Quando nossas
crianças eram menores, na manhã do Natal sempre havia muitos presentes para
eles debaixo do pinheirinho. Nós os tínhamos escolhido com carinho, de acordo
com o que cada criança ansiava e precisava. Cada pacote era aberto com
ansiedade e expectativa – aceito com expressões de alegria e contentamento – e
usado com amor todos os dias (dependendo da idade). Às vezes (também dependendo
da idade) à noite a inveja e as brigas já tinham começado.
Com os dons
espirituais não acontece a mesma coisa (com a diferença que os dons espirituais
foram dados para o serviço, não para satisfação pessoal)? Os espiritualmente
imaturos olham com um pouco de inveja por dons que eles não receberam. Os que
os receberam às vezes mostram um pouco de presunção e orgulho. Mas o espírito
com que os dons foram dados não pode ser julgado pela atitude dos recebedores.
Em três
passagens o Novo Testamento faz uma lista dos "dons do Espírito":
Rom. 12:6-8; 1 Cor. 12:8-10 e Efés. 4:11
(Há outra lista
em 1 Pedro 4:10,11, mas parece que está repetindo o que já consta das outras
listas).
Os Dons e o Corpo
A Bíblia ensina
que cada pessoa redimida recebeu pelo menos um dom do Espírito Santo:
"Ora, os dons são diversos . . . mas a manifestação do Espírito é concedida
a cada um, visando a um fim proveitoso" (1 Cor. 12:4,7). Nós somos
responsáveis diante de Deus pela maneira com que usarmos nossos dons.
O apóstolo
Paulo compara a Igreja aos nossos corpos físicos, onde cada membro tem uma
função especial, mas todos trabalham juntos. Ele diz: "O corpo não é um só
membro, mas muitos. Se disser o pé: Porque não sou mão, não sou do corpo; nem
por isso deixa de Ser do corpo. . . . Mas Deus dispôs os membros, colocando
cada um deles no corpo, corno lhe aprouve". Paulo continua: "Há
muitos membros, mas um só corpo. Não podem os olhos dizer à mão: Não precisamos
de ti; nem ainda a cabeça, aos pés: Não preciso de vós" (1 Cor. 12:14-21).
Paulo ainda acrescenta que até os membros do corpo que parecem ser os mais
fracos ou os menos úteis são necessários para que o corpo seja perfeito. São
essenciais ao funcionamento apropriado do corpo.
Assim como o
corpo humano o corpo de Cristo é um organismo completo feito por Deus. Cada
membro do corpo é único. Não existe nenhum outro "você" ou
"eu". Em certo sentido o seu dom e o meu são únicos. Deus dá dons
semelhantes a pessoas diferentes, mas há algo de especial nisto que nos faz
diferentes de qualquer pessoa que já viveu na Terra. Se qualquer de nós estiver
faltando, o corpo está incompleto.
O que significa cárisma
O Novo
Testamento usa a palavra grega cárisma
(plural carísmata) para designar os
diversos dons que Deus deu aos cristãos através do Espírito Santo. A palavra
"carisma" entrou na língua portuguesa para descrever alguém que tem
uma certa qualidade indefinível que atrai as pessoas à sua personalidade. Nós
dizemos que algumas pessoas famosas têm carisma. Uma ilustração bíblia pode ser
Apolo (Atos 18:24-28). Este evangelista e ensinador neotestamentário parece que
tinha carisma neste sentido atual. O apóstolo Paulo não tinha. Mas ambos tinham
dom espirituais definidos – carísmata –
que Deus lhes tinha dado de maneira sobrenatural. No sentido secular carisma é
uma influência que ninguém pode alterar. Mas a palavra cárisma, em seu sentido bíblico, significa "dom da
graça". Por isso a palavra cárisma
na Bíblia tem um sentido diferente daquilo que o mundo imagina quando diz que
alguém tem "carisma".
A palavra carísmata, plural de carisma, acha-se
somente nos escritos de Paulo, a não ser uma vez em 1 Pedro. Uma definição
precisa seria "manifestações da graça", que traduzido é
"dons". A palavra é usada paro identificar os diversos dons
espirituais que os cristãos recebem para o beneficio da Igreja, e estes dons
são o assunto deste capítula. Em Efésios 4 Paulo usa duas outras palavras
traduzidas por "dons" ou "dádivas", dorea e doma. São
semelhantes a carísmata e ainda a uma
quarta palavra para "dons", pneumática,
que significa "as coisas do Espírito". Todas estas palavras gregas
são traduzidas por "dons", e significam mais ou menos a mesma coisa.
A Origem dos Dons Espirituais
Antes de falar
especificamente dos dons do Espírito, quero enfatizar uma questão. Estes dons
nos vêm do Espírito Santo. É Ele quem decide quem recebe e que dons. Ele os
distribui como quer. Nós temos de dar contas do uso de qualquer dom que
recebemos, mas não somos responsáveis pelos que não recebemos. E também não
devemos cobiçar dons que outros tenham, nem ter inveja deles. Podemos desejar
outros dons e até pedir por eles, mas se não for a vontade do Espírito Santo,
não obteremos o que pedimos. E se não estivermos satisfeitos porque o Espírito
não nos dá o que pedimos, estamos pecando. No meu uso eu creio que Deus me deu
o dom de evangelismo, mas eu não o pedi.
