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quarta-feira, 13 de março de 2013

ADVENTISTÊS



Era uma vez... uma visita à Igreja Adventista do 7º Dia

Priscilla Stehling

Certa manhã eu descia animado do ônibus municipal que me levava até o trabalho, quando de repente escutei alguém me chamando pelo nome. O tom da voz era um tanto imponente e entusiástico, o que me instigou ainda mais a curiosidade. Rapidamente eu me virei e logo percebi que se tratava de um simpático colega de trabalho, também caminhando rumo à empresa.

- Tudo bem, Carlos? – disse ele animado.
- Tudo bem sim. E você, como vai? – respondi automaticamente.
- Este final de semana eu fui em sua Igreja. Uma amiga da minha esposa também é da adventista e sempre nos convida para assistir a uma das celebrações de vocês. Nós aproveitamos o feriado de sábado e fomos.
- Que bom, cara, legal! E ai, o que você achou? – perguntei curioso.
- É...hã...foi interessante! As pessoas nos trataram muito bem. Parecem ser felizes, estão sempre sorrindo...me interessei em ir num lance que vai ter semana que vem.
- Há, é? Qual?
- No próximo sábado, à tarde, todos vão participar de um programa no distrito do Capão. Deve ser o 47 que fica ali na estrada de Itapecerica. Eu me interessei porque eu nunca assisti a um evento da polícia. Ainda mais depois que eles falaram o tema: Mordomia. Fiquei pensando: será que esse pessoal vai ter coragem de falar da vida mansa dos “polícia”, dentro do distrito? Não são todos, mas de fato, tem muito policial por ai só na folga... na mordomia mesmo!
Daí eu perguntei pra menina que estava do meu lado que horas iria ser esse programa. Ela não soube responder, mas me mandou falar com um ancião. Acho que ela se confundiu porque o rapaz era bem novinho.
- “Ichii...e agora?” – pensei. “O Marcos entendeu tudo errado! Vou ter que explicar...”
- Marcos, na verdade...
- Não Carlos, peraí. Deixa eu só te contar mais essa!
No meio lá da cerimônia, uma mulher contou uma história de um obreiro que nasceu na igreja e estava trabalhando numa casa aberta até o ano passado. Mas ela disse que ele está afastado já faz mais de 6 meses e que ele precisa voltar antes que a porta da Graça se feche. Meu, que história!
Pra começar, o tal do pedreiro nasceu dentro de uma igreja, imagina a situação! Mas enfim... ele estava consertando uma casa que estava aberta (deveria ser problema com o muro). A parte mais estranha é que desde que ele se distanciou lá da obra, da construção, a dona da casa, a Graça, ainda não fechou a porta! O cara some sem avisar e a mulher ainda fica esperando?
Daí, bom... eu ainda estava tentando entender a história do pedreiro, quando a mulher começou a dizer que fazia pôr do sol e guardava o sábado. Pra mim aquilo explicou tudo: com certeza ela sofre de alguma confusão mental. Carlos, eu fiquei pensando: onde será que ela coloca o sábado, hein? [risos] Mas isso num é brincadeira que se faça, né? Tadinha... ela estava tão confusa que começou a falar de União, Divisão... parecia que o pessoal já estava bem acostumado com ela. Todo mundo ficou numa boa. Acho que só eu fiquei com vontade de falar: minha filha, unir é uma coisa, dividir é outra bem diferente!
Enquanto isso, eu pensava: que desastre! O Marcos não entendeu nada! Mas tudo bem... pelo menos o pessoal da Igreja não fala mais em dorcas ou koinonias!
- Agora Carlos, eu achei muito legal a saudação de vocês; o “feliz sábado!” O tal do “Bom Dia” já é tão batido que a gente nem pensa mais pra falar, não é? Mas é isso ai...vamos trabalhar.
- Pois é cara...depois a gente se fala mais. “E eu te explico tudo” – pensei.
- Falô então, amigo. Feliz segunda-feira!
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* A criação desta estória foi baseada nos estudos acadêmicos de Enia Gonçalves, que abordam questões positivas e negativas da utilização do dialeto social adventistês.

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