Infelizmente esta é a triste realidade das igrejas evangélicas atuais. Os cultos estão se tornando meros espetáculos. As pessoas estão confundindo shows, com adoração. Estão procurando agradar a si mesmos, e esquecendo de agradar a Deus. Não querem dizer, como Paulo dizia; "Senhor, que queres que eu faça?" Estão dizendo apenas, "Senhor, eu quero que tu faças" Não oram dizendo: "Faça a tua vontade", A oração é: Faça a minha vontade. E nós adventistas, precisamos ficar alertas, para que nossos cultos, não venham a se tornar, também; meros espetáculos
Leias a matéria abaixo, do Site Genizah
A IGREJA DO ESPETÁCULO
Luis A R Branco
[1] LLOSA, Mario Vargas. La Civilización Del Espetáculo. Madrid: Alfaguarda, 2012, Edição no formato KINDLE.
[2] Gilles Lipovetsky, A Felicidade Paradoxal: Ensaio Sobre a Sociedade do Hiperconsumo. Lisboa: Edições 70, 2007, pág. 111-112.
Luis Branco é colaborador do Genizah
Há algumas
décadas o movimento humanista decidiu deixar de investir em propaganda, e
passaram a investir cada centavo que recebessem em educação, num
projeto que poderia levar décadas para ser concretizado. Eles entenderam
que as escolas e as universidades de todo o mundo eram os “jardins de
infância” de uma nova geração humanista que desejavam desenvolver.
Durante décadas
os humanistas sumiram do cenário, a ponto de nos anos 70’s filósofos e
teólogos ousarem declarar que o humanismo estava praticamente extinto
como movimento. Enquanto na verdade, investiam silenciosamente na
educação, e hoje estima-se que eles dominam aproximadamente 90% do
sistema de educação, fazendo com que a influência humanista na sociedade
tenha um alcance em praticamente todas as esferas desta.
O que é o
humanismo ou movimento humanista? Antes de responder a esta pergunta é
preciso entender que existem no humanismo varias ramificações com uma ou
outra nuance, mas basicamente podemos dizer que: O Humanismo é uma
filosofia que coloca o homem no centro de todas as coisas. Isto
significa que o homem, suas ideias, vontades e sentimentos passam a
assumir o papel principal no mundo e determinam como tudo o mais deverá
funcionar.
Acadêmicos mais
modernos como Gilles Lipovitsky, Mario Vargas Llosa, entre outros,
referem-se a influência do humanismo em nossos dias como a “civilização
do espetáculo”. Segundo Mario Vargas Llosa, a “civilização do
espetáculo” significa: “Um mundo onde na balança dos valores vigentes
estão o entretenimento, e onde divertir-se e fugir do aborrecimento é a
paixão universal.” [1].
Observamos que
esta filosofia humanista já adentrou em nossas igrejas criando algo
extremamente bizarro. A Igreja que recebeu a autoridade de avançar com a
pregação genuína do evangelho contra as portas do inferno (Mt 16:18),
que é nada menos que o poder de Deus para salvar (Rm 1:16), mas também
para derrubar e confundir sofismas (2 Co 10:4), passou a ser um novo
“Jardim de Infância”, conhecido como o “humanismo cósmico”, que é a
mistura da religiosidade com a centralidade do homem.
Infelizmente
muitos dos nossos chamados “cultos” são nada menos que uma reunião do
“neo-movimento do humanismo cósmico”. Onde tudo está voltado para o
entretenimento, o sentimentalismo, uma forma de esquecer os problemas
que ficaram lá fora, onde muita música, gritaria, extravagância, atos
tidos “proféticos” assumem a dianteira antes destinada ao evangelho. E
obviamente, muito protagonismo, que aliás, é o pilar principal que
sustenta este movimento.
Um dia destes o
grupo responsável pelo louvor em nossa igreja cantou uma música, fique
impressionado com a letra, após o culto reuni todos os músicos e
dirigentes ao redor do púlpito, dei a eles um marcador e pedi que
marcassem todos os pronomes pessoais e possessivos que encontrassem no
cântico, e com outro marcador marcassem todos os atributos de Deus ou
seu nome. No final o resultado foi 19 pronomes pessoais e possessivos,
nenhum atributo divino, e apenas uma referência a Deus como Senhor na
última linha, porém diz: “O Senhor que nos servirá.” Eles ficaram
assustados, então lhes disse: “Vocês nesta manhã cultuaram a si próprios
e promoveram o humanismo na igreja.” O mesmo acontece com as pregações,
que em muitas igrejas, passaram a ser mais aulas de auto-ajuda e sessão
de piadas ou pior, momentos onde heresias passaram a ser ensinadas
descaradamente.
A coisa é muito
sutil, muito subjectivada através dos protagonistas tidos como os
“ungidos” de Deus, e que são na verdade mensageiros de Satanás para
afastar nossas igrejas do verdadeiro evangelho de Jesus Cristo. O
apóstolo Paulo escreveu: “Porque os tais são falsos apóstolos, obreiros
fraudulentos. Transformando-se em apóstolos de Cristo. E não é de
admirar, porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz.” (2 Co
11:14-27).
Infelizmente a
“civilização do espetáculo” já alcançou a igreja. O filósofo francês
Gilles Lipovitsky escreveu: “Ao contrário do que se verificava no
passado, a Igreja já não privilegia as noções de pecado mortal, já não
exalta o sacrifício ou a renúncia… De uma religião centrada na salvação
no Além, o cristianismo passou a ser uma religião ao serviço da
felicidade terrena, colocando a ênfase nos valores da solidariedade e do
amor, na harmonia, na paz interior, na realização total da pessoa.”
[2].
Que Deus tenha misericórdia de nós e que possamos voltar ao verdadeiro evangelho.
[1] LLOSA, Mario Vargas. La Civilización Del Espetáculo. Madrid: Alfaguarda, 2012, Edição no formato KINDLE.
[2] Gilles Lipovetsky, A Felicidade Paradoxal: Ensaio Sobre a Sociedade do Hiperconsumo. Lisboa: Edições 70, 2007, pág. 111-112.
Luis Branco é colaborador do Genizah
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