Gravatá, PE… [ASN] O Espetáculo da Paixão de Cristo no Instituto Adventista Pernambucano de Ensino(IAPE) em Gravatá (PE), a 120km do Recife, reuniu cerca de quatro mil pessoas entre os dias 27 a 29 de março. A apresentação musical envolveu mais de uma centena de voluntários entre alunos da instituição, servidores, professores e voluntários de cidades vizinhas. Com o tema “Esperança e Paixão”, que reconstruiu momentos importantes da vida de Cristo, a encenação atraiu familiares, estudantes de outras escolas, cristãos e curiosos da região e de outros Estados próximos.
Para ver a encenação o público deveria trazer um quilo de alimento não perecível. Segundo os organizadores, cerca de seis toneladas de alimentos foram arrecadadas e entregues a ONG’s como a Casa dos Velhinhos de Gravatá e a famílias carentes do Povoado Insurreição, em Sairé, cidade próxima à instituição. O objetivo do evento foi tornar o internato mais conhecido na região. Além disso, incentivar a solidariedade, colocando em prática os ensinamentos de Jesus, que durante sua passagem pela Terra promoveu atos de amor ao próximo.
Além de exercitar o voluntariado, os alunos puderam desenvolver habilidades artísticas. Com o auxílio dos professores e funcionários do colégio, eles ajudaram na pintura e montagem dos cenários, que foram feitos de madeira, além exercer ações em cenas de interpretação.
A aluna Maria Isabel, 17, atuou em quatro papéis. Para ela, foi um desafio, especialmente por estar em uma semana de provas. No palco, a parte mais difícil foi segurar as lágrimas. Ao representar um dos personagens, a menina não poderia deixar de expressar uma reação de angústia ao ver Cristo sendo maltratado e levado à cruz. “Ao olhar para Maria (mãe de Jesus), as pessoas precisam sentir uma expressão tocante. E foi o que conseguimos vivenciar”, relata Isabel.
Na plateia, a autônoma Ana Rosa observava atentamente cada cena. Ela veio por um motivo especial: seu filho, ainda pequeno, é aluno do colégio e fez parte do espetáculo. O menino, vestido de anjo, parecia estar bem à vontade com o público. “Senti algo fantástico, extremamente emocionante”, comenta Ana. Segundo ela, a instituição possui um ensino diferenciado. “Estamos felizes. A educação daqui é sem comparação. Ele está aprendendo princípios que talvez não encontraríamos em outros lugares.”
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Emoção
Ao fim do espetáculo, o público teve a oportunidade de ver a representação da segunda vinda de Jesus, o início da “eternidade”. Jesus aparece cercado de anjos. É então que entra em cena um coral formado por crianças e adolescentes. Em uníssono eles entoam os versos de um hino tradicional, dizendo: “Glória, glória, aleluia! Vencendo vem Jesus!” Segundo os alunos, um dos momentos mais emocionantes, pois é aí que finalmente eles podem dizer: “Conseguimos, deu certo!” Em seguida, a plateia contempla a Nova Jerusalém em que Cristo chama os fiéis. São momentos descritos pela Bíblia, no livro do Apocalipse.
Os irmãos gêmeos Matheus e Lucas Reed, 22, participam de projetos como este desde 2012. Caracterizados como Jesus Cristo, eles tentam vivenciar o personagem, imaginando o sacrifício do Salvador durante sua passagem pela Terra. Idênticos, eles conseguem intrigar a plateia durante a troca de cenas, que acontece tão rapidamente. Para eles, cada apresentação possui uma emoção única. De acordo com Lucas, a cena da cruz é um momento de reflexão em que ele tem a oportunidade de pensar na razão da morte de Cristo. Para Matheus, o desfecho da encenação é a parte mais importante. “As pessoas podem conhecer a história além do que normalmente é mostrado”, diz, referindo-se à segunda vinda de Jesus ao mundo e a representação da Nova Jerusalém.
De acordo com Israel Elpídio, diretor da instituição, foram cerca de 30 dias de preparação, desde os ensaios até a ornamentação de todo o cenário. A peça teve 1h30 de duração. No dia anterior à apresentação, alguns alunos chegaram a ensaiar até às 11h da noite. Todos os dias eles dedicavam momentos específicos para orar pelo programa – foi a primeira vez que realizaram um evento com esta proporção. Segundo Israel, trabalhar com a juventude é uma verdadeira surpresa. “Não há como prever o que vai acontecer, mas posso ter a certeza de que eles irão fazer tudo com carinho”, afirma. Conforme o organizador e mentor do espetáculo, Marcondes Ricarte, “o objetivo foi alcançado: chegar aos corações através de uma história real e eterna.” Para ele, apesar de muito trabalho, dias e noites muito intensas, “no fim sentimos que Deus esteve à frente e a sensação de dever cumprido toma posse da gente, certos de que, valeu apena.” [Equipe ASN, Daniele Alves e Franck Oliveira]
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