É uma pena que alguns dos líderes da igreja não leem essa matéria. Douglas Reis, foi muito feliz em defender de maneira clara e objetiva nossa filosofia musical.
Graças a Deus eu não estou só, ao defender um estilo de musica verdadeiramente cristã. Alguns conhecidos andam de cara virada comigo, por que defendo que a música cristã deve está de acordo com os princípios da Bíblia e das orientações de Ellen White.
Quem quiser ficar aborrecido que fique, mas não deixarei de protestar contra musicas de mau gosto, como não darei nenhum apoio a quem canta se achando um artista popular.
igreja é lugar de adoração e não, lugar de exibição.
leiam essa matéria de douglas reis.
POR QUE AINDA EXISTEM CONTROVÉRSIAS SOBRE ADORAÇÃO ENTRE ADVENTISTAS?
Fonte - http://questaodeconfianca.blogspot.com.br
Há meses contatei um editor cristão sobre a
possibilidade de escrever algo sobre critérios para a adoração. Responsável por
revista voltada aos jovens, ele foi sincero: “tenho fugido desse tipo de
discussão!”. Não sei se posso culpa-lo, porque, infelizmente, discutir sobre o
assunto parece ser ultrapassado ou soar uma declaração de guerra, dividindo
gostos e tendências. Claro que dentro de um repertório aceitável haverá espaço
para se gostar mais daquele ou desse hino. O problema surge quando o gosto nos
leva a abandonar critérios revelados por meros critérios pessoais (moldados
pela natureza pecaminosa, que se coloca contra o que Deus revelou).
Adoração constitui algo multifacetado e envolve o
tipo de música a ser escolhido (embora não se restrinja a isso). Nisso reside
boa parte da controvérsia sempre em pauta. Não é simples questão de música
antiga ou nova, como alguns pretendem simplificar; tal simplificação empobreceria
a discussão! No mais, o gosto de qualquer época não me parece critério
confiável e final para estabelecer se determinado tipo de música seja aceitável
a Deus ou não. Em todos os tempos, há produções boas e ruins, o que parece
inegável. A grande questão: é contraditório assumir a moldura teológico do
grande conflito e continuar concebendo a música como mero fenômeno artístico de
seres humanos, como se toda música fosse equivalente e não passasse de
"música". Há cosmovisões regendo a arte e influenciando toda a
liturgia, desde a maneira como cantamos, o que cantamos, quando cantamos e o
que mais fizermos durante o culto.
Músicas
imperfeitas, mas bem direcionadas
No fundo, encontramos a relação entre cristianismo
e cultura. Logo, não é qualquer música que serve para a adoração, da mesma
forma que muitas atitudes não seriam toleráveis ao cristão, embora culturalmente
aceitáveis. Um exemplo: ir ao cinema é culturalmente aceitável, uma forma de
entretenimento “inocente”. Contudo, seria apropriado a um cristão? Nós, como
adventistas, temos luz sobre o assunto? A revelação ultrapassa os limites da
cultura, reformando aquilo que, em nossa vida, contraria os princípios da palavra
de Deus. O que torna algo apropriado é sua coerência com a revelação.
Tenho conversado com muitas pessoas e agradeço pelo
que aprendi com pastores, músicos, acadêmicos e todo tipo de gente. Refletir
sobre música e adoração pode levar a uma cilada, se não se estabelecermos
alguns limites. De que tipo de música estamos falando e em qual contexto de
adoração? Se vamos falar de música adventista, isso inclui pautar a discussão
pela Revelação – Bíblia e Espírito de Profecia. Evidentemente, a melhor música
humana não é fruto de uma revelação direta de Deus; os salmos entrariam nessa
categoria, porém, o que restou deles foi a letra. Ninguém seria capaz de
estabelecer que algumas melodias judaicas atribuídas a certos salmos sejam de
fato as composições originais. Desse modo, toda música é tentativa de adoração
limitada (pela pecaminosidade humana, em primeiro lugar, mas também pela
cultura, pela compreensão da revelação, etc). Entendo que Deus aceite nosso
melhor quando obedecemos Seus critérios, assim como o demonstra a história da
salvação. E como isso funciona na prática?
O
melhor para a sua saúde
A relação entre o adventismo e a adoração pode ser
compreendida se recorrermos à ilustração de uma mulher que deseja se manter
saudável. A moça leu sobre princípios dietéticos e descobriu que fatores
simples garantem a boa saúde. Elementos como alimentação balanceada, exercícios
físicos regulares, ar puro, luz solar, descanso apropriado, comunhão com Deus,
uso abundante de água e equilíbrio não apenas regulam o peso, mas dão condições
para se viver bem.
Infelizmente, um dia a mulher se cansa de todas
essas regras. Como é difícil evitar doces e frituras – sem contar que uma alimentação
regrada não se harmoniza com sua vida social! Dormir bem é um luxo que o
trabalho não permite; beber a quantidade suficiente de água em dias frios é
desafiador; luz solar e ar puro em uma cidade grande? Claro que o estilo de
vida desengonçado gera estresse e sobrepeso. A mulher se preocupa. O que fazer?
Existem sempre dietas à disposição: regime da sopa,
da lua, dos carbo-hidratos, dieta do sangue… A cada nova tentativa, resultados
satisfatórios apenas a curto prazo (quando muito!). O efeito sanfona (emagrecer
e voltar a engordar rapidamente) gera mais frustração (e estrias!). Logo chega
o dia em que a pobre mulher se lembra de como era feliz vivendo com os
princípios de uma vida saudável, quando não precisava se torturar para
emagrecer.
