Papas Bento e Francisco recomendam livro sobre anticristo
Conforme
matéria publicada no site católico Aleteia,
os papas Bento 16 e Francisco recomendaram a leitura de um livro publicado em
1907, de autoria de Robert Hugh Benson. Segundo o site, trata-se de uma espécie
de novela apocalíptica sombria, que pouca atenção recebeu desde sua publicação.
Mas isso está mudando, já que o papa Francisco recomendou a leitura desse livro
em 2013 e voltou a indicá-lo no ano passado. Francisco resumiu o livro, que no
original tem como título Lord of the
World, dizendo que ele apresenta uma “globalização da uniformidade hegemônica”.
Aleteia lembra que o então cardeal Joseph Ratzinger, depois papa Bento 16,
também tinha chamado a atenção, durante um discurso em Milão em 1992, para o
universalismo descrito em O Senhor do
Mundo.
“O
mundo descrito por Benson é estranhamente semelhante ao nosso: sistemas de
locomoção e de comunicação rápidos, armas de destruição em massa e uma visão
materialista que nega o sobrenatural e cultiva a pretensão de elevar a
humanidade ao mais alto nível. De alguma forma, O Senhor do Mundo é mais atual hoje do que quando Benson o
escreveu, no início do século 20”, descreve a matéria.
Mas
o trecho que mais me chama a atenção no texto do site é este: “A história do
livro é da ascensão do anticristo ao poder mundial, primeiro na pessoa do
enigmático Julian Felsenburgh, um misterioso senador norte-americano que assume
importância mundial ao negociar uma paz global longamente desejada. Toda oposição
a Felsenburgh e à ordem mundial que ele guia desaparece: as nações pedem que
Felsenburgh seja o seu líder; ele recebe aclamações em massa. Os únicos que se
mantêm na oposição são poucos membros da paróquia guiada pelo padre Percy
Franklin, que acaba sendo eleito papa Silvestre III e que parece muito
semelhante a Felsenburgh.”
A
ideia do livro é a de que um mundo que nega o sobrenatural não deixa de ser
influenciado por forças sobrenaturais, mas se torna cego a essas influências, perdendo
a capacidade de reconhecer “o espírito do anticristo presente no mundo”.
“Um
mundo que não consegue reconhecer o sobrenatural, um mundo que tenta elevar a
humanidade ao mais alto nível sem Deus é um mundo em que o anticristo pode
entrar e agir com mais facilidade”, diz também o texto. No fim, Felsenburgh e o
papa Silvestre se encontram numa batalha cataclísmica entre o bem e o mal.
E
se o “espírito do anticristo” não estiver presente no “mundo”? Se não se tratar
de secularismo, mas, sim, de carisma religioso? E se o anticristo,
diferentemente do que apresenta o livro de Benson, não se tratar de uma figura
unicamente política, mas for um personagem carismático, religioso, aparentemente
tolerante, insuspeito e capaz de unir o mundo com muito mais eficácia do que o
fictício Felsenburgh?
A
Bíblia é muito clara em descrever o anticristo e apresentar suas
características, e ele não tem nada de secular: (1) ele apresenta um “evangelho
diferente” (2Co 11:4, 13-15), ou seja, prega dogmas em lugar de doutrinas
bíblicas; ensina conceitos pagãos em lugar das verdades do Evangelho; (2)
opõe-se a Cristo (por isso “anticristo”), mas quer, na verdade, usurpar o lugar
de Cristo, aceitando adoração, assumindo prerrogativas divinas como o poder de
perdoar pecados; querendo, inclusive, sentar-se no santuário de Deus (2Ts 2:3,
4). Resumindo, para ser anticristo, essa figura tem que ser contra Cristo, mas
se parecer com Ele. E, para ser assim, essa figura obrigatoriamente tem que ser
religiosa.
Apontar
para o secularismo e para uma enigmática figura política ateia é desviar o foco
da verdadeira questão. É, na verdade, uma atitude muito conveniente e até
esperada. A semelhança com obras evangélicas como Deixados Para Trás também é evidente, numa valorização da
interpretação futurista das profecias apocalípticas, em oposição à visão
historicista segundo a qual o anticristo se trata de uma instituição e já age
neste planeta há algum tempo.
Sim,
é fácil para o diabo agir num mundo que não acredita que ele exista, assim como
é fácil para o anticristo agir quando ninguém suspeita de quem ele seja.
Finalmente,
um detalhe mais precisa ser destacado: o autor do livro, Robert Hugh Benson, foi
um clérigo anglicano que se converteu em sacerdote católico. Portanto, mais um
motivo para os papas gostarem dele.
Michelson Borges
Fonte - http://www.criacionismo.com.br/
Veja os vídeos nos links abaixo
https://youtu.be/h3l5_A8ZJzs
https://youtu.be/-65ZYeJLSYA
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