A ADORAÇÃO DO
REMANESCENTE DE DEUS EM BABILÔNIA
Pr. Wanderson Vieira
Texto: Daniel 3
Tema: Adoração
Tese: O irresistível
encontrando o irremovível.
Pergunta: Como?
Propósito: Levar os irmãos a
decidirem adorar ao Deus verdadeiro mesmo em face da morte.
Hinos:Fiel a Toda Prova / Somos
Teu, Senhor
A.
Ilustração:
O
cabo Desmon Doss foi o primeiro cristão adventista a receber a Medalha de Honra
do Congresso Americano, a mais elevada condecoração militar americana. Um
dedicado seguidor de Cristo, Doss acreditava que era errado matar, segundo o
sexto mandamento da Lei de Deus, mas queria servir ao país, assim
voluntariou-se como médico. Durante o treinamento os seus companheiros o
ridicularizavam por se recusar a disparar um tiro. Zombavam dele quando lia sua
Bíblia ou se ajoelhava ao lado da cama, à noite, para orar. Porém, em combate,
a história era diferente. Durante a batalha de Okinawa, na Segunda Guerra
Mundial, em maio de 1945, Doss arriscou a vida diversas vezes para resgatar
centenas de homens feridos. Com suas atitudes altruístas, ele conquistou a
gratidão e o respeito dos seus antigos críticos e daqueles cuja vida ele
salvou.
B.
A Bíblia, mais precisamente em Daniel 3,
relata a história de três jovens que também se recusaram desobedecer ao
mandamento de Deus. Não foi o mesmo que Desmond Doss obedeceu (não matarás),
mais foi o mandamento “não adorarás outros deuses”.
C.
As cenas do capítulo 3 ocorreram na
planície ou no campo de Dura. Essa expressão, indicava “qualquer lugar fechado
por uma parede ou por montanhas”.
D.
Era uma área a qual ficava entre a
muralha interior e exterior em redor da capital babilônica. Ela comumente
servia como uma planície de desfile para o exército e um lugar para que as
tropas [caldeias] pudessem acampar.
E.
Uma boa parte dos comentaristas defende
o ano de 594 aC, décimo ano do reinado de Nabucodonosor, como sendo a data em
que ocorreram os eventos do terceiro capítulo de Daniel. Aproximadamente dozes
anos antes da destruição definitiva de Jerusalém, em 586 aC.
F.
As razões que levaram o rei
Nabucodonosor a erigir essa imagem colossal foram duas: religiosa e política.
1. Religiosa
porque o monarca caldeu resolveu realizar uma homenagem a seu deus. E através
dessa homenagem, ele procurava reescrever as predições do capítulo anterior, na
qual é revelado que o império Babilônico um dia seria superado por outro.
2. Política
porque Nabucodonosor desejava também conter as sucessivas revoltas que surgiram
em seu reino, inclusive a promovida pelo rei de Judá
G.
A fim de alcançar esses dois objetivos,
o rei promove um grande evento religioso no qual é requerida de toda a
liderança política das províncias do império adoração à estrutura cúltica
caldeia.
H.
Para facilitar o entendimento da
mensagem que Deus tem para o seu povo, hoje, através dessa história, dividimos
o capítulo em três partes. A primeira refere-se aos princípios valorizados para
a efetivação do culto babilônico, a fim de que a adoração à imagem erigida pelo
rei tivesse aceitação universal. A segunda revela os princípios da verdadeira
adoração identificados na atitude fiel dos três hebreus. E a terceira parte
apresenta as implicações da decisão dos jovens judeus em não cultuar aquilo que
Deus proibira.
I
– A ADORAÇÃO BABILÔNICA
A.
Nos primeiros sete versículos do
capítulo em questão, Daniel registra detalhadamente a estrutura cúltica
babilônica que representa toda uma adoração falsa.
1. Imagem: O primeiro elemento
que se destaca nessa adoração tem que ver com a imagem erigida pelo rei. Pelo
menos 11 vezes, Daniel faz referência a essa palavra, em todo o capítulo.
i. A imagem
do capítulo três equivale a um obelisco.
ii. Ele
tinha o formato de um deus. (Dan. 3:12, 14, 18 e 28).
iii. A
imagem tinha a intenção de representar a Marduque, o deus chefe do panteão
Babilônico.
iv. O
obelisco era formado de tijolos assados ou pedras e revestido em ouro. Ele era
externamente belo, porém internamente rudimentar; representando assim uma
religião estritamente preocupada apenas com o exterior.
v. As
medidas envolvidas na construção da imagem foram extraídas do sistema
sexagesimal (baseado no número seis) utilizados pelos babilônicos para
simbolizar a sua estrutura religiosa.
vi. Tudo
na imagem, até mesmo as medidas envolvidas direcionava a mente do adorador à religião
babilônica.
