Seguidores

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Isaías e a ordem de culto

Jael Eneias

Isaías, escritor, estadista, profeta de Deus. No início de seu ministério, ele se encontrava desanimado. Sua missão era anunciar os juízos de Deus para uma Judá em pecado, mergulhada na ostentação e orgia. Ao se sentir sozinho, Isaías foi ao templo buscar a face de Deus. No momento em que meditava, Deus se manifesta de forma poderosa. Surge ante Isaías a visão do “Senhor assentado em Seu alto e sublime trono, enquanto o séquito de Sua glória enchia o templo”. Que visão! Que experiência!
O culto é o lugar onde Deus se conecta com o homem. Embora existam diversas formas de culto, todavia, é neste espaço que Deus fala e o adorador responde. Por esta razão, uma ordem de culto não deve se resumir em partes soltas de uma programação. Nem tampouco se constituir num roteiro formal de levantar, cantar, orar, assentar-se, ofertar e ouvir a Palavra. A liturgia é vida, pois prepara o coração e a mente para a experiência de fé mais indizível. O próprio Isaías no capítulo 6 relata que:
Verso 1: “Eu vi o Senhor”. Aqui está o propósito maior do culto de adoração. O anseio de cada adorador deve ser contemplar o “Senhor na beleza de Sua santidade” (Salmo 96: 9). Por isso, no quesito “adoração”, o planejamento, a organização e a integração das equipes envolvidas precisam ser destaque na agenda dos anciãos e do pastor.
Verso 2: “A reverência como ponto alto da adoração”. A presença de Deus em nossos cultos é tão real hoje, quanto foi na visão de Isaías, onde anjos, criaturas sem pecado, usavam suas próprias asas para cobrir o rosto e os pés. Tudo que desvie atenção de Deus deve ser eliminado.
Verso 3: “Reconhece-se a natureza de Deus”. O louvor através do canto, da oração, do ofertar, do dizimar são formas distintas de exaltar o “principal atributo divino: perfeita santidade de caráter” (Comentário Bíblico Adventista v. 4, p.120). “Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos: toda a terra está cheia de sua glória”.
Verso 4: “Tremem os alicerces dos umbrais”. No culto de adoração, tudo impacta. Do louvor congregacional sincero, marcante, intencional, até a resposta de Deus mediante unção do Espírito Santo, constitui-se no preparo para a exposição da Palavra.
Verso 5: “Ai de mim! Estou perdido!” Eis o momento da confissão. A pessoa escolhida para a oração intercessora deve representar a congregação em seus anseios, súplicas, demandas e expectativas. É na aproximação de Deus que reconhecemos nossa imperfeição e debilidades.
Verso 6: “Brasa viva é trazida do altar”. Uma ordem de culto significativa leva o adorador de degrau em degrau até que alcance o êxtase espiritual: sentir-se perdoado e aceito por Deus. Sem isto, tudo o mais é irrelevante. Finalmente, o fogo que purifica, é aquele que vem do altar do Senhor!
Verso 7: “O teu pecado foi perdoado”. O culto de adoração é uma bênção quando há espaço e lugar para se ouvir o perdão de Deus. Às vezes a pressa, a ansiedade, o excesso de programa, tem tirado a quietude e da hora do silêncio. É neste instante que a alma precisa respirar…aliviada!
Verso 8: “Deus pergunta: A quem enviarei? Isaías responde: Eis-me aqui”. No mundo de muitas vozes, o culto de adoração acaba se transformando em oásis da vida, aonde a Palavra de Deus chega a nós com impacto, abrangência, força e sentido. E, neste sentido, a resposta humana só terá valor se a liturgia que lhe serve por eco for com propósito e eminentemente bíblica.

A seguir, considerações adicionais para enriquecer a liturgia na Igreja Adventista do Sétimo Dia:

Doxologia e Invocação
  •  É o momento em que a congregação explode em louvor e reconhecimento. Os hinos cantados nesta hora devem sempre exaltar os atributos divinos.
  •  Depois de um momento de oração, os participantes da plataforma se levantam e se unem à congregação em louvor e adoração.
  •  Na invocação, ora-se pelas ofertas, dízimos e oferendas trazidas pelos adoradores. Portanto, não é uma oração geral de súplica ou intercessão.

Hino de Louvor
  •  Pergunte ao hino: afirma Vida? É teocêntrico? Magnifica a Trindade? Um bom hino é amplo, solene, inexiste pronome pessoal em seu texto e se dirige a Deus, o Ser imarcescível.
  •  Hinos são escadas pelas quais os santos ascendem à presença de Deus. Nesta hora, os anjos se unem aos homens para louvar o Deus Criador.
Oração Pastoral
  • Esta oração deve ser realmente pastoral, ter cunho eminentemente sacerdotal e abranger as necessidades da congregação. Por isso, aquele que ora, deve se preparar com antecedência para este ministério.
  •  São quatro as dimensões importantes: exaltação, confissão, intercessão e unção do Espírito Santo.
Ofertório
  • Deus provedor de todas as coisas. Reconhecer isto torna o homem mais dependente dos favores divinos.
Hino Congregacional
  •  A congregação unida em uma só voz representa a unidade da Igreja, a união do povo de Deus em propósito, fé e esperança.
  • A alternância de hinos solenes e cânticos vibrantes vão preparar o terreno do coração para a exposição da Palavra de Deus.
Sermão
  • O culto atinge a sua culminância quando a Palavra de Deus é aberta. Nesta hora não há fundo musical, recortes de jornais ou qualquer outro material, que não seja a Bíblia, falando por meio do pregador.
  • O pregador deve tornar o “sermão” espiritualmente apetitoso. Primeiro, ele se serve do “pão vivo”, com oração e perseverante preparo; depois, com ajuda do Espírito Santo, ele compartilha os benefícios da comunhão.
Hino de Dedicação
  •  Neste momento a congregação responde ao apelo do Espírito de Deus.
Bênção
  •  A bênção deve ser breve e inspiradora. Os adoradores precisam voltar para casa com os corações cheios de gratidão. Bênção maior é quando homens e mulheres saem com o desejo de testemunhar e serem iguais a Cristo.
Fonte - http://noticias.adventistas.org

Nenhum comentário:

Postagens de Destaque