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quarta-feira, 16 de julho de 2014

Até Que As Finanças Nos Separem



Sim, as finanças podem destruir um relacionamento, seja por causa de dívidas, excesso de gastos, falta de dinheiro ou omissões. Casais com dívidas passam menos tempo juntos, brigam mais e são menos felizes, constatou o pesquisador Jefrey Dew. As brigas por causa de dinheiro sempre acabam afetando outros assuntos do relacionamento. Além disso, causam problemas de saúde como insônia, dores de cabeça, estômago, ataques cardíacos e depressão.

Ao meu ver, a primeira coisa que um casal precisa entender é que quando duas pessoas se unem em matrimônio elas se tornam "uma só carne", uma só pessoa, e isso também vale para a vida financeira. As contas deixam de ser suas ou minhas, e passam a ser nossas. O dinheiro deixa de ser seu ou meu, e se torna nosso. Agora, os dois trabalham juntos para o sustendo do lar e lazer em família.

Precisa haver transparência em todos os detalhes. É claro que você não vai avisar seu cônjuge cada vez que comprar um pãozinho na padaria, mas precisa existir bom senso. Se você sabe que as contas estão apertadas, não vai sair por aí comprando sapatos ou acessórios para o carro. Nesses casos, é necessário que haja conversa franca, acordo e muita maturidade: "Sim, podemos comprar isso agora" ou "Não, isso não é essencial e vai ter que esperar". Comprar escondido nem pensar (a não ser que seja uma surpresa)! Se fizer isso, estará dando um grande salto para a destruição do seu relacionamento, acredite!

No meu ponto de vista, a primeira coisa a se fazer é criar uma conta conjunta, pois isso acaba forçando o casal a pensar na questão do "nosso", além de fazer com que ajam sempre com transparência. No início pode ser difícil, mas com o tempo acaba se tornando natural. É um aprendizado, como acontece em qualquer outra área do relacionamento. "Mas Dani, isso vai acabar com a minha privacidade!". Meu amigo ou minha amiga, se você deseja privacidade na sua vida financeira, então não se case. "Mas e se eu quiser fazer uma surpresa para o meu cônjuge e comprar um presente?" Para uma mente criativa tudo é possível! Faço isso há quase 10 anos (três trabalhando fora e seis sem trabalhar) e sempre deu certo!


Aliás, é bom deixar claro que quando apenas um dos cônjuges trabalha fora, o dinheiro continua sendo da família. Já vi muitos casos de maridos que "jogam na cara" de suas esposas que estão fazendo um grande favor em dar o "seu" dinheiro à elas. Mas esses homens esquecem que enquanto buscam o sustento da casa, a esposa está cuidando das suas roupas, da sua casa, dos seus filhos e da sua alimentação. O trabalho precisa ser feito em equipe, em prol da família! O marido busca o sustento do lar porque ama e se preocupa com a família e a esposa, da mesma forma, cuida do lar porque ama seu esposo e filhos.

Outra coisa importante é entrarem num acordo sobre quem será o responsável pela contabilidade da casa. É essencial que tenham uma planilha de contas, seja no computador ou mesmo num caderno. É necessário saber como andam as entradas e saídas, para que nos momentos de crise saibam identificar as áreas em que os gastos estão passando dos limites e precisam ser cortados ou suspensos por um período.

Cartão de Crédito. Sim, é um grande problema para quem não sabe usar, pois transmite a falsa impressão de dinheiro vivo nas mãos. Hoje em dia os cartões de crédito oferecem muitas vantagens, como pontos para a troca de produtos ou passagens aéreas. Se souberem usar, a família toda sairá ganhando, caso contrário, entrarão na areia movediça das dívidas! Digo o mesmo para o cheque especial. Se você reconhece que um dos dois não possui auto-controle, eliminem esses ítens de suas vidas. Compras somente à vista! Em último caso, utilizem cheques para as compras à prazo.

Se o seu casamento não anda bem por conta das finanças, gostaria de dar algumas dicas de como reestruturar esta área. Mas já aviso de antemão que se os dois não estiverem dispostos a colaborar, nem adianta tentar! Vamos lá:

1 - Trabalhem em equipe contra a dívida. Não adianta nada despejar sua raiva em seu cônjuge, mesmo que a dívida não seja culpa sua. Nessas situações, é ainda mais importante aplicar o conselho de Efésios 4:32: "Sejam bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando-se mutuamente, assim como Deus perdoou vocês em Cristo". Lutem contra a dívida, não um contra o outro. A dívida precisa ser encarada como um inimigo em comum, e essa cooperação está em harmonia com Provérbios 13:10 que diz: "O orgulho só gera discussões, mas a sabedoria está com os que tomam conselho". Em vez de tentar resolver as coisas sozinho, conversem de modo franco e em amor sobre os problemas financeiros e então trabalhem em união. Seus filhos também podem ajudar.

