O assunto 144
mil é daqueles que favorece o interesse especulativo, devido ao pouco que se
sabe disso pela Bíblia.
A mulher de
Caim também tem sido motivo de indagações e de exploração especulativa.
Esses pontos
bíblicos e muitos outros, no entanto, não favorecem a investigação sincera como
acontece com as profecias bíblicas, as quais no passado foram muito estudadas e
investigadas por diferentes expositores da Palavra de Deus. As divergências
havidas nessa oportunidade foram próprias da época que ensejava esses estudos
e, também, em alguns casos, a falta de mais esclarecimentos históricos,
inclusive datas.
Mas tal não é o
caso dos 144 mil. Nisto não há possibilidade de investigação, não há elementos
de estudo para análise e conclusões acertadas. Apenas tem-se o pouco que está
revelado na Palavra de Deus e nos Testemunhos.
E o que está
revelado é o suficiente, dentro dos propósitos de Deus.
Em todas as
épocas do cristianismo houve indivíduos de espírito especulativo, cujos intentos
revelaram-se à fé cristã e serviram aos interesses perturbadores do maligno.
Falsas
ciências, teorias panteístas, ensinos espíritas, fanatismos de todas as
espécies, interpretações bíblicas falsas e especulativas, são marcos que
pontilharam a progressão do cristianismo, pretendendo embaraçar-lhe o avanço,
criar confusão e desviar a atenção de almas sinceras de aspectos mais sérios e
importantes da Bíblia.
REPETIÇÃO DOS
FATOS
"A experiência do
passado há de repetir-se. No futuro as superstições de Satanás assumirão novas
formas. Erros serão apresentados de maneira agradável e lisonjeira. Falsas
teorias revestidas de trajes de luz, apresentar-se-ão ao povo de Deus. Assim
procurará Satanás enganar, se possível, até os escolhidos. As mais sedutoras influências
serão exercidas; mentes serão hipnotizadas." – Testemunhos Seletos, vol. III, pág. 271.
Portanto, faz
parte da luta todo esforço tendente a enganar e a exercer influência junto ao
povo de Deus.
Nessa linha
está a interpretação que os reformistas dão ao assunto 144 mil. E disso eles
fazem uma "prova" de portadores da verdade.
A estreiteza de
conhecimento teológico que possui a liderança da Igreja da Reforma, a ausência
completa de teólogos e de professores formados em cursos superiores de teologia,
respondem por essa conduta especulativa. Procedem como qualquer iletrado, com a
agravante das intenções e de estarem a serviço de influências que sempre
combateram o povo de Deus.
Mas os sinceros
que por si mesmos investigam e raciocinam, Deus ampara e não deixa cair na
ilusão do erro, seja ele qual for.
Há graves
perigos na interpretação errada de textos bíblicos. É mais seguro não saber
como interpretar muitos deles (e isto acontece com a grande maioria dos fiéis,
pois nem todos têm curso teológico e nem se pode esperar que o venham a ter).
O essencial é
saber dar a razão da fé e da esperança que levam a Cristo, e sentir o poder de
Deus nos caminho da vida, na fiel obediência aos Seus ensinos.
"Não tinham os
primeiros discípulos que enfrentar os ditos dos homens? Não tinham eles que
ouvir falsas teorias, e então havendo feito tudo, ficar firmes, dizendo:
'Ninguém pode pôr outro fundamento, além do que já está posto'? I Cor.
3:11."– Testemunhos Seletos,
vol. III, pág. 274.
"Vivemos
em época de muita luz; mas muitas coisas que se chama luz está abrindo o
caminho para a sabedoria e as artimanhas de Satanás. Muitas coisas serão
apresentadas que parecerão verdadeiras, e contudo terão que ser ponderadas
cuidadosamente, com muita oração; pois podem ser sutis estratagemas do
inimigo." – Idem, pág. 268.
"CADA UM, PORÉM,
POR SUA PRÓPRIA
ORDEM"
Antes de
chegarmos ao ponto dos 144 mil, precisamos considerar os diferentes aspectos
que envolvem as ressurreições apontadas na Bíblia, pois os 144 mil têm relacionamento
com isso.