Se eu tivesse o
dom de evangelismo e deixasse de usá-lo, eu estaria pecando. Por outro lado, se
alguém não tem o dom de evangelismo e está descontente com isto, também está
pecando. Há muitas coisas que eu não sei fazer muito bem, mas isto é porque não
tenho os dons para isto, e não devo ficar descontente por isso. Os dons que
você e eu temos são os que Deus achou que serviriam para nós, e nós temos de
nos empenhar para descobri-los e usá-los para Sua glória.
Ainda outro
ponto deve ser abordado. Nós já falamos do fruto do Espírito (teremos ainda
três capítulos sobre ele), vendo que cada um daqueles frutos deve ser
característico de cada cristão. Com os dons do Espírito é diferente. Todos os
crentes devem ter o mesmo fruto, mas nem todos os crentes terão o mesmo dom. O
Espírito Santo distribui os dons de uma maneira que cada crente tenha pelo
menos um que é só seu. Deus pode ter dado um determinado dom a você, mas seria
errado dizer que todos devem ter o mesmo dom que você.
Dons Espirituais e Talentos
Nas três
passagens que falam dos dons achamos mais ou menos vinte. O Antigo Testamento
ainda enumera alguns dons que não estão no Novo. Muitos destes se parecem com
habilidades ou talentos naturais que as pessoas podem ter; outros são
claramente espirituais.
Muitos de nós
com certeza conhecem alguém que tem o dom específico de "música", que
não está entre estes vinte. E muitas pessoas gostariam de saber que diferença
há entre dons espirituais e talentos naturais. Alguém pode ter a habilidade
natural de fazer artesanato muito bonito: outros podem ter talento para a
música. A maioria das pessoas tem talento para alguma coisa, o que também
provém do Criador.
Parece que Deus
pare tomar um talento, transformá-lo, pelo poder do Espírito Santo, e usa-lo
como dom espiritual. De fato muitas pessoas com freqüência especulam sobre a
diferença entre dom espiritual e talento natural. Não sei com certeza se
podemos sempre traçar uma linha precisa entre ambos – não se esqueça que os
dois vêm de Deus, afinal das contas. Às vezes nem é necessário fazer uma
distinção clara. Mas no contexto que nós estamos estudando na maioria das vezes
os dons que eu tenho em mente são sobrenaturais, que o Espírito dá a alguém
para o proveito da Igreja.
Podemos também
chamar um dom de um "instrumento" que deve ser usado, e não uma jóia
ou objeto de decoração, ou uma caixa de bombons para nós nos alegrarmos.
Podemos imaginar as diferentes ferramentas que por exemplo um carpinteiro usa,
ou os diferentes instrumentos que um médico precise. Estas
"ferramentas" as pessoas devem usar para o bom funcionamento do Corpo
de Cristo.
Em Êxodo 31 há uma passagem interessante
sobre Bezalel. A Bíblia diz: "Eu o enchi do Espírito de Deus, de
habilidade, de inteligência, e de conhecimento, em todo artifício, para
elaborar desenhos e trabalhar em ouro, em prata, em bronze, para lapidação de
pedras de engaste, para entalha de madeira, para toda sorte de lavores"
(vv. 3-5). Isto mostra que muitas das capacidades e das coisas para as quais as
pessoas têm talento são dadas por Deus.
Esta capacidade
especial de Bezalel, que o Espírito lhe tinha dado, incluía além da habilidade
manual também a sabedoria e o entendimento intelectual essenciais a toda a
arte. Talento artístico de qualquer tipo é um dom de Deus. "Toda boa
dádiva e todo dom perfeito é lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não
pare existir variação, ou sombra de mudança" (Tiago 1:17). Deus deu à
humanidade também aptidões estéticas, que foram corrompidas pela rebelião do
homem contra Deus no Jardim do Éden, como todas as aptidões humanas – mas ainda
existem!
O Propósito dos Dons
Paulo diz que o
propósito destes dons espirituais é "o aperfeiçoamento dos santos para o
desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo" (Efés.
4:12). Em outras palavras, Deus deu a cada um de nós um serviço, e dons
sobrenaturais para executá-lo. Se não executarmos nossa tarefa, seremos
repreendidos diante do trono do julgamento.
