Na Europa, os adventistas apelam à Aliança do Domingo para não discriminar
Uma aliança para promover o equilíbrio entre vida e trabalho na
Europa está pressionando os membros do Parlamento Europeu a aprovarem
domingos livre de trabalho no continente. Acima, uma sala de comissão da
União Europeia, em Bruxelas, na Bélgica. [foto: Wikimedia Commons]
Objetivo de promover o equilíbrio entre trabalho e vida poderia sair pela culatra contra as minorias religiosas, dizem especialistas
February 11, 2014
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Silver Spring, Maryland, Estados Unidos
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ANN staff
Uma aliança para promover o equilíbrio entre a
vida profissional e a coesão social na Europa reiteirou o seu apelo por
domingos sem trabalho numa conferência em Bruxelas, na Bélgica, no mês
passado.
A Aliança
Europeia Pelo Domingo, uma coalizão de alianças dominicais nacionais,
sindicatos, organizações da sociedade civil e comunidades religiosas
estabelecida em 2011, está realizando pressão junto ao Parlamento
Europeu, mas continua a causar problemas aos defensores da liberdade
religiosa.
Na
Segunda Conferência de Domingos Sem Trabalho e Emprego Decente, a
aliança lançou um compromisso visando aos membros atuais e futuros do
Parlamento Europeu, pedindo aos legisladores que promovam uma legislação
que “respeite” o domingo como “dia de descanso” e garanta horas de
trabalho justas.
“Um
domingo isento de trabalho e horas decentes de trabalho são de suma
importância para os cidadãos e os trabalhadores em toda a Europa”, um
documento distribuído pela aliança dizia, acrescentando que a ampliação
da semana de trabalho para “tarde da noite, noites, feriados e domingos”
está pondo em risco a saúde, segurança, vida famíliar e privada dos
trabalhadores.
A
aliança também argumenta que uma semana de trabalho mais longa, com
menos feriados, não é a resposta para a Europa, cercada por problemas
financeiros—em vez disso favorece a criação de empregos e a
competitividade. “Competitividade requer inovação, inovação exige
criatividade e criatividade precisa de recreação”, afirma o documento.
Argumentos
econômicos à parte, as minorias religiosas na Europa—entre as quais
muçulmanos, judeus e adventistas do sétimo dia—preocupam-se com que a
proposta venha a infringir na liberdade de expressão das crenças
religiosas, apesar de suas metas aparentemente bem-intencionadas de
reduzir o estresse e o excesso de trabalho.
“Milhões
de cidadãos europeus pertencentes a minorias religiosas podem ser
afetados pelas aspirações da lei dominical da União Europeia”, declarou
Liviu Olteanu, diretor de Relações Públicas e Liberdade Religiosa da
Divisão Inter- Europeia da Igreja Adventista (EUD).
Num
comunicado à imprensa de 21 de janeiro, a EUD endossou a posição de
Hannu Takkula, um membro finlandês do Parlamento Europeu, que se
manifestou contra os domingos sem trabalho. “A legislação nunca deve
discriminar por motivos religiosos. Uma lei de criação de domingo como
dia sem trabalho universal faria exatamente isso”, disse Takkula num
recente comunicado à imprensa.
“A
liberdade de religião e de crença é um valor europeu essencial. . . . A
União Europeia tem de garantir a todos os direitos e liberdades iguais
para a celebração do dia de descanso de suas convicções”, acrescentou.
John
Graz, diretor de Relações Públicas e Liberdade Religiosa da Igreja
Adventista a nível mundial, disse que estava satisfeito por Takkula e
outros membros do Parlamento tomarem uma posição clara contra os
domingos sem trabalho. “Nós instamos todos os legisladores na Europa a
proteger os direitos de todas as pessoas de fé, incluindo aqueles que
não observam o domingo como dia de descanso”, disse Graz.
Os
adventistas na Europa têm questionado os efeitos de domingos sem
trabalho desde que a Aliança Europeia do Domingo foi estabelecida. Em
2011, Raafat Kamal, diretor de Relações Públicas e Liberdade Religiosa
da Igreja Adventista no Norte da Europa, disse que os adventistas
“apoiam a noção de que as pessoas precisam de um dia de descanso para
obter um equilíbrio entre a profissão e a vida”, mas “ao mesmo tempo,
queremos ter certeza de que aqueles que não observam o domingo como dia
de descanso religioso designado sejam respeitados”.
Agora,
Olteanu está apelando diretamente aos membros do Parlamento Europeu a
“não interferirem nos assuntos relacionados com a liberdade religiosa e a
liberdade de consciência, propondo ou aceitando leis que afetem a
liberdade religiosa das minorias religiosas”.
Olteanu
incentivou os membros da Igreja Adventista na Europa a orarem pela
situação e entrarem em contato com os seus respectivos membros do
Parlamento ou candidatos do Parlamento Europeu, fazendo ‘lobby’ por suas
liberdades religiosas. “Devemos comprometer-nos com sabedoria,
equilíbrio e uma atitude positiva como sendo embaixadores da liberdade,
esperança e paz, amando os outros, mas buscando sempre promover e
defender a liberdade religiosa para todas as pessoas”, disse Olteanu.
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