Assim,
analisemos o assunto ressurreição.
1 – Cristo Como Primícias.
"Mas de fato Cristo
ressuscitou dentre os mortos, sendo Ele as primícias dos que dormem... Cada um,
porém, por sua própria ordem: Cristo, as primícias; depois os que são de
Cristo, na Sua vinda." – I Cor. 15:20 e 23.
É muito
significativa a expressão usada por S. Paulo nos versos acima e que serve de
tópico desta parte: "Cada um, porém, por sua própria ordem."
"Cada
um", dá sentido individual.
"Ordem" – Vem do
grego TAGMA, palavra esta que "não acorre em outra parte do Novo
Testamento. A palavra foi originalmente um termo militar, e exprime a idéia de
uma série de categorias, tais como são sugeridas neste verso." – Seventh-day Adventist Bible
Commentary,
vol. 6, pág. 805.
É lógico,
portanto, que a ressurreição dos justos obedeceria a uma cerro ordem, por
categorias, consoante os planos de Deus. E é bom pensarmos nisso para aquilatar
quão grande será o número dos salvos, daqueles que morreram justificados pela fé,
tanto nos tempos do Velho Testamento (ou melhor dito, desde Adão), como na
dispensação cristã.
Então, há ressurreições escalonadas. Vejamos.
2 – Primícias dos Que Dormem.
"Abriram-se
os sepulcros e muitos corpos dos santos, que dormiam, ressuscitaram; e saindo
dos sepulcros depois da ressurreição de Jesus, entraram na cidade santa e
apareceram a muitos." S. Mateus 27:52, 53.
A imã White
assim se refere a este grupo ressuscitado:
"Ao
ascender Cristo, enquanto abençoa Seus discípulos, uma hoste de anjos O rodeia
como uma nuvem. Cristo leva consigo a multidão de cativos. Ele mesmo levará ao
Pai as primícias dos que dormiam, como prova de que é vencedor da morte e da
sepultura." – Mensagens Escolhidas,
Livro 1, pág. 306.
E aí temos,
nessa "multidão de cativos" que Jesus levou consigo, o que podíamos
chamar de primeiro escalão dos remidos. Mas não passem por alto a expressão da
irmã White: MULTIDÃO de cativos, portanto não foram umas poucas dezenas de
fiéis que ressuscitaram nessa ocasião, como muitos pensam.
3 – Uma Ressurreição Especial.
"Muitos
dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, outros
para vergonha e horror eterno." Daniel, 12:2.
Nesse texto
está predita a ressurreição especial que se dará pouco antes da segunda vinda
de Cristo. No que se refere aos justos que ressurgirão nessa oportunidade, a
irmã White diz o seguinte:
"Todos os que morreram na fé da mensagem do
terceiro anjo saem do túmulo glorificados para ouvirem o concerto de paz,
estabelecido por Deus com os que guardaram a Sua lei. " – Grande Conflito, pág. 637. (Grifo Nosso)
Chamamos a
atenção para as palavras que sublinhamos. Notem que nesta ressurreição deverão
estar todos os que morreram na fé da mensagem do terceiro
anjo. Não importa a data em que esta
mensagem começou a ser proclamada. A referência de valor é que os ressuscitados
são aqueles que morreram crendo nessa mensagem.
Este grupo de
ressuscitados compreende, portanto, o segundo escalão na ordem das
ressurreições. Esta será uma outra grande multidão!
4 – A Grande Ressurreição.
"Não vos
maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos
ouvirão a Sua voz e sairão: os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da
vida..." João 5:28, 29.
"Bem-aventurado
e santo é aquele que tem parte na primeira ressurreição." Apoc, 20:6.
Este será
então, diríamos para ilustrar, o terceiro e último escalão dos ressuscitados.
Esta ressurreição, chamada a primeira (para contrastar com a segunda, dos
ímpios, que virá após o milênio e será a da condenação, do juízo e castigo
eterno), trará à vida todos os mortos justos, que serão transformados e viverão
para sempre.
