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segunda-feira, 13 de maio de 2013

A Palavra de Deus Não Falhará

Dr. José Carlos Ramos

Tema 09
A Palavra de Deus
Não falhará
José Carlos Ramos
Março de 2013
            Um dos pontos que tornam fascinante o estudo das profecias bíblicas é o seu fiel cumprimento histórico. Tal fato não apenas fascina, mas resulta em fé e na segurança de que o propósito de Deus para com a humanidade segue sendo cumprido e de que logo a presença do pecado e do mal neste mundo será assunto do passado: “Disse-vos agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, vós creiais” (Jo 14:29).
            As profecias já cumpridas são um claro testemunho de que aquelas que ainda não se cumpriram também o serão, pois todas foram anunciada por Deus. No passado, quando os judeus começaram a ter dúvidas quanto à direção de Deus nos assuntos da Terra e ao cumprimento de Seus propósitos, Ele apontou para as profecias cumpridas como evidência de Sua fidelidade, e apelou para que Seu povo não esmorecesse em confiar nEle. Deveriam observar também as coisas que ainda ocorreriam: “Trazei e anunciai-nos as coisas que hão de acontecer; relatai-nos as profecias anteriores, para que atentemos para elas e saibamos se se cumpriram; ou fazei-nos ouvir as coisas futuras... Eis que as primeiras predições já se cumpriram e novas coisas eu vos anuncio; e, antes que sucedam, eu vo-las farei ouvir.” (Isa 41:23; 42:9).
Babilônia, Jóia dos Reinos
            Entre as profecias do Velho Testamento que alcançaram notável cumprimento, estão aquelas que se referem a Babilônia, capital do império que teve esse nome. Era uma das mais importantes cidades da antiga Mesopotâmia e famosa por seus jardins suspensos, uma das 7 maravilhas do mundo antigo.
            A cidade data dos tempos de Ninrode (Gn 10:10) e anos mais tarde, no governo de Hamurabi, já era um poderoso centro administrativo. O auge de sua grandeza foi atingido no tempo de Nabucodonosor, 600 anos antes da era cristã. Ele a transformou numa das mais belas cidades da época, remodelando-a com a construção de diversos edifícios, inclusive o novo palácio de seu governo e residência, ao norte do antigo, e ladeado de terraços, onde, se crê, estavam os jardins suspensos. Nabucodonosor ornamentou a cidade com diversos pórticos, e abriu largas avenidas, que lhe deram um brilho incomparável.
            Banhada pelas águas do rio Eufrates, e suntuosamente construída, ela foi chamada pelo profeta Isaías “a jóia dos reinos” (Is 13:19). Seu conjunto duplo de muralhas, seus portais de bronze, seus jardins, hortas e pastagens mantidos por eficiente sistema de irrigação, mais outros recursos, deram-lhe um senso de segurança e permanência não rivalizadas por nenhum outro grande centro do passado. Em seu orgulho, ela ostentava sua autoconfiança dizendo: “Eu só, e além de mim não há outra; não ficarei viúva, nem conhecerei a perda de filhos” (Is 47:8). Entretanto, exatamente no contexto de sua presunção, a profecia declarou: “Mas ambas estas coisas virão sobre ti num momento e no mesmo dia, perda de filhos e viuvez” (v. 9). Os profetas previram que Babilônia passaria para sempre. Observemos o que foi predito e como tudo se cumpriu.
Tal como Sodoma e Gomorra
            “Babilônia, a jóia dos reinos, glória e orgulho dos caldeus, será como Sodoma e Gomorra, quando Deus as transtornou. Nunca jamais será habitada, ninguém morará nela de geração em geração; o árabe não armará ali a sua tenda, nem tão pouco os pastores farão ali deitar os seus rebanhos. Porém nela as feras do deserto repousarão, e as suas casas se encherão de corujas; ali habitarão as avestruzes, e os sátiros pularão ali. As hienas uivarão nos seus castelos, os chacais nos seus palácios de prazer; está prestes a chegar o seu tempo, e os seus dias não se prolongarão” (Is 13:19-22).
            A derrocada do império babilônico começou em 539 a.C. quando Ciro, rei da Pérsia, invadiu Babilônia. A cidade, todavia, não foi destruída. Xerxes, também da Pérsia, destruiu seus palácios e templos em 480 a.C. Mais tarde Alexandre tentou restaurá-la e transformá-la na capital de seu império, mas morreu antes de concretizar seu intento. A partir daí a cidade foi se tornando cada vez mais desabitada até que por volta do nascimento de Cristo já era um grande montão de ruínas e um canteiro de tijolos.
            Dizem que os beduínos vivem nas proximidades de Babilônia, mas se negam a permanecer nela. Acompanham arqueólogos às ruínas, mas não passam a noite ali. Há entre eles uma crendice de que se alguém dormir nas ruínas se transformará num vampiro. Há algum tempo, Sadan Hussein, governante do Iraque, anunciou um trabalho de restauração em Babilônia, para transformá-la num polo de atração turística; mas veio a morrer sem concretizar seu intento. A profecia, de fato, jamais poderá ser contrariada, pois ela já alcançou o seu cumprimento.
A Queda de Babilônia Cumprida
em Seus Detalhes
            Daniel 5 narra a tomada de Babilônia por Ciro, rei da Pérsia. Este relato, secundado com informações da história secular, demonstra que as profecias que previram a queda da antiga Babilônia foram cumpridas em seus detalhes. Eis alguns deles:
            1. A cidade seria conquistada
                        a. pelos medos - Isa 21:2; Jer 51:11, 28
                               A História identifica o império conquistador de Babilônia como constituído                                             de duas nações: a Média e a Pérsia
                        b. por poderes do norte e do oriente - Isa. 41:2, 25; Jer. 50:3; 51:43
                               Estes povos procederam do norte e do oriente da Palestina, a terra dos                                      judeus.
                        c. por Ciro - Isa 44:28.
                               Isaías, que viveu uns 200 anos antes da queda de Babilônia, previu que o o                                   conquistador se chamaria Ciro. A Bíblia e a História confirmam esse fato.    
            2. Uma noite de prazer transformar-se-ia numa noite de terror - Is 21:4, 5; Jr 51:39, 57. Para se constatar que essa predição foi fielmente cumprida basta uma leitura de Daniel 5. O historiador Xenofonte confirma que estava sendo celebrada uma grande festa em Babilônia quando esta foi conquistada; nela “os babilônicos bebiam e se divertiam a noite inteira.” (On the Instituition of Cyrus, livro VII, cap. V)
            3. O Eufrates teria o volume de água diminuído; o vau do rio seria ocupado - Is 44:27; Jr 50:38; 51:32. Os historiadores clássicos, particularmente Heródoto, relatam que o Eufrates foi desviado do seu curso para que finalmente Babilônia fosse conquistada.
            4. Os portões se abririam para Ciro - Is 45:1. Desviado o Eufrates de seu curso, soldados de Ciro entraram na cidade através do leito seco e abriram os seus portões para a entrada de Ciro.
            5. Mensageiros correriam para anunciar ao rei de Babilônia que esta havia sido invadida - Jr 51:31. Xenofonte relata que soldados de Ciro chegaram até o palácio do rei de Babilônia e encontraram os portões fechados, e guarnecidos com sentinelas que foram, de imediato, mortas. Isso provocou um distúrbio que o rei de Babilônia, dentro do palácio, notou, e mandou averiguar o que estava acontecendo. Com isto os portões do palácio foram abertos, e os invasores penetraram encontrando o rei com sua espada desembainhada, o que indica que havia, momentos antes, sido avisado da invasão.
            6. Os soldados de Babilônia estariam sem condições de lutar. A cidade seria tomada sem guerra - Jr 50:24; 51:30. Esse fato também é confirmado pelos historiadores clássicos. Um documento arqueológico, conhecido como A Crônica de Nabonido, também afirma que Ciro entrou em Babilônia sem batalha alguma.
Conclusão
           
