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quarta-feira, 8 de junho de 2016

Igrejas são hospitais ou Tribunais?

Igrejas são hospitais ou Tribunais?

Dra. Adelâine Batista

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 Observamos que nossa lei brasileira tem seus primórdios no Direito Romano e o Direito Romano na Bíblia, podemos dizer assim resumidamente.
O que é pecado na lei de Deus pode também ser crime na lei humana ou já foi considerado crime legalmente fundamentado.
Como por exemplos, matar alguém é pecado, no entanto também é crime (artigo 121 Código Penal Brasileiro); adultério é pecado e já foi penalmente um crime, não é mais conforme alterações dada pela lei 11.106/2005.
No entanto sabemos, não importa se você pratica uma delinqüência moral ou uma iniqüidade espiritual, você estará atentando contra alguém, contra o homem, contra a si mesmo ou contra a natureza, e, automaticamente contra Deus que o fez a sua imagem e semelhança.
Mas no reino espiritual temos o mesmo julgamento legal e humano?
Depois de pensar e responder a si mesmo, se você é um cristão, sua função na igreja é ser um enfermeiro, auxiliar do grande médico Deus ou um promotor de justiça ou um juiz?
A Bíblia trás analogia que assim como os médicos existem por causa dos doentes a salvação existe por causa dos pecadores. Assim como os médicos de plantões aguardam os doentes para os tratarem, Jesus veio chamar, não os santos, mas os pecadores ao arrependimento. (Lucas 15: 2).
Após refletir na grande maioria dos cristãos que conheço e na cristã que sou, percebi que um pecador, o doente espiritual, tem mais chance de morrer sem atendimentos necessários a um doente no pior hospital público do mundo.
Um doente físico ao chegar a um hospital comum, ele perderá alguns instantes no pré atendimento, e por mais que demore, será atendido ou redirecionado, pode até não receber os devidos cuidados médicos, mas não ficará ali sendo entrevistado por muitas horas, dias ou meses e até anos, jamais.
No entanto quando uma pessoa procura uma igreja para ser tratado espiritualmente o que acontece?
Sem considerar a posição social, que automaticamente será bem vinda com aplausos, noticiários, festas, ou não, apenas será constado que alguém a mais “passou a ser crente” desta ou daquela igreja.
Temos ainda, as situações onde falsos atendentes, paramédicos e enfermeiros de Deus, esquecem suas reais funções e começam a agir como investigadores da polícia, delegados, interrogando, acusando antecipadamente, ou se transformam em promotores de acusação e ainda, alguns excedem e se tornam juízes, sentenciando sem analisar e sem investidura legal. Todavia se tais pessoas “doentes”, recorrerem da injusta sentença, estes que deveriam ser auxiliares da medicina espiritual, se transformam em turmas julgadoras, desembargadores da ultima instância, enquanto o doente que ali está sendo julgado, deveria já estar na sala do médico ou talvez na mesa de cirurgia sendo operada por Jesus.
Os mais simples crentes “de bancos” ou os líderes maiorais de uma igreja, sempre deixam escapar suas trocas de funções. Foram chamados para serem bons obreiros, bons pastores, aqueles que cuidam bem das ovelhas, nesse caso comparativo, auxiliares eficientes no hospital espiritual, mas transformam automaticamente o hospital em um tribunal de justiça; exercendo a rigor o papel de acusador e não se permite as vezes um defensor, dando também seu veredito final sobre tudo e todos que dali se aproxima.
O doente pode perguntar: - Esperem aí, eu estou no endereço errado? eu preciso de tratamento médico e não de julgamento por crimes dolosos contra a vida! Estou em um hospital ou em um tribunal? Preciso de cura e não de penalidades pelas minhas doenças.
O doente espiritual precisa primeiramente ser levado a Jesus, o médico que cura; basta apenas ser identificada como pessoa e qual tratamento urgente necessita. Não é necessário passar pelo crivo de avaliação subjetiva de membros da igreja. Jesus disse: “Vinde a mim” “Vinde como estais” diretamente à Ele, não “vinde” ao povo da igreja, sendo aprovado, julgado e sentenciado por esse povo depois venham a mim, não foi isso que Jesus disse.
Na condição de doente, ninguém quer saber a causa em primeiro lugar, quer receber cuidados e cura, depois lhe será interessante saber a causa, para isso existem orientações, receitas e dietas médicas, mas para que lhe serve saber a causa e não receber a cura?
Assim é na vida espiritual, o que adianta cristãos ficarem apontando e “desapontando” e não dar a cura? Primeiro Jesus, o médico, depois conhecimento de como nunca mais ficar doente, a bíblia!