Desta grande
ressurreição a irmã White diz o seguinte:
"Então a
trombeta de prata de Jesus soou, ao descer Ele sobre a nuvem, envolto em
labaredas de fogo. Olhou para as sepulturas dos santos que dormiam, ergueu
então os olhos e mãos ao céu, e exclamou: "Despertai! despertai!
despertai, vós que dormis no pó, e levantai-vos!" Houve um forte
terremoto. As sepulturas se abriram, e os mortos saíram revestidos de
imortalidade. " – Primeiros Escritos,
pág. 16.
Os Justos Vivos
Naturalmente
que haverá justos vivos quando Jesus vier.
Ao mesmo tempo
que os justos morros ressurgem, na ressurreição geral, os justos vivos serão transformados.
"Num
momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta
soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos
transformados." I Cor. 15:52.
"O
corruptível será revestido de incorruptibilidade, e o corpo mortal se revestirá
de imortalidade." Verso 53.
Com este ato de
transformação dos justos vivos, estará viva, pela primeira vez, toda a família
dos remidos, os filhos de Deus que ainda estavam na Terra aguardando a
redenção, a grande maioria, desde Adão, no pó da terra.
Eram eles,
então:
1 – Os que
vieram da ressurreição especial.
2 – Os que
vieram da ressurreição geral, salvos de todos os séculos.
3 – Os vivos
que foram transformados.
Então, se dá a
ascensão. "... Seremos arrebatados juntamente..." I Tess. 4:17.
A Grande Multidão dos Salvos
A grande
multidão dos salvos, formada após a ascensão, foi vista por João, o discípulo
amado. Deus deu-lhe essa visão do futuro, para conforto e consolação das
gerações futuras dos fiéis filhos de Deus.
Desse momento e
do que mais nos interessa aqui neste trabalho, João relatou o seguinte:
"Depois
destas coisas vi, e eis grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as
nações, tribos, povos e línguas, em pé, diante do trono e diante do Cordeiro,
vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos." Apoc. 7:9.
Era toda a
família de Adão que João via por antecipação; dos que aceitaram o plano de
salvação na pessoa do Senhor Jesus Cristo. Eram os resgatados do Senhor. Ali
estava a resposta à ordem que o Senhor dera: "Ide ... fazei discípulos de
todas as nações." Mateus, 28:19.
Era uma
"multidão que ninguém podia contar" de tão numerosa que era. Segundo
dados fornecidos pelas Nações Unidas, a população total do mundo atualmente é
de 6,97 bilhões e ainda há muito lugar vazio.
Na parábola da
grande ceia (Lucas 14:23) o Senhor ordenou uma nova saída à procura de
convidados para a ceia (com tudo já preparado), advertindo, nesta última
oportunidade, que a insistência era "para que fique cheia a minha
casa". Naturalmente que não se pode tomar o ensino ilustrativo das
parábolas em sentido literal; porém, não se deve olvidar a essência do seu
propósito e do quanto se pode aprender nas entrelinhas dos paralelismos.
A verdade é que
como, aliás, ensina a parábola, Deus fez reiterados convites, deu amplas
oportunidade (e continua a dar), mas as negativas e procrastinações também
foram muitas.
Os reiterados
convites para a ceia, denotam que o Senhor tem planos para os quais precisa de
certo número de convivas. A recusa de um ou a desistência de alguém, logo abre
vaga para mais um, uma nova oportunidade que se abre nos caminhos da vida,
nessa luta de salvar os perdidos, para a recomposição do reino de Deus, sua
reintegração e posse definitiva, graças ao amorável plano de salvação do nosso
Deus. Quem recusar ou desistir, não provará a ceia. (v. 24).
"Porque
assim diz o Senhor que criou os céus, o único Deus, que formou a terra, que a
fez e a estabeleceu: Que não a fez para ser um caos, mas para ser habitada: Eu
sou o Senhor e não há outro." Isaías 45:18.
A Terra não foi
criada em vão. O original propósito de Deus, de que fosse habitada por seres
santos e justos, foi postergado pela intromissão do pecado mas não anulado. Ele
será cumprido pelo plano de salvação.
Logo, o número
de salvos não poderá ser tão minguado como o imaginam muitos. Um número pequeno
de salvos não mereceria de João a exclamação de "grande multidão que
ninguém podia enumerar."