2. Uniformizo: Esse
é outro aspecto identificado na adoração de Babilônia. Nesse tipo de culto, a
uniformidade é sempre desejada em detrimento da adversidade.
i. Enquanto
que a estrutura do capítulo 2 é revestida por diferentes metais, na imagem do
capítulo 3 se utiliza apenas um material de cima a baixo do obelisco,
unificando toda estrutura por meio de um só metal.
ii. A
tendência para o uniformizo também é vista na reunião convocada pelo rei. Aqui,
Nabucodonosor tem a intenção de criar uma religião unificada e universal no
vasto império.
iii. Há
ainda a valorização de uma única expressão musical (sincretismo musical) apesar
de está presente representantes de diversos países, credos e classes sociais.
iv. A
própria imagem exaltava a uniformidade. Dentre todos os deuses adorados pelos
diversos súditos de diferentes religiões em Babilônia, apenas o deus
babilônico, representado pelo obelisco, deveria ser adorado.
3. Universalismo: Nos
versos de 1 a 7, os quais detalham a adoração babilônica, percebe-se que há uma
tentativa de se promover uma religião universal. Isso é verificado nas
expressões “todos os oficiais das províncias”, “povos, nações e homens de todas
as línguas” e “toda sorte de música” (vers. 2, 3, 4, 5 e 7).
4. Formalismo: Os
indivíduos, nesse culto, adoram porque são forçados a fazê-lo. Eles se ajoelham
em Dura, mas o coração está em outro lugar. Estão ali unicamente por causa dos
seus cargos.
i. A
constante repetição valorizada no capítulo 3 revela o caráter formal e mecânico
desse culto.
5. Religião voltada para o presente: Na
frase “qualquer que não se prostrar e adorar, imediatamente será lançado dentro
do forno de fogo ardente” (Dan. 3:6), força os indivíduos a escolherem as
vantagens imediatas do presente, nesse caso a sobrevivência.
i. Atemorizados
pelo risco de perderem tudo, inclusive a vida, eles se apegaram ao presente, e
sua obediência proveio somente do instinto de autopreservação.
6. Religião de autômatos: Nessa
adoração, os indivíduos só se curvam porque a multidão o faz. Eles não
questionam, não refletem em seus atos ou nas implicações dos mesmos. Esses
apenas seguem o cortejo como autômatos.
7. Religião estritamente emocional: Os
organizadores do evento faz com que a música tenha um papel primordial. Pois é
ela quem dá o tom estritamente emocional do culto. (vrs.
5, 7, 10 e 15)
i. Toda
a variedade de instrumentos foi unida na sinfonia do reino para dar espetáculo
e extasiar a multidão.
ii. Os
organizadores do evento sabiam que a música é um instrumento poderoso para
induzir ao êxtase ou união mística.
iii. Comumente,
inclusive em nossos dias, esse tipo de religião dá as coisas mastigadas aos
fiéis e acompanham a mensagem com barulho contínuo de música de fundo. Os
crentes transportados pelo ‘Espírito’ gritam e choram com delirante entusiasmo.
Nesse contexto, a reflexão é desnecessária e antiquada em seus cultos.
8.
Religião
estatal: Para garantir que todos se ajoelhassem, Nabucodonosor
lança mão da força política e emite um decreto de morte, forçando
definitivamente todos a se curvarem. (vrs. 6,11,15,19, 21)
A.
A adoração babilônica é um tipo daquela adoração
falsa que ocorrerá nos últimos dias, como relatado em Apocalipse 13: 11-18.
1. “Faz
com que a terra e seus habitantes adorem a primeira besta...” (ver
12)
2. “...ainda
fizessem morrer quantos não adorassem a imagem da besta”(ver.
15)
3. “A
todos, os pequenos e os grandes, os ricos e os pobres, os livres e os escravos,
faz que lhes seja dada certa maca sobre a mão direita ou a testa...” (ver
16)
4. “...
o seu número é 666” (ver. 18).
B.
“Importantes
são as lições a serem aprendidas da experiência dos jovens hebreus na planície
de Dura. Nos dias atuais, muitos dos servos de Deus, embora inocentes de
qualquer obra má, serão levados ao sofrimento, humilhação e abuso às mãos
daqueles que, inspirados por Satanás, estão cheios de inveja e fanatismo
religioso. A ira do homem será especialmente despertada contra os que
santificam o sábado do quarto mandamento; e por fim um decreto universal
denunciará a estes como dignos de morte. Os tempos de provação que estão diante
do povo de Deus reclamam uma fé que não vacile. Seus filhos devem tornar
manifesto que Ele é o único objeto do seu culto, e que nenhuma consideração,
nem mesmo o risco da própria vida, pode induzi-los a fazer a mínima concessão a
um culto falso”. (P.R. 512).
