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quinta-feira, 9 de outubro de 2014

SE OS ADVENTISTAS NÃO PENSAREM EM ESTRATÉGIAS, O QUE ACONTECERÁ?

 

  Fonte - http://questaodeconfianca.blogspot.com.br/2014/10

 

SE OS ADVENTISTAS NÃO PENSAREM EM ESTRATÉGIAS, O QUE ACONTECERÁ?


Esse não será um texto de cunho esportivo. Todavia, para tornar claro meu argumento, recorrerei a um fato recente: o famigerado Brasil e Alemanha, partida da semifinal da copa do mundo. Sei do risco da estratégia; meus leitores não reagem bem a futebol e até publicações denominacionais são criticadas por se referirem ao esporte, mesmo quando a título de ilustração. Entretanto, espero que o leitor inteligente seja motivado a chegar ao fim do texto, ainda que em nome da curiosidade, marca primordial do espírito humano em todas as épocas.
Sem mais: o Brasil foi derrotado pela Alemanha. Outras seleções foram derrotadas em semifinais e não é incomum que o anfitrião sofra revés em uma copa do mundo. A partida ganhou repercussão pelo placar elástico: Alemanha 7, Brasil 1. Os gols alemães se seguiam com uma luxúria esportiva, uma garra, um não sei o quê de glamour que ganharam comentários pelo mundo todo. No Brasil, comentaristas, técnicos, jogadores, comissão técnica, todos se uniram em uma uniformidade quase plena de discursos. Parecia coisa ensaiada. Diziam, sem sequer corar, que aquilo era fatalidade, algo impensável, inusitado. Ficava a sensação de que pelas terras tupiniquins era desconhecida a exuberância do Bayern de Munique, base da seleção campeã da copa.
Ora, não me fale em fatalidade: fatalidade é aquele tipo de tragédia inesperada, incalculada, da qual ninguém pode ser culpado. Atropelar uma pessoa que correu na frente do carro é uma fatalidade: em muitos casos, o motorista nada poderia fazer para evitar a colisão. A explicação da derrota brasileira não se deve às forças getulistas ou a mistérios inusitados. O nome é despreparo, desorganização, desqualificação profissional, chame como quiser. Apostamos tudo no talento individual e esquecemos de que o futebol moderno é diferente daquele de Pelé & cia. Hoje se exige estratégia, tática, diminuir os espaços, marcar sobre pressão, etc.
Como avisei a princípio, o meu interesse não é esportivo. Ressuscitei a derrota homérica impingida sobre o Brasil para refletir sobre nosso espírito nacional no campo eclesiástico. Qual a relação? Assim como nos esportes, gostamos de atribuir sucesso (antecipadamente) ao pretenso talento. Não nos planejamos e escolhemos (propositadamente) as soluções simplistas, evitando reflexões sérias e mudanças necessárias.
Porém, os tempos exigem outras abordagens. Olhe a Igreja Adventista nos EUA: associações encolhendo (um amigo me dizia que em um ano, sete associações se fundiram em duas!), crise nas publicações (a Pacific Press e a Review se fundiram, para equilibrar o fracasso financeiro que vinham acumulando) e uma membresia cada vez mais envelhecida. Pensamos que aqui é diferente. Os membros são envolvidos na missão. As publicações, fortes (a colportagem bate recordes a cada ano). Muitos batismos. Novas igrejas e campos sendo abertos. Ou seja, nosso talento conduz a um sucesso notável.
Porém, os números contam outra história. Crescimento de membros ínfimo, perto do crescimento populacional. Divisões de campos que apenas geram mais gastos organizacionais. E isso sem contar com as mudanças que se avizinham: o que hoje a Europa vive, em termos de secularização e que os EUA passaram a viver nas últimas décadas, já começa a despontar no Brasil. Quando a secularização amadurecer, como os adventistas sul-americanos reagiram? Não muito bem, infelizmente.
Antes de me acusar de pessimismo, é só parar e pensar: se temos importado o que os adventistas americanos fizeram (que, por sua vez, importaram ideias e metodologias do mundo evangélico), como poderíamos esperar nos sair melhor do que eles? A estratégia errada irar gerar fracasso. E isso não poderá ser atribuído à fatalidade. Se o plano divino fosse fielmente seguido nos territórios em que a igreja enfrenta dificuldades, os resultados seriam mais encorajadores. Um amigo que participou de um projeto de missões no Uruguai me disse isso. Todos falam da secularização naquele país. Entretanto, como ele comentava comigo, em cada esquina há um terreiro de macumba – religião afro que nem sequer é originária do país (é, aliás, bem brasileira). A letargia de muitos adventistas uruguaios é que enfraquece os esforços evangelísticos.

Deus nos convida para irmos a Ele e encontra-Lo em Sua Palavra. O Divino técnico nos dará a estratégia vitoriosa, como fez com Josué (Js 5:13-15; aliás, Deus usa metáforas de guerra no texto, mais fortes do que as esportivas…).

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