As Boas Novas do Natal declamadas em Cordel
Este poema em forma de cordel relata
a hipotética conversa entre os quatro evangelistas e o apóstolo dos
gentios, terminando com o convite de Maria a que adoremos ao fruto do
seu ventre.
Um dia como outro qualquer - Por Hermes Fernandes
Marcos
Um dia como outro qualquer
Sua voz ecoou pelas praias
da Galileia
Não se ouvia um ruído
sequer
Começava ali sua incrível
odisseia
Arrependei-vos pois
chegado é
o tão esperado reino dos
céus
Não mais por força, mas
pela fé
Que das faces caiam os véus
Mateus
Mas esta história não
começa aí
Antes desta cena tantas
coisas vi
E o que não vi, alguém
relatou
Por isso escrevi e aqui
estou
Um jovem profeta o
antecedeu
abrindo o caminho para o
Galileu
Seu nome João de apelido
Batista
Por onde passou deixou sua
pista
Em pleno deserto atraiu
multidões
De longe e de perto, tocou
corações
Pregou conversão dos pais
aos filhos
E do coração dos filhos
aos pais
Reuniu após si tantos
andarilhos
Gente humilde que anelava
por mais
Até Jesus foi por ele
batizado
No rio Jordão, ao
cumprir-se o prazo
Diante de todos por Deus
aclamado:
Este é meu filho, meu
filho amado
A Ele ouvi, n’Ele me
comprazo
Marcos
O próprio João também deu
testemunho
Se com água batizo com meu
próprio punho
Com fogo e Espírito Ele vos
batizará
O Cordeiro de Deus é quem
vos conduzirá
Ao ouvir tais palavras muitos
o seguiram
Todos te abandonam, alguém
insinua
Convém que Ele cresça e eu
diminua
João respondeu aos que o
arguiram
Cheio do Espírito, doentes
curou
A um povo faminto Ele
alimentou
Sinais indicavam: seu
reino chegou!
Amor verdadeiro Ele
demonstrou
Lucas
Mas a história também não começa daí
De onde terá vindo o jovem galileu?
Alguém, por favor, queira me ouvir
Pois vou lhes contar como nasceu
Um anjo do céu a uma virgem apareceu
Anunciando que ela havia sido escolhida
Seu ventre hospedaria o filho de Deus
Nela se geraria o Salvador, o autor da vida
Sobre ela viria o Espírito Santo
E a cobriria com seu próprio manto
O que para muitos seria um espanto
Pro mundo inteiro, motivos de canto
Foi lá em Belém que ocorreu seu natal
Seu primeiro berço foi uma manjedoura
Embalado ao som do coro angelical
Anunciando aos homens a paz duradoura
Guiados por um astro de brilho intenso
Magos vieram prestar-lhe homenagem
Trouxeram-lhe ouro, mirra e incenso
Só de ver o menino, já valeu a viagem
João
Sinto informar, a história vem de muito antes
É anterior às minas de ouro e diamantes
Aquele menino nos braços da jovem Maria
O Verbo Divino, antes de todos os antes já vivia
Ele é a Palavra que deu origem ao universo
Que tem o direito de exercer primazia
Ele é o poema de Deus em prosa e verso
Sem Ele nada do que existe, existiria
Até Sua cruz, seu perfeito sacrifício
Se deu antes da fundação do mundo
Nem mesmo a luz acesa desde o início
Antecedeu o Cordeiro Moribundo
Nele encerrou-se toda a procura
Cessou-se de vez nosso dilema
O que a outros parece loucura
Aos que creem, sabedoria suprema
Paulo
Ei, amigos, desculpem-me a demora
É que por muito tempo estive fora
Até que um dia Ele me encontrou
Quem? (perguntam os demais)
Aquele de quem vocês falavam agora
O Cristo, o esperado por eras afora.
O Deus Criador por nós se esvaziou
E em forma humana a si mesmo se humilhou
Mas Deus, o Pai, sobre tudo o exaltou
E por Seu sangue a todos reconciliou
Diante d’Ele joelhos se dobrarão
Seu santo nome línguas confessarão
Aos inimigos dará o Seu perdão
Ao que está destruído, restauração
O Deus menino deitado em manjedoura
Foi o mesmo fincado naquela rude cruz
Sua morte nos trouxe à era vindoura
Mas ressuscitou para ser nossa luz
Maria
Adoremos ao Deus que
para encher todas as coisas
a Si mesmo esvaziou
O Todo-poderoso cuja
fraqueza Seu amor revelou
O Deus sábio, onisciente
por cuja loucura a todos salvouFonte - http://www.hermesfernandes.com/2014/12/
Hermes Fernandes. - Um dos melhores blogs em 2014
Nenhum comentário:
Postar um comentário