matéria extraida da Revista veja, e publicada na íntegra
http://veja.abril.com.br/brasil/cuidado-com-as-palavras
O que não dizer àqueles que acabaram de perder uma pessoa querida
Uma boa orientação deveria ter, todos os que visitam um enlutado. No desejo de ajudar, muitos dizem palavras que não ajuda nada, ou mais atrapalha do que ajuda. Mesmo sem saber ou querem, muitos fazem é irritar o enlutado, acusando-o de fraco, egoísta, incrédulo, e coisas mais.
Encontrei no site de VEJA, essa matéria da psicóloga, Maria Helena Franco, coordenadora do laboratório de estudos e interfenções sobre o Luto da PUC-SP que é de extrema importancia para orientar qualquer pessoa, inclusive e principalmente pastores e líderes de igrejas, que tem a responsabilidade de visitar e confortar os enlutados. Espero que a mesma seja lida e aplicada, e quem sabe ser tema de debate nas igrejas
A psicóloga Maria Helena Franco, coordenadora do laboratório de Estudos e Intervenções sobre o Luto da PUC-SP, indica algumas sentenças a evitar
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6 nov 2016, 09h45
- Atualizado em 9 nov 2016, 19h27
Embora a intenção seja de que a pessoa vislumbre um futuro melhor, para quem acabou de perder um filho, parece que estão lhe apresentando a possibilidade de fazer uma substituição, o que é impossível. Ainda que venha a ter outro filho, ele jamais ocupará o lugar daquele que se foi. O melhor a dizer: “Gostaria de falar sobre seu filho? Posso escutar você, se quiser conversar”.
Você é forte, vai superar
O luto não é um obstáculo a ser superado. Precisa ser vivido e integrado à vida do enlutado. “Essa frase mostra que, se o processo for muito difícil, será entendido como sinal de fraqueza”, explica Maria Helena. O melhor a dizer: “Essa é uma experiência realmente difícil. Não há nada de errado em não se sentir bem. Conte comigo para o que precisar”.
Eu sei o que está sentindo
Ninguém sabe, ainda que tenha passado por algo semelhante. Ditar regras ou considerar que a sua experiência possibilitou um modelo de enfrentamento a ser seguido não irá aliviar a dor. O melhor a dizer: “Eu posso imaginar seu sofrimento e respeito o seu luto”.
Deus sabe o que faz
Se for religioso, o enlutado pode revoltar-se contra Deus por se sentir desamparado. Esse comportamento é absolutamente normal. O melhor a dizer: “Você tem religião? Gostaria de falar sobre o que a perda significa para a sua fé?”
Ele descansou, está bem agora
Sugere que o luto é uma atitude egoísta, pois quem ficou sofre pelo outro “estar bem”. O fato de um ciclo de doença, por exemplo, ter se encerrado, não reduz o sofrimento causado pela ausência. O melhor a dizer: “Você deve ter vivido situações bem difíceis durante esse processo. Se sentir necessidade de dividi-las comigo, estou à disposição”.
Você não pode chorar assim…
As expressões do luto são particulares, mas existe uma expectativa de que o enlutado aja de maneira discreta e adequada. O melhor a fazer: Não tolher. Estenda um lenço de papel, dê um abraço, segure a mão da pessoa.
Não dizer nada
Ignorar a perda do outro por se sentir desconfortável não deve ser uma alternativa. Em geral, dividir as memórias de um ente querido ajuda bastante no processo de luto. O melhor a dizer: “Gostaria de ter meios para que você não sofresse, de ter palavras para confortá-lo, mas não tenho”.
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