Essa matéria eu não poderia deixar de publicar em meu Blog. É esclarecedora. O Danilo, Fernandes fala com muita propriedade, dessa triste realidade que é hoje o conceito que o mundo tem dos evangélicos, por causa de elementos que se diz pastores e só enxovalham o nome de Cristo.
A matéria é do site Genizah, um dos melhores sites evangélicos do Brasil
Danilo Fernandes
Neste feriado
de Páscoa , o momento do ano em que comemoramos os acontecimentos
fundamentais da nossa Fé, dois conhecidos personagens da igreja
Evangélica foram “malhados como Judas” em dezenas de cidades do país.
A malhação do
Judas é uma tradição, pra lá de deletéria, não resta dúvida, e expressa a
manifestação de ódio da população pelo personagem que traiu o nosso
Senhor.
No Brasil, esta
tradição introduzida pelos portugueses passou a ser comum enfeitar o
boneco com máscaras ou placas com o nome de políticos, técnicos de
futebol ou mesmo personalidades não tão bem aceitas pelo povo. Poucas
vezes na história, contudo, se viu tamanha unanimidade na escolha de um
único personagem (no caso, uma dupla de personagens homenageadas)
a fim de co-representar o apóstolo maldito. Tanto mais com tamanha
popularidade e cobertura nacional... E um religioso? Um cristão? Jamais!
A que ponto chegamos? Dois pastores malhados como Judas?
Não me venham
dizer que foi coisa do movimento gay. Aqui e ali, pode até ser. Mas
foram muitas ocorrências! Em locais de muita tradição no “festejo”.
Foram movimentos populares desarticulados. Manifestações de base
popular.
Isto é muito
triste. O povo que sempre foi amado, tido por piedoso e bondoso,
sensível à causa dos aflitos se encontrar em tamanho descrédito popular.
A nossa
incompetência (e suprema pretensão) na condução de uma agenda cristã
para o Brasil está exposta. Somos artífices da repulsa, não da admiração
do povo.
O desprezo da
maioria da população pelos valores que defendemos – e que não são as
prioridades de Cristo – está alcançando todos os extratos da população.
Esquecemos que
não impomos valores, mas proclamamos as boas-novas, urgimos pelo
arrependimento, a partir dai é obra do Espirito Santo.
Não cremos mais na regeneração e optamos pela revolução cultural? Cristianismo virou maoísmo?
O povo que
sempre foi tomado por farol ético e moral da sociedade, exemplo de
empreendedorismo social, de povo alicerçado solidamente na fé é, hoje,
desprezado e odiado pela população em geral.
Como chegamos até a este ponto?
Alguns irão
dizer que a grande mídia tem papel neste processo. Não discordo por
completo. Contudo, de quem é a responsabilidade por incitar esta reação
ao crescimento do poder evangélico por parte dos donos da mídia senão
nós mesmos?
Não fomos nós
que saímos em marchas eleitoreiras pelas ruas dizendo que eram micaretas
ungidas de Jesus? Não somos nós que patrocinamos programas de TV, que
travestidos de tele-evangelismo mais parecem um bingo, onde se vendem
cartelas para o sorteio de bênçãos celestiais? Não fomos nós que
emprestamos legitimidade, ainda que por omissão, a fanfarrões cafajestes
como Silas Malafaia? Não somos nós que desejamos uma personagem pudica e
piedosa que nos represente com dignidade nas novelas da TV Globo, mas
nos recusamos a agir como Cristo na vida real? Não fomos nós que
elegemos bancadas evangélicas que ao invés de lutar pelas causas de
Cristo (pobreza, direitos humanos, liberdade, injustiça, dignidade,
vida, etc.) mira nas questões culturais e quer forçar a população em
geral a enquadrar as suas escolhas de vida aos padrões que decidimos
seguir?
Esta é a verdadeira lei da semeadura. Estamos colhendo o que plantamos.
A igreja católica (e não só esta mas, mas todas as religiões de origem abraâmica) defende os mesmos princípios em discussão no momento e, no entanto, ninguém está malhando um judas-padre nas ruas e, tão pouco, desacreditando uma eventual bancada católica no congresso (Opa! Os católicos, maioria da população não tem uma bancada parlamentar?!)