A Escritura
ensina que cada crente estará um dia diante de Cristo para o julgamento, para
prestar contas da fidelidade com que usou os seus dons e de toda a sua vida
diante de Deus e dos homens. Este é o "bema"
ou tribunal de Cristo: "Porque importa que todos nós compareçamos perante
o tribunal de Cristo para que cada um receba segundo o bem ou mal que tiver
feito por meio do corpo" (2 Cor. 5:10). Este não é o mesmo julgamento dos
incrédulos, que é chamado de o julgamento do Grande Trono Branco. Será um
julgamento especial, só para cristãos. Cristo expiou os nossos pecados na cruz,
mas tudo que fazemos depois de salvos tem de ser avaliado, resultando em ganho
ou perda (1 Cor. 3:11-15); "mas esse mesmo (o crente) será salvo".
Em 1 Cor. 12:7
o apóstolo Paulo diz que os dons são concedidos "visando a um fim
proveitoso (para o proveito comum, IBB)"; então não podem ser usados com
propósitos egoístas. Devemos através deles ajudar uns aos outros, como Paulo
diz em Filipenses 2:3, 4: "Não façam nada por interesse pessoal, ou por
desejos tolos de receber elogios; mas sejam humildes, e cada um considere os
outros superiores a si mesmo. Que cada um procure os interesses dos outros, e
não somente os seus próprios interesses" (BLH).
Deus concedeu
os dons também para ajudar a "unir" o corpo de Cristo. Antes de
alistar os dons em Efés. 4:11, o apóstolo Paulo nos incentiva a (vv. 3-7)
esforçarmo-nos "diligentemente por preservar a unidade do Espírito no
vínculo da paz; há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados
numa só esperança da vossa vocação; há um só Senhor, uma só fé, um só batismo;
um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está
em todos. E a graça (um dom especial) foi concedida a cada um de nós segundo a
proporção do dom de Cristo". Observe como Paulo enfatiza a unidade
repetindo a palavra "um".
Então, os dons
do Espírito nunca devem dividir o corpo de Cristo; devem mantê-lo unido.
Como Reconhecer Seu Dom
Muitas vezes
perguntam-me: "Como possa saber qual o meu dom?" ou "Como posso
usar meu dom da melhor maneira?" Eu faço as seguintes sugestões:
Em primeiro
lugar, tenha certeza de que Deus lhe deu pelo menos um dom espiritual, e quer
que você saiba qual é e o use para Sua glória. Paulo escreveu assim ao jovem
Timóteo: "Reaviva o dom de Deus que há em ti" (2 Tim. 1:6). Da mesma
maneira como o primeiro passo para sermos cheios é reconhecermos que Deus já
nos deu o Espírito, para descobrirmos nossos dons espirituais temos de
compreender que Deus já os deu.
Em segundo
lugar, eu acho que devemos nos pôr a orar com discernimento e objetivo. Orar
que Deus nos leve a vermos os nossos dons. Também temos de ter certeza se
realmente queremos usar os dons espirituais de uma maneira que honre a Deus. Se
Deus, por exemplo, lhe mostrar que você tem o dom de ensinar outros, você
estaria disposto a colocar Seu dom em prática em uma classe de escola
dominical? Se descobrimos que relutamos em saber quais são os dons que Deus nos
deu porque tememos que Ele nos chame para usá-los, temos de enfrentar isto e
confessar a Deus.
Junto com estas
duas coisas há uma terceira, que é uma compreensão inteligente do que a Bíblia
diz sobre dons espirituais. Estou orando para que este livro seja guia de
confiança. Mas não há substituto para o estudo direto do que a Bíblia ensina
sobre os dons do Espírito.
Em quarto lugar, para
descobrir seus dons espirituais você precisa conhecer a você mesmo e suas
capacidades. Pode haver certas experiências em seu passado que lhe indicarão
uma ou outra direção. Podemos notar que gostamos de fazer certas coisas, e que
as fazemos bem. Quase não há maneiras de sabermos mais rápido: temos de
descobrir de que maneiras os nossos dons se manifestam. Geralmente ajuda nós tentarmos
diversas situações – por exemplo, tarefas diferentes na igreja. Outras pessoas
podem nos ajudar. Nós, por exemplo, podemos não estar notando a capacidade que
temos de ouvir e aconselhar pessoas. Mas com o passar do tempo veremos que cada
vez mais pessoas vêm conversar conosco sobre seus problemas; também outros
cristãos nos dirão que temos certos dons nesta área.
O processo de
descobrir os dons espirituais pode ser longo, e mais dons podem se manifestar
com o passar dos anos, quando somos confrontados com novas oportunidade e
desafios. Mas isto não nos deve desencorajar. Deus quer nos usar, e enquanto
não descobrirmos os nossos dons e os colocarmos à Sua disposição não poderemos
ser usados por Ele de maneira total. Eu acho que alguém que é cheio do Espírito
– submetendo-se constantemente ao senhorio de Cristo – descobrirá seus dons com
mais rapidez. Quererá que Deus guie Sua vida, e é este tipo de pessoa que Deus
abençoa com mais prontidão, mostrando-lhe os dons com que o Espírito Santo o
proveu.
