Fonte - http://veja.abril.com.br/noticia/saude/alta-dose-de-antidepressivo-aumenta-risco-de-suicidio-diz-estudo
Comportamento suicida foi duas vezes maior naqueles que tomaram dose acima das recomendada
Além de ter levado ao comportamento suicida, os
antidepressivos tiveram uma eficácia moderada entre os pacientes de até
24 anos
(Thinkstock)
CONHEÇA A PESQUISA
Título original: Antidepressant Dose, Age, and the Risk of Deliberate Self-harm
Onde foi divulgada: periódico Jama Internal Medicine.
Quem fez: Matthew Miller, Sonja A. Swanson, Deborah Azrael, Virginia Pate e Til Stürmer.
Instituição: Faculdade de Saúde Pública de Harvard, nos Estados Unidos.
Resultado: Pacientes que receberam altas doses de antidepressivo tiveram duas vezes mais comportamentos suicidas do que aqueles que tomaram a dose usual. Também foi visto que a eficácia do medicamento em indivíduos de até 24 anos é modesta.
A pesquisa contou com a participação de 162 625 pessoas com idades
entre 10 e 64 anos e que foram diagnosticadas com depressão. Todas
iniciaram, entre 1998 e 2010, o tratamento com uma das classes de
antidepressivos mais prescritas por médicos, chamada inibidores
seletivos de recaptação de serotonina (ISRSs), em particular fluoxetina,
o citalopram e a sertralina. A única diferença foram as doses do
medicamento: um grupo utilizou uma dosagem considerada usual e o outro
foi medicado com uma dosagem mais alta.Título original: Antidepressant Dose, Age, and the Risk of Deliberate Self-harm
Onde foi divulgada: periódico Jama Internal Medicine.
Quem fez: Matthew Miller, Sonja A. Swanson, Deborah Azrael, Virginia Pate e Til Stürmer.
Instituição: Faculdade de Saúde Pública de Harvard, nos Estados Unidos.
Resultado: Pacientes que receberam altas doses de antidepressivo tiveram duas vezes mais comportamentos suicidas do que aqueles que tomaram a dose usual. Também foi visto que a eficácia do medicamento em indivíduos de até 24 anos é modesta.
Os pesquisadores constataram que aqueles que começaram a terapia com as doses mais altas tinham duas vezes mais comportamentos suicidas do que o outro grupo. Segundo os dados do estudo, havia um comportamento suicida — que inclui desde pensamentos sobre morte até o suicídio em si — em cada 150 pacientes tratados com altas doses. Apesar dos resultados, a pesquisa não explica por que altas doses podem aumentar a incidência desse comportamento.
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"Também constatamos que a eficácia dos antidepressivos entre os pacientes de até 24 anos foi modesta e vimos que a dosagem não é necessariamente relacionada ao melhor efeito do medicamento. Nossa pesquisa é um incentivo aos médicos a evitarem a alta dosagem para o tratamento sem necessidade e a monitorarem de perto os pacientes que tomam antidepressivos", explica Matthew Miller, coautor do estudo e professor do Faculdade de Saúde Pública de Harvard.
Oito sintomas causados pela depressão
1. Alteração do humor
O principal sintoma da depressão é o humor deprimido, que pode envolver
sentimentos como tristeza, indiferença e desânimo. Todos esses
sentimentos são naturais do ser humano e nem sempre são sinônimo de
depressão, mas, se somados a outros sintomas da doença e persistirem na
maior parte do dia por ao menos duas semanas, podem configurar um quadro
de depressão clínica. “O humor deprimido faz com que a pessoa passe a
enxergar o mundo e a si mesma de forma negativa e infeliz. Mesmo se
acontece algo de bom em sua vida, ela vai dar mais atenção ao aspecto
ruim do evento. Com isso, o paciente tende a se sentir incapaz e sua
autoestima diminui”, diz o psiquiatra Rodrigo Leite, do Instituto de
Psiquiatria da USP.
2.Desinteresse por coisas prazerosas
Perder o interesse por atividades que antes eram prazerosas é outro
sintoma importante da depressão. O desinteresse pode acontecer em
diferentes aspectos da vida do indivíduo, como no âmbito familiar,
profissional e sexual, além de atividades de lazer, por exemplo. “O
paciente também pode abrir mão de projetos por achar que eles já não
valem mais o esforço, deixar de conquistar novos objetivos ou de
aproveitar oportunidades que podem surgir em sua vida”, diz o psiquiatra
Rodrigo Leite.
3. Problemas relacionados ao sono
Pessoas com depressão podem passar a dormir durante mais ou menos tempo
do que o de costume. É comum que apresentem problemas como acordar no
meio da noite e ter dificuldade para voltar a dormir ou sonolência
excessiva durante a noite ou o dia.
4. Mudanças no apetite
Pessoas com depressão podem apresentar uma perda ou aumento do apetite —
passando a consumir muito açúcar ou carboidrato, por exemplo. Segundo o
psiquiatra Rodrigo Leite, não está claro o motivo pelo qual isso
acontece, mas sabe-se que, somado a outros sintomas da doença, a
alteração do apetite que persiste por no mínimo duas semanas aumenta as
chances de um paciente ser diagnosticado com depressão.
5. Perda ou ganho de peso
Mudanças significativas de peso podem ser uma consequência da alteração
do apetite provocada pela depressão — por isso, são consideradas como
um dos sintomas da doença.
6. Falta de concentração
Em muitos casos, a depressão também pode prejudicar a capacidade de
concentração, raciocínio e tomada de decisões. Com isso, o indivíduo
perde o rendimento no trabalho ou nos estudos. Segundo a psiquiatra Mara
Maranhão, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a depressão
pode impedir que o paciente trabalhe ou estude, ou então faz com que ele
precise se esforçar muito para conseguir concluir determinada
atividade.
7. Cansaço
Diminuição de energia, cansaço frequente e fadiga são comuns em pessoas
com depressão, mesmo quando elas não realizaram esforço físico. "O
indivíduo pode queixar-se, por exemplo, de que se lavar e se vestir pela
manhã é algo exaustivo e pode levar o dobro do tempo habitual", segundo
o capítulo sobre depressão do Manual Diagnóstico e Estatístico de
Transtornos Mentais (DSM-5), feito pela Associação Americana de
Psiquiatria.
8. Pensamentos recorrentes sobre morte
Em casos mais graves, pessoas com depressão podem apresentar
pensamentos recorrentes sobre morte, ideação suicida ou até tentativas
de suicídio. A frequência e intensidade dessas ideias podem mudar de
acordo com cada paciente. "As motivações para o suicídio podem incluir
desejo de desistir diante de um obstáculo tido como insuperável ou
intenso desejo de acabar com um estado emocional muito doloroso", de
acordo com o DSM-5.
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