Em meio a comoção mundial, por causa da tragédia com o avião na Colômbia, que vitimou mais de setenta pessoas, centenas ou milhares de paginas foras escritas, narrando o fato, comentando, e alertando para o cuidado que as empresas devem ter, quando tem em mãos vidas humanas.
Um desses textos eu encontrei no Blog do Michelson Borges, é uma excelente reflexão, e mais que isto, um verdadeiro manual que ensina como evitar as tragédias, no casamento, e na vida espiritual
Publico aqui na íntegra, pois o mesmo é valioso e deve ser compartilhado
Fonte - http://www.criacionismo.com.br/
Pequenas concessões, grandes tragédias
O que garante um voo seguro? |
A ferida permanecerá aberta por muito tempo, e só Deus mesmo pode confortar devidamente as pessoas que perderam um ente querido vitimado pela tragédia aérea que levou à morte 71 pessoas em uma montanha na Colômbia, na madrugada do dia 29 de novembro de 2016. Os fideístas chegam ao ponto de dizer que “foi Deus que quis”. Será mesmo? A verdade é que a fatalidade poderia ter sido evitada se não tivesse havido uma série de pequenas concessões. A primeira concessão talvez tenha sido fruto da ganância misturada com autossuficiência. O piloto do Avro RJ-85 sabia que a autonomia de voo desse tipo de avião é de 3.000 km, e sabia também que a distância em linha reta entre os aeroportos de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, e Medelín, é de 2.975 km. Portanto, uma margem muitíssimo pequena e uma probabilidade muito alta de, em alguma eventualidade, a aeronave ficar sem combustível. Foi o que aconteceu naquela fatídica madrugada.
Num plano de voo adequado, é preciso que haja combustível suficiente para, se não for possível pousar no aeroporto de destino, voar até o aeroporto mais próximo dali e ainda ter combustível para mais cerca de 40 minutos de voo. Resumindo: é preciso ter combustível de sobra. O plano de voo tinha pelo menos cinco advertências, mas os responsáveis pela LaMia garantiram que não havia problema, que eles tinham experiência nesse tipo de voo. E foram autorizados. O plano previa a necessidade de reabastecimento em Bogotá, mas o piloto ignorou isso.
Concessão 1: plano de voo com falhas.
Concessão 2: autorização das autoridades bolivianas.
Concessão 3: não reabasteceram em Bogotá.
Concessão 4: demora em admitir a gravidade do problema.
Resultado: queda do avião e morte de 71 pessoas.
Isso faz lembrar do texto bíblico de Cantares 2:15: “Apanhem para nós as raposas, as raposinhas que estragam as vinhas, pois as nossas vinhas estão floridas.” Pense em algumas “raposinhas”, pequenas concessões que vão “corroendo” a vida e que podem levar a uma tragédia. Sugiro quatro áreas básicas da vida que frequentemente são afetadas negativamente por “pequenas concessões”:
Trabalho
“E tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor, e não aos homens” (Colossenses 3:23).
“Devemos ser fiéis nas coisas pequeninas. Aquilo que merece ser feito, merece ser bem-feito. Seja qual for a sua obra, executem-na fielmente. Falem a verdade a respeito dos mais insignificantes assuntos” (Ellen G. White, Mensagens aos Jovens, p. 145).
1. Devemos ser fiéis no pouco.
2. Fazer bem feito o que tem que ser feito.
3. Falar sempre a verdade e agir com correção.
Toda e qualquer mentira traz em si algo suficientemente nocivo para atrapalhar a saúde mental de quem a pratica. Se partirmos do pressuposto de que a verdade liberta, a mentira é exatamente o que aprisiona. É uma prisão silenciosa, marcada no tempo, na memória, no hábito e, portanto, no caráter.
Ela pode iludir facilmente vendendo a ideia de caminhos mais curtos e fáceis, mas ela cobra os juros mais altos possíveis: os juros emocionais silenciosos de uma mente incoerente alimentada com mentiras cotidianas.
Quanto menos verdade alguém vive, menos coerência nas atitudes a pessoa cultiva e menos saúde mental ela pode colher. Saúde mental pressupõe honestidade consigo mesmo e com o outro, diálogo verdadeiro e interessado, comunicação franca e aberta, interesse legítimo, intenção autêntica, palavras inteiras, pessoas em busca de um convívio completo.
A verdade em qualquer nível promove saúde mental. Santificação é a autorização cotidiana que Deus recebe de mim para que todo tipo e tamanho de mentira seja varrido da minha vida. À medida que alguém cultiva a verdade, colhe coerência e, por consequência natural, saúde mental.
Mesmo que venhamos a sofrer por isso, devemos sempre ser verazes e corretos. Nada de minimizar o que é errado, como, por exemplo, “roubar” a internet ou a TV por assinatura do vizinho; levar materiais do escritório; contar “mentirinhas” para se beneficiar; viver sob o lema do “jeitinho brasileiro”.
Lembre-se de que “a maior necessidade do mundo é a de homens – homens que se não comprem nem se vendam; homens que no íntimo da alma sejam verdadeiros e honestos; homens que não temam chamar o pecado pelo seu nome exato; homens cuja consciência seja tão fiel ao dever como a bússola o é ao polo; homens que permaneçam firmes pelo que é reto, ainda que caiam os céus” (Ellen G. White, Educação, p. 57).
