(Mensagem do Pr. Rafael Rossi, Ministerial da Divisão Sul-Americana da IASD, a todos os membros da IASD)
O Brasil vive momentos delicados e complexos com a onda de
manifestações que percorrem todo o país. As manchetes da manhã desta
sexta-feira dizem que mais de 1 milhão de pessoas participaram de
protestos em várias cidades do Brasil na quinta-feira, dia 20.
Entre muitos atos pacíficos, houve registro de violência em confrontos
entre manifestantes e policiais e atos de vandalismo em várias cidades.
No interior de SP, um participante de protesto morreu atropelado. O
crescimento da onda de manifestações levou a presidente Dilma Rousseff a
convocar uma reunião para as 9h30 desta sexta-feira, dia 21.
Diante desse quadro complexo, a pergunta que tenho mais escutado nestes
últimos dias é: devem os cristãos envolverem-se nessas manifestações?
Devem os pastores adventistas saírem as ruas e fazerem eco aos protestos
“pacíficos”?
Mais do que multiplicar palavras humanas ou raciocínios, quero deixar uma citação inspirada que esclarece alguns pontos:
“O governo sob que Jesus viveu era corrupto e opressivo; clamavam de
todo lado os abusos — extorsões, intolerância e abusiva crueldade. Não
obstante, o Salvador não tentou nenhuma reforma civil. Não atacou nenhum
abuso nacional, nem condenou os inimigos da nação. Não interferiu com a
autoridade nem com a administração dos que se achavam no poder. Aquele
que foi o nosso exemplo, conservou-Se afastado dos governos terrestres.
Não porque fosse indiferente às misérias do homem, mas porque o remédio
não residia em medidas meramente humanas e externas. Para ser eficiente,
a cura deve atingir o próprio homem, individualmente, e regenerar o
coração”. (O Desejado de Todas as Nações, 358).
Como igreja
respeitamos as reivindicações porque nós temos saído às ruas para
defender ideias, como o projeto Quebrando o Silêncio, contra o cigarro,
fumo e as drogas. Saímos com os jovens na Missão Calebe e para doar
sangue chamando a atenção da sociedade para o bem. Não é errado defender
suas ideias e ideais, mas o problema é que nessas manifestações existem
pessoas com intenções equivocadas que não combinam com os nossos
pensamentos e princípios cristãos. Muito mais do que reivindicar, nossa
missão é proclamar.
Nas manifestações têm muita gente que
realmente se manifesta de modo pacífico; porém, em certo momento, as
manifestações acabam utilizando métodos violentos para sofrer uma
resposta das ordens de segurança e se apresentam-se como vítimas do
Estado repressor. O objetivo é desestabilizar os governos por meio da
manipulação popular. Depois das manifestações, passam a ideia de que a
violência não era intencional, mas que foram pessoas “infiltradas” que a
promoveram. Eu me pergunto: é esse o nosso foco como cristãos? É esse
um lugar seguro para estarmos?
Como cristãos, fomos chamados
para influenciar o mundo e devemos continuar fazendo através do amor,
doando-se e desgastando-se pelo bem da comunidade.
Na
continuação, Ellen White diz: “Não pelas decisões dos tribunais e
conselhos, nem pelas assembleias legislativas, nem pelo patrocínio dos
grandes do mundo, há de estabelecer-se o reino de Cristo, mas pela
implantação de Sua natureza na humanidade, mediante o operar do Espírito
Santo. “A todos quantos O receberam, deu-lhes o poder de serem feitos
filhos de Deus; aos que creem no Seu nome; os quais não nasceram do
sangue, nem da vontade do varão, mas de Deus”. João 1:12, 13. Aí está o
único poder capaz de erguer a humanidade. E o instrumento humano para a
realização dessa obra é o ensino e a observância da Palavra de Deus”. (O
Desejado de Todas as Nações, 358)
Precisamos cuidar para não
perder o nosso foco. Estamos neste mundo com uma mensagem especial que é
preparar um povo para o encontro com o Senhor! A nossa força não deve
estar nas manifestações por justiça de um grupo que está tentando
encontrar suas causas, mas em anunciar a volta do Senhor Jesus, a
verdadeira causa!
A Bíblia é a nossa guia segura sempre. Veja o
que está escrito no livro de Hebreus 11:16: “Mas, agora, aspiram a uma
pátria superior, isto é, celestial. Por isso, Deus não se envergonha
deles, de ser chamado o seu Deus, porquanto lhes preparou uma cidade.”
O sonho dos sul americanos, o sonho dos brasileiros, o sonho dos
europeus... Todos querem uma pátria melhor. E ela existe. A cidade de
Deus, a pátria celestial. Enquanto não estamos nela, seguindo Romanos
13, dedique tempo para orar pelas autoridades e para que o evangelho
continue sendo anunciado a toda força.
Lembre-se sempre: “Crede no Senhor vosso Deus e estareis seguros”. (2Cr. 20:20).
Rafael Rossi
Associação Ministerial
Divisão Sul Americana
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