Ellen White
Adão, Eva e seu lar edênico
Deus, em conselho com Seu Filho, estabeleceu o plano de criar o homem à Sua própria imagem.
O homem deveria ser colocado sob período de prova. Deveria ser testado e provado; se suportasse o teste de Deus e permanecesse leal e verdadeiro através da primeira prova, não ficaria assediado por tentações contínuas, mas seria exaltado à igualdade com os anjos e feito, daí por diante, imortal.
Adão e Eva saíram das mãos do Criador na completa perfeição do dote físico, mental e espiritual. Deus plantou para eles um jardim e os cercou de tudo o que era belo e atraente aos olhos, como requeriam suas necessidades físicas.
Este santo par via um mundo de insuperável beleza e glória. O benevolente Criador deu-lhes evidências de Sua bondade e amor ao providenciar-lhes frutas, vegetais e grãos, e fez crescer na terra toda variedade de árvores úteis e bonitas.
O santo par olhou para a Natureza como um quadro de deslumbrante formosura. A terra, amarronzada, estava coberta de um carpete vivo, esverdeado, diversificado com variedades intermináveis de flores de perpetuação própria.
Arbustos, flores e trepadeiras embelezavam o cenário com sua exuberância e fragrância. As muitas variedades de árvores altaneiras estavam carregadas de frutos deliciosos de toda espécie, adaptados a satisfazerem o paladar e os desejos dos felizes Adão e Eva. Deus providenciou este lar edênico para os nossos primeiros pais, dando-lhes evidências inequívocas do Seu grande amor e desvelo por eles. Adão foi coroado rei no Éden. Foi-lhe dado domínio sobre todos os seres viventes que Deus tinha criado.
O Senhor abençoou Adão e Eva com inteligência tal que Ele não tinha dado a nenhuma outra criatura. Conferiu a Adão o poder sobre todas as obras criadas, de Suas mãos. O homem, feito à imagem divina, poderia contemplar e apreciar as obras gloriosas de Deus na Natureza.
Adão e Eva podiam divisar a habilidade e a glória de Deus em cada haste de grama, arbusto e flor.
A beleza natural que os envolvia refletia-se como um espelho de sabedoria, excelência e amor do seu Pai celestial.
Seus cânticos de afeição e louvor subiam ao Céu suave e reverentemente, em harmonia com os suaves cânticos dos elevados anjos, e com a passarada feliz que gorjeava despreocupadamente suas músicas.
Não havia doença, decrepitude, nem morte. A vida estava em tudo em que se pudessem repousar os olhos. A atmosfera estava cheia de vida. Havia vida em cada folha, em cada flor e em cada árvore.
O Senhor sabia que Adão não podia ser feliz sem o trabalho; portanto deu-lhe a agradável ocupação de cuidar do jardim.
À medida que ele cuidava das coisas bonitas e úteis ao seu redor, podia ver a bondade e a glória de Deus nas Suas obras criadas. Adão tinha temas a contemplar nas obras de Deus no Éden, que era uma miniatura do Céu.
Deus não formou o homem meramente para contemplar as Suas obras gloriosas; porém deu-lhe mãos para trabalhar, bem como mente e coração para contemplar. Se a felicidade do homem consistisse em não fazer nada, o Criador não teria apontado o trabalho para Adão.
O homem deveria encontrar felicidade no trabalho e também na meditação. Adão deveria ter em grande estima o fato de que ele fora criado à imagem de Deus, a fim de ser semelhante a Ele em justiça e santidade. Sua mente possuía a capacidade de cultivo contínuo, expansão, refinamento e nobreza pois Deus era seu professor, e os anjos seus companheiros.
Do Livro - No deserto da tentação Pgs 8,9