Fonte - http://www.nasaladopastor.com
Pr. Valdeci Júnior
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Teologia
Podemos identificar a mulher adúltera de João 8: 1-11 como sendo Maria Madalena?
[1]A
maioria dos manuscritos antigos do Evangelho de João não contém o texto
de João 7:53 a 8:11, onde aparece o relato sobre "uma mulher
surpreendida em adultério" (8:3). Mas existem evidências suficientes
para crermos que esse relato descreve um incidente genuíno na vida de
Jesus, que enfatiza a mesma graça salvadora manifesta no diálogo com a
mulher samaritana (João 4:1-42), na parábola do filho pródigo (Luc.
15:11-32) e na história de Maria Madalena (João 12:1-8). Profetas
posteriores consideram o relato de João 8: 1-11 uma experiência real[2].
A
tentativa de identificar a mulher surpreendida em adultério como sendo a
"Suzana" mencionada em Lucas 8:3 não passa de mera conjectura, pois nem
o relato bíblico e nem os comentários que mais se prezam mencionam o
nome dessa mulher.
Estudiosos
entendem que a mulher era casada e que fora induzida "ao pecado" pelos
seus próprios acusadores com a intenção de "armar uma cilada para Jesus"[3].
Diz
uma comentarista bíblica que o encontro daquela mulher com o Salvador
marcou "o início de uma nova vida, vida de pureza e paz, devotada ao
serviço de Deus", transformando-a em um dos "mais firmes seguidores" de
Jesus e "um dos mais resolutos amigos de Jesus" que esteve com Ele mesmo
"ao pé da cruz" por ocasião da crucifixão[4].
Já
Maria Madalena é identificada nos Evangelhos como a pessoa de quem
Jesus expulsou "sete demônios" (Mar. 16:9; Luc. 8:2), e que presenciou a
crucifixão e o sepultamento de Cristo (Mal. 27:56, 61; João 19:25). Foi
a ela que Cristo apareceu primeiro depois de ressuscitado, tornando-se a
primeira porta-voz da ressurreição (Mal. 28: 1-10; Mar. 16:1-11; Luc.
24:1-11; João 20:1-18). Comentaristas bíblicos questionam, porém, se a
unção de Jesus mencionada em Lucas 7:36-50 seria a mesma registrada em
João 12:1-8 (ver também Mal. 26:6-13; Mar. 14:3-9), realizada por Maria
Madalena.
Todavia,
em harmonia com uma antiga tradição cristã, confirmamos que foi
realmente Maria Madalena que ungiu com perfume a Jesus no banquete na
casa de Simão. Maria Madalena era a irmã de Marta e Lázaro, e ela foi
induzida "ao pecado" pelo próprio Simão. Além disso, ela "foi a última a
deixar o sepulcro do Salvador, e a primeira a ser por Ele saudada na
manhã da ressurreição".
A
tentativa de identificar Maria Madalena como sendo a mulher
surpreendida em adultério (João 8: 1-11) é, tanto passível de
contestação quanto passível de aceitação. De contestação porque, em
primeiro lugar, como já mencionado, a Bíblia jamais chama esta mulher de
Maria Madalena. Os comentários sobre o Evangelho de João consultados na
pesquisa para este artigo não fazem tal associação. A existência de uma
tradição cristã antiga que corroborasse essa associação parece
descartada por Carmen Bernabé Ubieta em sua obra María Magdalena: Tradiciones en el Cristianismo Primitivo (EstelIa, Espanha: Verbo Divino, 1994), onde nem ao menos aparece qualquer alusão ao texto de João 8: 1-11.
Por
outro lado, de aceitação, pois John Fisher, um dos oponentes de Lutero,
publicou em 1508 uma exposição homilética na qual ele identificava
Maria Madalena como sendo a mulher surpreendida em adultério[5]. Mais recentemente, Morris Venden popularizou essa interpretação através do seu livro, no capítulo 2[6].
Mas a abordagem de Venden é igualmente homilética (somente de aplicação
para a vida pessoal; somente tirando lições, com numa parábola), sem
quaisquer tentativas de comprovação para suas idéias.
Poderíamos
também buscar endosso para a referida associação onde vemos a mulher
surpreendida em adultério como uma das mais dedicadas seguidoras de
Cristo e como uma das mulheres que permaneceu ao pé da cruz por ocasião
da crucifixão. Mas não podemos nos esquecer que Maria Madalena não foi a
única mulher com essas características (ver Luc. 23:44-56).
Seja
como for, qualquer tentativa de identificação entre a mulher
surpreendida em adultério com Maria Madalena não passa de mera
inferência não sugerida explicitamente pelo texto bíblico. Portanto,
essa teoria deveria ser considerada uma opinião pessoal de quem a
advoga, sem o apoio dos comentaristas bíblicos.
Um abraço do seu amigo e irmão em Cristo,
Twitter: @Valdeci_Junior
Um comentário:
Pastor boa noite. Fazendo a leitura de seu blog, sobre Maria Madalena quero salientar que Ellen White em nenhum momento diz que a sobrinha que foi abusada pelo tio foi Maria Madalena. Mas ela fala que Simão levou a mulher adúltera ao pecado, mas não cita que foi Maria Madalena, se ela falasse seria comprovado 100%.
Outra coisa é que gostaria que me falasse na onde está escrito que a mulher adúltera esteve presente no ministério de Cristo, entre as mulheres que estava no pé da Cruz?
Se puder-me responder ficarei agradecido, pois não tenho uma posição definida sobre este assunto.
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