Alguns
pretendem ser esta multidão uma referência aos 144 mil mencionados no mesmo
capítulo, mas a Igreja Adventista do Sétimo Dia favorece a interpretação de ser
esta grande multidão um grupo à parte dos 144 mil, pois ambos os grupos têm
referências que os tornam distintos.
CURIOSAS REFERÊNCIAS
DA IRMÃ WHITE
Em visão que o
Senhor concedeu à irmã White, com respeito à Santa Cidade, entre outras coisas,
ela disse o seguinte:
1 – "Todos
nós fomos debaixo da árvore, e sentamo-nos para contemplar o encanto daquele
lugar, quando os irmãos Fitch e Stockman, que tinham pregado
o evangelho do reino, e a quem Deus depusera na sepultura para os salvar, se
achegaram a nós ..." – Primeiros
Escritos, pág. 17.
2 – Após a
descida da Santa Cidade, ela relata o que viu fora da cidade, após a terra
restaurada.
"No
trajeto encontramos uma multidão... Notei a cor vermelha na borda de suas
vestes... Quando os saudamos, perguntei a Jesus quem eram eles. Disse que eram
mártires que por Ele haviam sido mortos. Com eles estava uma inumerável
multidão de crianças que tinham também uma orla vermelha em suas vestes."
– Idem, pág. 18, 19.
3 – Por ocasião
da ascensão, no trabalho dos anjos de juntar os escolhidos, ela viu o seguinte:
a)
"Criancinhas são levadas pelos santos anjos aos
braços de suas mães. " – O Grande
Conflito, pág. 645.
b)
"Muitos dos pequeninos, porém, não terão mãe ali.
Em vão nos pomos à escuta do arrebatador cântico de triunfo por parte da mãe.
Os anjos acolherão os pequeninos sem mãe e os conduzirão para junto da árvore
da vida." – Mensagens Escolhidas,
Livro 2, pág. 260.
4 – A irmã White
dirigiu as seguintes palavras a um esposo e filhos, por motivo da perda da
esposa e mãe:
"Vi que
ela estava selada, e à voz de Deus ressurgirá e se erguerá sobre a terra, e
estaria com os 144 mil." – Idem, pág. 263.
As referências
feitas nestes quatro itens são muito significativas no sentido de esclarecer a
diferença que há nos dois grupos: A Grande Multidão dos Ressurgidos e os 144
Mil.
Pelas descrição
bíblica e a dos Testemunhos, acima mencionadas, nenhuma das pessoas e grupos
referidos pertencem aos 144 mil. Todas são dos grupos que ressuscitarão, e os
144 mil não passarão pela morte.
Outro detalhe,
com respeito ao mártires que ela viu, disse ela ser "uma multidão".
Mártires ressuscitados! Multidão!
E não fica só
nisso: junto com os mártires ela viu "uma
inumerável multidão de crianças".
E que diremos
das outras crianças que não terão mãe ali?
Quantos milhões
de salvos representam todas essas multidões?
E OS 144
MIL, QUEM SÃO
ELES?
1 – "Não
danifiqueis nem a terra, nem o mar, nem as árvores, até selarmos em suas
frontes os servos do nosso Deus. Então ouvi o número dos que foram selados, que
era cento e quarenta e quatro mil, de todas as tribos dos filhos de
Israel." Apoc. 7:3, 4.
"Viram a
Terra devastada pela fome e pestilência, o Sol com poder para abrasar os homens
com grandes calores, e eles próprios suportaram o sofrimento, a fome e a
sede." – O Grande Conflito, pág.
649.
Tanto o texto
bíblico como a citação da irmã White, acima mencionados, dão esclarecimentos
que pelo menos não permitem divagações laterais, que se explore o que não está
revelado.
É evidente que
eles viveram no período das pragas, nos momentos finais da história humana,
tanto que foi ordenado aos anjos que não danificassem a terra sem antes os 144
mil serem assinalados. E a irmã White confirma que eles presenciaram os
horrores dos últimos dias, e eles próprios "suportaram o sofrimento, a
fome e a sede".
Diz mais:
"Passaram pelo tempo de angústia tal como nunca houve desde que houve
nação; suportaram a aflição do tempo da angústia de Jacó; permaneceram sem
intercessor durante o derramamento final dos juízos de Deus. " – O Grande Conflito, pág. 649.
