Um cristão deve ser antimarxista
Eguinaldo
Hélio Souza
Um verdadeiro cristão deve ser completamente
antimarxista. Por quê? Pelo simples fato do marxismo ser anticristão.
E o marxismo não é anticristão em sua história. É
anticristão em sua essência. Não é anticristão por ter matado milhões de
cristãos. Antes matou milhões de cristãos por ser anticristão. Esse é um fato.
Qualquer tentativa de negá-lo não passará de no mínimo auto engano e no máximo
pura fraude.
Os ataques do marxismo não são exclusivamente contra o
cristianismo, porém, na prática, ele fez dos cristãos o principal alvo de seu
ódio. “O nazismo odiava o Deus de Abraão; o comunismo odiava todo tipo de deus,
principalmente aquele Deus”, escreveu Alain Besançon. Por ter nascido no seio
do cristianismo e por ter se propagado em países onde este era maioria, os
cristãos do mundo inteiro foram vítimas dessa ideologia. Não houve na história
um único país que tenha adotado o marxismo e não tenha, de alguma forma,
perseguido a Igreja.
Mas o comunismo quer abolir estas
verdades eternas, quer abolir a religião e a, moral, em lugar de lhes dar uma
nova forma e isso contradiz todo o desenvolvimento histórico anterior. [1]
Quando Marx escreveu isso em 1848 no famigerado
Manifesto Comunista, abolir as verdades eternas e abolir a religião só poderia
significar abolir a teologia e a prática cristã, pois essa era a religião de
seu meio. Os mártires cristãos dos países comunistas nada mais foram do que
fruto óbvio de suas intenções.
“Posso entender”, escreveu um pastor que passou anos
sendo torturado por sua fé, “posso entender que os comunistas prendam padres e
pastores como contra-revolucionários. Mas por que os padres foram forçados a
dizer a missa sobre excrementos e urina, na prisão romena de Piteshti? Por que
cristãos foram torturados para tomarem a comunhão com esses mesmos elementos?
Por que a obscena zombaria da religião?” (Era Karl Marx um satanista?, p. 47).
Sim, por quê? Simples, porque o marxismo é anticristão e seu alvo é destruir o
cristianismo tão logo possa fazê-lo.
Deus, salvação, pecado, espírito eram conceitos
negados por Marx e seus seguidores. Só existe a matéria e tudo o mais além
disso eram invenções das classes dominantes para manter sua supremacia.
Envenenado pelo ateísmo de seu tempo sua doutrina não se ateve apenas às
questões políticas e econômicas. Para chegar a estas teve que formular uma
concepção do mundo e da História que suplantasse o próprio Cristianismo e a
história da salvação. Para Marx e Engels, sua teoria filosófica era superior a
tudo o que houve antes. O cristianismo não passava de uma ilusão criada pelas
condições econômicas, um inimigo a ser vencido.
O sistema marxista nunca co-existiu pacificamente com
o Cristianismo. Ou ele tentou dominá-lo, ou destruí-lo, ou corrompê-lo. E assim
o fez. Marx odiava o cristianismo, por que esperar que seus seguidores o
tolerrassem?
Para Marx, de qualquer forma, a religião cristã é uma
das mais imorais que existe (Karl Marx, Vida e Pensamento, David McLellan,
Vozes, p. 54).
Como, pois conciliar cristianismo e marxismo? Qualquer
cristão que tente fazê-lo logo mais sentirá seu ferrão. Andarão dois juntos se
não estiverem de acordo? O objetivo é sempre estabelecer a sharia comunista,
onde as ideias da esquerda destroem qualquer opinião contrária juntamente com
seus opinantes.
Onde chegou o marxismo houve tentativa de destruir o
cristianismo. Talvez um bom exemplo disso seja o que aconteceu na Rússia, onde
prevalecia a Igreja Ortodoxa.
A Igreja Ortodoxa sofreu a mais
longa e a mais intensa perseguição de que lembra a História (..) a Rússia era
cristã há um milênio. A Igreja foi dizimada, visto que a maior parte dos bispos
e dos padres, juntamente com milhares de crentes, tomaram o caminho dos campos.
[2]
E assim foi na China, na Coréia do Norte, no Camboja,
em Cuba e onde quer que a ideologia marxista tenha chegado. Os mártires
cristãos sob essa ideologia superam em muito todos os mártires de toda Era
Cristã. Abaixo, um exemplo da China
O holocausto silente, conhecido como
Revolução Cultural [na China], havia invadido outro lar inocente. Cena
semelhante se repetia há muitos quilômetros ao sul, onde mais de vinte
funcionários da Associação Cristã de Moços e da Associação Cristã de Moças foram forçados a ajoelhar-se
perante um monte de bíblias em chamas. Enorme multidão presenciava o
espetáculo. À medida que as chamas se intensificavam e irradiavam o calor na
direção das vítimas, estas gritavam de dor excruciante. Atormentados por
intensas queimaduras, muitos se suicidaram, atirando-se de altos edifícios. Eram estes os mesmos secretários e pastores
progressistas que apoiaram a política do governo nos anos 50, louvando o
partido comunista por conseguir o que o Cristianismo não havia conseguido em
cem anos. [Grifo meu] [3]
A igreja precisa se opor ao marxismo seja qual for o
nome adotado por ele: socialismo, comunismo, progressismo. Precisa rejeitá-lo
em qualquer área que ele queira se infiltrar: política, filosofia, história,
sociologia, teologia, etc. Precisa falar contra, escrever contra, votar contra.
Precisa combatê-lo como se combate qualquer heresia cristã. Ou antes, como uma
das piores heresias cristãs, pois transformando o Estado em seu Leviatã oprime
a tudo e a todos.
Mesmo que ele se apresente em uma forma amiga e
agradável, não passará de Lúcifer transformado em anjo de luz. Seus frutos
venenosos podem demorar a aparecer e podem ser antecedido pelas flores mais
belas. Isso não diminuirá seu veneno e nem o seu poder destruidor como vemos
hoje na Venezuela.
Não basta ele ser derrotado nas urnas. Precisa ser
extirpado das cátedras, da cultura, das mentes. Não com sangue e força bruta,
mas com inteligência e coragem daqueles que se proclamam cristãos.
Já deixamos o monstro crescer demais. Não somos
inocentes. Sua força nasceu da conivência e da negligência dos cristãos.
Alimentou-se da ganância e da inocência. E se lhe for permitido se imporá sem
dó nem piedade sobre tudo o que é possível se impor, desde a política até a
religião.
1. MARX, K. e
ENGELS, F. Manifesto do Partido Comunista. São Paulo: Global Editora,
1986, p. 35
2. BESANÇON, Alain. Breve tratado de sovietologia. Rio
de Janeiro: Nova Fronteira, 1978.
3. LAWRENCE, Carl. A Igreja na China. São
Paulo: Vida, 1987, p. 25, 26.
Fonte: www.juliosevero.com
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