Jóias e Adornos na Bíblia
O uso de jóias e adornos é um assunto que tem trazido algum
desconforto entre os cristãos. Os evangélicos e protestantes ficam um pouco
divididos quanto a este assunto. É preciso saber diferenciar o que é doutrina
bíblica e o que são costumes e normas humanos. Doutrina bíblica são princípios
bíblicos que não podem ser mudados. Costumes são normas humanas que expressa a
vontade de pessoas de certos lugares e épocas. As normas são mutáveis, de acordo
com as gerações, e em nada contribuí para a nossa salvação e expressa a
tendência humana para o legalismo religioso.
Qual é a origem de
enfeites com jóias? A tradição conta que o homem começou a adornar-se após
notar que entre os animais o macho destacava-se das fêmeas pela sua beleza,
então os adornos foram a forma encontrada para que o homem se destacasse entre
as mulheres. Os primeiros adornos eram feitos de chifre polido, espetados no
nariz ou na orelha. É curioso como os piercings já faziam parte da história, e nos homens!
Os egípcios usavam muitas jóias; anéis, colares, braceletes,
pulseiras, brincos, etc... Algumas carregadas de simbolismos, como os
escaravelhos, que eram amuletos muito populares. O uso de adornos, no Egito,
tinha ainda a função de mostrar a diferenciação social e também a devoção
religiosa. Como não lembrar da Cleópatra e todo o brilho dos seus acessórios
nas representações pelo cinema?
Os índios, de quase todas as civilizações, usam sementes,
cocos, plumagens coloridas e penas. Um fato curioso entre eles é que as plumas
são de uso exclusivo dos adornos para os homens, e as mulheres utilizam apenas
pedaços de penas.
Os Romanos usavam muito ouro; pedras preciosas, prata e
cobre, mas, apreciadas mesmo eram as pérolas. Os meninos quando nasciam usavam
um colar com uma espécie de cápsula, onde eram colocadas substâncias protetoras
e o usavam até completar dezassete anos.
Durante a Idade Média o símbolo religioso deu o tom com
crucifixos e relicários que começaram a adornar as pessoas, tanto homens, como
mulheres. Além da religião, as jóias também faziam o papel de distinguir os
indivíduos de acordo com a sua classe social.
A Bíblia Sagrada está repleta de citações onde aparecem homens e
mulheres tementes a Deus; usando jóias e adornos. Rebeca usava pulseiras. Ver
Gênesis 24:22,53, José usava colares. Ver Gênesis 41:42. A Sulamita usava
colares, enfeites, pinturas, vestidos perfumados e perfumes. Ver Cantares
1:10,11; 4:11,14. Ester usava óleos e perfumes especiais. Ver Ester 2:12. O
próprio Deus chegou a permitir o uso de jóias e adornos na construção do
tabernáculo e dos utensílios sagrados. Ver Êxodo 35:20,21. Hoje, quem defende o uso
de jóias, cita esses exemplos para afirmar a sua posição. Mas é bom lembrar que
Deus chegou a permitir até a poligamia e o divórcio, mesmo contra a Sua vontade. Então quem hoje
usa estes textos para defender o uso de jóias e enfeites, deveria aceitar que
o seu cônjuge possa ter outras mulheres ou homens ou pedir o divórcio por motivos banais. Você estaria disposto a isso?
O certo é que todas as pessoas nascem com um senso estético
dado pelo próprio Deus. É por este senso estético que a pessoa escolhe um
carro, uma casa, um tecido, um sapato, um relógio e outro qualquer objeto de
uso pessoal. O feio ou o ridículo não é enaltecido por Deus, ao
contrário; o belo é destacado em toda a Bíblia. Mas para ser belo é preciso enfeitar-se com jóias? Quando Jesus veio, Ele regulamentou e corrigiu muitas coisas
que estavam erradas no passado Velho Testamento. Por exemplo: Ele proibiu o divórcio por
qualquer motivo, enalteceu o casamento e disse que o casamento deve ser
vitalício! Ele também regulamentou o uso de enfeites, jóias e aparência
ostentosa dos cristãos. Veja este textos:
"Não seja o adorno da esposa o que é exterior, como frisado de
cabelos, adereços de ouro, aparato de vestuário; seja, porém, o homem interior
do coração, unido ao incorruptível trajo de um espírito manso e tranquilo, que
é de grande valor diante de Deus. Pois foi assim também que a si mesmas se
ataviaram, outrora, as santas mulheres que esperavam em Deus". I Pedro
3:3-5.
