A vida cristã
Sábado à tarde |
Ano Bíblico: 1 Timóteo
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VERSO PARA MEMORIZAR: “Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a Sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos” (1Jo 3:16).
Leituras da semana: Dt 8:11-17; Fp 2:3, 4; 1Co 15:51, 52; Ap 22:1-5; Mt 22:39; Gn 2:21-25
Pensamento-chave: Qualquer um pode dizer que é cristão. Porém, o que isso significa, em termos práticos?
Meus irmãos, qual é o proveito, se você disser que tem fé, mas não mostrá-la por suas obras? Pode esse tipo de fé salvar alguém?” (Tg 2:14, New Living Translation [tradução nossa]).
A Bíblia enfatiza a “sã doutrina”, mas essa ênfase está no contexto de uma vida santa (1Tm 1:10; Tt 2:1-5), a fim de salientar que o verdadeiro objetivo do ensino bíblico é uma vida ética, manifestada nas obrigações para com os outros. Na verdade, os textos de Timóteo e Tito ligam a sã doutrina com a vida correta, como se a vida correta fosse em si mesma a sã doutrina!
O cristão é salvo a fim de ser um agente de Deus para a salvação e o bem dos semelhantes, em meio ao grande conflito entre o bem e o mal. A expressão “mente tão voltada para o Céu que não tem utilidade para a Terra”, por mais que seja um clichê, representa uma realidade que os cristãos precisam evitar. Certamente, o Céu é nosso lar definitivo, mas por enquanto, estamos ainda na Terra e precisamos saber como viver aqui.
Nesta semana, estudaremos como algumas práticas cristãs devem se manifestar em nossa vida.
Domingo |
Ano Bíblico: 2 Timóteo
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Mordomia
Quando pensamos sobre a salvação sendo traduzida no serviço aos outros, não podemos evitar o conceito cristão de mordomia. A Enciclopédia Adventista do Sétimo Dia define “mordomia” como “a responsabilidade do povo de Deus para com tudo que Deus lhes confiou, e o uso dessas coisas: a vida, o corpo, tempo, talentos e habilidades, bens materiais, oportunidades de ser útil aos outros e o conhecimento da verdade”.
1. Na vida diária, como posso manifestar os maravilhosos princípios ensinados nos textos abaixo? Como essas verdades devem influenciar minha maneira de viver e de me relacionar com os outros, com Deus e com os dons concedidos por Ele?
A Bíblia ensina que o propósito fundamental de toda a criação de Deus é glorificá-Lo. O pecado arruinou essa realidade de modo muito profundo, mas Deus dirigiu Sua ação salvadora para nós, a fim de nos levar a participar novamente, com toda a criação, da glorificação a Deus. Cristo nos comprou por causa da glória de Deus (Ef 1:11-14). Quando reconhecemos em palavras e atos o completo domínio de Cristo sobre nossa vida, glorificamos a Deus. A completa expressão do senhorio de Cristo sobre nossa vida envolve nosso serviço em favor dos outros, por meio do uso do tempo, talentos, habilidades e bens materiais.
Leia novamente os textos para hoje. Quais deles tocam mais seu coração, e por quê? O que o motiva a viver buscando o bem dos outros, bem como o seu próprio? Por que a dedicação da vida aos outros é tão importante para a espiritualidade?
Segunda |
Ano Bíblico: Tito
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Dízimo: uma pequena parte
“O sacerdote, filho de Arão, estaria com os levitas quando estes recebessem os dízimos, e os levitas trariam os dízimos dos dízimos à casa do nosso Deus, às câmaras da casa do tesouro” (Ne 10:38); “O povo de Israel e os levitas deverão entregar as contribuições...” (Ne 10:39, NTLH).
Pense na brevidade da vida, pense na absoluta inevitabilidade da morte (a menos que Cristo volte antes que ela ocorra). Pense no que significaria se, como muitos acreditam, a sepultura fosse o fim de tudo. Você está aqui, um espasmo de metabolismo celular que vive sua história (muitas vezes com dor, sofrimento e medo), e depois termina. De uma forma ou de outra, quando todas essas células morrem, nada resta, a não ser o corpo, no qual os bichos e bactérias se alimentam, até que eles também morrem.
Com esse destino, em um Universo tão imenso, parece que nosso planeta, e ainda mais nossa vida individual, são tão insignificantes como se não fossem nada além de uma piada cruel, que a maioria não acha engraçada.
