Lição 7 - O povo especial de Deus
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11 a 18 de maio
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Sábado à tarde |
Ano Bíblico: 2Cr 5–7
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VERSO PARA MEMORIZAR:
“Ele te declarou, ó homem, o que é bom e que é o que o Senhor pede de ti: que pratiques a justiça, e ames a misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus” (Mq 6:8).
Leituras da Semana:
Pensamento-chave: Mesmo em meio à pior apostasia, o Senhor estava disposto a perdoar e curar Seu povo.
O profeta Miqueias ministrou em um dos mais obscuros períodos da história de Israel. Havia muito tempo que o país tinha sido dividido em dois reinos. Finalmente, a Assíria pôs fim ao reino do norte, e Miqueias notava o mal e a violência invadindo Judá, no sul. Ele pregou contra os pecados mortais da desonestidade, injustiça, suborno e desconfiança. Miqueias foi o primeiro profeta bíblico a prever a destruição de Jerusalém (Mq 3:12).
No entanto, por inspiração divina, o profeta viu luz nesse tempo de escuridão. Com a ajuda da perspectiva de Deus, ele olhou além do castigo iminente. Miqueias proferiu palavras de encorajamento e declarou que o Líder ungido do Senhor viria de Belém. O Messias seria o líder que salvaria Israel e falaria de paz às nações, ensinando-as a converter “suas espadas em relhas de arado” (Mq 4:3). A repreensão divina seria o canal de restauração e bênçãos supremas.
Domingo |
Ano Bíblico: 2Cr 8, 9
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A agonia do profeta
Em Miqueias 1:1-9, o profeta convida toda a Terra a testemunhar o juízo de Deus contra os pecadores. As cidades capitais de Samaria e de Jerusalém são apontadas porque seus líderes não foram exemplos do que significa seguir a Deus de todo o coração. Essas duas cidades seriam as primeiras a sofrer a destruição.
O pensamento do juízo destrutivo produziu verdadeira tensão na vida de Miqueias. Visto que seu chamado profético o uniu ao propósito de Deus, ele não tinha escolha, senão anunciar o que estava por vir no futuro próximo. Mas o profeta também amava o povo ao qual ele pertencia e a ideia de seu cativeiro o levou a lamentar. Muitas vezes, uma notícia má tinha o efeito mais devastador sobre a mente e o corpo do profeta do que sobre os destinatários.
1. O que os textos a seguir ensinam sobre a difícil condição dos profetas? Nm 11:10-15; 1Rs 19:1-4; Jr 8:21–9:2; Ez 24:15-18; 2Co 11:23-27
Os profetas de Deus ficavam muito envolvidos nas mensagens que anunciavam. Eles não gostavam de falar sobre as coisas terríveis que aconteceriam. Muitas vezes, usavam lamentações para expressar suas reações aos desastres iminentes. A dor deles era real. Para os ouvintes, a mensagem estava contida tanto nas palavras proféticas quanto nos sinais externos, que muitas vezes revelavam uma dor profunda que provinha do coração. A reação de Miqueias ao juízo divino nos faz lembrar de Isaías, que por três anos andou seminu e descalço, como sinal visível da vergonha que o cativeiro traria. Podemos pesquisar também sobre o grande sofrimento que Ellen G. White suportou em seu ministério. Isso nos ajudará a entender melhor o que os servos de Deus tiveram que enfrentar.
Leia 1 Pedro 4:14-16. Depois considere a si mesmo e as provas pelas quais está passando. Quanto sofrimento tem ocorrido por causa de sua fidelidade a Deus? Você tem sofrido devido à infidelidade?
Aquele que trama iniquidade
2. Quais são os pecados que ameaçam trazer juízo sobre as pessoas? Mq 2:1-11; Mq 3
A ascensão de Acaz ao trono pôs Isaías e seus associados face a face com circunstâncias mais aterradoras do que as que até então tiveram lugar no reino de Judá. Muitos que anteriormente haviam resistido às influências sedutoras de práticas idólatras estavam então sendo persuadidos a tomar parte na adoração de divindades pagãs. Príncipes em Israel se mostravam infiéis ao seu dever; falsos profetas se levantavam com mensagens que levavam ao extravio, e até alguns dos sacerdotes estavam ensinando por interesse. Mesmo assim os líderes em apostasia ainda conservavam as formas do culto divino e presumiam ser contados entre o povo de Deus.
“O profeta Miqueias, que durante esses tempos conturbados deu seu testemunho, declarou que os pecadores de Sião, ao mesmo tempo que afirmavam estar apoiados no Senhor, e que em blasfêmia se vangloriavam dizendo: ‘Não está o Senhor no meio de nós? Nenhum mal nos sobrevirá’, continuavam a edificar ‘a Sião com sangue, e a Jerusalém, com perversidade’” (Mq 3:11, 10; Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 322).