Aceite com
humildade e gratidão a dom que Deus parece lhe ter dado e use-o o mais
possível. Devemos nos aceitar como somos e usar os dons que temos. Pode ser que
nosso dom nos leve a servir em uma posição de destaque, com suas dificuldades e
perigos. Mas também pode ser que devamos servir em uma posição mais humilde.
Eu gosto muito
da observação de David Howard:
"Deus não chamou uma elite espiritual para executar o serviço, passando
por cima do crente médio na igreja. Não, 'a
cada um é dada a manifestação do Espírito para o proveito comum' (1 Cor.
12:7, IBB)".1
Isto não acaba
com o cargo de ancião ou bispo, nem com o de diáconos. Simplesmente quer dizer
que os leigos têm tarefas e obrigações na congregação tanto quanto anciãos e
diáconos.
O que foi dito
até aqui já nos dá uma base para estudar cada um dos dons que Paulo cita. Logo
descobrimos que Paulo não agrupa os dons em categorias, e nenhum agrupamento
feito até hoje é satisfatório. No restante deste capítulo estudaremos os cinco
dons que encontramos em Efés. 4:11 (apóstolo, profeta, evangelista, pastor e
mostre); alguns destes estão também em 1 Cor. 12:28. No capítulo seguinte
abordaremos outros dons mencionados em 1 Cor. 12 e Rom. 12. Depois falaremos
dos dons de sinais.
Apóstolo
O termo grego
significa "alguém enviado com uma missão".
John R. W. Stott diz: "O
Novo Testamento provavelmente usa a palavra 'apóstolo' com três sentidos
diferentes. ... (Em primeiro lugar)
no sentido geral que todos nós somos por Cristo enviados ao mundo, participando
assim da missão apostólica da igreja (João 17:18, 20:21); neste sentido amplo
todas nós somos 'apóstolos'. ... (Em
segundo lugar) a palavra é usada pelo menos duas vezes para descrever
'apóstolos das igrejas' (2 Cor. 8:23; Filip. 2:25), mensageiros enviados de uma
igreja a outra com incumbências especiais. . . . (Em terceiro lugar) o dom do apostolado, tão em destaque, deve se
referir por isso a este grupo pequeno e especial que eram os apóstolos de
Cristo': os doze (Lucas 6:12,13) e Paulo (Por ex.: Gál. 1:1). ... Eles eram
diferentes porque tinham sido testemunhas oculares do Jesus histórico,
principalmente da Senhor ressurreto. ... Neste sentido primário com que eles
aparecem nas listas eles não têm sucessores, apesar de haver, sem dúvida,
'apóstolos' hoje em dia, no sentido secundário de 'missionários'"2 (grifo meu).
Dr. Merrill C. Tenney sugeriu que
um missionário atual pode ter este dom em seu sentido secundário, se ele for um
implantador de igrejas. Para isto ele precisa 1) ser enviado com uma mensagem,
2) ser responsável pela implantação de uma igreja e 3) exercer autoridade para
introduzir e fortalecer novas maneiras de agir. Um amigo meu passou sua vida no
Caribe indo de um povoado a outro, constituindo igrejas, Fundou mais de
cinqüenta igrejas. No mundo todo há hoje centenas, talvez até milhares, de
homens e mulheres de Deus que fazem exatamente isto, mesmo se a igreja tem de
se reunir em escritórios ou casas.
Profeta
A nossa palavra
profecia vem do termo grego que significa "expositor público". Nos
tempos apostólicos este dom tinha duas facetas. Uma era a transmissão de
palavras de Deus para os homens, através de um profeta. Isto era um dom
sobrenatural. Para que as pessoas pudessem discernir entre profetas falsos e
verdadeiros o Espírito dava a outros o dom do "discernimento de
espíritos". Só o fato de existirem profetas que falavam por revelação
implicava na existência de falsos profetas, como podemos verificar no Antigo e
no Novo Testamentos. Os cristãos neotestamentários não deviam desprezar a profecia,
mas também tinham de testar todas as coisas.
De acordo com 1
Cor. 14:3 a segunda faceta da função do profeta era de edificar, instruir,
consolar e exortar os crentes nas congregações locais. O profeta, geralmente
forasteiro, tinha precedência sobre o ministro local. Mas com o passar do tempo
os ministros locais também passaram a exercer o dom da profecia, pregando a
Palavra de Deus para edificação dos cristãos sob seus cuidados.
O dom da
profecia no primeiro sentido, de predição, não existe mais tanto quanto no
primeira século do cristianismo.
Eu sei de
ocasiões raras em que cristãos tiveram precognição de eventos futuros. Diz-se
que Hans Egede (1686-1758), missionário pioneiro da Groenlândia, predisse a
chegada de um navio cheio de alimentos quando a fome estava ameaçando o povo. E
o navio veio como tinha sido predito. Mas ocasiões como esta são raras e não
normais e freqüentes. Eu não quero dizer que coisas como esta são impossíveis a
um Deus soberano, mas elas não são determinantes para os crentes como é a
profecia bíblica. E acho que sua função é distinta do dom de profecia atual,
que é a capacidade de compreender e de empenhar-se na exposição da Palavra de
Deus.