"Quero, do mesmo modo, que as mulheres se ataviem com
traje decoroso, com modéstia e sobriedade, não com tranças, ou com ouro, ou
pérolas, ou vestidos custosos, mas, como convém a mulheres que fazem profissão
de servir a Deus, com boas obras." I Timóteo 2:9,10
As mulheres dos tempos bíblicos eram consideradas santas por
causa do caráter espiritual e o espírito submisso e humilde. Essas mulheres não
usavam roupas que mostravam partes do corpo de uma maneira sensual e nem se
ostentavam com enfeites no corpo ou na roupa. Por quê? Porque eram santas!
Como vimos, na introdução deste tema, os povos pagãos é que
iniciaram o usos de jóias. A relação de enfeites com a apostasia é frequente na
Bíblia Sagrada. Em Ezequiel 23:38-43 traz um relato simbólico, o povo de Deus
aparece como duas mulheres que profanaram o sábado, idolatraram, chamaram
amantes e por eles pintaram os olhos e colocaram enfeites; os beberrões do
deserto lhes deram braceletes e diademas e elas adulteraram. Em Isaías 3:16 a
26 e o capítulo todo é dedicado a advertir a apostasia de Judá e Jerusalém, o reino do Sul. Não se
pode ler o capítulo sem entender a ligação simbólica dos adornos vãos com a
apostasia. O Senhor iria ferir o ponto mais forte do pecado.
Em Oséias 2:13 Deus
diz a origem dos enfeites para o seu povo apóstata: “Pendentes de Baal e suas
gargantilhas”. Em II Reis 9:30 Jezabel, a apóstata, pintou os olhos e se
adornou para seduzir. Em Gênesis 35: 1 a 5 encontramos um exemplo literal de
como o abandono dos enfeites e da idolatria se relaciona com a reconsagração a
Deus. A atitude dos filhos de Jacó deixando os ídolos e argolas é explicada em
Patriarcas e Profetas, 205 e 206: “Jacó decidiu que antes de ir a esse
lugar sagrado (Betel) sua casa deveria estar livre da contaminação da
idolatria. (...) seus filhos também foram tocados por um poder que os
constrangia; (...) então deram a Jacó todos os deuses estranhos, que tinham em
suas mãos e as arrecadas que estavam em suas orelhas...“Indubitavelmente criam
que a eliminação dos deuses estranhos e de todos os adornos perturbadores era
necessária, se Deus havia de ser sinceramente adorado.”
Nós, os Adventistas do 7º Dia temos orientações claras a
respeito do uso de jóias e enfeites, tanto na Bíblia como nos escrito de Ellen
White. Quanto a Bíblia, já vimos os textos de Pedro e Paulo que
proíbem o uso de jóias.
E igreja cristã primitiva, no início, seguiu essas normas
recomendadas pelo Espírito Santo. Em seu livro: “A História da Civilização”, Will
Durant registra a oposição da igreja cristã às práticas pagãs: “As mulheres
evitavam cosméticos e jóias e sobretudo cabelos postiços.” Op. Cit. P. 74 tomo
I. - “A igreja proibiu aos seus fiéis a frequência aos teatros e circos e
também que tomassem parte nas atividades pagãs.” – “Fica também condenados a avareza, a
desonestidade, o rouge, os cabelos tingidos, as pálpebras pintadas, a
bebedeira, o adultério, etc…” Idem tomo II págs. 200, 270, 277.
