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segunda-feira, 12 de maio de 2014

Há problema em o cristão se submeter à cirurgia plástica?

Emanuelle Sales

De acordo com a Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos, aproximadamente 2 milhões de pessoas se sujeitam à cirurgia plástica todos os anos. Quem nunca pensou em dar uma ajeitadinha no nariz, esticadinha no rosto ou arrumadinha na barriga, achando que isto o faria se sentir melhor com o espelho e mais seguro emocionalmente? Infelizmente, às vezes o resultado é uma catástrofe, deixando a pessoa mais pra baixo ainda.
Que fique bem claro que cirurgia plástica não é garantia de beleza. É um risco que se corre, torcendo para ficar com a aparência dos sonhos. Mas a medicina está cada dia mais evoluída, contando com médicos capacitados e equipamentos de última geração que podem dar um final feliz para sua história com o bisturi. Existe uma grande chance de você realmente ficar melhor! Seria mentira dizer que vai dar tudo errado, afinal, é mais provável que dê certo. 

Mas, como cristãos, podemos passar por esse tipo de procedimento? Siga os passos para tirar suas conclusões:

Passo 1: Saiba que alterar o corpo assim não é algo natural, há sempre riscos e possíveis efeitos colaterais — físicos e emocionais. Um caso que chocou o País foi o da Bruna Felisberto, eleita Miss Rio Grande do Sul em 2009. Ela foi aconselhada a fazer uma plástica no nariz para ter mais chances de vencer o concurso nacional. Porém, a operação foi um fracasso. O dorso do nariz ficou com uma cicatriz bem funda, num formato de lombada, e a ponta arrebitada em 160 graus. A gaúcha ainda passou a ter sérios problemas de respiração. Sobre a rinoplastia, você sabia que de cada 10 pacientes, quatro voltam ao consultório para retocar ou corrigir erros da primeira intervenção cirúrgica?

Passo 2: Cuidado para não gastar o dinheiro que não tem. A Bíblia diz: “O rico domina sobre o pobre; quem toma emprestado é escravo de quem empresta” (Provérbios 22:7). Deus não quer que você se enfie em dívidas. Sua família tem necessidades que precisam ser supridas, e a despesa com cirurgia plástica não deve vir antes das prioridades do lar, como boa alimentação, estudo, roupas de qualidade, passeios agradáveis, bons livros… e assim vai. Li a notícia de um garoto que decidiu ficar igual ao boneco Ken, o famoso marido da Barbie. Até onde soube, ele já tirou do bolso o equivalente a 200 mil reais para 90 procedimentos cirúrgicos. Outra mulher, Janet, de 50 anos, pagou o equivalente a 32 mil reais para ficar como a filha de 22 anos. Estou falando de pessoas comuns que representam um grupo gigante que não mede esforços ou recursos para alcançar seu ideal de beleza. Para muitos, nem é preciso ir tão longe para causar grandes problemas em sua conta bancária.

Passo 3: Pergunte a Deus o que Ele acha de você fazer uma cirurgia plástica. A gente acaba agindo como se Ele tivesse muita coisa mais importante pra resolver do que se preocupar com nossa beleza. “Lancem sobre ele toda a sua ansiedade, porque ele tem cuidado de vocês (I Pedro 5:7). Viu só? TODA ansiedade, e não só a parte que os seres humanos julgam relevante.

Passo 4: Pense na hipótese de tudo dar errado. Já perdi as contas de quantas vezes fui ao cabeleireiro e depois passei dias chorando por causa do resultado. Mas fico feliz que minhas frustrações foram somente por causa de cabelo, que cresce e volta ao normal com o tempo. Se a decepção fosse com uma cirurgia plástica, com certeza o drama seria bem maior. Às vezes, os erros são irreversíveis e, quando é possível amenizar o estrago, é necessário muito tempo, dinheiro e paciência.

Passo 5: Antes, embeleze a alma, que é imperecível! A beleza, por maior que seja, um dia é levada pelo tempo. Nem mesmo o médico mais competente pode reverter de vez o envelhecimento. As cirurgias plásticas e intervenções estéticas vão perdendo seu efeito. As partes do corpo que foram elevadas, vão cair novamente. A pele cosmeticamente alterada vai eventualmente enrugar. Não dá para enganar o relógio biológico por muito tempo, por isso não coloque todas suas esperanças num bisturi, nem baseie sua felicidade no que se vê no espelho.

Passo 6: Defina seu objetivo. Muitos nasceram com uma deformidade física e abnormalidade, ou a adquiriram em algum momento, e é comum quererem se sentir “normais” e confortáveis consigo mesmos. Porém, grande parte das cirurgias plásticas são feitas na tentativa de preencher vazios emocionais, chamar atenção ou conseguir a aprovação das pessoas. Quando esta for a motivação, cuidado! É fundamental saber que não se resolve o vazio no peito nem a insegurança da alma com uma mudança no visual. Às vezes, uma repaginada faz bem e nos deixa contentes, mas este é um efeito que perde rapidamente sua eficácia. Não dá para basear nosso bem-estar nele. Se perceber que está buscando na cirurgia plástica a solução para sua deprimência e baixa autoestima, pare! Seu coração precisa com urgência de um cuidado interior, e você sabe onde consegui-lo.

Fonte - http://noticias.adventistas.org/pt/coluna/emanuele-salle 

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