Fonte Genizah
O homem que não valoriza o auto-exame pode estar bem certo de que as coisas precisam ser examinadas.C. H. Spurgeon
Muitos pensam que
a igreja está contra a sociedade, o que não é verdade. A igreja é a
favor da sociedade e de tudo aquilo que cooperar “verdadeiramente” para o
seu bem. Na realidade, nenhuma instituição trabalha tanto para o
desenvolvimento e melhoramento da sociedade quanto a igreja. Nós
promovemos valores, princípios, e estilo de vida que não podem ser
encontrados em nenhum outro setor da sociedade. Organismos
internacionais como Anistia Internacional, Green Peace, Cruz Vermelha,
Visão Mundial, entre outros surgiram como trabalho da igreja.
Sejamos
razoáveis, para que benefício real da sociedade trabalham os bancos? E o
que dizer das empresas de automóveis? Qual o benefício das indústrias
tabagistas e do álcool? Qual o benefício da maior indústria
cinematográfica do mundo, a indústria dos filmes eróticos? Qual o
benefício que os bares e discotecas oferecem à sociedade? Ao responder a
estas perguntas descobriremos que na maioria dos casos estes setores
trabalham em benefício próprio, visando o lucro, e em alguns casos
trazem mais prejuízo à sociedade do que benefício.
A igreja promove
os valores da família, promove um matrimônio onde haja amor, onde o
homem seja marido de uma só mulher e a mulher esposa de um só homem, e
com esta atitude os filhos destes matrimônios serão indivíduos mais
confiantes em si próprios, psicologicamente saudáveis, mais amorosos,
generosos e participativos para a construção de um mundo melhor. Quando a
igreja promove a família e a pureza sexual, estamos cooperando para o
fim das doenças sexualmente transmissíveis, que afetam anualmente mais
de 350 milhões de pessoas no mundo, dos quais cinquenta por cento estão
entre as idades de 15 à 24 anos de idade. Quando a igreja promove a
pureza nos relacionamentos dos jovens namorados, coopera para a
não-proliferação de doenças, como também da gravidez indesejada. Uma
gravidez na adolescência certamente prejudicará a carreira dos
envolvidos, tanto escolar quanto profissional. Além disso, na maioria
dos casos, o jovem não tem condições de sustentar a criança, deixando
então, para os pais arcarem com todas as despesas, contribuindo para a
pobreza da sociedade. Outro grande problema, é que uma gravidez na
adolescência pode trazer vários riscos, como, por exemplo, caso a mãe
esteja infectada com alguma DST (doenças sexualmente transmissíveis) o
bebê também nascerá contaminado.
Nenhum órgão
governamental ajuda na libertação e restauração de pessoas viciadas em
drogas e álcool como a igreja faz. Se não fosse a igreja, o Rio de
Janeiro por exemplo, já tinha entrado em guerrilhas incontroláveis há
muito tempo. É a presença da igreja nos morros do Rio de Janeiro, é a
igreja nas favelas, é a igreja na rua, é a igreja evangelizadora e
intercessora, que impede que a cidade chegue ao caos.
É a igreja, com
seu clamor, taxado de moralismo, que tem impedido que este mundo se
autodestrua. É a igreja, com seu clamor e denúncia, que impede a
desumanização da sociedade. Sem a igreja a sociedade vira uma Sodoma e
Gomorra, cujo o pecado vai muito além do moral, mas da prática de toda
sorte de injustiça. Retirar a igreja da sociedade é o mesmo que perfurar
os seus olhos e mergulhá-la num mundo de trevas.
O mundo está cego
demais para ver isto. Hoje, a comunidade aplaude quando um bar ou um
clube é aberto na sua rua, mas quando é uma igreja, vai lá persegui-los.
Creio que toda mulher e toda mãe deveria orar para que uma igreja seja
aberta no seu bairro, ou para que algum cristão evangelize seu esposo e
seus filhos, pois isto significa que seu marido lhe será fiel e seus
filhos evitarão toda sorte de complicações na vida, isto significa que
esta mulher vai dormir em paz. No entanto, o mundo encobre os benefícios
da igreja na sociedade.