Em contraste com esse cenário, considere o que recebemos em Cristo. Pense no que foi oferecido a nós por meio de Jesus. Medite no que o plano da salvação nos diz sobre nosso valor, e sobre o que foi feito por nós para que não tivéssemos que enfrentar o destino descrito acima.
2. O que recebemos em Cristo? O que essas coisas devem significar para nós? Como essas promessas devem afetar cada aspecto da nossa existência? 1Co 15:51, 52; Ap 21:4; Gl 3:13; Ef 1:6, 7; Ap 22:1-5
“Falo do sistema do dízimo. Contudo, como me parece mesquinho à mente! Quão pequeno o preço! Como é inútil o esforço de medir com regras matemáticas o tempo, dinheiro e amor em face de um amor e sacrifício incomensuráveis e que não se podem avaliar. Dízimos para Cristo! Oh, mesquinha esmola, vergonhosa recompensa por aquilo que tanto custou. Da cruz do Calvário, Cristo pede uma entrega incondicional” (Ellen G. White, Testemunhos para a Igreja, v. 4, p. 119, 120).
Depois de tudo que Cristo fez em seu favor, você não pode exercer fé suficiente e devolver a Ele uma pequena parte do que você recebeu?
Terça |
Ano Bíblico: Filemon
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A responsabilidade para consigo mesmo
Jesus disse com muita clareza: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mt 22:39). Um texto muito interessante, à luz da ideia de que, muitas vezes, consideramos o amor a si mesmo como o ponto mais alto de tudo o que se opõe tanto ao cristianismo quanto à ideia do verdadeiro altruísmo.
3. O que Jesus quis dizer com essas palavras? Como podemos interpretá-las e aplicá-las, de maneira que reflita a essência do genuíno cristianismo? Mt 22:39
O amor a si mesmo, no sentido cristão, não é egoísmo, não é se colocar à frente de todos e de qualquer coisa. Ao contrário, o amor a si mesmo significa que, ao entender seu próprio valor diante de Deus, você procura viver da melhor maneira possível, sabendo que os resultados dessa vida beneficiarão não apenas a si mesmo (o que é bom), mas também aqueles com quem você entrar em contato, o que é ainda mais importante.
4. Qual é a relação entre a admoestação de Jesus, acima, e os textos abaixo?
A redenção que o pecador obtém em Cristo traz tal unidade com Ele (Gl 2:20) que o cristão deseja viver de acordo com os impulsos de Cristo. O pecador deseja ter a mente de Cristo, não viver mais para si mesmo, mas para Ele, e atender ao chamado à santidade (separação de coisas como paixões, tendências pecaminosas da cultura e impureza moral). Se você ama a si mesmo, deseja o que é melhor para si, e o melhor para você é uma vida comprometida com Deus, que reflete o caráter e amor de Deus, vivida para o bem dos outros. O caminho mais seguro para garantir uma existência miserável é viver apenas para si, nunca pensando no bem dos outros.
Pense mais no que significa amar a si mesmo no sentido cristão. É fácil corromper esse tipo de amor, transformando-o em egocentrismo autodestrutivo? Qual é a única maneira de se proteger contra essa armadilha?
Quarta |
Ano Bíblico: Hb 1–3
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O casamento cristão
Os seres humanos são seres sociais. Em casa e no trabalho, e em locais públicos e cívicos, as pessoas estão envolvidas em todos os tipos de relacionamentos. O comportamento cristão responsável deve ser evidente em todos esses níveis, e a Bíblia tem princípios relevantes para orientar esses relacionamentos.
5. Qual é a definição bíblica de casamento? Gn 2:21-25; Ml 2:14; Ef 5:28
Hoje se diz que o casamento é difícil de definir, porque o significado do casamento é diferente para pessoas, épocas e culturas diferentes. A Bíblia, porém, não tem essa ideia flexível do casamento. Segundo a Bíblia, o casamento é uma instituição estabelecida por Deus, na qual dois adultos sexualmente diferentes assumem o pacto de compartilhar um relacionamento pessoal, íntimo e duradouro. O casamento bíblico valoriza a igualdade entre homem e mulher. É um profundo vínculo de unidade, em que os objetivos estão harmonizados e há um senso de permanência, fidelidade e confiança. Como ocorre no relacionamento com Deus, a relação entre marido e mulher deve ser guardada de modo sagrado.
Como sabemos muito bem, o casamento, mesmo na igreja, tornou-se algo que é, muitas vezes, tratado com leviandade. As pessoas entram em uma união que eles acreditam que Deus criou, e então, quando as coisas ficam difíceis, se apresentam diante de um juiz humano que, por meio de leis e regras feitas pelo homem, separam o que Deus uniu. Sabemos que algo está terrivelmente errado com esse quadro. No entanto, lutamos para saber o que fazer nessas situações.
