Papa diz que fundamentalistas são “inimigos de Deus”
O papa Francisco classificou os
extremistas como “inimigos de Deus” durante um discurso feito no Conselho da
União Europeia. O pontífice católico comparece ao evento como chefe de Estado
do Vaticano, o menor país do continente. Em sua fala, Francisco condenou o
fundamentalismo religioso que “nutre um profundo desprezo pela vida humana e
mata de modo indiscriminado vítimas inocentes”, e afirmou que infelizmente o
“terrorismo religioso e internacional” é “financiado por um tráfico de armas
que, muitas vezes, não é incomodado” pelas autoridades responsáveis. O discurso
do papa abrangeu ainda as questões específicas do continente, dizendo que os
cristãos estão dispostos a mostrar a “correta relação entre religião e
sociedade” e oferecer apoio “ao desenvolvimento cultural e social”.
De acordo com o Jornal do Brasil,
o papa Francisco pediu que as autoridades dos países europeus ouçam as
contribuições que a Igreja Católica tem a oferecer na luta pela vida, e
lamentou que o mundo ainda viva conflitos tão intensos.
“Infelizmente, a paz está muito
ferida em muitas partes do mundo, onde irrompem conflitos de vários tipos”,
disse o papa, ressaltando que as “tensões não cessam” e isso influencia
negativamente. [...]
Em sua conclusão, Francisco afirmou
que é preciso recuperar a autoestima no continente e se manter generoso com
quem mais precisa: “Desejo vivamente que se instaure uma nova colaboração
social e econômica, livre de condições ideológicas, que saiba enfrentar o mundo
globalizado, mantendo vivo aquele senso de solidariedade e caridade recíproca
que tanto a Europa ensinou. A obra generosa de centenas de homens e mulheres,
alguns dos quais a Igreja Católica considera santos, que através dos séculos se
empenharam para desenvolver o continente – tanto através da atividade
empreendedora como em obras educativas, assistenciais e de promoção humana”.
Nota: Fundamentalistas assassinos, de
fato, são inimigos de Deus e da humanidade. O problema é que o papa já andou
dizendo que aqueles que leem a Bíblia de maneira literal também são, de certa
forma, fundamentalistas e extremistas. Com isso, ele contribui
para reforçar no imaginário popular a ideia de que seriam fundamentalistas/extremistas/fanáticos
aqueles que consideram histórico o relato dos primeiros capítulos de Gênesis
(leia-se criacionistas). Essa
associação injusta e crescente dos criacionistas com os radicais islâmicos
acabará por prejudicar o primeiro grupo, pacifista por natureza. Veja o que
Ellen White escreveu há mais de um século: “Quando atingirmos a norma que o
Senhor deseja que atinjamos, as pessoas mundanas considerarão os adventistas do
sétimo dia como extremistas esquisitos, singulares e austeros” (Review and
Herald, 9 de janeiro de 1894). [MB]
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