São Paulo, SP … [ASN] Se no mundo 40% dos países sofrem com leis que restringem a liberdade religiosa, no Brasil esse quadro não é uma realidade. A convivência harmônica entre as diferentes religiões foi bem ilustrada no Festival Mundial de Liberdade Religiosa, evento organizado pela Associação Internacional de Liberdade Religiosa (IRLA) que levou cerca de 30 mil pessoas ao Vale do Anhangabaú, região central de São Paulo, no sábado à tarde, dia 25 de maio.
Lado a lado líderes de pouco mais de 20 religiões e igrejas distintas assistiram a um programa por mais de duas horas para celebrar o respeito e a tolerância. Um deles foi o sheik Jihad Hammadeh, presidente do Conselho de Ética da União Nacional Islâmica. O muçulmano, representante de 1 milhão e meio de fiéis que expressam sua fé livremente no Brasil, avaliou o evento como muito interessante, pois “foi uma forma de reafirmar os compromissos com uma sociedade pluralista e onde há respeito mútuo”. Hammadeh se disse contente com a legislação brasileira que assegura os direitos fundamentais às crenças, mas afirmou que ainda é necessário um trabalho de educação para que as pessoas saibam aceitar as crenças diferentes das suas. Todos os líderes religiosos presentes receberam uma homenagem e uma lembrança especial por seus esforços para criar um ambiente favorável ao livre exercício de crer ou mesmo de não crer.
O presidente da Igreja Adventista do Sétimo Dia no mundo, pastor Ted Wilson, agradeceu a todas as autoridades que se manifestaram publicamente a favor da liberdade de expressão religiosa. “A liberdade religiosa é um dom de Deus que devemos guardar como um tesouro”, disse aos presentes. Já o pastor Erton Köhler, que lidera a denominação na América do Sul, ressaltou o conceito de liberdade religiosa inclusiva, ou seja, direitos para todos e não para uma ou outra religião apenas.
Reconhecimento governamental – O reconhecimento governamental a respeito da importância da temática de liberdade religiosa veio por meio da presença de alguns expoentes da política. Um deles foi o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho – representante da presidente da República Dilma Rousseff. Carvalho assinalou que o poder público precisa agir sempre no sentido de garantir a liberdade de crença dos cidadãos e sinaliza que essas garantias estão sempre nos planos do Governo Federal. Netinho de Paula, secretário de Igualdade Racial da Prefeitura de São Paulo, representou o prefeito Fernando Haddad e se disse satisfeito de participar de um evento daquele porte.
Deputados e vereadores também marcaram presença, muitos deles responsáveis pela elaboração de leis municipais e estaduais que garantem aspectos de liberdade religiosa em suas esferas de atuação. Um deles, por exemplo, é o vereador de São Paulo, Paulo Frange, que conseguiu ter aprovada recentemente lei de sua autoria que instituiu o dia 25 de maio como Dia Municipal da Liberdade Religiosa na cidade de São Paulo. Outro legislador pró-liberdade religiosa presente ao Festival foi o deputado estadual Campos Machado, autor de lei semelhante que cria uma data específica para lembrar o direito.
Transmissão- A TV Novo Tempo, emissora de propriedade da Igreja Adventista e que pode ser vista também em sinal aberto em São Paulo por meio do canal 46, transmitiu ao vivo todo o evento, bem como a Rádio Novo Tempo. Além disso, apresentadores da emissora cristã fizeram parte da programação. Veículos de comunicação religiosos e emissoras de TV como a Globo e de rádio como a CBN enviarem equipes ao local e veicularam reportagens sobre o assunto.
Samuel Luz, presidente da ABLIRC - Associação Brasileira de Liberdade Religiosa e Cidadania compôs a Comissão Organizadora do evento. "A liberdade religiosa está se transformando no grande tema do século XXI, pois está se configurando como um dos fatos sociais mais relevantes da atualidade", declarou o líder da ABLIRC.
O pastor Edson Rosa, secretário-executivo da IRLA na América do Sul e organizador geral do evento, fez um balanço positivo. Em sua opinião, o Festival mostrou principalmente uma boa representatividade de religiões preocupadas com o respeito e a tolerância. Além disso, serviu para divulgar a causa da liberdade religiosa para um número maior de pessoas, o que é saudável para consolidar o conceito. [Equipe ASN, Felipe Lemos]
Fontes: ASN / FACEBOOK / GOOGLE IMAGES
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