Mais uma matéria imperdível do site Genizah, que eu não poderia deixar de publicar. Roberta Lima, não faz apologia ao sexo pelo sexo, nem demoniza ninguém, porém aborda o assunto de forma equilibrada levando as pessoas a ter que refletir sobre o assunto.
O tema é importante por que ainda é tabu entres as igrejas evangélicas, qque se negam a falar do assunto e quando falam, só tem um argumento: "tem que ser assim, e pronto"
Leia você vai gostar
Será que Deus habita o meu coração e o diabo o meio de minhas pernas?
Roberta Lima
Ser mulher,
cristã, adulta e não casada é, no mínimo, complicado. Além da óbvia e
costumeira cobrança da família, amigos e igreja para que você brevemente
se case, bem como as inúmeras tentativas bem intencionadas (será mesmo?
Risos) de te encontrarem o par perfeito, a pessoa ideal, a sua outra
metade da laranja, a tampa da sua panela ou a costela perdida - em bom
evangeliquês - há também a questão pessoal:
Como ser
solteira, cristã, adulta e santa? Entendendo “santa” como “casta” para a
situação que por hora abordamos. Será possível mesmo andar em
santidade-castidade quando se é um adulto cristão? Como é que se
namora?
Muitos já tiveram
suas experiências e afirmam que, depois que você começa, fica difícil
parar e como já ouvi certa vez, para que se guardar quando não se é mais
virgem mesmo? Há também o argumento de que é impossível se conter, é a
natureza, são os impulsos. Totalmente compreensível, pois é difícil não
ceder a um impulso que detona tanto prazer e satisfação para nosso
corpo. Mas creio que a questão não está no impulso em si, mas sim no
fato de que não queremos conte-lo, pois é um impulso que nos premia com
sensações maravilhosas e intensas e hoje com as várias formas de
prevenção e contracepção, as consequências não são, de forma geral,
danosas, mas sim prazerosas.
Tratar desse
assunto no contexto cristão ainda é difícil. Há o problema da cultura
religiosa que trata pecados sexuais como pecados “piores” do que outros.
Mesmo que pareçam imperdoáveis no ambiente eclesiástico, os pecados
sexuais são pecados e ponto, nem maiores e nem piores do que qualquer
outro. Afirmações de que a pessoa esteja sob a influência de um espírito
maligno ou enumerar um número sem fim de maldições também não é o
caminho mais viável para abordar o assunto, pois a maior parte dos casos
refere-se simplesmente a algo físico e orgânico, ou seja, próprio da
natureza humana saudável. Alegar também que se o casal de namorados não
se guardar será afetado pelo resto de seus dias em seu casamento é
cruel, reducionista e ouso dizer que inverídico.
Em meus anos de
caminhada cristã tenho visto casais que não se tocaram, que oraram por
meses e até anos, se casaram e vivenciaram um retumbante fracasso.
Conheci outros que se arriscaram na mesma prática e deram certo. Em
contrapartida há aqueles que não conseguiram segurar a onda, não se
guardaram e vivem muito bem casados até hoje, e outros não. Conheço
pessoas que fizeram a antiga corte, conheço os que oraram, conheço os
que não oraram, conheço os que esperaram até o dia “D”, conheço os que
não esperaram pelo dia “D” e o que posso afirmar de tudo que vi?
Afirmo o óbvio:
não há uma regra fixa, uma lei definida. Estamos falando de
relacionamentos e não de uma regra básica de matemática simples, pois
sabemos que nessa conta 1+1 não é necessariamente igual a 2.
Não pretendo
espiritualizar ou desespiritualizar essa questão tão polêmica e delicada
em nosso meio. Como mulheres podemos vivenciar várias situações: fazer
sexo achando que é amor e para sempre, fazer sexo com um amigo por achar
que será menos complicado, fazer sexo por simples atração e sem
encanação e nos sentirmos péssimas depois, podemos escolher não fazer
sexo e esperar o casamento e acabar decidindo não casar, podemos fazer
sexo solitário e até mesmo sexo virtual, podemos pensar em nunca mais
pensar em fazer sexo, fazer sexo antes de nos converter, fazer sexo
depois de nos converter e mais importante do que tudo o que podemos
fazer ou deixar de fazer em relação ao sexo, é o fato de que podemos nos
ARREPENDER por praticá-lo de uma forma que não glorifica ao PAI.
Sim, creio que em
meio a tanta erotização, deturpação e banalização do sexo, em meio a
tanta cobrança para praticá-lo ou não praticá-lo [você só precisa
escolher por quem quer ser linchado – pelo “mundo” ou pela “igreja”], em
meio a tanto falatório sobre o assunto, o que me interessa mesmo é o
que o PAI pensa sobre isso e noto que a Bíblia bate forte em relação as
perversões sexuais e estipula um modelo seguro para a prática do mesmo –
o qual comumente chamamos de casamento.
Friso que,
naquela época, o casamento não se fazia no cartório e nem na igreja. Ao
contrário do que muitos hoje imaginam, não é um juiz de paz ou um
clérigo que me fará ser casada e creio que o ser casado é o que
justamente me dá legitimidade para a prática de um sexo puro e santo.
Não desmereço o casamento no cartório ou pela igreja, são ritos válidos e
lindos, mas não se engane, há pessoas que por esses ritos passaram e
depois de anos juntas ainda não se sabem casadas.
Será o sexo entre
eles santo e puro? E quanto aos maridos que forçam suas mulheres? E
quanto as mulheres que se entregam aos seus maridos não pelo simples
prazer da entrega, mas porque querem aquele agradinho a mais e sabem que
isso se consegue na cama? Não seria também praticar o sexo de forma
pervertida ainda que legalizada pelo casamento? Onde há legalidade há
também legitimidade?
Não tenho a
pretensão de ser baluarte da santidade e pureza sexual de ninguém, pois
tanto casados como solteiros têm suas pressões e a diretriz do PAI é
única a todos: não pequem, fujam das tentações, sejam santos como eu sou
santo.
A que conclusões se pode chegar?
Sinceramente, não
sou eu quem te direi. Creio num caminhar pessoal e individual com o PAI
e aquilo que pode ser tranquilo e normal para você pode provocar no
próximo um desmoronamento moral e um degringolar de sua santidade
sexual.
Creio sim, ser
possível vivermos uma sexualidade santa, sadia e plena. E, como em todas
as coisas, precisamos da companhia de Cristo a nos guiar, instruir e
guardar até mesmo de nós mesmos, de nossos desejos que podem até ser
lícitos, mas não nos convir.
Equilíbrio,
moderação, consciência do evangelho, humildade e intimidade com o PAI
são alguns elementos de uma fórmula que só você pode manipular e dosar
para o seu bem estar sexual, seja como solteiro, namorado, noivo ou
casado.
Finalizo com
um pensamento de Jonathan Edwards: “a maioria dos cristãos vive como se
Deus habitasse seu coração e o diabo o meio de suas pernas”.
Sabemos que Deus
nos habita por inteiro, não tenhamos medo de nossa sexualidade, não nos
assombremos com essa dimensão de nossa existência, aprendamos que em
nossa vida sexual como em todas as demais áreas de nossa vida:
DEPENDÊNCIA DE DEUS será sempre a melhor escolha.
Roberta Lima é a organizadora do blog Meninas do Reino, damigas do Genizah
Leia Mais em: http://www.genizahvirtual.com/2014/03/sera-que-deus-habita-o-meu-coracao-e-o.html#ixzz2wuKzCKnB
Under Creative Commons License: Attribution Non-Commercial Share Alike
Nenhum comentário:
Postar um comentário