Tertuliano, um dos pioneiros do Cristianismo Apostólico, e
que viveu no 4º séc. d.C escreveu: “Vesti-vos com a seda da honestidade, com o
linho fino da santidade e com a púrpura da castidade. Assim adornadas, Deus será
vosso amigo.”
É claro que o bom gosto, asseio, combinação de cores, proteção dos
membros e beleza, devem integrar o porte feminino; mas, a mulher cristã
não lançará mãos de coias que Deus aconselha que não seja praticado e
condena.
Veja estes textos também inspirados por Deus:
“Os pecadores acham-se entregues a um engano tremendo. Desprezam e rejeitam o
Salvador. Não reconhecem o valor da Pérola que lhes é oferecido, e lançam-na
fora, só voltando ao seu Salvador insulto e escárnio. Muitas mulheres cobrem-se
de anéis e braceletes, julgando atrair admiração, mas recusa-se a aceitar a
Pérola de alto preço, que lhe asseguraria santificação honra e riquezas
eternas. Que vaidade possui o pensamento de muitos! Ficam mais encantados com
ninharias terrenas, que brilham e cintilam, do que com a coroa de vida imortal,
a qual é a recompensa divina da lealdade.” Mensagens Escolhidas vol. 1, 400
“Se fordes condescendentes com vossos filhos, satisfazendo
os seus desejos egoístas; se neles animardes o amor do vestuário e
desenvolverdes a vaidade e o orgulho, fareis uma obra que decepcionará a Jesus,
que por Sua redenção pagou infinito preço. Deseja Ele que os filhos O sirvam
com afeição indivisa.”Mensagens Escolhidas vol. 1, 319
“Deus quer alguma
coisa em retribuição desse grande sacrifício que por vós fez. Quer sejais
cristãos, não meramente em nome mas também no vestuário e na conversação. Quer
que fiqueis satisfeitos com o trajar-se modestamente, não com tufos e penas e
enfeites desnecessários. Que vos torneis atrativos pela maneira que o céu possa
aprovar. Decepcioná-lo-eis em sua expectativa, queridos jovens?” Mensagens aos Jovens,
346.
“Queridos jovens, vossa disposição para vestir-vos conforme
a moda, usando, para satisfazer a vaidade, ouro e coisas artificiais, não
recomenda aos outros a religião nem a verdade que professais. As pessoas
discretas considerarão vosso desejo de vos enfeitardes como prova de possuís
mente débil e coração vaidoso. O vestido simples e despretensioso será uma
recomendação para minhas jovens irmãs.” Mensagens aos Jovens, 348.
A fuga do plano ideal de Deus no que concerne ao adorno
exterior, tem sido para muitos motivada pela franca rejeição dos ensinos de
Jesus em Sua Palavra, tais pessoas tem sido motivo de escândalo na igreja e
influência negativa no lar.
Na igreja Adventista do 7º Dia, espera-se que não se faça o
uso de jóias, brincos, colares, pulseiras e pinturas exageradas e outros
enfeites mundanos. Portanto, ao considerar os textos bíblicos vemos que o uso
de jóias era um costume no Antigo Testamento, mas que não refletia a vontade de
Deus para Seu povo no que se refere à simplicidade e modéstia, da mesma forma
que a tolerância de Deus com o divórcio e a poligamia não significam a
aprovação de Deus a tais práticas. A Bíblia menciona o uso de jóias, em
passagens simbólicas, que, se entendidas em seu contexto, em última análise, não
sancionam o uso de jóias. A igreja primitiva também mantinha essa posição de
modéstia evitando jóias e pinturas, como demonstrado pelas referências
históricas acima. O testemunho cristão é parte integrante da vida espiritual, e
qualquer jóia ou pintura, ou qualquer outra coisa que dê aparência do mal ou
cause escândalo, precisa ser evitado pelos que, sem reservas, querem servir a
Deus. Veja estes textos: “Abstende-vos de toda a aparência do mal.”
"Assim que não nos julguemos mais uns aos outros; antes seja
o vosso propósito não pôr tropeço ou escândalo ao irmão.” Romanos 14:13
Fonte - http://temasbblicos.blogspot.com.br/2014/1
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