Saúde
Cuidar da saúde é um dever religioso (3 João 2): “A transgressão da lei física é transgressão da lei de Deus. Nosso Criador é Jesus Cristo. Ele é o autor de nosso ser. Criou a estrutura humana. É o autor das leis físicas, assim como da lei moral. E o ser humano que se descuida, que descura dos hábitos e práticas atinentes à sua saúde e vida física, peca contra Deus” (Ellen G White, Conselhos Sobre o Regime Alimentar, p. 43).
“Raposinhas”: água, luz solar, respiração, alimentação saudável, exercício físico, repouso, temperança, verdadeira religião. O descuido no uso de qualquer um desses “remédios” pode trazer problemas ao organismo, que é templo do Espírito Santo (1 Coríntios 6:19).
Família
É na família que as “raposinhas” e as concessões causam os maiores estragos. Primeiro, porque o lar nos deixa mais à vontade para ser quem realmente somos; segundo, porque Satanás tem grande interesse em destruir as famílias. A força de uma família começa com uma relação conjugal forte, cheia de amor, madura e abençoada.
Dez mandamentos do casamento feliz:
1. Protejam seu dia livre a todo custo e passem-no juntos como casal e como família. Nada é mais importante que o tempo que passam juntos.
2. Jantem juntos. Mesmo que tenham uma comida simples, transformem isso em uma ocasião especial. A conversa durante o jantar é para compartilhar e evocar recordações. Os assuntos de rotina podem ser comentados outra hora.
3. Deitem-se ao mesmo tempo. Nada debilita a intimidade com maior rapidez do que se deitar em horários diferentes. Esse é também um momento para compartilhar e pôr-se em contato.
4. Não guardem rancor. Se insistirem em guardar as ofensas do passado, envelhecerão prematuramente e destruirão qualquer oportunidade de desfrutar o presente. A única esperança para o casamento está na capacidade de perdoar e esquecer.
5. Não tirem férias separados. As experiências compartilhadas unem firmemente, enquanto as experiências separadas distanciam um do outro. O tempo é um dos recursos mais valiosos no casamento. Não o gastem de forma insensata.
6. Não permitam que nada prive seu casamento da satisfação sexual que Deus criou. O sexo é um dom de Deus que deve ser desfrutado dentro dos vínculos sagrados do casamento. Foi dado como um meio de expressar amor e de proporcionar prazer, bem como com a finalidade de procriação.
7. Orem juntos. Nada é mais íntimo que a relação de uma pessoa com Deus. Ao convidar a esposa ou o esposo a compartilhar dessa experiência, você lhe está abrindo a parte mais profunda de seu ser.
8. Brinquem juntos. K. C. Cole escreveu em Psychology Today: “Apelidos secretos, humor compartilhado, simulação de lutas, isso tudo pode parecer uma série de atividades sem graça, no entanto, podem facilitar ou suavizar transações mais complexas e importantes, mas, potencialmente, dolorosas e até destrutivas.”
9. As pequenas coisas significam muito. Podem estabelecer a diferença entre um casamento medíocre e um casamento realmente bom. Uma mensagem de amor num bilhete ou um lindo cartão com pensamentos românticos. Uma expressão bondosa, ajudar no cuidado das crianças, escutar com atenção dão a sensação de que ele ou ela se preocupa com o outro.
10. Prometam-se mutuamente, não só fidelidade física, mas, também, fidelidade emocional. As necessidades emocionais dos cônjuges devem ser satisfeitas somente no casamento. Não permitam que os amigos, a família ou a carreira satisfaçam essas “necessidades pessoais”. Elas devem ser providas mutuamente e são a fortaleza da relação interpessoal.
O melhor presente e o maior legado que os pais podem dar aos filhos é seu exemplo de amor e de conduta orientados e alimentados por Deus. Os filhos tenderão a reproduzir em seus futuros lares o ambiente em que viveram.
Fatores que ajudam muito na criação e na manutenção de um ambiente feliz e abençoado são o diálogo amigo, as refeições compartilhadas e o culto familiar. Negligenciar essas coisas é como querer fazer um voo seguro sem combustível.
“Vida espiritual”
Coloquei entre aspas o “vida espiritual” porque, na verdade, para o cristão, tudo o que ele faz e cada aspecto de sua vida tem relação com o que é espiritual. Ele coloca Deus em tudo o que faz e vive em comunhão constante com o Criador.
Os três pilares para uma vida espiritual sadia são a oração, o estudo devocional da Bíblia e o testemunho. “Satanás bem sabe que todos quantos ele puder levar a negligenciar a oração e o exame das Escrituras, serão vencidos por seus ataques” (Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 519). Assim, se quisermos voar em segurança para a pátria celestial, precisamos estar com o tanque da fé bem cheio e reabastecê-lo constantemente. Do contrário, as pequenas concessões levarão à maior de todas as tragédias: a morte eterna.
Combustível de sobra
Quando o assunto é “vida espiritual”, não podemos nos contentar com pouco. Precisamos ter combustível mais que suficiente no tanque. Uma parábola de Jesus que ilustra bem isso está registrada em Mateus 25:1-13. Leia em sua Bíblia, medite nessa história, tire suas conclusões e tome uma decisão.
(Michelson Borges, com colaboração de Bárbara Berti, Nelson Wasiuk, Hélio Martins Furtado de Oliveira e Fernando Dias)
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