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sexta-feira, 8 de março de 2013

O dia do juízo está vindo! Não se trata de uma ameaça, mas de uma promessa

Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, em todo lugar, que se arrependam, porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do Varão que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-O dos mortos” (At 17:30, 31, RC).
O apóstolo Paulo está em pé no Areópago, uma colina rochosa localizada perto da Acrópole de Atenas. Entre a multidão reunida para ouvir o que ele tinha a dizer, estavam filósofos e transeuntes ansiosos pelas últimas novidades. Paulo começou a falar sobre as práticas religiosas que tinham observado, e apresentou-lhes o único Deus verdadeiro, o Criador dos céus e da Terra, a Fonte de vida para todos. Então, o discurso chegou ao seu auge com a advertência: O dia do juízo está vindo!
Essa é a mensagem que atravessa toda a Bíblia. Deus, o dirigente moral do Universo, convocará todos para o acerto de contas. Ninguém pode fugir; ninguém pode se esconder. As pessoas podem negar essa verdade, tentar amortecer a consciência, mas o fato permanece: O dia do juízo está vindo! “Importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo” (2Co 5:10). “Com fogo e com a Sua espada entrará o Senhor em juízo com toda carne; e serão muitos os mortos da parte do Senhor” (Is 66:16). Mesmo Jesus, que tanto falou sobre o amor do Pai, também ensinou que o dia do juízo viria: “Eu lhes digo que, no dia do juízo, os homens haverão de dar conta de toda palavra inútil que tiverem falado” (Mt 12:36, NVI).
Em nosso mundo caído, a injustiça prevalece. Com muita frequência, o pobre não recebe o que lhe é devido, enquanto aqueles que podem contratar os melhores advogados são absolvidos. Vivemos numa época em que a iniquidade se alastra, a desumanidade de uns contra os outros não conhece limites, o mal não pode ser controlado e “a verdade está sempre na forca, e o erro, sempre no
trono” (James Russel Lowell, “The Present Crisis” [poema escrito em 1844]).
Porém, o Senhor diz a nós, bem como a toda a humanidade: O dia do juízo está vindo! O mal não existirá para sempre. A justiça não continuará a ser negada e corrompida. Deus tomará o controle em Suas mãos. Ele chamará toda a humanidade à prestação de contas.
Permanecendo firmes – Depois do Holocausto, ocorrido durante a Segunda Guerra Mundial, muitos judeus abandonaram a fé em Deus. Diante do aparente silêncio divino, pensaram que não mais podiam crer. Entretanto, o problema é muito mais antigo. Ele aparece em vários textos bíblicos, como no Salmo 73. O salmista reconhece abertamente sua dificuldade em compreender como aqueles que rejeitam a Deus aparentemente prosperam. “Quanto a mim, porém, quase me resvalaram os pés; pouco faltou para que se desviassem os meus passos. Pois eu invejava os arrogantes, ao ver a prosperidade dos perversos” (Sl 73:2, 3).
Pessoas que nem mesmo pensam em Deus parecem desfrutar uma vida boa. O salmista os descreve como sadios, livres de preocupações, prósperos, orgulhosos, violentos, zombadores, maldosos, arrogantes (v. 4-12). Eles dizem: “Como sabe Deus? Acaso, há conhecimento no Altíssimo?” (v. 11).
Para o salmista, foi muito difícil compreender, e é difícil também para nós. Mas a resposta, a ele e a nós, vem por meio destas palavras: “Até que entrei no santuário de Deus, e então compreendi o destino dos ímpios” (v. 17, NVI).
Para o salmista, o santuário era a garantia de que Deus está vivo e ativo. Deus ainda estava em Seu trono, e, no tempo certo e da melhor forma, Ele daria fim ao domínio do pecado e do mal. Deus endireitaria tudo.
Para nós, o santuário celestial, onde Jesus atua como nosso grande Sumo Sacerdote, Ele concede a mesma garantia. O mundo não irá durar para sempre. Os crimes que permeiam a sociedade, os atos vis de homens e mulheres – um dia tudo será examinado pelo Senhor do Universo. O dia do juízo está vindo!
Em muitas igrejas cristãs, a doutrina do juízo desapareceu completamente. Mesmo que os adoradores repitam as palavras do antigo credo – “[Cristo] há de vir julgar os vivos e os mortos” –, a ideia não mais tem significado em sua vida prática. Os adventistas do sétimo dia, no entanto, mantêm essa verdade bíblica como componente vital de sua teologia. Acreditamos que nossa mensagem é simbolizada pelos três anjos de Apocalipse 14, que se dirigem ao mundo inteiro com a proclamação: “Temam a Deus e glorifiquem-nO, pois chegou a hora do Seu juízo. Adorem Aquele que fez os céus, a Terra, o mar e as fontes das águas” (Ap 14:7, NVI).