Mas os crentes, no geral, querem saber detalhes íntimos, fazerem seus pré julgamentos, espalhando comentários entre si, mas nem sempre levam as pessoas diretamente a Cristo.
O que acontece com a grande maioria dos doentes espirituais em fase terminal?
Esses doentes saem a procura de “novos hospitais” e se tiverem forças, poderão encontrar. Alguns morrem na estrada a procura de uma chance de viver, seja por qual remédio for, algum hospital de verdade, no desespero aceitam curandeirismos e coisas semelhantes, algo ou alguém que possam lhes oferecer apoio, esperança e cura.
Sentindo por vezes incompreendidos, rejeitados, sem condição alguma de sobreviverem, não puderam ser atendidos?!!! Então ao invés de estarem só dentes, agora estão doentes e com alto culpa, pois os paramédicos de certo hospital chamado igreja, inseriram sobre esses doentes mais fardos, e assim, mais fracos e sem esperanças, quando deveriam estar fortalecidos por terem encontrado a Jesus, a cura, a fé e a libertação gratuitamente, e sequer pagando caro por isso, encontraram, foram impedidos por seus próprios funcionários chamados “irmãos de igreja”, filhos do próprio médico, invalidando sua atuação poderosa.
Todavia acontece com aquele que é mais persistente e mais forte mesmo a beira da morte ter a felicidade de encontrar Jesus, o médico que lhe percebe a necessidade, a seriedade de um coração a beira da morte e ainda assim a procura de vida, portanto lhe pergunta:
- Você quer atendimento médico?
-Sim, mas não encontro hospital e nem médico?
-Como não há médico? Eu sou o médico deste hospital!
-Qual é o seu nome?
-Jesus!
-Jesus?!
- Mas é que ali não é hospital, é um tribunal. Várias pessoas puderam cooperar com a decisão de que por causa dos meus maus hábitos, estou doente, ouvi tantas perguntas e tantas acusações que fiquei surdo. Já andei tanto atrás de cura, fui em tantos lugares pensando ser o endereço certo, que meus pés calejaram, não tenho mais condições para andar.
Já fiz tantas coisas erradas; já pensei em tantas coisas erradas; já vi tantas coisas sujas, perigosas e maléficas; já ouvi tantas coisas terríveis, injúrias e falsas informações; já comi de toda imundícia mundana que nenhum órgão do meu corpo pode ter cura, e ainda mais sabendo que nesta terra não está tendo hospital para essas referidas doenças. Não encontro remédios, não encontro alívio, só encontro tribunais de “injustiças”, e nesse ultimo que passei me fizeram sentir pior, pois apenas me interrogaram por vários dias, meses e anos, e nada de remédio me deram. Me acusaram, me oprimiram, mas não curaram as minhas feridas.
Queria amor e recebi desprezo; queria remédio, me deram acusação; queria aprender como cuidar da minha saúde, me envenenaram; queria paz, me afligiram; queria descanso, me expulsaram.
Jesus então diz:-“Vinde a mim vós que estais cansados e oprimidos que eu vos aliviarei”. (Mateus 11: 28-30).
Jesus tem amor para nos dar, Deus dá prova do seu amor para conosco, em que, quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós. (Romanos 5:8). "Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido."(Isaías 53:4).
Vamos pensar no que tem significado nossas igrejas para as pessoas que precisam de cura?
Vamos tratar iguais os iguais e diferentes os diferentes, os preventivos querem aprender a evitar as doenças, mas os que estão enfermos precisam de urgente atendimento sem olhar precedentes.
Reflita, analise, ajude a fazer da igreja o verdadeiro hospital que tem Jesus como médico para atender, para curar e libertar a todos os enfermos. Não apenas os ímpios, mas dentro de nossas igrejas tem irmãos que estão na recepção do que ele pensa ser hospital, quando deveria já estar na UTI, e ainda, de repente se vê conduzido para um tribunal de acusações e injustiças.
Não façamos de nossas igrejas um tribunal. o juízo ainda virá pela qual será, para executar juízo sobre todos e convencer a todos os ímpios de todas as obras de impiedade, Jesus virá como justo Juiz, em seu trono de justiça juntamente com os salvos julgará o mundo, (I Coríntios 6:2, 3.) mas primeiramente sejamos instrumentos de salvação e cura. Juridicamente não podemos aplicar culpa de crime sem antes ensinar a lei, por enquanto ainda na forma corruptível sejamos auxiliares para um tratamento médico espiritual, e quando na forma incorruptível, santificados plenamente e livre desse corpo de pecados poderemos julgar.
Lembre-se:
Igreja é um hospital e não um tribunal!


A Dra. Adelâine Batista é advogada e colaboradora desse blog

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