II – ADORAÇÃO VERDADEIRA
B.
Em contraste à adoração babilônica,
claramente o autor passa a revelar, nos versos 8 a 18, os aspectos da adoração
ao verdadeiro Deus. Isso se percebe na reação dos três hebreus em relação à
imagem que o rei erigiu.
1. Obediência aos mandamentos de Deus: O primeiro
elemento da verdadeira adoração é notado nas seguintes palavras “as teus deuses
não servem, nem adoram a imagem de ouro que levantaste”. (ver.
12, 14, 18 e 28).
i. Se
ligarmos essas expressões ao primeiro e segundo mandamentos da lei de Deus (
Êx. 20: 3, 4 e 5), percebemos que na adoração verdadeira defendida pelos jovens
hebreus, a guarda dos mandamentos de Deus é fundamental.
ii. O
livro de Provérbios, escrito por Salomão, enfatiza esse aspecto também quando
diz “o que se desvia de ouvir a lei até a sua oração será abominável” (Prov.
28:9)
iii. No
evangelho de João 14:15 reforça essa verdade quando é dito: “Se me amardes,
guardareis os meus mandamentos”.
iv. João
em sua primeira carta, no capítulo 2 verso 4 corrobora esse princípio ao afirmar
que “Aquele que diz: Eu o conheço e não guarda os seus mandamentos é mentiroso,
e nele não está a verdade”.
2. Genuína fé em Deus:
Além de guardar os mandamentos de Deus, a verdadeira adoração exige uma fé
genuína, tal qual vista no comportamento de Sadraque, Mesaque e Abdenego.
i. Quando
eles responderem: “Se o nosso Deus, a quem servimos, quer livrar-nos, ele nos
livrará... Se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses...”
(vers. 17-18). Nesse momento a força irresistível da adoração babilônica
encontrou três indivíduos com fé irremovível.
ii. A fé
dos três hebreus revela uma verdade essencial: a fé não livra você do fogo,
muitas vezes, mas leva-o através dele. Os jovens judeus receberam livramento no
fogo e não do fogo.
iii. O
apóstolo Paulo ecoa esse tipo de fé quando diz em sua carta aos hebreus 11:6
que “de fato, sem [essa] fé é impossível agradar a Deus”.
iv. Ilustração:
Certa
vez, Mark Finley conheceu uma senhora que assistiu a um dos seus seminários
sobre o livro de Daniel. Estavam num grande hotel do centro de Chicago. Ela o
procurou ao final e disse: “Sabe, sou cristã e acredito que se tiver fé
suficiente, nunca terei câncer. Mas fui ao médico um dia porque percebi que
estava perdendo peso, tendo enjoos e outros sintomas, e meu médico diagnosticou
que estou com câncer. Tenho um pequeno tumor maligno que está crescendo.” E
continuou: “Voltei ao médico e começamos o tratamento, isso foi há seis meses.
Tenho feito quimioterapia e radioterapia, mas ainda continuo com câncer. E como
estou muito abalada resolvi procurar meus amigos. Eles me disseram: ‘Veja bem,
se você tiver fé suficiente, será curada. Deus irá curá-la. ’ Agora estou com
dois problemas, porque tenho câncer e não possuo fé suficiente; porque orei,
orei, orei, e quando voltei o câncer estava progredindo. Eles continuaram
especulando: ‘Talvez exista algum pecado em sua vida, por isso Deus não pode
curá-la. ’” Agora ela estava com três problemas, o câncer, não ter fé
suficiente e algum pecado em sua vida. Ela depois lamentou: “Quando terminei de
falar com meus amigos cristãos, estava tão deprimida e tão desencorajada,
porque me sentia uma pecadora e isso deve ser alguma maldição de Deus sobre
mim.” Então ela disse: “Mas quando comecei a entender que Sadraque, Mesaque,
Abede-Nego não foram salvos das chamas, mas que Deus estava com eles dentro das
chamas…” então tive paz no meu coração.
3. Um Remanescente Fiel: Ao
contrário da multidão de adoradores presentes no culto babilônico, o que se ver
na adoração verdadeira é unicamente um grupo pequeno, um remanescente fiel que
resolveu não se curvar. Isso revela que, na maioria esmagadora das vezes, a
multidão estará sempre ao lado do que é errado, enquanto que ao lado do que é
certo, apenas alguns poucos.
4. Em face da morte, não amaram a própria
vida: Os hebreus, mesmo diante da morte, foram firmes em sua
fé em adorar o verdadeiro Deus. A fé deles desafiava até a própria morte.
