Veja Esta matéria de meu amigo o Tenente Coronel Celso Jardim. Publucada no seu Blog Reflexões e Vivencias
Um Blog que merece ser acessado
ONDE É QUE NÓS ESTAMOS? E ONDE VAMOS PARAR?
Estava
retornando para casa depois de mais um expediente no Quartel, quando
ouvi através do rádio da viatura um comunicado do CIOPS (Centro
Integrado de Operações de Segurança), acionando uma de nossas guarnições
motorizadas que executam a Ronda da Comunidade na região Metropolitana
de São Luís – MA, para atender a mais uma ocorrência desta terça-feira
04/06.
Mas, o que me
chamou a atenção foi a inusitada “ocorrência” de um pai que se sentindo
impotente diante de seu filho menor, acionava a polícia a fim de gerenciar um
problema eminentemente de ordem familiar, uma vez que o seu “filhinho” o
ameaçava.
O bairro Anjo
da Guarda é um dos mais populosos da Capital e tem uma tradição salutar da
representação teatral da Via-Sacra que já faz parte do calendário cultural
oficial do governo do Estado. E era precisamente uma das famílias desse bairro
que receberia a “estranha” intervenção policial.
A guarnição ainda
surpresa retornava ao CIOPS sua interpretação da ordem recebida a fim de permitir
pelo feed-back eventuais possibilidades de correções:
- Ok, Polícia
Militar em deslocamento para apoiar a disciplina da família; quando a família
não disciplina é a polícia que o fará (observava indignado o interlocutor da
guarnição).
O Rádio-comunicador
do CIOPS endossou:
- Isso mesmo!
A missão é convencer um menor de que é um dever prestar obediência aos pais.
Sempre tive a
convicção de que nós policiais deveríamos ser acionados, somente quando todos
os recursos de negociação e gerenciamento de conflitos se mostrassem inócuos.
As três grandes instituições sociais formadoras do caráter, afirmam os
especialistas, são a família; a escola e a igreja. Quando elas falham, a
polícia entra em cena como ferramenta de controle do Estado para a garantia da
ordem social.
Por isso é
que lamentei o episódio de hoje. Prova inequívoca de uma família desestruturada;
de um sistema de ensino ineficiente; de um ministério religioso que ainda não
conseguiu atingir plenamente os objetivos de sua vocação. Sei que há muitas
outras variáveis a serem consideradas na avaliação dessa questão: como garantir
que as futuras gerações possam viver e cultivar a paz?
Será que um dia a
hipótese de Skinner se confirmará? Ou seja, conseguiremos desenvolver uma
Ciência do Comportamento capaz de produzir em série senão um caráter padrão,
pelo menos uma sociedade capaz de reproduzir um padrão comportamental almejado
que garanta a boa convivência social? Com a palavra: os filósofos; psicólogos;
sociólogos; teólogos, e por que não dizer... Você? Pois, no fundo somos um
pouco de cada um deles.
Tenente
Coronel PM Celso Jardim
Atual Comandante do 1º BPM em São Luís - MA
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