Deus não revela
mais "verdade nova" diretamente; a Bíblia tem uma capa posterior. O
cânon da Escritura está encerrado. Na minha concepção o dom de profecia deve
ser usado "na sentido ampliado de apresentar ao povo de Deus verdades
recebidas não por revelação direta mas do estudo cuidadoso da Palavra de Deus,
completa e infalível".3
A função do
Espírito é iluminar a mente dos que foram chamados para cargos proféticos para
que compreendam a Palavra de Deus e a apliquem com uma profundidade que os que
não têm o dom de profecia não possuem. Talvez soe como verdade recém-revelada –
mas para ser bíblica precisa ser baseada na Palavra de Deus. Existe diferença
entre doutrina e orientação. Na doutrina não há nada de novo, mas Deus dá
orientação nova, que às vezes é confundida com profecia.
Quando profecia
é mencionada junto com falar em línguas, temos outra dimensão. Se compreendo
bem alguns dos meus irmãos, algumas pessoas na congregação podem profetizar em
línguas, para depois serem interpretadas por outras que tenham este último dom.
Não duvido desta possibilidade, com a ressalva de que não envolve revelação
nova, mas algo que o Espírito Santo está fazendo, relacionado dinamicamente com
a Palavra escrita de Deus. O dom de profecia merece talvez uma ênfase maior que
o de pastor ou evangelista. Ao que parece, os profetas do Novo Testamento instruíam,
exortavam, repreendiam e advertiam do julgamento.
Algum tempo
atrás ouvi uma fita gravada que se dizia ser uma nova profecia, por um líder
carismático de destaque. Mas observei que quase tudo o que ele dizia era
baseado na Bíblia. Nada era novo – somente sua ênfase. Ele repetira verdades
bíblicas de uma maneira dramática, aplicando-as a nosso mundo.
Em minhas
pregações também já fiz tudo isto. E já encontrei evangelistas a meu ver
profetas/evangelistas/mestres/pastores; tinham todos estes dons, sobrepostos.
Os profetas do Antigo Testamento prediziam o futuro, principalmente o futuro
relacionado com julgamento sobre cidades ou nações, ou a vinda do Messias. Os
profetas do Novo Testamento tinham um ministério mais parecido com o de
evangelistas. Proclamavam a Palavra de Deus, instando com as pessoas que se
arrependessem dos seus pecados. Perturbavam as pessoas em Seus pecados. O
apóstolo Paulo dedica grande parte de 1 Cor. 14 à profecia. Os crentes de
Corinto estavam tão ocupados com os dons de sinais que Paulo decidiu enfatizar
a importância da profecia.
Uma palavra de
advertência. As Escrituras ensinam claramente que devemos exercer a dom de
discernimento – porque aparecerão muitos profetas falsos. Não há como deixar de
ver as muitas advertências de Jesus e dos apóstolos quanto aos falsos profetas
que viriam, principalmente no fim dos tempos. Muitos serão como lobos em pele
de ovelha. Enganarão muitas vezes o povo de Deus. Por isso entre as cristãos
deve haver os que sabem distinguir entre profetas falsos e verdadeiros. Paulo
estava preocupado com os coríntios porque eles pareciam ter pouco
discernimento, recebendo a qualquer um como verdadeiro profeta de Cristo.
"Porque vocês suportam com alegria qualquer um que chega e anuncia um
Jesus diferente, que não é o Jesus que nós anunciamos. E acenam um espírito e
um evangelho completamente diferentes do Espírito de Deus e do Evangelho que
receberam de nós. ... Aqueles homens são apóstolos falsos, e não verdadeiros.
Eles mentem a respeito de seus trabalhos, e se disfarçam em verdadeiros
apóstolos de Cristo" (2 Cor. 11:4, 13, BLH).
Em certo
sentido cada cristão deve discernir, verificar verdade e engano; porque cada
cristão deve estar enraizado na Bíblia, sabendo o que ela ensina. Mas a Bíblia
também indica que alguns cristãos têm o dom de discernimento em medida
especial.
E as pessoas
que dizem saber predizer o futuro? Muitas pessoas já me fizeram esta pergunta.
O que se exige na Bíblia (teste que se faz) de um verdadeiro profeta
(predizente) é que ele seja cem por cento exato. Não cinqüenta por cento.
Também não setenta e cinco por cento. Nem sequer noventa e nove por cento. Cem
por cento exato!
Evangelista
O termo
"evangelista" vem de uma palavra grega que significa "aquele que
anuncia boas notícias".
Leighton Ford, em seu excelente livro Good New is for Sharing (Boas Notícias Devem Ser
Compartilhadas), aponta para algo que Soará surpreendente para alguns
estudiosos da Bíblia. A palavra traduzida por "evangelista" aparece
somente três vezes no Novo Testamento: 1) Lucas chamou Filipe de evangelista
(Atos 21:8); 2) Paulo disse que Deus deu evangelistas às igrejas (Efés. 4:11),
e 3) ele disse a Timóteo que fizesse "o trabalho de evangelista" (2
Tim. 4:5). Então o dom de evangelizar é simplesmente uma capacidade maior para
transmitir o evangelho.