Esta é a verdadeira lei da semeadura. Estamos colhendo o que plantamos.
A igreja católica (e não só esta mas, mas todas as religiões de origem abraâmica) defende os mesmos princípios em discussão no momento e, no entanto, ninguém está malhando um judas-padre nas ruas e, tão pouco, desacreditando uma eventual bancada católica no congresso (Opa! Os católicos, maioria da população não tem uma bancada parlamentar?!)
Não me venham com argumentos denunciando uma eventual cristofobia.
Não é a Cristo que perseguem, tão pouco o fazem em “Seu” nome.
Quer saber quem
está sendo perseguido por ser de Cristo? O pastor José Dilson, preso no
Senegal. Este sim padece pelo evangelho! E tantos outros “Josés Dilsons”em países da África e Ásia, como atestam as reportagens da missão Portas Abertas!
Não nos façamos
de vítimas de um complô orquestrado pelos inimigos de Cristo. É até
blasfêmia diante de tanto sangue derramado no nosso Caminho. Quem ousa
usurpar a glória do martírio arrisca-se temerosamente! Deus tenha
piedade destes loucos!
Boa parte da população sabe perfeitamente que os que estão na mídia vivendo de polêmicas, à frente do bullying
cultural, na vanguarda das causas políticas são os odiosos e, estes,
não representam a maioria dos evangélicos. Boa parte da população sabe
que não os temos por exemplo. A maioria, contudo, não consegue nos
distinguir, tanto mais se os que pensam diferente seguem calados.
Omissos.
E lá estão
eles, garantindo o seu lugar na política nacional, nas manchetes de
jornal, nos canais de TV às custas do enlameamento da imagem dos
evangélicos perante a sociedade brasileira.
Está valendo a pena?
Estamos sendo tomados por verdadeiros imitadores de Cristo?
Eu cheguei a seguinte conclusão: A
luta contra o chamado lobby gay e ateu, em que pesem as nossas
convicções religiosas e cidadãs, se transformou na causa do anticristo.
Sim. Você
entendeu corretamente. Hoje, fazer oposição a agenda dos gays e dos
ateus no congresso nacional, nas ruas, na mídia, usando os
interlocutores atuais e seus métodos maquiavélicos (ou qualquer outra
estratégia que não seja a oração) é uma ação contra o Reino. É como
aderir a causa do anticristo.
E por que eu afirmo isto?
Em razão de, no presente momento, estarmos:
- Negligenciando agenda de Cristo. Não estamos sendo sal da terra e luz do mundo.
- Não estamos
profetizando contra a injustiça, a desigualdade e a miséria, mas contra
os pecadores, hostilizando-os ao invés de evangeliza-los.
- Não estamos nos colocamos ao lado dos excluídos, mas dos poderosos.
- Retirando a
prioridade do IDE em troca de assuntos sem relevância, desperdiçando
espaço que conquistamos na mídia para, por exemplo, lutar pelos cristãos
presos nas cadeias de países que perseguem cristãos.
- Estamos sendo odiados pela população, não por causa da pregação do Evangelho, mas por termos traído a causa do amor.
- Enquadrados entre os que retiram, não entre os que doam.
- Subjugando, ao invés de libertar.
- Entre os desonestos, os inimigos do povo e não entre os amigos dos pobres e injustiçados.
- Indo mais aos gabinetes do que aos mocambos, hospitais e presídios.
Ou seja,
estamos iludidos, fascinados, seduzidos em meio ao calor, à urgência e à
fumaça de uma batalha até justa, mas hoje amaldiçoada pelos atos
equivocados e egoístas dos "nossos generais" e, sem perceber, nosso foco
se desviou de Cristo.
Largamos a cruz
e pegamos em armas. Trocamos o amor ao próximo pela luta contra os
pecadores. Ofendemos ao invés de dar a outra face. Ajoelhamos diante do
dinheiro e do poder. Elegemos inimigos novos em nome do Pai.
Cristo não nos reconhece mais.
É hora de parar e refletir. Não fomos separados para isto.
Genizah
Leia Mais em: http://www.genizahvirtual.com/#ixzz2PRGdpINa
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