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quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Os sete pecados mortais - Nº 1. O ORGULHO OU SOBERBA



O  ORGULHO  OU  SOBERBA

O PRIMEIRO dos pecados mortais é o orgulho. Naturalmente vem em primeiro lugar, porque, como lemos em Provérbios: "A soberba precede... a queda" (Prov. 16:18). Assim, o orgulho é essa condição mental e moral que precede a quase que todos os pecados. Todo pecado é egoísmo, nesta ou naquela forma, e o orgulho é essencialmente uma condenável exaltação do ego, o qual se delícia com o pensamento de ser superior a todos os seus semelhantes. As Escrituras dizem em Provérbios 16:5: "Abominação é para o Senhor todo o altivo de coração; ... não ficará impune." E ainda no mesmo livro de Provérbios, cap. 29, verso 23, lemos: "A soberba do homem o abaterá, mas o humilde de espírito obterá honra."
O orgulho que Deus abomina não é o respeito próprio ou o legítimo sentimento de dignidade pessoal. É, sim, o amor próprio, soberbo e indesejável, desproporcionado, além do valor real que o indivíduo tem. É esse egotismo repugnante que Deus e o homem repelem. É esse chocante conceito com que se pavoneia diante dos homens, empertigando-se na presença do Todo-poderoso. Deus o odeia, pois isso Lhe é abominação, o que significa que O faz sobressaltar-Se. Deus disse no Salmo 101:5: "O que tem olhar altivo e coração soberbo, não o suportarei." Deus não suporta, não admite a soberba. Ele a odeia!
O orgulho pode tomar várias formas, emanando, porém, todas elas da soberba do coração humano. Alguns são altivos no olhar, no trajar; outros, em sua vida social; outros se orgulham de sua raça, e outros ainda de seus negócios. Em outras palavras, o orgulho pode ser espiritual, intelectual, material e social. O mais repugnante desses quatro é o espiritual. A soberba do espírito foi o pecado que levou Lúcifer, o Diabo, à queda. É por aí que começam quase todos os pecados.
Em Isaías 14:12-15 lemos: "Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filha da alva! Como foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações! E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, e, acima das estrelas de Deus, exaltarei o meu trono, e, no monte da congregação, me assentarei, da banda dos lados do Norte. Subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo. E, contudo, levado serás ao inferno, ao mais profundo do abismo."
Aqui encontramos Lúcifer dizendo: "Eu farei"  e isto cinco vezes. "Estarei acima do Altíssimo." Foi justamente a soberba do seu coração o primeiro pecado cometido no Universo. Quando nós, como Lúcifer, começamos a sentir que somos todo-suficientes e todo-poderosos, já estamos pisando terreno perigoso.
A soberba espiritual, pelo fato de levar alguém a confiar mais em seus méritos e virtudes próprias do que na graça de Deus, está destinada ao juízo de Deus. O orgulho nos leva a desprezar os outros, e aos olhos deles nos tornamos desprezíveis. Ele diz, fazendo coro com o antigo e repulsivo fariseu: "Graças te dou, ó Deus, porque não sou como os demais homens." O soberbo é presunçoso, satisfeito consigo mesmo e cheio de vaidade. Deus abomina o orgulho espiritual pelo fato de o orgulhoso pensar ser bom e justo a seus próprios olhos. É o caso daquele que está vestido de trapos imundos a pensar que é o homem mais bem vestido deste mundo!
O orgulho espiritual seria coisa bem cômica, não fosse tão trágica. Deus faz ecoar um solene aviso aos ouvidos dos descendentes dos fariseus. Ele diz, por meio da carta de Tiago, cap. 4, verso 6: "Deus resiste aos soberbos, dá, porém, graça aos humildes."
Há alguns que encontram grandes dificuldades e contradições no Evangelho. São pessoas cheias de si, orgulhosas e farisaicas. Outros há que se gloriam em sua justiça própria, e acham que são melhores que seus semelhantes. E dizem: "Eu não faço isso, não faço aquilo." Guardam a letra da lei, mas lamentavelmente se esquecem do espírito dela. São culpados de soberba espiritual. Há ainda aqueles que pensam ser muito puros e que todos os outros são imundos. Esquecem-se de que não existe uma igreja completamente pura. Jesus disse que o trigo e o joio crescem juntos e que nós não temos a acuidade necessária para distinguir, até que chegue o fim do tempo. Não obstante, hoje temos muitos fariseus que estão tentando separar o joio do trigo e fazendo aquilo que Deus disse que nunca devia ser feito até que Cristo venha de novo. A atitude deles é de arrogância, de superioridade, de desprezo, ou desdém. Gastam seu tempo a criticar e a cavaquear sobre a vida alheia. De todas as soberbas é esta a pior.
Outra forma de orgulho é a soberba intelectual, A Bíblia diz àqueles que sofrem dessa espécie de ilusão espiritual: "O saber ensoberbece, mas o amor edifica. Se alguém julga saber alguma coisa, com efeito, não aprendeu ainda como convém saber." (I Coríntios 8:1 e 2). Esta qualidade de orgulho se manifesta em arrogância diante do de poucas letras, do iletrado e do oprimido. Esquece-se de que nossas capacidades mentais são dadas por Deus e de que o conhecimento que hoje possuímos em grande parte é resultado de esforços alheios. Haverá, então, razão para a arrogância intelectual? O apóstolo Paulo diz na sua em Romanos 12:16: "... em lugar de serdes orgulhosos, condescendei com o que é humilde." 
