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quinta-feira, 24 de julho de 2014

Pecuária causa impacto ambiental até 160 vezes maior que vegetais, diz estudo

Pecuária causa impacto ambiental até 160 vezes maior que vegetais, diz estudo

Por Yuri Gonzaga

Pecuária causa impacto ambiental até 160 vezes maior que vegetais, diz estudo
 
Carne bovina demanda 160 vezes mais terra, oito vezes mais água e causa a emissão de 11 vezes mais gases responsáveis pelo efeito estufa quando comparada a alimentos como arroz, batata e trigo, mostra um estudo publicado nesta semana na revista científica “PNAS”, da Academia Nacional de Ciências dos EUA.

Demais fontes de proteína animal, os laticínios, os ovos e as carnes de porco e de frango são comparáveis entre si em custos ambientais (e muito melhores que a pecuária bovina), segundo o relatório, mas requerem seis vezes mais área, metade da água e ocasiona o dobro da poluição do ar em gases-estufa que vegetais, segundo a pesquisa.

Os pesquisadores, da Universidade Yale, da Universidade Bard (EUA) e do Instituto Weizmann de Ciência (Israel), levaram em consideração a mesma quantidade de energia proveniente dos alimentos, em calorias, para fazer a comparação.

O artigo evidencia as virtudes ecológicas de uma dieta vegetariana, em especial a que abre mão de qualquer ingrediente animal. Segundo suas conclusões, “minimizar o consumo de carne bovina mitiga da maneira mais eficiente o custo ambiental da dieta.”

Os cientistas tomaram como base dados dos ministérios da Agricultura, do Interior e de Energia dos EUA para fazer os cálculos. Os pesquisadores ressaltam, contudo, que a exportação americana de métodos e de costumes, incluindo os hábitos alimentares, a países com populações gigantescas, caso de China e de Índia, dá “significância global” à análise.

Ao comentar os resultados do estudo para o jornal “Guardian”, Tim Benton, professor do departamento de ciências biológicas da Universidade de Leeds (Inglaterra) afirmou que “a maior intervenção que as pessoas poderiam fazer para reduzir a emissão de gases que causam o efeito estufa não é deixar de usar carros, mas deixar de comer carne vermelha.”

Pescado não foi incluído na pesquisa, segundo os estudiosos, por representar apenas 0,5% do total calórico da dieta típica de um americano, e por carência de informações por parte dos piscicultores.

Outro dado importante é a quantidade de fertilizantes com nitrogênio reativo (também danosos ao ambiente) demandada por cada tipo de produto: para a mesma quantidade de energia alimentar, a carne bovina exige seis vezes mais que os outros tipos de proteína animal, que, por sua vez, precisam de três vezes mais fertilizantes que os vegetais considerados.

Outras pesquisas

Um estudo divulgado no mês passado que analisou a dieta de britânicos conclui que, só levando em consideração a emissão de gases responsáveis pelo efeito-estufa, uma dieta que inclui carne é duas vezes mais poluente que a vegetariana.

Uma pesquisa elaborada em conjunto por pesquisadores dos EUA e da Itália e também publicada nesta semana no jornal acadêmico “Climate Change” mostra que, em países em desenvolvimento como o Brasil, os gases-estufa causados pela pecuária (de qualquer tipo) aumentou 117% entre 1960 e 2010, e 51% globalmente.

Fonte: Veg - Folha de S. Paulo - Foto: Evaristo Sá - 24.07.2014

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