Seguidores

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Porque como cristão-evangélico eu não voto no PT

 

Fonte - http://www.teologiapentecostal.com/2014/10/


Porque como cristão-evangélico eu não voto no PT

A ideologia pensa ter a chave do mundo
Por Gutierres Fernandes Siqueira


Eu tenho inúmeros motivos para não votar no Partido dos Trabalhadores (PT), especialmente razões econômicas e políticas, mas quero tratar neste post apenas a incompatibilidade desse partido com a minha fé evangélica. Antes de julgar ou comentar este texto peço que o leia até o final. 

Os partidos brasileiros, de maneira geral, são ruins e representam mal a sociedade. Podemos dividi-los em três categorias: os pragmáticos, os ideológicos e os fisiológicos. Essa divisão, vale lembrar, é apenas didática, pois de certa forma não há partido puramente ideológico ou mesmo pragmático. Eu, particularmente acho ruim o pragmatismo e a fisiologia dos partidos, mas não há nada pior do que a ideologia. E o PT é um partido ideológico. 

IDEOLOGIA. Os fisiológicos e os pragmáticos não acreditam possuir a interpretação verdadeira do cosmo. Eles apenas querem o bem prazeroso do dinheiro. Eles não possuem caráter, apenas isso, e nem ideais- graças a Deus (!). Os ideológicos acreditam na chave redentora da própria verdade. Portanto, não há nada mais perigoso para a democracia do que um ideólogo. A democracia é o regime sem verdade oficial. A ideologia é a verdade oficial. É o ídolo secular. Sim, a ideologia é idolatria. E o partido ideológico é uma encarnação religiosa. “A ideologia ‘imita o sofrimento e a morte do Messias’ e pode, assim, ser vista como uma espécie de cristianismo espúrio”, como escreveu David T. Koyzis [1]. Não é por menos que alguns cristãos “progressistas” e petistas usam uma linguagem do “Reino” para justificar o apoio político. O engraçado é que espiritualizam a política da mesma forma que alguns neopentecostais, mas não reconhecem isso. Que feio!

Portanto, a ideologia tudo justifica. Expulsar um corrupto condenado na justiça? Não, nada disso. Ele roubou para a nossa causa, pensam eles. Ele é um herói, gritam os ideólogos nas redes sociais. A justiça que é malvada e burguesa, repetem como clichê. Agora, nesse mesmo partido se expulsou um deputado espírita que militava contra o aborto. Ora, roubar pode, mas o que não pode é discordar da santa doutrina, a sacrossanta ideologia. Isso mesmo: o PT expulsou um deputado por ser contra o aborto, mas não aqueles envolvidos em escândalos de corrupção.

DIVISÃO. É, ao mesmo tempo, o partido que alimenta a divisão do país. E essa divisão atinge em cheio a comunidade evangélica. O "nós" contra "eles" procura, por exemplo, colocar evangélicos e gays e choque permanente. E tudo isso alimentado por uma militância apaixonada pela ideologia acima citada.  A ideologia estraga as relações humanas, como bem escreveu Clodovis Boff, o lado sensato da família da família dos frades, que disse:

Quando, porém, a política se fecha e pretende ultimar o sentido da vida, limitando-o ao horizonte da história, então ela se degrada, avilta das relações sociais e se torna finalmente niilista. A história inteira mostra que o Estado sempre se mostrou inclinado à absolutização, dando-se por sagrado e mesmo divino. De realidade relativa, torna-se facilmente um absoluto, ou seja, um mito, melhor ainda, uma religião mundana. [2]

E, para encerrar, o evangelicalismo brasileiro representa um grande guardião do conservadorismo social. E não há nada que dê mais nojo no PT. 
Gilberto Carvalho, nome preeminente do petismo, já disse que o partido precisa ganhar a batalha das mentes contra os evangélicos. Bom, você vai esperar isso acontecer? 

Referências Bibliográficas:

[1] KOYZIS, David T. Visões e Ilusões Políticas. 1 ed. São Paulo: Edições Vida Nova, 2014. p 41. 

[1] BOFF, Clodovis. O Livro do Sentido: crise e busca de sentido hoje. 1 ed. São Paulo: Editora Paulus, 2014. p 356.

Nenhum comentário:

Postagens de Destaque