Com o adventismo não é diferente. Os pioneiros
inovaram a teologia quando levaram o princípio sola-scriptura (a Bíblia como única regra de fé) às últimas
consequências. Olhe para eles: não eram perfeitos. Tinham muitas limitações e
demoraram para abrir mão de sua herança teológica anterior, a qual variava
quase de indivíduo para indivíduo. Muitos renegavam a trindade ou fumavam, comiam
carne de porco e entendiam as mesmas verdades sobre primas completamente
opostos (como eles não se mataram, eu não sei!).
Com o passar dos anos, sua fé na Bíblia foi capaz
de reforma-los e levar a uma compreensão de seu papel no mundo: tinham de
anunciar o Juízo final e convidar as pessoas para adorar o Criador (Ap 14:6-7).
Sua identidade e missão foi derivada da verdade bíblica, baseada em uma compreensão
única do ministério de Cristo no santuário celestial. Todavia, lembre-se de que
muitos pioneiros demoraram para deixar o fumo, a carne de porco e chegar à
conclusão de qual o horário para a guarda do sábado. Meu ponto é: eles são
nosso modelo pelas fidelidade às convicções teológicas e pela hermenêutica
radicalmente voltada para a Bíblia por si (ignorando a tradição). Não acertaram
em tudo, mas experimentaram crescimento, justamente por confiar na Bíblia e
somente nela. Nós não avançamos como eles porque (1) nos acomodamos; (2)
passamos a nos identificar com os evangélicos e seguir suas tradições e (3) o
resultado veio: ignorância bíblica (embora ainda vivamos com algum crédito que
os pioneiros suaram para conquistar!).
Qual
o desafio?
Qual o desafio atual da igreja na área da adoração?
É refinar a cultura. Não estou aludindo ao “eruditismo”, mas ao princípio sola scriptura – se usássemos a Bíblia
para nos dirigir em reformar a cultura, teríamos um culto vivo, sem a
necessidade de apelar ao sensacionalismo. Alguns acreditam que músicas
diferentes, de teor mais próximo aquelas cantadas por igrejas carismáticas
dariam nova vida ao culto adventista. Voltando ao exemplo anterior, seria como
apelar a todo tipo de regime enquanto abandonamos os princípios de saúde! Por
que isso não daria certo?
Já falamos sobre como tudo na adoração deveria ser
regido por uma cosmovisão bíblico-cristã, que assumisse o fundamento da Bíblia
e o aplicasse na transformação da cultura (um processo que exige a participação
de uma igreja reavivada, especialmente de músicos que apliquem seu talento na
direção da revelação). Enquanto reproduzirmos os que os evangélicos fazem,
apenas chegaremos onde eles estão – divididos entre si, presos a tradições e
tendências extra-bíblicas. Porém, podemos construir uma teologia de adoração
bíblica, que nós leve a uma experiência vibrante, sem cair no modismo de
algumas formas de adoração contemporânea e sem ser passadista.
Quando adotamos músicas de tendências carismáticas,
ocorre lentamente uma transformação macro-hermenêutica. Quer dizer que isso
afeta os pressupostos (quem é o ser divino e como Ele deve ser adorado). Podemos
sustentar as mesmas doutrinas (nível meso-hermenêutico), mas a abordagem será
diferente, modificando a relevância delas e até seu conteúdo. É claro que isso
tem um impacto sobre à teologia em nível prático, afetando o que as pessoas
creem a médio e longo prazo. A maior demonstração de que estamos passando de
uma base bíblica para outra, carismática e ecumênica, é a divergências entre estudiosos
no meio adventista em questões envolvendo adoração e, sobretudo, estilo de
vida. Para simplificar: qualquer um de nós brasileiros (ou sul-americanos)
estranharíamos profundamente o perfil dos adventistas europeus ou de algumas
regiões dos Estados Unidos (onde alguns já usam o rótulo de adventistas
contemporâneos, em contraponto aos adventistas históricos e demais
configurações diferentes do mesmo movimento!).
Ajudaria
“apimentar a relação”?
Um exemplo mais. Quando um casal vai mal, quando a
relação dos dois parece marcada por tédio e insatisfação, imagine se eu lhes
sugerisse trocar de parceiros, apenas para “experimentar algo novo”?
Obviamente, eu não salvarei o casamento deles assim, mas eu o destruirei de
vez! Não vejo que o culto adventista seja o problema, mas é nossa relação com
Deus que se acha desgastada. O pecado e a inércia nos impedem de progredir na
direção apontada pelo próprio Senhor. “Apimentar a relação” com músicas comuns
aos cultos pentecostais (concebidas e usadas com outra função) não
restabelecerá o princípio do culto bíblico, apenas nos afastará dele (e de
Deus, consequentemente).
Volto a afirmar: não creio que toda produção atual seja descartável, nem que tudo o que o passado produziu deve constar em um altar! Acredito que haja espaço para músicas novas e seleção de boas músicas do passado. O ponto nevrálgico se encontra justamente nos critérios de seleção e produção de coisa nova. Se não nos pautarmos pela Revelação, vamos continuar justificando tudo o que produzimos em nome do Senhor, como se a desobediência pudesse ser justificada! Por outro lado, acredito em um Deus que ama professores e forneceu a base para uma pedagogia adventista adequada (mas nunca vi um plano de aula entre os escritos de E.G. White!); da mesma forma, Deus nos deu um regime alimentar saudável (e olha que E.G. White não deixou receitas ou cardápios!); profetas bíblicos constantemente se envolviam em assuntos político-econômicos (e você não verá o esboço de um plano de governo escrito por Jeremias ou Ezequiel!). A revelação dá diretrizes, princípios. São os músicos que têm de estuda-los e aplica-los, com a ajuda daqueles que estudam esses escritos inspirados. Deus trabalha com instruções específicas, mas não com regras fixas. Discernimento espiritual é o que nos ajuda a diferenciar um do outro.
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