Um dos problemas constantes que a nação hebraica enfrentava era o engano de que seu status especial como povo de Deus – seu conhecimento do verdadeiro Deus, ao contrário da tolice da idolatria pagã (Sl 115:4-9) – os tornava de alguma forma imunes à retribuição divina. A terrível verdade, porém, é que precisamente porque eles tinham um status especial diante de Deus, seriam considerados muito mais culpados por seus pecados. Como no livro de Deuteronômio, repetidamente o Senhor os advertiu de que todas as bênçãos, proteção e prosperidade que seriam deles eram condicionais à obediência aos Seus mandamentos, como é visto nesta advertência: “Tão somente guarda-te a ti mesmo e guarda bem a tua alma, que te não esqueças daquelas coisas que os teus olhos têm visto, e se não apartem do teu coração todos os dias da tua vida, e as farás saber a teus filhos e aos filhos de teus filhos” (Dt 4:9).
Tentamos enganar a nós mesmos quanto ao perigo de cometer o mesmo erro de Israel no passado? Pelo fato de possuirmos muita luz, pensamos que não podemos ser punidos?
O novo Rei de Belém
No livro de Miqueias, o humor muitas vezes muda drasticamente da tristeza para a esperança sublime. Essa esperança é vista em uma das mais famosas profecias messiânicas.
3. Quem foi mencionado em Miqueias 5:2? O que aprendemos sobre Ele nesse verso? Jo 1:1-3; 8:58; Cl 1:16, 17
De uma pequena cidade da Judeia viria Alguém da eternidade para ser governante em Israel. Miqueias 5:2 é um dos mais preciosos versos bíblicos, escrito para fortalecer a esperança do povo que aguardava ansiosamente o Líder ideal prometido pelos profetas. Seu governo conduziria a um tempo de força, justiça e paz (Mq 5:4-6).
Davi era natural de Belém, cidade também chamada de Efrata (Gn 35:19). A menção dessa cidade destaca a origem humilde tanto de Davi quanto de seu futuro sucessor, que seria o verdadeiro Pastor do povo (Mq 5:4). Na humilde cidade de Belém o profeta Samuel ungiu o filho mais novo de Jessé, Davi, que devia ser rei de Israel (1Sm 16:1-13; 17:12). Quando os sábios foram à procura do recémnascido “Rei dos judeus”, o rei Herodes perguntou aos especialistas nas Escrituras onde deveriam procurá-Lo (Mt 2:4-6). Eles mencionaram a ele essa passagem, que predizia que o Messias viria da pequena cidade de Belém.
Tão incompreensível como isso seja para nossa mente finita e caída, esse bebê era o Deus eterno, Criador dos céus e da Terra. “Desde os dias da eternidade o Senhor Jesus Cristo era um com o Pai” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 19). Por mais incrível que seja a ideia, esta é uma das verdades mais fundamentais do cristianismo: O Deus criador tomou sobre Si a humanidade e nessa humanidade Se ofereceu como sacrifício pelos nossos pecados. Se tomarmos tempo para pensar sobre o que isso nos ensina a respeito do valor de nossa vida e do que significamos para Deus, podemos ter uma experiência que transforma a vida. Quando tantas pessoas lutam para encontrar propósito e significado para sua existência, temos o fundamento da cruz, que não apenas nos firma no significado de nossa vida, mas também nos dá a esperança de algo maior do que aquilo que este mundo pode oferecer.
O que é bom
No início de Miqueias 6, Deus dialogou com Seu povo, listando todas as coisas que tinha feito em seu favor. Em resposta, o adorador que ia ao templo perguntava o que ele podia fazer para agradar a Deus. O que constitui uma oferta aceitável: “bezerros de um ano”, milhares de carneiros”, “dez mil ribeiros de azeite?”, ou até mesmo o filho primogênito do adorador? Há uma constante progressão do tamanho e do valor das ofertas especificadas no texto.
4. Leia Miqueias 6:1-8. A verdade é apenas doutrina correta e compreensão detalhada da profecia, ou Deus espera algo mais? Mt 23:23
O profeta declarou que Deus já revelou o que Ele quer. Por meio dos ensinamentos de Moisés, o povo sabia o que Deus graciosamente tinha feito por ele (Dt 10:12, 13). A resposta de Miqueias não era uma nova revelação que sinalizava uma mudança nos requisitos de Deus. Sacrifícios e serviços sacerdotais não eram a primeira preocupação de Deus. O supremo desejo do Senhor era ter um povo que fosse justo para com seus semelhantes, com devoção constante e amor para com o Senhor. A oferta mais extravagante que as pessoas podem dar a Deus é a obediência.
Miqueias 6:8 é a mais sucinta declaração da vontade de Deus para Seu povo. O texto resume todos os ensinamentos proféticos sobre a verdadeira religião: uma vida que revele a justiça, misericórdia e intimidade com Deus. Justiça é algo que as pessoas fazem quando são movidas pelo Espírito Santo. Tem a ver com retidão e igualdade para todos, especialmente os fracos e impotentes que são explorados por outros. Bondade significa demonstrar amor, lealdade e fidelidade aos outros de modo livre e espontâneo. Andar com Deus significa colocá-Lo em primeiro lugar e viver em conformidade com Sua vontade.
Por que é mais fácil guardar o sábado estritamente do que praticar a justiça, amar a misericórdia e andar humildemente diante de Deus?