Note a ligação com o discurso de Paulo no Areópago. Ele desafiou sua audiência cética a se arrepender e nossa mensagem convida todos a temer a Deus e a glorificá-Lo. Paulo afirmou que Deus estabeleceu “um dia em que com justiça há de julgar o mundo”; nós pregamos: “Chegou a hora do Seu juízo.”
Transformados pela graça – Finalmente, Paulo declarou que Deus julgará o mundo por meio do Homem que escolheu, Aquele a quem ressuscitou dentre os mortos – Jesus Cristo. A mensagem que os adventistas devem anunciar ao mundo está centralizada em Jesus. Ela é “o evangelho eterno”, as boas-novas a respeito do Deus-homem que providenciou nossa salvação e que em breve voltará. Cristo é “Aquele que fez os céus, a Terra, o mar e as fontes das águas” (Ap 14:7, NVI), porque “todas as coisas foram feitas por intermédio dEle, e, sem Ele, nada do que foi feito se fez” (Jo 1:3).
No juízo, a questão crucial envolve nosso relacionamento com Jesus. Não temos poder para salvar a nós mesmos, não importa o quanto nos esforcemos. Nosso nome será chamado no tribunal do Céu, e o infalível registro de nossa vida será aberto: tudo o que fizemos e deixamos de fazer, todas as nossas palavras, nossos pensamentos mais íntimos. Nesse momento, uma pergunta será mais importante que todas as demais: O que você fez com o Filho de Deus? “Deus enviou o Seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que este fosse salvo por meio dEle. Quem nEle crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, por não crer no nome do Filho unigênito de Deus” (Jo 3:17, 18, NVI).
O registro celestial de nossa vida, embora sozinho não forneça esperança, é importante porque mostra o rumo de nossa vida. Somos fracos e falhos; tentamos, mas caímos vez após vez. Com todos as pausas e recomeços, no entanto, a graça de Cristo está nos transformando. A mudança ocorre silenciosamente, diariamente, enquanto a imagem de Deus é renovada em nós. Enquanto caminhamos com Jesus, entregando-nos a Ele cada dia, alimentando-nos de Sua Palavra e procurando viver para Sua glória, nos tornamos mais semelhantes a Ele. Como o marido e a esposa que amam profundamente um ao outro passam a ser mais parecidos em hábitos e aparência, assim as pessoas que amam Jesus assumem a Sua semelhança.
“Todos nós que, com a face descoberta contemplamos a glória do Senhor, segundo a Sua imagem estamos sendo transformados com glória cada vez maior, a qual vem do Senhor, que é o Espírito” (2Co 3:18, NVI).
Alguns adventistas têm medo do juízo. Vivem em dúvida e apreensão de que não são bons o suficiente para ser recebidos no Céu.
Querido leitor, você está nesse grupo? Permita-me dar uma resposta bíblica direta: Você não é bom o suficiente. Você nunca o será em si mesmo.
Mas Jesus é bom o suficiente. Se você O aceitou como Salvador e Senhor, Ele o substituirá. Quando Deus, o Pai, olha para você, vê apenas a perfeita justiça de Seu Filho, e não o registro manchado de sua vida.
Você crê que isso é verdade? Confie na Palavra de Deus, que nos assegura: “Portanto, visto que temos um grande sumo sacerdote que adentrou os Céus, Jesus, o Filho de Deus, apeguemo-nos com toda a firmeza à fé que professamos, pois não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, mas sim Alguém que, como nós, passou por todo tipo de tentação, porém, sem pecado. Assim, aproximemo-nos do trono da graça com toda a confiança, a fim de recebermos misericórdia e encontrarmos graça que nos ajude no momento da necessidade” (Hb 4:14-16, NVI).
A última mensagem de Ellen G. White, escrita em 1914, foi dirigida a uma pessoa que estava atribulada por dúvidas e temores a respeito de sua aceitação por Jesus. Ellen G. White escreveu: “É seu privilégio confiar no amor de Jesus para a salvação da maneira mais ampla, mais segura e mais nobre; e dizer: Ele me ama, Ele me recebe, nEle confiarei, pois deu Sua vida por mim” (Testemunhos Para Ministros, p. 517).
Que conforto! Que certeza! O trono celestial de Deus é um trono de graça. A graça é nossa viva esperança; a graça é nossa salvação.
Essas são, de fato, boas-novas. O dia do juízo está vindo! Louvado seja Deus!
William G. Johnsson, Ph.D., foi por muitos anos editor de Adventist Review e Adventist World. Jubilado, trabalha como assistente do presidente da Associação Geral para assuntos interdenominacionais.

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