Deus operará
muitos milagres a favor dos justos vivos, no período das pragas, porém sua
natureza física não sofrerá alteração, por isso sentirão a "angústia de
Jacó", suportarão "sofrimento, fome e sede".
Que esse grupo
dos 144.000 é um grupo especial, separado por Deus, é evidente. Serão os
únicos, repetimos, que não e experimentarão a morte. É muito expressivo este
testemunho da irmã White:
"Então a trombeta de prata de
Jesus soou, ao descer Ele sobre a nuvem, envolto em labaredas de fogo. Olhou
para as sepulturas dos santos que dormiam, ergueu então os olhos e mãos ao céu,
e exclamou: 'Despertai! despertai! despertai, vós que dormis no pó, e
levantai-vos!' Houve um forte terremoto. As sepulturas se abriram, e os mortos
saíram revestidos de imortalidade. Os 144.000 clamaram "Aleluia!",
quando reconheceram os amigos que
deles tinham sido separados pela morte, e no mesmo instante fomos transformados e arrebatados
juntamente com eles para encontrar o Senhor nos ares." – Primeiros Escritos, pág. 16. (Grifo
nosso)
O terem os
144.000 clamado aleluia "quando reconheceram os amigos" que
ressuscitaram na ressurreição geral, é uma expressão da irmã White que dá o que
pensar. É um detalhe a mais, dentre outros, que cercam os 144.000 e o que com
eles se relaciona, que dá margem a divagações, conjeturas e suposições. E nisto
reside o perigo de pretender explicar o que não está revelado.
E com que
proveito? No caso dos reformistas, eles têm interesse nos 144.000 por uma
questão de diferenciação; e também porque o número lhes interessa, por serem
eles poucos e a justaposição lhes favorece. É uma questão de puro interesse
particularista; mas que não tem base teológica alguma.
Assim, é recomendável que
não se pense no número 144.000 em si, em quem são eles, quem comporá esse
número, etc.; mas sim em suas qualificações como fiéis filhos de Deus dos
últimos momentos de existência da história da Terra. Eles foram aprovados por
Deus porque neles não se achou engano e não tinham mácula. Ficaram fiéis até o
último instante de provas e não cederam. Eram espiritualmente muito fortes.
Essas
características devem ser buscadas por todos os fiéis filhos de Deus. O viver o
presente em função do futuro proposto por Deus, é preferível a cogitar do
futuro não revelado.
2 –
"Olhei, e eis o Cordeiro em pé sobre o monte Sião, e com Ele cento e
quarenta e quatro mil tendo nas frontes escrito o seu nome e o nome de Seu
Pai... São eles os seguidores do
Cordeiro por onde quer que vá. São
os que foram redimidos dentre os homens, primícias para Deus e para o
Cordeiro." Apoc. 14:1 e 4. (Grifo Nosso)
O terem sido
"redimidos dentre os homens" sugere que pensemos na tenacidade dos
esforços do diabo para liquidar o povo remanescente. A morte foi sempre a arma
do diabo; agora, no final da luta, restava-lhe apenas esta última satisfação: a
de ter levado ao túmulo todos que aceitaram a Cristo. Mas o Senhor batalhou
pelos que eram Seus e não permitiu que tal acontecesse. Por isso, é o que se
deduz, este grupo dos 144 mil teve a distinção de ser separado para andar com o
Senhor por onde quer que Ele vá, pois eram os únicos seres humanos que não
morreram. Eram a expressão máxima da vitória da Cruz.
Nunca ninguém
teve experiência semelhante" a deles. Nunca a terra passara por situação
igual à dos últimos dias da história deste mundo.
"Seguem o
Cordeiro". Isto os aponta para algum especial privilégio concedido por
Deus, mas não revelado. A irmã White diz:
"A visão
do profeta representa-os como estando sobre o monte de Sião, cingidos para santo serviço, vestidos
de linho branco, que representa a justiça dos santos. " – Atos dos Apóstolos, pág. 591, (Grifo
Nosso)
Noutro
testemunho a irmã White fala da grande multidão reunida no mar cristalino,
diante do trono; enquanto, na mesma ocasião, "com o Cordeiro, sobre o
Monte Sião, "tendo harpas de Deus", estão os cento e quarenta e
quatro mil que foram remidos dentre os homens" – O Grande Conflito, pág. 648.