Quinta |
Ano Bíblico: 2Cr 21–23
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Nas profundezas do mar
O livro de Miqueias começa com uma descrição dos juízos, mas termina com palavras de esperança. Há pessoas que tentam minimizar ou negar a realidade dos juízos de Deus. Fazer isso é cair na armadilha em que caíram os contemporâneos de Miqueias, que acreditavam que Deus nunca mandaria juízos sobre a nação escolhida.
A justiça de Deus é o outro lado do Seu amor e preocupação. A boa notícia apresentada por Miqueias é que a punição nunca é a última palavra de Deus. A ação divina nas Escrituras se move constantemente do juízo para o perdão, da punição para a graça e do sofrimento para a esperança.
5. Leia Miqueias 7:18-20. Como a esperança do evangelho é revelada nesses versos? Por que precisamos dela desesperadamente?
Os versos finais de Miqueias apresentam seu louvor cheio de esperança. A pergunta “Quem, ó Deus, é semelhante a Ti[...]”? Corresponde ao nome de Miqueias, que significa “Quem é como o Senhor?” Ela serve como lembrete da singularidade de Deus e afirma a verdade de que não há ninguém igual a Ele. Como poderia haver? Afinal, somente Ele é o Criador. Tudo o mais são criaturas. Ainda mais importante, nosso Criador é o Deus da graça, do perdão, um Deus que foi aos extremos mais inimagináveis possíveis a fim de nos salvar da destruição que seria, de modo justo, nossa recompensa. Ele teria feito isso pela nação hebraica e também fará o mesmo por nós.
É possível que sejamos rodeados por circunstâncias difíceis e experiências dolorosas que nos deixem perguntando por que Deus permite que tudo isso aconteça. Às vezes, é muito difícil entender as coisas. Em tais momentos, nossa esperança repousa apenas no Senhor, que promete lançar nossos pecados nas profundezas do mar. Há esperança para o futuro ao lembrar o que Deus fez no passado.
Considere sua vida com atenção. Por que sua única esperança está na promessa de que Deus lançará seus pecados “nas profundezas do mar”?
Sexta |
Ano Bíblico: 2Cr 24, 25
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Estudo adicional
Se Jerusalém tivesse conhecimento do que era seu privilégio saber, e dado ouvidos à luz que o Céu lhe tinha enviado, poderia ter se destacado na alegria de sua prosperidade, tendo sido rainha de reinos, livre na força do poder dado por seu Deus. Não teria havido soldados armados às suas portas [...] O glorioso destino que felicitaria Jerusalém, houvesse ela aceitado o Redentor, surgiu aos olhos do Filho de Deus. Viu que, por meio dEle, ela poderia ter sido curada de sua grave enfermidade, libertada da escravidão e estabelecida como poderosa metrópole da Terra. De suas muralhas partiria a pomba da paz, em direção de todas as nações. Ela seria o diadema de glória do mundo” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 577).
Perguntas para reflexão
1. Se você quer entender em um contexto mais moderno o sofrimento que os profetas de Deus muitas vezes experimentaram, leia o livro Vida e Ensinos, de Ellen G. White. O que esse livro ensina sobre as lutas e provações que fiéis mensageiros de Deus podem enfrentar?
2. É tão fácil se envolver com as formas religiosas, tradições e rituais, os quais podem ser bons. Porém, o que acontece quando essas formas e rituais se tornam fins em si mesmos, em vez de nos conduzir para o que realmente significa ser um seguidor do Deus a quem adoramos com essas formas?
3. Pense mais na ideia da encarnação, o conceito de que o Deus criador tomou sobre Si a natureza humana. Como um teólogo medieval escreveu: “Retendo tudo o que Ele era, Cristo tomou sobre Si o que Ele não era”, isto é, a nossa humanidade. Pense sobre o que essa surpreendente verdade revela acerca do amor de Deus por nós. Por que essa verdade deve nos encher de esperança, gratidão e louvor, independentemente das circunstâncias?
Respostas sugestivas: 1. Moisés sofreu por causa das muitas reclamações de Israel no deserto; Elias foi ameaçado de morte por Jezabel; Jeremias lamentou o sofrimento e os pecados do povo; Ezequiel perdeu a esposa como sinal da tragédia que sobreviria a Israel; Paulo fez muitos sacrifícios para pregar o evangelho. 2. Planejar e executar o mal; ganância, desonestidade e violência; roubo; falsas profecias; odiar o bem e amar o mal; hipocrisia. 3. O Messias, eterno Rei de Israel, que nasceria em Belém para salvar a humanidade; Ele é o Criador e Redentor. 4. Deus espera que creiamos na verdadeira religião; mas além das formalidades religiosas, Ele espera que pratiquemos a justiça, amemos a misericórdia e andemos humildemente diante do Senhor. A religião exterior deve caminhar com a espiritualidade interior. 5. Deus perdoa nossos pecados e os esquece; em Sua misericórdia, Ele lançará nossas iniquidades nas profundezas do mar e manterá a fidelidade ao Seu povo. Sem o perdão de Deus, não temos esperança!
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