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segunda-feira, 3 de junho de 2013

São Paulo promove o 2º Festival Internacional da Liberdade Religiosa

Fonte - http://www.domtotal.com

São Paulo - Foi aprovado, no dia 17 de abril de 2013, na Câmara Municipal de São Paulo, o projeto de lei 508/12, que institui o Dia da Liberdade Religiosa, comemorado em 25 de maio na cidade de São Paulo. Este ano, o dia foi marcado pela realização do 2º Festival Internacional da Liberdade Religiosa, às 16 horas no vale do Anhangabaú.
O festival, promovido pela Associação Internacional de Liberdade Religiosa (IRLA), concluiu a semana de eventos na capital, que contou também com um momento de palestras na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) na quarta-feira, dia 22 e um Fórum Internacional, na Assembleia Legislativa de São Paulo, na quinta-feira, 23. Organizado pela Igreja Adventista do 7º Dia, o festival foi transmitido ao vivo pela tevê Novo Tempo, com uma programação que intercalava música e homenagens a autoridades de diferentes tradições religiosas.
Para dom Julio Endi Akamine, bispo auxiliar na Região Episcopal Lapa e referência para o Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso na Arquidiocese de São Paulo, “o evento promove uma causa comum e presente na Igreja Católica, onde a colaboração de diversas tradições religiosas é algo quase natural”. “O tema da liberdade religiosa é de suma importância e foi tratado também num documento do Concílio Vaticano 2º, a declaração Dignitatis Humanae”, explicou o Bispo, que recebeu a homenagem como representante da Igreja Católica Apostólica Romana.
Damaris Dias Moura Kuo, presidente da Comissão de Liberdade Religiosa da OAB-SP, disse que “esse evento foi um divisor de águas para a cidade de São Paulo, porque chamou atenção da sociedade, do poder público e das instituições”. Ela destacou o que significa defender um direito que certamente é o mais caro à sociedade. “As pessoas podem abrir mão de muitas coisas, mas não de sua fé”, e por isso, é preciso garantir este direito da Constituição Federal, no artigo 5º, inciso 6º e 8º.
Cônego José Bizon, diretor da Casa da Reconciliação e responsável pela Pastoral do Diálogo Ecumênico e Inter-religioso da Arquidiocese de São Paulo, lembrou que hoje “ainda aparecem notícias de agressões físicas e morais por parte de alguns grupos radicais e fundamentalistas. Não podemos nos esquecer que as religiões de matriz africana são as que mais sofrem discriminação racial e religiosa por alguns seguimentos de pentecostais da tradição cristã, precisamos superar essa forma de intolerância religiosa”, reforçou o cônego. Já o sheike Gihad Hammader, representante da comunidade islâmica no Brasil, disse que o festival “é uma iniciativa social, que atende aos anseios da sociedade pluralista. O respeito devido do governo municipal reconhece e promove esta pluralidade”. “Temos um pilar de atuação que compreende direitos humanos, meio ambiente e paz, então, este evento está em sintonia com o que fazemos.
A liberdade religiosa é uma condição do ser humano, supõe liberdade de pensamento e de consciência. Precisamos estar atentos não só à conquista da lei, mas à prática deste bem”, ponderou o monge Riozan, representante da monja Coen, da tradição zen budista. O frade franciscano Davi Santos, diretor executivo da Educafro, rede de inclusão de pobres e negros nas universidades, destacou que “o ecumenismo é um evento mais próximo da nossa realidade e, por isso, precisamos avançar para um macroecumenismo, em que saibamos respeitar as religiões de outras matizes”.
“É interessante este dia porque têm vários jovens que também saberão um pouco mais sobre liberdade religiosa. Sou da Igreja Adventista, que tem muitas restrições, por exemplo, alimentares. Nós sofremos um pouco de discriminação e acho que isso precisa ser mudado”, comentou Jéssica Pedroso, 19 anos, do Coral Carlos Gomes, da Igreja Adventista do 7º Dia, que se apresentou no festival.
SIR

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