A Nossa Participação em Pentecostes
Pentecostes
inclui em seus efeitos não só os que estiveram presentes naquele momento, mas
também os que participaram nos séculos por vir. Talvez possamos usar aqui a
redenção como analogia. Cristo morreu uma vez, por todos; morreu por membros do
Seu corpo que ainda não tinham nascido ou sido regenerados. Desta forma você e
eu nos tornamos membros do Seu carpo, pela regeneração, através do derramamento
do Seu sangue que aconteceu só uma vez. De modo que você e eu participamos de
maneira similar desta nova realidade que é a Igreja. Nós entramos no corpo, que
foi formado com o batismo com o Espírito no dia de Pentecostes, quando
"nos foi dado beber de um só Espírito" (1 Cor. 12:13), e cada crente
se torna participante dos benefícios do corpo no momento da regeneração, da
mesma forma que usufrui a justificação, pelo sangue de Jesus derramado por ele.
Assim o Senhor acrescenta à Igreja os que vão sendo salvos (Atos 2:47).
Pode parecer
estranho dizer que os crentes de hoje participam de um acontecimento de dois
mil anos atrás. No entanto, a Bíblia traz muitos exemplos parecidos com a
redenção e o batismo com o Espírito Santo. Em Amós 2:10 Deus disse ao Seu povo
pecador: "Eu vos fiz subir da terra do Egito, e quarenta anos vos conduzi pelo deserto" (grifo meu), apesar
de o povo do tempo do Profeta Amós viver centenas de anos depois do Êxodo. Fato
é que a nação é toda como uma e contínua; o mesmo acontece com a Igreja.
Uma só Regeneração, um só Batismo
Já que o
batismo com o Espírito acorre no momento da regeneração, a Bíblia nunca nos diz
que devemos procurar por ele. Estou convencido que muitas coisas que alguns
teólogos e pregadores adicionaram ao batismo com o Espírito Santo na verdade
pertencem à plenitude do Espírito. A finalidade do batismo com o Espírito Santo
é fazer o novo cristão adentrar no corpo de Cristo. Não há intervalo de tempo
entre a regeneração e o batismo com o Espírito. No momento em que recebemos
Jesus Cristo como Senhor e Salvador, recebemos também o Espírito Santo. Ele
veio para morar em nossos corações. Paulo diz em Romanos 8:9: "Se alguém
não tem o Espírito de Cristo, este tal não é dele." Não é uma segunda
bênção, nem terceira, nem quarta. Há, haverá e deve haver mais momentos de plenitude mas não mais batismos.
Em nenhuma
passagem do Novo Testamento nós recebemos alguma ordem para sermos batizados
com o Espírito Santo. Se o batismo com o Espírito fosse urna etapa necessária à
nossa vida cristã, com certeza o Novo Testamento estaria cheio dele. O próprio
Cristo o teria ordenado. Nós, cristãos, em nenhum lugar recebemos a ordem de
procurar o que na verdade já aconteceu. Por isso, quando eu era ainda um jovem
seminarista na Flórida e aquele pregador me perguntou se eu já tinha recebido o
batismo com o Espírito, eu estava certo ao dizer que o tinha recebido no
momento da minha conversão.
A Unidade do Espírito
Em 1 Coríntios
12:13 o apóstolo Paulo escreve: "Pois, em um só Espírito, somos todos
batizados em um corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E
a todos nós foi dado beber de um só Espírito".
Paulo estava
falando da necessidade de unidade na desobediente e carnal igreja de Corinto.
David Howard diz:
"Observem a ênfase nestas frases: 'o mesmo Espírito' (vv. 4, 8, 9); 'um
Espírito' (v. 13...): 'um só e o mesmo Espírito' (v. 11); 'o Senhor é o mesmo'
(v. 5): ... 'o corpo é um' (v. 12); 'um só corpo' (vv. 12, 13); 'há muitos
membros, mas um só corpo' (v. 20); 'para que não haja divisão no corpo' (v. 25)."2
Howard continua mais adiante:
"Neste contexto de unidade, Paulo diz: 'Pois, em um só Espírito, somos
todos batizados em um corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer
livres. E a todos nós foi dado beber de um só Espírito' John R. W. Stott (em seu livro Batismo e Plenitude do Espírito Santo,
pág. 20) conclui neste sentido: 'De modo que, neste versículo, longe de ser um
fator divisor, o batismo do Espírito ... é o grande fator de união.'"3
Conclusão deste Assunto
Nisto todos os
cristãos concordam: cada verdadeiro crente tem de ser batizado pelo Espírito no
corpo de Cristo. No entanto, deste ponto em diante as opiniões diferem
significativamente. Mesmo assim, nunca devemos nos esquecer de uma área crucial
em que concordamos.
Para visualizá-la,
relembremo-nos primeiro que a salvação é passada, presente e futura: nós fomos salvos (justificação), nós estamos sendo salvos (santificação), e
nós seremos salvos (glorificação).
Começando com o momento da nossa justificação e terminando na hora da nossa
glorificação, a nossa peregrinação nós chamamos de santificação.
Isto está
relacionado com santidade. E a santidade é fruto da atuação do Espírito em
nossos corações. Sejam quais forem as nossas diferenças quanto a segundo
batismo do Espírito, línguas e plenitude do Espírito, todos os cristãos
concordam que devermos procurar por santidade – sem a qual ninguém verá o
Senhor. Por isso, busquemos ardentemente o tipo de vida que reflete a beleza de
Jesus e mostra que nós somos o que santos (no melhor sentido da palavra) devem
ser!
Como podemos
ter este tipo de vida? Sendo enchidos do Espírito Santo – à medida que Ele atua
em e através de nós, na proporção em que nós nos submetemos a Deus e à Sua
vontade. É este assunto – ser cheio do Espírito – que temos de estudar no
próximo capítulo.
Billy Grahan
O Batismo com o Espírito Pags 12 - 14
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