A mensagem do
evangelista quase tem de girar em volta do "conteúdo" do evangelho. O
evangelista é primeiramente um "mensageiro"; ele dá as "boas
novas". Em sua atuação o evangelista pode incidentalmente ensinar e ser pastor,
mas sua mensagem principal gira ao redor da morte, sepultamento e ressurreição
de Cristo, Sua segunda vinda, e que todas as pessoas precisam se arrepender e
crer.
O evangelista é
um anunciador especial das boas notícias de que Deus estava em Cristo,
reconciliando o mundo consigo. A Igreja, no curso da história, deixou de
receber grandes bênçãos porque algumas denominações não reconheceram com tanta
clareza o dom de evangelista como o de mestre ou pastor. E algumas vezes os
evangelistas foram ignorados ou receberam oposição de sua igreja, como é o caso
de John Wesley: sua
própria igreja rejeitou seu trabalho. Apesar disto quase em cada geração Deus
levantou evangelistas, que muitas vezes tiveram de seguir ao chamado fora da
igreja organizada.
Existem muitas
caricaturas de evangelistas porque os falsos, à maneira de Elmer Gantry, difamaram as centenas de
verdadeiros em todo o mundo. Mas a mesma coisa pode ser dita de alguns pastores
ou mestres que acabam desmascarados como falsos. Um pastor, mestre ou
evangelista conhecido geralmente é alvo de ataques especiais de Satanás. Quanto
mais visível, melhor o alvo. É por isso que o povo de Deus tem de cercar
constantemente com suas orações os que são famosos por causa dos seus dons.
O verdadeiro
evangelista fala ao intelecto, pode ou não envolver as emoções, mas sua tarefa
principal é mesmo falar à vontade. Às vezes a mesma pessoa recebe os dons de
ensino e evangelização. Alguns dos evangelistas mais eficientes que eu conheci
no fundo eram mestres que informavam as mentes das pessoas até mesmo quando
atormentavam suas consciências, através do seu uso da Palavra de Deus. Conheci
muitos mestres e pregadores expositivos que diziam não ser evangelistas – mas
na verdade tinham o dom de evangelizar! Por exemplo: apesar de o falecido Dr. Donald Grey Barnhouse ser um
pastor/mestre, eu encontrei muitas pessoas que receberam a Cristo por Sua
atuação.
Infelizmente
alguns evangelistas gastam tempo demais pensando e até planejando como alcançar
mais resultados visíveis. Esta é uma armadilha em que é fácil cair. O
evangelista tem razão em desejar ver resultados, mas a dom não é garantia de
que estes serão imediatos.
O Rev. James R. Graham Sr.,
missionário pioneiro na China, pregou o evangelho por três anos sem ver
resultados. Quando lhe perguntaram se tinha ficado desanimado, ele respondeu:
"Não. A batalha é do Senhor, e Ele a entregará em nossas mãos."
As Escrituras
nunca nos dizem que devemos procurar resultados, e também nunca repreendem um
evangelista se obtém pouco fruto. Sempre que o evangelho é pregado homens e
mulheres tomam decisões; em silêncio ou em público alguns dizem sim, outros
não, e outros decidem adiar a decisão. Nunca alguém ouve o evangelho sem tomar
alguma decisão!
Nunca devemos
nos esquecer que Noé era um pregador da justiça. Mas depois de 120 anos de
atuação profética e evangelística, somente os que eram da sua família imediata
creram e entraram na arca (Heb. 11:7). Por outro lado alguns que sem dúvida
tinham o dom de evangelizar reprimiram seu dom porque têm medo de ser acusados
de não intelectualismo, emocionalismo, comércio ou preocupação com
estatísticas. Isto são alguns dos meus sutis que Satanás usa para evitar que
quem tem o dom de evangelizar o use.
Para dar um
exemplo, eu me lembro de uma época em meu ministério em que paramos de fazer
estatísticas (devida às críticas). Descobrimos quase imediatamente que a
imprensa exagerava o que acontecia, usando muitas vezes termos errados.
Estivemos em uma cidade, e no dia seguinte o jornal publicou: "Mil salvos
na Cruzada Billy Graham."
Tinha duas coisas erradas nesta manchete: uma, que só Deus sabia quantos foram
salvos ou não – é por isso que falamos de pessoas interessadas, e não de
decisões; outra, não eram mil, mas menos de quinhentos (mais que a metade dos
que foram à frente eram conselheiros treinadas). Por isso voltamos a fazer
estatísticas.
Evangelizar não
é só para os profissionais, isto é, para os que gastam sou tempo integral em
sua vocação. O dom de evangelizar também é dado a muitos leigos. Filipe foi o
único chamado de evangelista na Bíblia, e ele era diácono! Em certo sentido
cada cristão, mesmo não tendo a vocação para ser evangelista, deve sempre fazer
o trabalho do evangelista.
