Eu aplaudi de pé, a coragem do meu velho professor, Pastor Horne Silva, que à semelhança dos profetas do passado, denunciou com ênfase o estilo mundano de música que andam tocando e cantando em nossas igrejas, rasgando em público um livro inspirado dos testemunhos de Ellen White.
Vi nas redes sociais, elogios e criticas à atitude do Dr. Horne, mas críticas que elogios, inclusive, fui desafiado a rasgar a própria Bíblia, uma vez que a mesma também tem sido pisada por líderes que deveriam exaltá-la. Se eu concordo com a atitude do Prof, Horne, deveria fazer o mesmo rasgando a Bíblia, disseram-me .
Tentei escrever, um artigo sobre o tema, mas faltou-me inspiração e tempo para pô-lo no papel. Felizmente, Douglas Reis, escreveu a matéria que a ocasião merece, e fez muito melhor do que eu faria.
Parabéns, Douglas Reis, tomei a liberdade de publicá-la em meu blog. que Deus te abençoe sempre, e continue te dando iluminação.
Fonte - http://questaodeconfianca.blogspot.com.br
HIPPIES OU CRISTÃOS?
Douglas Reis
Tudo seria mais fácil para João Batista se ele pregasse "paz e amor"...
Jovens,
paz e amor, liberdade total e pregação autêntica daquilo que se crê. Muitos
acham que isso é o cristianismo. Estão confundindo os movimentos: o nome dessa
ideologia é movimento hippie. Cantar
que “todos precisam de amor” é a musiquinha grudenta dos Beatles, que alguns incorporam para o não menos grudento estilo worship dos cultos renovados.
A
miopia pós-moderna nos faz cegos à ira santificada de Jesus. Para aqueles que,
com um non-sense adolescente, afirmam
que deveríamos pregar o evangelho sem criticar os outros, minha sugestão: leiam
Mateus 23. Jesus não fez um discurso florido sobre amor e ação social. Ele
criticou os líderes religiosos por suas perspectivas equivocadas (Mt 23:13-31).
Quem conhecer o mínimo possível o que dizem os evangelhos, verá que não foi um
caso isolado.
Jesus vivia em disputa com fariseus, saduceus,
herodianos e todo tipo de gente portadora de uma mensagem distorcida. Todos se
lembram dos fariseus, os rígidos conservadores. Pouca gente se recorda dos
saduceus, liberais acomodados com a cultura greco-romana. Não restam dúvidas que hoje há muitos
fariseus adventistas, mas os saduceus continuam no poder (como, aliás, já
detinham na época de Jesus).
Os
opositores da mensagem do Céu recebiam epítetos duros. João Batista os chamou
de “raça de víboras” (Mt 3:7; cf.: Mt 23:33). Vê-se que o profeta não fora
afetado pela epidemia do “paz e amor”. Quem lê as cartas de Paulo, sabe que ele
não economizava nas palavras duras (1 Co 3:31-3; 4:19-20; 5:1-5; Gl 1:6-7, 9;
2:14; 3:1). O apóstolo Pedro também escreveu contra falsos mestres, de
tendência libertina – liberais e mundanos (2 Pe 2:2-3, 12-14, 17-22). Se
vivessem no mundo contemporâneo, João Batista, Jesus, Paulo e Pedro teriam seus
sermões filmados por aparelhos móveis e compartilhados nas redes sociais. Os
vídeos receberiam enxurradas de críticas daqueles que acham que deveríamos
viver o evangelho sem criticar os outros!
Infelizmente,
nossa cultura fez lavagem cerebral coletiva, removendo o senso crítico e
colocando um sentimento róseo que aceita tudo o que o outro diz, sob a premissa
de que o pior erro seria criticar qualquer erro! Obviamente, muita gente ainda
não conseguiu entender que viver o evangelho envolve assimilá-lo em sua
plenitude, o que envolve uma postura crítica diante dos erros populares. Assim
andaram os profetas do passado, repreendendo o povo, apontando seus pecados,
denunciando suas atitudes.
Pense
em João Batista: qual era a relação dele com a família de Herodes? Aquilo não
era “da conta dele”. Provavelmente, se tivesse se calado, viveria mais. Se João
fosse o tipo de cristão com cérebro flácido, diria que era preciso aceitar e
amar Herodes, sem dizer uma palavra, porque só o amor convence. Felizmente, o
Batista preferiu sentenças condenatórias, porque constituía a vontade divina
(Lc 3:19).
Hoje,
quando um pregador age simbolicamente, rasgando orientações que não seguimos,
isso nos incomoda, porque parece agressivo e ninguém aceita ser reprendido,
porque nos achamos adultos e livres, “donos do próprio nariz”. Desdenhamos
dessa coragem denunciatória, porque apontar os erros recebe o rótulo de coisa
demoníaca. Falta fazer a diferença: o diabo nos acusa para desanimar e nos
levar a crer que estamos perdidos em tantos e tão grandes pecados. Deus, por
meio de mensageiros cheios de senso de dever, nos repreende como um pai,
buscando a salvação de cada filho (1 Co 4:14; Hb 12:5-10). Salvação depende de
arrependimento, não da sensação de bem estar quando o culto nos entretém com
situações cômicas e músicas emotivas.
No
fundo, queremos aceitar o evangelho desde que ele não nos incomode ou nos faça
agir de um modo que nosso vizinho pense em contatar algum manicômio. Não
desejamos a pecha de lunáticos e estranhos. Queremos o evangelho da calmaria,
do “Jesus ama e salva, ponto final”. Para descontentamento geral, o Mestre
disse que veio trazer espada e não paz. Em meio à controvérsia universal entre
Jesus e Seu inimigo, conflitos são inevitáveis: “De fato, todos os que desejam
viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos” (2 Tm 3:12; cf.: 1 Pe 2:12,
16, 19-20; 3:14-15; 4:12-13). O difícil é deixar o sofá da sala para suportar
perseguição…
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