Fonte Site - Genizah Virtual
Hélio Pariz
A
julgar pela matéria abaixo, publicada originalmente no The Wall Street
Journal, traduzida pelo Valor Econômico e reproduzida pelo IHU, os
profetas do fim do mundo vão nadar de braçada nas águas escatológicas.
Afinal, o esfriamento ou, digamos, "apagamento" do sol é um dos sinais apocalípticos mais comuns da Bíblia.
Apenas para citar alguns exemplos:
Joel 2:10 Diante deles a terra se abala; tremem os céus; o sol e a lua escurecem, e as estrelas retiram o seu resplendor.
Joel 2:31 O sol se converterá em trevas, e a lua em sangue, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor.
Joel 3:15 O sol e a lua escurecem, e as estrelas retiram o seu resplendor.
Amós
8:9 E sucederá, naquele dia, diz o Senhor Deus, que farei que o sol se
ponha ao meio dia, e em pleno dia cobrirei a terra de trevas.
Apocalipse
6:12 E vi quando abriu o sexto selo, e houve um grande terremoto; e o
sol tornou-se negro como saco de cilício, e a lua toda tornou-se como
sangue;
Apocalipse
8:12 O quarto anjo tocou a sua trombeta, e foi ferida a terça parte do
sol, a terça parte da lua, e a terça parte das estrelas; para que a
terça parte deles se escurecesse, e a terça parte do dia não brilhante, e
semelhantemente a da noite.
Apocalipse
9:2 E abriu o poço do abismo, e subiu fumaça do poço, como fumaça de
uma grande fornalha; e com a fumaça do poço escureceram-se o sol e o ar.
E agora?
Calmaria e 'esfriamento' do Sol intrigam os cientistas
Está
acontecendo algo com o sol. Os cientistas dizem que sua atividade atual
é a mais estranha de um período de mais de um século, com o sol
produzindo metade do número de manchas solares esperado e seus polos
magnéticos misteriosamente fora de sintonia.
A reportagem é de Robert Lee Hotz, publicada pelo The Wall Street Journal e reproduzida pelo jornal Valor, 12-11-2013.
O sol gera
imensos campos magnéticos à medida que gira. As manchas solares -
geralmente maiores em diâmetro do que a Terra - sinalizam áreas de
intensa força magnética que provocam tempestades solares disruptivas.
Essas tempestades podem abruptamente arremessar partículas carregadas de
eletricidade por milhões de quilômetros até a Terra, onde elas podem
provocar curtos circuitos em satélites, enfraquecer sinais de telefonia
celular ou danificar sistemas elétricos.
Com base em
registros históricos, astrônomos dizem que o sol deve se aproximar nos
próximos meses do explosivo clímax do seu ciclo de atividade, que tem
aproximadamente 11 anos e é chamado de máximo solar. Mas esse pico de
agora é "raquítico", diz Jonathan Cirtain, cientista da Nasa, a agência
especial americana, envolvido no projeto do satélite japonês Hinode, que
mapeia os campos magnéticos do sol.
"Eu diria que
ele é o mais fraco dos últimos 200 anos", disse David Hathaway, chefe do
grupo de física solar do Centro de Voos Espaciais Marshall, que
pertence à Nasa e fica em Huntsville, Alabama.
Os
pesquisadores estão intrigados. Eles não têm condições de dizer se a
calmaria é temporária ou o início de longas décadas de declínio, o que
poderia aliviar um pouco o aquecimento global com a alteração do brilho
do sol ou do comprimento de onda da sua luz.
"Não há nenhum
cientista vivo que tenha visto um ciclo fraco como este", diz Andrés
Munoz-Jaramillo, que estuda o ciclo solar magnético no Centro de
Astrofísica Harvard-Smithsonian, de Cambridge, Massachusetts. Além
disso, o sol está passando também por uma das mais estranhas conversões
magnéticas já registradas.