Freqüentemente
as pessoas entendem mal os métodos de evangelizar. Podemos usar centenas de
métodos diferentes; o que conta é a mensagem. Há, no entanto, algumas coisas
que um evangelista não pode fazer. Ele não pode convencer do pecado, da justiça
e do juízo; isto é função da Espírito. O evangelista pode convidar as pessoas a
aceitarem a Cristo, e exortá-las. Mas o trabalho efetivo é feito pelo Espírito
Santo, atuando na mente, no coração e na vontade dos incrédulos. Nós devemos
nos encarregar do possível, e deixar o impossível para Deus.
Há ainda mais.
Se o evangelista quer ter um ministério eficiente, para a glória do Senhor,
atrás da mensagem tem de estar uma vida cheia do Espírito, produzindo fruto.
Jesus prometeu: "Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens"
(Marcos 1:17). Ele dá a força necessária, através do Espírito. Todos as
cristãos devem fazer o trabalho do evangelista trabalhando nisto de tempo
integral ou não! Eu creio que não há opção. É uma ordem do nosso Senhor Jesus
Cristo, e a pressuposição geral da Escritura. "Ide, portanto, fazei discípulos
de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo;
ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou
convosco todos os dias até a consumação do século" (Mat. 28:19, 20).
Pastor
A Bíblia não usa
muito a palavra pastor. No Antigo
Testamento ela aparece mais, no sentido de pastorear ovelhas. No Novo
Testamento aparece uma só vez com a idéia de "pastor de ovelhas"
(Efés. 4:11), ligada intimamente com a tradução veterotestamentária desta
palavra. A palavra também está relacionada muito com o termo para mestre.
Outras formas desta palavra grega também aparecem em duas outras passagens.
Entre as
cristãos a palavra pastor é a
geralmente preferida para designar ministros ordenados. O uso do termo é compatível
com o ministério do nosso Senhor, que aplica o termo "pastor de
ovelhas" a Si mesmo. Assim, os que o Espírito Santo chama para o
ministério pastoral são sub-pastores de ovelhas.
Jesus é chamada
de "o bom pastor" (João 10:11) e "o grande Pastor das ovelhas"
(Heb. 13:20). Pedro fala do "Supremo Pastor" que virá um dia (1 Pedro
5:4). Se Jesus é o Supremo Pastor, é evidente que existem pastores-assistentes;
estes são os ministros do evangelho ordenados e santos não ordenadas, na
congregação, que têm dons de aconselhar, orientar, advertir e guardar o
rebanho. Diversas pessoas foram meus pastores espirituais durante minha vida,
sem serem ordenados ao ministério.
Muitos
conselheiros de jovens, professores de escola dominical, dirigentes de estudos
bíblicos em casas e de grupos de crescimento espiritual na verdade exercem
funções que fazem parte do dom de pastor. Três cartas de Paulo, 1 e 2 Timóteo e
Tito, são chamadas de cartas pastorais, porque dizem ao pastor como cuidar do
rebanho. Em nossas cruzadas nós usamos um "plano pastor": cada
interessado que vem à frente fala com um conselheiro (ou pastor de ovelhas).
Este não precisa ser pastor ordenado; pode ser leigo. Nós pedimos ao
conselheiro que não perca de vista o interessado, escrevendo-lhe, telefonando-lhe,
visitando-o até que a interessado ache uma atmosfera cristã agradável, faça
contatos com outros cristãos, ou se junte a um grupo de estudo bíblico ou de
oração. Se o interessado se encontra em solidão forçada (prisão), o pastor o
ensina como estudar a Bíblia sozinho.
Eu tenho
certeza que milhares de cristãos no mundo todo, que nunca serão pastores de
igreja, têm o dom de pastor, que pode ser unido para ajudar o pastor da igreja
em seu serviço. Os que têm o dom devem usá-lo o máximo possível, lembrando-se
que se não o fizerem estarão entristecendo o Espírito Santo. Muitos pastores de
igrejas estão sobrecarregados; seria ótimo se alguém os ajudasse. Cada um de
nós poderia uma vez perguntar de novo ao seu pastor em que pode ajudá-lo.
Mestre
A palavra grega
usada em Efésios 4:11 significa "instrutor". Depois de a mensagem do
evangelho ter resultado em conversões, os novos cristãos têm de ser ensinados.
Na Grande Comissão (Mat. 28:18-20) logo depois da ordem para discipular vem:
"ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado".
