REFLEXÕES SOBRE MEIAS-VERDADES
E COMPLETAS MENTIRAS
A revista de circulação mundial A Sentinela,
de 15/12/92, editada pela Sociedade Torre de Vigia, das ‘testemunhas de Jeová’,
trouxe um artigo em destaque com o título “Por Que é Tão Fácil Mentir?” que
apresenta alguns pontos muito bons e desperta séria reflexão. Na página 22
assim define a mentira:
‘1. uma falsa declaração ou ação,
especialmente que seja feita com
intenção de enganar. . . 2. Qualquer coisa que dê ou tenha a intenção de
causar uma falsa impressão’. A intenção é levar outros a crerem em algo que o
mentiroso sabe não ser verdade. Por mentiras ou meias-verdades, ele se empenha
em enganar aqueles que têm o direito de saber a verdade.
Bem explanado, realmente. Mas, se uma
meia-verdade equivale a uma mentira completa, isso sem dúvida se aplica a uma
asserção com omissões, que poderia ser identificada por quem conhece todos os
fatos como tendo “intenção de enganar” ou “causar uma falsa impressão”. Sendo
assim, como fica a bem conhecida declaração em diferentes obras da literatura
da Torre de Vigia (como em A Verdade Que Conduz à Vida Eterna, págs. 90,
91), que com pequenas variações assim reza:
“Mais de 30 anos antes de 1914, as testemunhas de Jeová já diziam que
esse seria um ano muito significativo,
de grandes mudanças, e os fatos confirmam que 1914 foi de fato um ano marcado?”
De fato disseram isso. Todavia, que tipo
de “ano marcado” seria esse? Para quê 1914 foi “marcado”, ou antecipado? Bem,
essa é a parte que a liderança da organização das TTJ não exporá facilmente
pois representa algo bastante embaraçoso. Realmente anteciparam 1914 por mais
de 30 anos, mas como o ano que conheceria o fim da história humana, quando
Russell (fundador da organização) e os
seus seguidores anunciavam
que seriam levados para o Céu, enquanto o resto da humanidade se
encaminharia para o colapso final. Foi
ainda predito que a I Guerra Mundial, que eclodiu então, desembocaria no
Armagedom. Isso pode ser confirmado no livro publicado por essa mesma sociedade
intitulado Está Próxima a Salvação do Homem da Aflição Mundial!, págs.
130 e 131.
Não sendo revelada a história completa
junto com a reivindicação levantada, torna-se evidente àqueles que conhecem bem
os fatos que a intenção por detrás de tal declaração parcial é de que o leitor
seja induzido a ter o mais elevado conceito dessas pessoas, supostamente tão
sábias e bem versadas nas profecias bíblicas a ponto de saberem, por seu estudo
das Escrituras, que 1914 representaria um importante marco na história humana,
com todas as suas impressionantes mudanças no campo político, econômico e
social desde então. E mudanças de fato se deram, mas devido à eclosão da I
Guerra Mundial naquele ano predita equivocadamente também como o início do
Armagedom (ver Cumprir-se-á, Então, o Mistério de Deus, págs. 267, 276),
não por causa do esperado fim da história humana para então.
O tal “ano marcado” pelas TTJ na verdade
significou uma profecia fracassada dos líderes de sua organização Torre de
Vigia—uma mais entre muitas outras, como apresentamos documentadamente nos
vários capítulos desta obra.
Assim, se uma meia-verdade equivale a uma
completa mentira, não seria o caso de que os “historiadores” da STV estarem se
empenhando numa grande farsa e agindo como completos mentirosos ao omitirem
esse importante detalhe do que foi realmente antecipado com respeito a 1914 por
seus pioneiros? A forma em que reconstroem sua história, não constitui
inegavelmente uma distorção dos fatos? A Bíblia oferece um exemplo de como uma
meia-verdade acarretou graves dificuldades: Abraão não contou a história toda
de seu relacionamento com Sara e isso causou sérios problemas para ele e
Abimeleque—Ver Gênesis, capítulo 20.
Fonte - O desafio da torre de Vigia pag. 29,30
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