O filósofo Platão certa vez palestrava com uns amigos numa sala em que havia um sofá ricamente ornamentado. Um dos amigos entrou, sujo como sempre, subiu sobre o sofá e se pôs a pisoteá-lo, dizendo: "Espezinho a soberba de Platão." Este humildemente disse: "Mas com grande orgulho, meu amigo."
A soberba intelectual é muitas vezes a inimiga do Evangelho de Cristo porque enche o indivíduo de confiança própria ao invés de enchê-lo de confiança em Deus. Lemos em Provérbios 3:5: "Confia no Senhor de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento." Vemos que o orgulho intelectual não faz assim. Ele gosta de pôr Deus num tubo de ensaio, e, se Deus não pode ser posto dentro dum tubo de ensaio, não O aceita. Os soberbos não gostam de esperar em Deus e de nEle confiar. Não entendem que a fé vai além do conhecimento, da sabedoria e mesmo da razão, e que aceita até mesmo aquilo que parece ilógico à mente. Possuir conhecimento sem fé é usar apenas metade de nossa vida mental. O Salmista diz no Salmo 111:10 que "O temor do Senhor é o princípio da sabedoria..."
Ao contrário do que muitos pensam, a verdadeira religião aumenta ao invés de restringir ou cercear o intelecto. O apóstolo Paulo, grande intelectual, disse em Romanos 12:2: "... transformai-vos pela renovação da vossa mente, " Deus detesta essa espécie de orgulho intelectual que se inclina para a intolerância, para a hipocrisia e a presunção. Ele aborrece a soberba intelectual, pois diz em Provérbios 26:12 – "Tens visto a um homem que é sábio a seus próprios olhos? Maior esperança há no tolo do que nele."
Outra manifestação do orgulho é a soberba provocada pelos bens materiais. As posses materiais, como tudo o mais, nos vêm de Deus. O Senhor diz em Deuteronômio 8:18: "Antes te lembrarás do Senhor teu Deus, que Ele é o que te dá força para adquirires poder..." Em I Crônicas 29:12, Davi diz – "Riquezas e glória vêm de ti, tu dominas sobre tudo, na tua mão há força e poder; contigo está o engrandecer e a tudo dar força."
Na soberba trazida por bens materiais, entroniza-se o ego ao invés de Deus. As coisas secundárias são exaltadas a um lugar de primeira importância, e a vida se desequilibra. Então, o indivíduo começa a se concentrar naquilo que tem ao invés de se concentrar naquilo que é aos olhos de Deus, e a alma começa a encarquilhar-se. A soberba material tende a levar o homem para a cobiça. Assim, a ganância pelo dinheiro tende a tornar-se em encravizante hábito, mais forte ainda do que a sede. No Salmo 62:10, se nos aconselha: "Não confieis na opressão, nem vos desvaneçais na rapina; se as vossas riquezas aumentam, não ponhais nelas o coração." E a Bíblia novamente nos exorta, dizendo: "Mas os que querem tornar-se ricos caem em tentação e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, as quais submergem os homens na ruína e na perdição" (I Timóteo 6:9).
Vêm de Deus todas as coisas materiais que possuímos, bem como a habilidade de acumular riquezas. Até mesmo o tempo para gozarmos dos bens materiais nos vem de Deus. Então, por que todo esse injustificado orgulho humano por nossas possessões? Tiago 1:17 ensina que: "Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação." Tudo quanto o amigo leitor possui, recebeu das mãos de Deus. Deus lhe dá energia para trabalhar, mente para pensar e um grande país, como o Brasil, que lhe oferece estupendas oportunidades e liberdade. Tudo isso lhe vem de Deus.
Há ainda o orgulho social. Ele se manifesta nas classes, ou grupos e na arrogância racial ou de casta. Um estadista conhecido no mundo todo asseverou que o insignificante átomo nos reduziu a todos a um único tamanho. Deus não faz distinção entre homem e homem, como os homens soem fazer entre si.
Hoje há pouca gente que realmente crê numa raça superior. Essa idéia duma raça superior não é bíblica, nem escriturística e muito menos cristã. Quando estive na Alemanha, ouvi falar muito em Hitler, o qual aceitou a idéia de uma raça superior às demais. Pois essa idéia dele pôs o mundo de pernas para o ar e devastou aquela grande nação.
Quantas pessoas se deixam levar por esse orgulho social que é visceralmente pecaminoso! É coisa assaz interessante notar-se nas grandes solenidades públicas do país que os embaixadores e líderes de nações pequenas se apresentam com resplendentes galões dourados e em vestes caríssimas, ao passo que os representantes de grandes nações se distinguem por suas roupagens modestas. Uma zebra é mais vistosa do que um cavalo de trole, mas o humilde cavalo é mais estimado por servir melhor ao homem.
Sim, a Bíblia nos ensina que a soberba é pecado. Qualquer espécie de orgulho é pedra de tropeço para o reino de Deus. O maior pecado que conservará homens e mulheres longe ou fora do reino de Deus é o pecado do orgulho, este é o pecado que Deus mais odeia.
Que é que você pode fazer com ele? Confesse o seu orgulho. Humilhe-se aos olhos de Deus. Venha até a cruz de Jesus Cristo, e "tende em vós aquele sentimento que houve também em Cristo Jesus" (Filipenses 2:5). Ninguém jamais alcançará o reino, se for orgulhoso. Ninguém pode andar com Deus e chegar até Ele, tendo o orgulho em seu coração. Nem será recebido por Ele, tendo tais sentimentos.
O amigo leitor só poderá chegar-se a Deus quando se revestir de humildade, quando reconhecer e confessar o seu pecado e quando receber a Jesus Cristo como o seu Salvador pessoal. 

Fonte. -  OS  SETE  PECADOS  MORTAIS

                      BILLY GRAHAM 
                   - 1960 - 
CASA PUBLICADORA BATISTA







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