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segunda-feira, 27 de maio de 2013

‘Apertem os cintos, o piloto sumiu. E a presidente assumiu’

Essa eu não poderia deixar de publicar em meu Blog.
Como sempre, Celso Arnaldo se supera ao escrever esta matéria, na página do grande Augusto Nunes, colunista da Revista Veja.
A matéria trata a arrogância, da presidente que o povo escolheu para desgovernar o Brasil.
Ela chega a dar bronca no comandante do avião se não pilota do jeito que ela imagina que deveria.
ela não sabe pilotar um fogão e se mete a dar pitaco no que não é da conta dela.
Veja a matéria.
Fonte - Revista Veja http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes

Celso Arnaldo vai às nuvens com a comandante Dilma: ‘Apertem os cintos, o piloto sumiu. E a presidente assumiu’

CELSO ARNALDO ARAÚJO
Quando viaja em seu avião oficial, um Airbus 319 CJ ,comandado pelo brigadeiro Joseli Parente Camelo, a presidente proíbe terminantemente turbulências na rota. Para garantir que a determinação seja cumprida à risca e o piloto não tente engambelá-la, atribuindo solavancos a incontornáveis intempéries de percurso, ela adicionou mais uma expertise à sua longa lista de competências técnicas: embora ainda leve um baile das chuvas que todo verão castigam a região serrana do Rio, aprendeu a interpretar cartas meteorológicas aeronáuticas altamente complexas. Com os dados em mãos, altera rotas oficiais, refaz planos de voo, alonga viagens ─ aliás, não está nem aí para o consumo de combustível. Tudo porque ela detesta avião que balança ─ mas não cai. Dilma revogou a lendária expressão céu de brigadeiro. O céu dela é sempre melhor.
A lenda da supergerente sem cabeça, que continua a ser alardeada com medo e reverência por seus áulicos e por boa parte da mídia, ganhou neste domingo, na página A8 da Folha (Dilma invade a cabine do piloto e vira corneteira dos voos oficiais), seu lance mais surreal: é Dilma quem pilota o Airbus da Presidência ─ sem encostar no manche de comando, só com broncas e interpelações. A se acreditar na matéria, Dilma se tornou uma controladora de tráfego aéreo mais eficiente que os engenheiros da Nasa em Houston que conseguiram trazer de volta à terra a errante Apolo 13. Ela inventou um jeito de evitar as inevitáveis turbulências aéreas: é só voar do jeito que ela quer.
A matéria ocupa apenas um quarto inferior de página, mas, por seu inacreditável viés de mistificação, é um retrato aberrante deste governo ─ ao mesmo tempo absurdo e prepotente ─ e renderia várias anotações no impagável “Diário de Dilma” na revista Piauí.
Na matéria da jornalista Natuza Nery, o Airbus 319 que foi a Roma lotado de aspones, para a posse do Papa Francisco, e voou batendo lata para a Etiópia, esta semana, quase se transforma num cenário do Zorra Total. “Ela detesta quando o avião presidencial sacode em pleno ar”, escreve a jornalista, num simulacro do idioma da personagem, sem explicar se seria possível o Airbus sacudir em pleno chão. Se foi por medo de avião que Belchior pegou pela primeira vez na sua mão, o medo da turbulência faz Dilma pegar no pé do pobre brigadeiro Joseli, que nesses momentos preferiria estar bombardeando Pearl Harbor a bordo de um caça Zero.
Essa fábula da superpiloto de controle remoto comprada pela Folha coloca Dilma analisando complicadíssimas cartas meteorológicas para alterar o plano de voo do avião presidencial se detectar que o Aerobus vai enfrentar turbulência. Claro, ela conhece os 39 tipos de cumulus nimbus ─ pileus, velum, incus, etc ─ melhor do que conhece seus 39 ministros. O brigadeiro Joseli já sabe que não deve duvidar nunca dessa expertise da patroa. Ou ela irá, lá na frente, verificar se as alterações de rota foram acatadas. Para isso, segundo a matéria, “fez questão de aprender a ler os enigmáticos dados do painel da cabine do piloto”. Quando sente que o chão parece faltar sob o Airbus a 30 mil pés de altura, costuma perguntar ao oficial, no tom que fez Sergio Gabrieli chorar: “Joseli, por que o avião está sacudindo? Que curva é essa?”.
Se o avião estiver balançando muito, ela permanece em seu lugar, com os cintos atados, que não é doida: nessas situações, segundo a Folha, Dilma interpela o oficial quatro estrelas por um botão ao lado da poltrona. “Quando o Airbus sacode, é fatal”, diz a repórter, sem perceber o perigo de associar a palavra “fatal” a um avião que sacode. Ela se referia a Dilma, a femme fatale a bordo. “A campainha toca. E, dependendo da trepidação, toca com muito vigor”.
Ou seja: balançou, lá vem bronca. Segundo a matéria, o brigadeiro faz sempre o que a presidente manda, até mesmo uma viagem em zigue-zague de Brasília a Porto Alegre, “para fugir do agito”, queimando querosene, é claro. Certa vez, relata a Folha, o desvio foi tão grande que o Aerodilma fez a curva em Mato Grosso antes de aterrissar em Brasilia, por causa das nuvens carregadas e ameaça de balanço.
Outro dia, dois pilotos da TAM foram demitidos por justa causa ao permitirem que o cantor Latino se sentasse à cadeira do comandante, durante o voo, para fazer uma foto. A matéria de domingo da Folha revela que Dilma chega a mudar o plano de voo do avião presidencial quando poderia, quem sabe, tomar um Engov.
Não é o cumulus?

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