Enfeitar a casa para o Natal significa cometer o pecado da idolatria?
Sab, 15/11/2014
por Ciro Sanches Zibordi
Esse gravíssimo pecado contra Deus consta do Decálogo, mais precisamente do segundo mandamento: “Não farás para ti imagem de escultura” (Êx 20.4). No Novo Testamento, o conceito de idolatria foi ampliado (Gl 5.20; 1 Co 5.11). Para os israelitas, o segundo mandamento restringia-se à adoração aos deuses de ouro, prata, madeira, barro, etc. Hoje, qualquer tipo de idolatria é vedado ao povo de Deus. A avareza, por exemplo, é retratada como uma forma de idolatria (Ef 5.5), um sentimento que impede o ser humano de amar a Deus sobre todas as coisas (Mt 19.24; Lc 12.16-21; 1 Tm 6.10).
À luz das Escrituras, o pecado da idolatria nunca é praticado de modo inconsciente. Quem adora imagens de escultura como se fossem deuses, mesmo fazendo isso por ignorância, fá-lo de maneira intencional, consciente. Quem adora Mamom, da mesma forma, faz isso porque o seu coração está nas riquezas (Mt 6.19-24). Quem idolatra o mundo, como o desviado Demas (2 Tm 4.9), também coloca, de modo consciente, as coisas mundanas no lugar de Deus (1 Jo 2.15-17; Tg 4.4-8).
Se a idolatria é um pecado praticado sempre de modo consciente — ou seja, o idólatra peca objetivamente, pondo o objeto de sua idolatria no lugar de Deus —, por que chamar de idolatria o ato de enfeitar uma casa com um pinheirinho, luzes e bolas coloridas? Afinal, o cristão que faz isso está, consciente e objetivamente, colocando a decoração do Natal secular no lugar de Deus? Ou ele faz isso porque gosta desse período de confraternizações, aprecia o belo e quer externar sua alegria?
Alguém poderá argumentar que a origem de tais enfeites está ligada ao paganismo. Entretanto, se quisermos adotar uma forma de santidade extremada — superior à própria santidade que o Senhor pede de nós, a qual consiste em se apartar de tudo que nos torna objetivamente idólatras —, nos tornaremos legalistas e teremos de reescrever um código de leis contendo uma longa relação de "não toques, não proves, não manuseies" (Cl 2.21).
O Natal secular não é o Natal de Cristo, mas nós, que conhecemos o verdadeiro sentido dessa celebração, não devemos priorizar questiúnculas. O mais importante, nesse época do ano, é nos alegrarmos com as nossas famílias e aproveitarmos para cantar louvores ao protagonista do Natal — Jesus Cristo — e anunciar o seu Evangelho ao mundo. Afinal, se Cristo não tivesse nascido, não teria sido crucificado. E, se Ele não tivesse morrido por nossos pecados, também não teria ressuscitado para a nossa justificação. Feliz Natal a todos!
Ciro Sanches Zibordi
Fonte - http://www.cpadnews.com.br/blog/cirozibordi/apologetica-crista
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