2 - Reconheçam quaisquer erros que tenham cometido. Mas, ao invés de se prenderem ao passado, decidam que princípios seguirão ao tomar futuras decisões financeiras. "Cuidado! Fiquem de sobreaviso contra todo tipo de ganância. A vida de um homem não consiste na quantidade dos seus bens". Lc 12:15 e "Não acumulem para vocês tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem destroem, e onde os ladrões arrombam e furtam. Mas acumulem para vocês tesouros no céu, onde a traça e a ferrugem não destroem, e onde os ladrões não arrombam nem furtam". Mt 6:19-20

3 - Registrem todo o dinheiro que entra e sai durante três semanas ou um mês, depois disso, façam juntos uma análise desse registro.

4 - Aumentem seus ganhos até liquidarem as dívidas. Isso talvez envolva fazer horas extras, realizar serviços temporários, cozinhar para fora ou fazer trabalhos manuais. Mas não exagere a ponto de prejudicar seu tempo com a família.

5 - Reduzam seus gastos. Comprem somente aquilo que for de extrema necessidade. Esperar para comprar algo sem agir por impulso é bom, pois ajuda a ver se você realmente precisa ou apenas deseja comprá-la. "Os planos bem elaborados levam à fartura, mas o apressado sempre acaba na miséria" Pv 21:5.

6 - Moradia. Se possível, mudem-se para uma casa com um pagamento mensal menor. Economizem eletrecidade, água e gás.

7 - Alimentação. Em vez de sempre comer fora, preparem lanches em casa ou marmitas. Fiquem atentos a ofertas e descontos especiais na compra de alimentos. Substitua as marcas mais caras pelas mais populares. No final da feira, por exemplo, você encontra produtos muito mais baratos do que no início.

8 - Transporte. Se tiverem carro (ou mais de um), avaliem se é mesmo necessário ficar com ele(s). Decidam por fazer manutenção preventiva ao invés de trocar por um modelo mais novo. Usem transporte público, bicicleta ou sempre que possível, andem a pé.

9 - Para cada dívida, identifiquem a taxa de juros e os encargos, avaliem as consequências de pagar uma prestação com atraso ou não pagá-la. Leiam com atenção os contratos de empréstimos e faturas. Em seguida, determinem a ordem em que pagarão as dívidas. Uma possibilidade é liquidar a dívida com maior taxa de juros. Outra opção, é pagar todas as outras dívidas menores, pois receber menos cobranças todos mês pode deixá-los mais motivados. Se tiverem empréstimos com altas taxas de juros, talvez seja melhor fazer outro empréstimo com taxas menores para liquidar os outros.

10 - Se perceberem que não conseguirão pagar suas obrigações, negociem novos planos de pagamento com seus credores. Talvez possam pedir uma extensão no prazo ou uma taxa de juros menor. Normalmente, alguns até se dipõem a reduzir a dívida se o restante for pago imediatamente. Sejam honestos e mansos ao explicar a situação: "O seu falar seja sempre agradável e temperado com sal, para que saibam como responder a cada um". Col 4:6 e "...estamos certos de que temos consciência limpa, e desejamos viver de maneira honrosa em tudo". Hb 13:18. Coloquem quaisquer acordo por escrito e assinado. Se o primeiro pedido for rejeitado, não desistam! Leiam Provérbios 6:1-5

11 - Apesar de seus melhores esforços, é possível que você continue pagando seus credores por muitos anos. Mas vocês poderão escolher como encarar as circunstâncias. Em vez de ficar obcecado pelo dinherio ou pela falta dele, escute o conselho que a Bíblia nos traz em 1 Timóteo 6:7-11: "pois nada trouxemos para este mundo e dele nada podemos levar; por isso, tendo o que comer e com que vestir-nos, estejamos com isso satisfeitos. Os que querem ficar ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos descontrolados e nocivos, que levam os homens a mergulharem na ruína e na destruição, pois o amor ao dinheiro é raiz de todos os males. Algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro, desviaram-se da fé e se atormentaram a si mesmas com muitos sofrimentos. Você, porém, homem de Deus, fuja de tudo isso e busque a justiça, a piedade, a fé, o amor, a perseverança e a mansidão". Por estarem contentes com a provisão diária e necessária que Deus tem lhes dado, vocês poderão se preocupar com as coisas mais importantes, como sua relação com Deus e com a família.

12 - E por fim, coloquem num papel as coisas que realmente são valiosas para você e que o dinheiro não pode comprar. Deixe num lugar visível e agradeça a Deus todos os dias por elas!

Minha oração é para que suas finanças não sejam motivo de brigas e discórdias em seu lar. Como Jesus nos ensina, dê valor àquilo que é eterno: "Mas acumulem para vocês tesouros no céu, onde a traça e a ferrugem não destroem, e onde os ladrões não arrombam nem furtam". Mt 6:20. Se preocupem e gastem tempo com o Reino de Deus e sua justiça, que as demais coisas vos serão acrescentadas!


*alguns trechos foram retirados de "A Sentinela" - 1/11/12

Fonte - Genizah

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