            Não há dúvida que as profecias bíblicas, salvo se dadas condicionalmente, encontram fiel cumprimento. As profecias já cumpridas reforçam esta certeza; a Palavra de Deus não falhará: “Passará o céu e a terra, porém, as minhas palavras não passarão” (Mt 24:35).
            Entre aqueles que almejam o estabelecimento final do Reino de Deus na Terra haverá um constante interesse pelo estudo das profecias acompanhado de uma atenta observação dos acontecimentos do dia a dia, a verem como elas se cumprem e como se aproxima cada vez mais a redenção final. As diferentes situações que caracterizam o complexo panorama atual dos afazeres humanos são vistos pelos estudiosos da Bíblia como claros indícios da proximidade do maior acontecimento de todos os tempos: a volta de Jesus nas nuvens do céu, com poder e grande glória.
            O aumento assustador da violência e da imoralidade, o franco atentado aos mais elementares direitos humanos, o crescente consumo de drogas, a falta de segurança nos pequenos e grandes centros, as tensões internacionais geradoras de desentendimentos e conflitos (em que pesem as propostas de paz), a instabilidade econômica, os crimes ecológicos, os milhões que anualmente perecem de fome e inanição, o surto de enfermidades fatais como a AIDS, o aumento de fenômenos naturais destruidores, como terremotos, secas, inundações, etc., a multiplicidade de problemas sociais aparentemente sem solução, e circunstâncias outras que provocam, junto com as anteriores, um sentimento generalizado de temor e angústia, são tidos como cumprimento de profecias que apontam os nossos dias como os últimos da História.
            Preparemo-nos “porque ainda dentro de pouco tempo Aquele que vem virá, e não tardará” (Hb 10:37).
O Dr. José Carlos Ramos é Professor de teologia na UNASP Universidade Adventista em São Paulo, CAMPUS Engenheiro Coelho

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