terra, onde devemos trabalhar para Deus”.
Nós somos esses anjos de Deus. Deus conta comigo e
com você para anunciar a salvação em Jesus Cristo. Anjos literais, seres
celestiais, até gostariam de realizar essa missão, mas esse trabalho é um
privilégio nosso, e um dever, também. Os anjos reais podem e sempre nos
ajudarão. Os maiores beneficiados pelo envolvimento nesse propósito somos nós,
que fortalecemos nossa fé, tendo a alegria de ver a salvação de Deus atuando na
vida das pessoas, além de estarmos envolvidos numa obra santa.
Deus manda um recado para mim e para você pelo
profeta Isaias (6:8): “A quem enviarei e quem há de ir por nós?”. Nós podemos
ser agentes de Deus para influenciar positivamente outras pessoas. Jesus nos
chamou de sal da Terra e luz do mundo. O Pai Celeste espera pacientemente por
nós para sermos seus cooperadores no anúncio do juízo vindouro. Você aceita
participar dessa missão?
Conclusão
O livro do Apocalipse revela uma esperança para a
humanidade caída em pecado. Mas há nele, também, o anúncio do juízo final.
Porque assim está escrito: “Temei a Deus e dai-lhe glória, porque é chegada a
hora de seu juízo” (14:7). Haverá uma batalha. De um lado estarão seres humanos
entregues a si mesmos, dirigidos por espíritos maus em busca de prazer,
vivendo a mentira e a violência. Suas vidas refletirão os traços de caráter do
inimigo de Deus. Do outro lado, estará você sendo guiado pelo Espírito Santo de
Deus e produzindo os frutos do Espírito. São os pacificadores que têm fome e
sede de justiça.
Esses benditos do Pai receberão em suas testas a
marca divina. O que é o selo de Deus? O selo de Deus é uma construção
diária de tijolo após tijolo, sendo colado na personalidade de quem se dispõe a
viver o propósito do Senhor. O selo de Deus é a identidade dEle em seus
seguidores, seus filhos obedientes. O selo de Deus é o caráter de Deus impresso
na vida do salvo; assim como a marca da Besta é o caráter dela na vida de seus
seguidores. Porém, os selados pelo Espírito Santo obedecem fielmente aos dez
mandamentos, inclusive o sábado. No fim dos tempos, o sábado será a ‘pedra de
toque’ para testar a fidelidade do povo de Deus.
Por que Deus conta comigo para anunciar a
salvação? Porque Ele sabe que seremos os mais beneficiados em participar
desse projeto grandioso. Somos a boca de Deus para anunciar a salvação. Por
isso é que da nossa boca só pode sair a verdade.
Como posso participar dessa aventura que mudará o
destino do Universo? Começando por minha devoção diária com Deus serei
conhecido dele e o conhecerei. A leitura da bíblia é um meio muito eficaz para
conhecer a vontade de Deus para mim. Quanto tempo de minha vida estou dedicando
para ler a minha bíblia? Quanto tempo dedico à oração? Nosso compromisso com
Deus é diário e constante, lembre-se. É pela comunhão que serei parecido com
meu Pai e receberei seu selo. Serei parecido com Ele quanto mais tempo passar
na Sua presença.
Você percebe que a vontade de Cristo para nossa
vida é que nosso caráter seja parecido com o caráter do Deus, assim como era em
nossos primeiros pais no momento da criação? Tome, hoje, a decisão de se tornar
parecido com seu Criador como era no princípio da Criação. Deus quer renovar
nossa vida.
Por fim, que o apelo de Paulo nos alcance:
“Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos
corpos como um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto
racional; e não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela
renovação da vossa mente, para que proveis qual é a boa, agradável e perfeita
vontade de Deus”. Romanos 12: 1 e 2.
(O dr. Klemens Rabello, é lider na igreja adventista em Brasilia, jornalista, advogado e colaborador eventual desse blog )
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