John Piper e
Justin Taylor escreveram: “Se você perguntar a proponentes da
pós-modernidade o que está errado no mundo, a resposta será muito
simples. As pessoas são insuficientemente educadas ou governadas. Isto é
o que está errado com o mundo. As pessoas não conhecem o suficiente, ou
não são plenamente vigiadas.”[1]
Será isto
verdade? Façamos uma comparação do nosso mundo pós-moderno, com o mundo
antigo, onde as pessoas eram praticamente, na grande maioria,
analfabetas. Não tínhamos os avanços científicos de hoje, éramos
praticamente cegos há poucas décadas atrás na medicina, até que
Alexander Fleming descobriu a penicilina e abriu as portas para os
antibióticos que preservam um número inimaginável de vidas todos os anos
no mundo. A educação se popularizou, o acesso à informação está à
distância das pontas dos dedos, a tecnologia criou um mundo
incrivelmente rápido e fácil, no entanto não somos melhores e nem mais
felizes que os que vieram antes de nós.
Não há menos
guerras do que havia antes, não há menos violência, não há menos
sofrimento do pobre e do oprimido, não há menos doenças, não há menos
fome e não há menos problemas. Se a resposta do pós-modernismo está
equivocada, o que está errado no mundo? “A resposta mais simples a esta
pergunta é a seguinte: por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo
pecado a morte.”[2]
O que está errado
no mundo é sem dúvida o pecado. A resposta da pós-modernidade para esta
questão nunca tocará no ponto do pecado. Quem deseja falar aos donos
dos bancos sobre o pecado da ganância e o amor ao dinheiro? Quem deseja
falar com as indústrias sobre as injustiças para com seus empregados e
preços abusivos e competição desleal? Quem deseja falar com as
indústrias farmacêuticas, hospitais e médicos sobre a falta de
misericórdia? Quem deseja visitar os escritórios de advocacias,
tribunais e brigadas de polícia para alertar sobre o perigo da mentira?
Quem subirá nos palcos das universidades e escolas para falar aos jovens
sobre o problema da promiscuidade? O homem pós-moderno? Evidentemente
que não! Esta responsabilidade está nas mãos da igreja.
Deus confiou à
igreja a responsabilidade de anunciar ao mundo o que está errado. O
nosso coração pecaminoso é o que está errado no mundo e precisamos
reconhecer isto. O problema do mundo está em mim. O problema é que eu
não reconheço a supremacia de Cristo na verdade e que começo, comigo
mesmo, como a medida de todas as coisas. “Julgo Deus baseando-me em quão
bem Ele desempenha a minha agenda para o mundo, e creio na supremacia
de mim mesmo na verdade. Como resultado, eu desejo um deus que seja
onipotente, mas não soberano. Se eu tiver um Deus que é onipotente, mas
não soberano, posso controlar o seu poder. Mas se o meu Deus for
onipotente e também soberano, estarei à sua mercê.”[3]
João Calvino
escreveu que “não teremos uma idéia adequada do domínio do pecado, a
menos que nos convençamos dele como algo que se estende a cada parte da
alma, e reconheçamos que tanto a mente quanto o coração humano se têm
tornado completamente corrompidos.”[4] Que Deus nos ajude, através de
seu Espírito Santo, a estarmos convencidos de que o que está errado
neste mundo é o pecado. Este pecado não é algo que apenas uns poucos
cometem, mas que permeia o mundo inteiro.
Luis A R Branco é colunista do Genizah
[1] John Piper, Justin Taylor. A Supremacia de Cristo em um Mundo Pós-Moderno: Rio de Janeiro, CPAD, 2007, página 59.
[2] J. Blanchard. Perguntas Cruciais: São José dos Campos, Editora Fiel, 1992, página 14.
[3] Idem, página 68.
[4] COSTA, Hermisten. Calvino de A a Z. São Paulo, Editora Vida, 2006, página 211
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