Normalmente, os
polos magnéticos sul e norte do sol invertem a polaridade mais ou menos
a cada 11 anos. Durante a reversão, os campos magnéticos nos polos do
sol enfraquecem, caem a zero, e então aumentam novamente com a
polaridade inversa. Até onde os cientistas sabem, essa variação
magnética só é importante porque sinaliza o pico do máximo solar, diz
Douglas Biesecker, do Centro de Ambiente Espacial da Nasa.
Mas, neste
ciclo, os polos magnéticos do sol estão fora de sincronia, dizem os
cientistas solares. O polo norte magnético do sol reverteu sua
polaridade há mais de um ano, e está, assim, com a mesma polaridade que o
polo sul. "O intervalo entre as duas reversões não costuma ser longo",
diz o físico solar Karel Schrijver, do Centro de Tecnologia Avançada da
Lockheed Martin, em Palo Alto, Califórnia.
Os cientistas
dizem estar perplexos, mas não preocupados, com esse atraso incomum.
Eles esperam que o polo sul do sol mude sua polaridade no próximo mês,
com base em medições atuais de satélites das alterações dos campos
magnéticos.
Ao mesmo tempo,
os cientistas não podem explicar a escassez das manchas solares. Embora
ainda turbulento, o sol parece fraco em comparação com seu pico de
potência nas décadas passadas. "Não é só que há menos manchas solares,
mas elas são manchas solares menos ativas", diz Schrijver.
O sol, porém,
não está ocioso. Após meses de quietude, ele liberou no espaço grandes
fluxos de partículas carregadas cinco vezes em outubro. E ele se agitou
novamente na semana passada. Mesmo assim, essas explosões tiveram apenas
uma fração da força de máximos solares anteriores.
Como
comparação, uma tempestade solar em 2003, perto do pico do último máximo
solar, foi a maior da Era Espacial. Apesar de ela ter em grande parte
se desviado da Terra, a tempestade desativou um satélite japonês, fez
com que os astronautas tivessem de voltar para bordo da Estação Espacial
Internacional para se protegerem da radiação, interrompeu operações de
perfuração de petróleo e gás no Alasca, mexeu com sistemas de GPS e
obrigou o Departamento de Defesa americano a cancelar manobras
militares.
À medida que o
ciclo solar enfraquecer nos próximos anos como parte do seu ciclo
normal, rajadas de partículas carregadas devem se tornar ainda menos
frequentes. A atmosfera vai esfriar e se contrair, o que pode estender a
vida útil dos satélites ao diminuir a pressão sobre eles.
"Isso deixa
todos os operadores de satélites felizes", disse Todd Hoeksema, do
Observatório Solar Wilcox, na Universidade de Stanford. "E os
astronautas ficam felizes quando não há radiação."
Vários
cientistas especularam que o sol pode estar voltando para um estado mais
calmo depois de uma era incomum de grande atividade que começou nos
anos 40.
"Mais da metade
dos físicos solares diria que estamos voltando ao normal", diz o físico
Mark Miesch, do observatório HAO, em Boulder, no Colorado, que estuda a
dinâmica interna das estrelas. "Poderíamos estar passando por um longo
estado de atividade reprimida."
Se for isso, a
queda da atividade magnética poderia aliviar o aquecimento global,
segundo os cientistas. Mas essa mudança sutil no sol - que reduziria sua
luminosidade em cerca de 0,1% - não seria suficiente para compensar o
acúmulo de gases de efeito estufa e fuligem que a maioria dos
pesquisadores considera a principal causa do aumento das temperaturas
globais ao longo do último século.
"Isso pode nos dar uma breve trégua com relação ao aquecimento global", diz Hathaway. "Mas isso não irá brecá-lo."
Leia Mais em: http://www.genizahvirtual.com/2013/11/o-sol-esta-esfriando-e-agora.html#ixzz2lw5iAJU4
Under Creative Commons License: Attribution Non-Commercial Share Alike
Nenhum comentário:
Postar um comentário