Uma das coisas
que a Igreja mais precisa na atualidade é mais mestres em Bíblia. Mas isto
também está nas mãos soberanas de Deus. Ensinar é simplesmente uma capacidade,
dada pelo Espírito, de firmar na vida de cristãos o conhecimento da Palavra de
Deus e a sua aplicação em seu pensar e agir. O objetivo do ensino é que os
cristãos sejam conformes à imagem de Jesus. Isto pode e deveria ser feita com
simplicidade, amor e profundidade. Há muitos anos atrás eu tive dois professores
de doutrina. Ambos tinham alcançado o grau de doutor, e eram professores
universitários por direito adquirido. Tinham urna coisa em comum: quando
ensinavam suas classes, faziam-no com tanta humildade e amor que às vezes lhes
vinham lágrimas aos olhos. Eu já esqueci há muito grande parte do que
ensinaram, mas ainda me lembro daquelas "lágrimas".
Fiquei sabendo
que a maneira que Paulo pôs as palavras em Efésios 4:11 dá tanta proximidade
aos dons de pastor e de mestre, que quase poderiam ser traduzidos como se
fossem um só dom, "pastor-mestre". Isto reforça a idéia de que o
ensinador espiritual deve ter uma sensibilidade amorosa quanto às necessidades
dos seus alunos.
Alguns dos
melhores ensinadores da Palavra que eu ouvi não tiveram muita instrução formal.
E, em contraste, alguns dos ensinadores mais fracos tinham Ph.D., em diversas disciplinas bíblicas
e correlatas, mas faltava-lhes o dom do ensino, para comunicar seu
conhecimento. Infelizmente alguns seminários se enquadram no conceito secular
de ensinar, e alguns dos melhores ensinadores bíblicos não têm diplomas, e por
isso são impedidos de ensinar em um seminário moderno. Eu temo que, se esta
prática for levada ao extremo, isto possa ser perigoso para a Igreja. Não estou
querendo dizer que Deus não usa nossa capacidade intelectual quando nos
entregamos a Ele, mas o dom espiritual do ensino, como todos os outros dons, é
uma capacitação sobrenatural do Espírito Santo e não um diploma universitário.
Nos últimos
anos eu mudei um pouco de ênfase: comecei a destacar mais, em minha pregação, o
que custa o discipulado, e a necessidade de aprender. Como resultado da nossa
ênfase no preparo de conselheiros para nossas cruzadas Deus fez surgir milhares
de classes bíblicas, e centenas de institutos bíblicos e seminários evangélicos
no mundo todo. Mas a Igreja ainda precisa de mais ensinadores. Eu tenho certeza
que o Espírito deu a centenas, talvez milhares, o dom do ensino, que ou não o
sabem ou não querem usá-lo!
O dom do ensino
pode ser unido em qualquer contexto – seminário teológico, instituto bíblico,
classe de escola dominical, estudo bíblico em casa. O que importa é que quem
tem este Dom o use onde e quando Deus orientar.
Um dos
primeiros versículos da Escritura que Dawson Trotman, o fundador dos Navegadores,
me fez memorizar foi: "Tome as palavras que você me ouviu anunciar na
presença de muitas testemunhas, e entregue-as aos cuidados de homens de
confiança, que sejam capazes de ensinar os outros" (2 Tim. 2:2, BLH). Isto
se parece com uma fórmula matemática para anunciar o evangelho e aumentar a
Igreja. Paulo ensinou a Timóteo; Timóteo transmitiu o que sabia a homens de
confiança; estes homens capazes também ensinariam a outros. E assim o processo
nunca é interrompida. Se cada crente seguisse este método, a Igreja poderia
alcançar o mundo todo com o evangelho em uma geração! Evangelização de massas,
nas quais eu tenho confiança e a que entreguei a minha vida, nunca cumprirão a
Grande Comissão; somente um ministério um-a-um fará isto.
Apóstolo –
profeta – evangelista – pastor – mestre: cinco dons do Espírito Santo. Mas
talvez você esteja dizendo: "Eu não sou nem pastor nem evangelista; outros
têm estes dons, eu não. O que eu tenho a ver com isto?" Muito!
Em primeiro
lugar, pode ser que Deus lhe tenha dado algum destes dons. Pode ser que Deus o
esteja convocando para ser pastor, evangelista ou ensinador da Bíblia. Talvez
você seja um jovem que Deus está chamando para o campo missionário. Talvez você
já não seja tão jovem, mas Deus quer usá-lo como professor de escola dominical
ou em um grupo de estudo bíblico em casa.
Em segundo
lugar, a Bíblia nos ordena que sustentemos os que foram chamadas para liderar a
Igreja. Você deve, por exemplo, orar regularmente por seu pastor, por
missionários e outros envolvidos na obra de Deus. "Orem por mim",
disse o apóstolo Paulo (Efés. 6:19). Diga a estas pessoas que você está orando
por elas e que está interessado no que Deus está fazendo através delas.
Em terceiro
lugar, aprenda dos que Deus colocou em posição de liderança. "Lembrai-vos
dos vossos guias . .. imitai a fé que tiveram. . . obedecei aos vossos
guias" (Heb. 13:7, 17). Agradeça a Deus pelos dons que deu a estes guias,
"com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço,
para a edificação do corpo de Cristo" (Efés. 4:12).
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