São
"primícias". Logo, são uma parcela separada ou destacada de um
conjunto do qual é parte, que são todos os salvos.
A ressurreição
de Cristo, Paulo a descreve também como primícias. Disse ele: "Mas de fato
Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo Ele as primícias dos que
dormem." I Cor. 15:20.
E foi com esse
objetivo e nessa qualidade que Cristo ascendeu ao Céu imediatamente após a
ressurreição, antes de aparecer aos discípulos. Nas festas típicas do povo
hebreu isso estava simbolizado pelo molho movido, que era uma parte da
celebração dos dias dos pães asmos e em relação com a festa da Páscoa. A
apresentação desse molho (os primeiros frutos da colheita da cevada) tinha
lugar "ao seguinte dia do sábado", o dia dezesseis de Abid. Lev.
23:11.
"Cristo
foi as primícias dos que dormem. Foi para glória de Deus que o Príncipe da vida
fosse as primícias, o antítipo do molho movido." – Mensagens Escolhidas, Livro I, pág. 305. Depois, "ao ascender
Cristo" Ele mesmo levou "ao Pai as primícias dos que dormem, como
prova de que é vencedor da morte e da sepultura." – Idem, pág. 306.
A grande
colheita, a ressurreição dos justos viria depois, por ocasião do segundo
advento de Cristo. E notem que Cristo ascendeu como Primícias dos que dormiam.
Desde Adão, os que morreram na esperança das promessas de Deus, ressurgirão.
Assim, a ressurreição de Cristo é penhor da ressurreição dos que morreram antes
da Sua primeira vinda e dos que morressem antes da segunda vinda.
Conclusão.
Não é difícil
concluir, depois do que acima está exposto, de que a "doutrina" da
Reforma sobre os 144 mil não tem base bíblica, nem é apoiada pelos Testemunhos.
Não tem base em estudo algum. Simplesmente é uma teoria, talvez para dar
cobertura ao seu reduzido número de membros, sem possibilidades de expandir-se.
O assunto 144
mil não é ponto de doutrina, nem de fé e nem de salvação na Igreja Adventista
do Sétimo Dia; e não há motivo para tê-la como tal.
"Cristo
não reteve nenhuma verdade essencial à nossa salvação." – Mensagens Escolhidas, Livro I, pág. 173.
E o estudo dos 144 mil não é tema da salvação.
"Cristo
diz que haverá na igreja pessoas que apresentarão fábulas e suposições, quando
Deus deu verdades grandes, inspiradoras e de molde a enobrecer, as quais devem
ser sempre conservadas no tesouro da memória." – Idem, pág. 174.
Não é fácil a
quem viveu anos crendo numa filosofia religiosa, deixá-la de momento, ainda
mais quando aprendem, também, laços de companheirismo e amizades.
Esses liames
são muito fortes quando se os têm na conta de valores a considerar.
São raras as
pessoas que não tenham esse tipo de luta quando a verdade lhes chega à porta do
coração e lhes vai à consciência.
A conversão é
uma reformulação mental; é um arejamento produzido pelo Espírito Santo e que
conduz à decisão.
O deixar a
religião do pai e da mãe é o laço mais forte a romper; e é feito aos milhares,
por amor a Cristo.
É uma questão
de compreensão, de avaliação de valores.
No que se
refere às igrejas das Reformas, sua existência não tem sentido, a não ser como
uma contribuição ao confuso ambiente religioso denominacional, por demais
proliferado com tantos ramos.
Fora disto,
nada mais. A Igreja Adventista do Sétimo Dia é o povo de Deus remanescente e
nenhuma outra vai tomar-lhe este lugar. Não há nenhuma indicação profética que
o sugira.
Portanto, irmão
reformista, segue o exemplo de tantos homens de Deus: rompe os aguilhões que o
prendem a um desses arraiais reformistas, enquanto é tempo.
Do Livro Uma Luz que Alumia
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