C.
Os hebreus se tornam um tipo daqueles
que permanecerão firmes, até o fim, como relatados em Apocalipse 12.
1. “São
os que guardam os mandamentos de Deus...” (ver 17)
2. “...e
tem a fé em Jesus”. (ver. 17)
3. “Ireou-se
o dragão contra a mulher e foi pelejar com os restantes da sua
descendência...” (ver 17)
4. “...
e não amaram as suas vidas até à morte” (ver. 11).
III
– AS IMPLICAÇÕES DA DECISÃO IRREMOVÍVEL DOS JOVENS HEBREUS
A.
Livramento
milagroso para os Hebreus: Os jovens hebreus através de sua
decisão puderam desfrutar de algumas bênçãos divinas. (vrs.
24-27)
1. Salvação: Os
hebreus viveram intensamente a salvação promovida por Cristo.
i. Fica
evidente que a libertação veio de fora e não foi algo arquitetado dentro da
fornalha.
ii. O
segundo passo foi desatá-los das ataduras que o opressor colocara (“vejos os
varões hebreus soltos”)
iii. O
terceiro passo tem que ver com o andar livremente no ambiente que foram
lançados (“eles passeiam no meio do fogo sem sofrer dano algum!”).
iv. E
finalmente, Deus mesmo os acompanha em toda circunstância (“Vejo um quarto ser
semelhante a filho dos deuses”)
2. Comunhão: Por
escolherem o caminho que os levariam à fornalha, eles tiveram uma comunhão
muito mais intensa com Deus.
3. Prosperidade: Além
disso, os judeus saem muito mais enriquecidos e honrados dessa prova.
Anteriormente, os judeus apenas estavam na província de Babilônia. Agora,
prosperam na província de Babilônia. (Dan. 2: 49 e 3: 30)
B.
Impressão
da verdade nos súditos e no coração de Nabucodonosor.
1. Impacto da Verdade: Por
meio desse milagre, Nabucodonosor e as centenas ou milhares de funcionários
babilônicos, na planície de Dura, foram postos frente a frente com o Deus
verdadeiro. (vrs. 24,25,27)
2. Semente da Verdade Plantada: Apesar
do rei não se converter de todo, mas pelo menos a semente da verdadeira
adoração fora plantada e iria produzir frutos no futuro. (vsr.
28-29)
CONCLUSÃO
A. Diante dessa história
concluímos:
1. Não
precisamos ser enganados quanto às artimanhas promovidos por Satanás com sua
proposta de adoração falsa, nos dias de hoje.
2. Deus,
através dos três hebreus, revela quais atitudes devem apresentar os Seus
verdadeiros adoradores, nos últimos dias dessa terra.
3. Ser
fiel a Deus promove bênçãos para nós e as pessoas que estão ao nosso redor.
B. Ilustração: Edição do dia 23/02/2012 Homem convertido ao cristianismo é condenado à morte no Irã O pastor evangélico Youssef Nadarkhani foi preso, acusado de abandonar a fé islâmica. Decisão da justiça iraniana provocou indignação internacional. Uma decisão da justiça do Irã provocou indignação internacional e protestos de defensores da liberdade de religião. Um homem que se converteu ao cristianismo foi condenado à morte. Youssef Nadarkhani foi preso em 2009 porque não quis que os filhos estudassem o livro sagrado dos muçulmanos - o Alcorão. Ele se tornou cristão aos 19 anos de idade e três anos depois, já pastor evangélico, fundou uma pequena comunidade cristã na cidade de Rasht, a noroeste de Teerã. Nadarkhani foi preso, acusado de abandonar a fé islâmica, e recebeu a sentença máxima: morte por enforcamento. Durante três anos, o caso foi examinado por cortes superiores iranianas. A esposa de Nadarkhani também foi detida, chegou a ser condenada à prisão perpétua, mas depois foi solta. O pastor, por três vezes, recebeu proposta de abandonar o cristianismo e voltar para o islã, em troca da suspensão da pena de morte. Youssef Nadarkhani não aceitou. Segundo o Centro Americano de Lei e Justiça - uma organização que defende a liberdade religiosa nos Estados Unidos e acompanha o caso de Youssef - a sentença foi confirmada pelo governo iraniano e a ordem de execução foi dada. Jordan Sekulow, diretor do centro, vem divulgando em um programa de rádio a perseguição contra Nadarkhani. "Não sabemos se ele ainda está vivo nesse momento" diz Sekulow. "A ordem de execução não é divulgada publicamente. A única coisa que pode salvar Nadarkhani", ele diz "é a pressão internacional, principalmente de países como o Brasil, que tem boas relações diplomáticas com o Irã".
Fonte A voz do Profeta
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