Juntamente com as questões da poligamia, concubinato, divórcio, novo casamento, e a prática da homossexualidade, que desafios da sexualidade humana você identifica na sociedade de hoje?
6. Que conselhos fundamentados na Bíblia você pode dar sobre essas questões? (Divida a classe em duplas e peça que os alunos encontrem um texto bíblico sobre o assunto e depois partilhem com os demais.)
Adultério, fornicação e pornografia se espalham na sociedade de hoje, e essas dificilmente são as piores coisas que ocorrem no mundo. No entanto, Deus continua olhando compassiva e misericordiosamente para as falhas humanas. Porém, essas práticas podem e devem ser superadas por meio da graça de Cristo. Os esforços para redimir devem ter um objetivo elevado, a fim de atingir os ideais de Deus, em lugar de buscar justificar e desculpar o pecado, utilizando uma série de desculpas e restrições culturais.
Quinta |
Ano Bíblico: Hb 4–6
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Conduta cristã
Além da família, o cristão tem outros relacionamentos sociais e profissionais, um claro reconhecimento da visão bíblica de que os cristãos estão no mundo, mas não são do mundo (Jo 17:14-18).
7. Considere as seguintes três áreas da vida cotidiana e comente sobre as responsabilidades do cristão no que diz respeito ao estilo de vida e comportamento:
I) Relacionamento entre patrão e empregado (Tg 5:4-6; Ef 6:5-9). Além de considerar os empregados como iguais em Cristo, o empregador cristão deve ser guiado pelo princípio de que o trabalho adequado exige compensação adequada. Por outro lado, os trabalhadores cristãos também devem resistir à tentação de ser preguiçosos no trabalho.
“Os pais não podem cometer pecado maior que permitir que seus filhos nada tenham para fazer. As crianças aprendem logo a amar a ociosidade, e se tornam homens e mulheres inúteis e ineficientes. Quando tiverem idade suficiente para ganhar sua subsistência e achar ocupação, trabalharão de modo negligente e preguiçoso, e contudo esperarão ser remunerados como se fossem fiéis” (Ellen G. White, Parábolas de Jesus, p. 345).
II) Deveres cívicos (Rm 13:1-7). Os cristãos colocam Deus em primeiro lugar em todas as coisas e avaliam todas as ações e responsabilidades a partir dessa perspectiva. Por essa razão, o cristão se oporá, por exemplo, a toda discriminação, sob qualquer forma, mesmo que seja sancionada oficialmente. Ao mesmo tempo, “a lealdade a Deus em primeiro lugar não autoriza ninguém a se tornar independente e criar desarmonia social e caos. Os cristãos pagam impostos, participam dos deveres cívicos, respeitam as leis de trânsito e de propriedade, e cooperam com as autoridades civis em restringir ou controlar a criminalidade e violência” (Handbook of Seventh-day Adventist Theology [Tratado de Teologia Adventista do Sétimo Dia]; Maryland, Review and Herald Publishing Association, 2000, p. 701).
III) Responsabilidade social (Is 61:1-3; Mt 25:31-46). Comente a seguinte declaração à luz dos textos citados acima: “O cristão pode exercer sua vocação de buscar o reino de Deus se, motivado pelo amor ao próximo, prossegue em seu trabalho nas comunidades morais da família e da vida econômica, cívica e política. ... Somente pelo envolvimento no trabalho cívico em prol do bem comum, pela fidelidade na vocação social, é possível ser fiel ao exemplo de Cristo” (H. Richard Niebuhr, Christ and Culture [Cristo e a Cultura]; HarperCollins Publishers, 1996, p. 97).
Em seu trabalho e interação social, as pessoas conseguem detectar seus valores cristãos? Seja honesto com você mesmo (não importa quanto isso seja doloroso!). Que aspectos de sua vida atraem pessoas à sua fé? O que sua resposta diz sobre sua maneira de viver?
Sexta |
Ano Bíblico: Hb 7–9
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Estudo adicional
Leia da Associação Ministerial da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia, Nisto Cremos, edição de 2010, capítulos 22 e 23; e de Miroslav M. Kis, “Estilo de Vida e Comportamento do Cristão”, em Raoul Dederen (editor), Handbook of Seventh-day Adventist Theology [Tratado de Teologia Adventista do Sétimo Dia], p. 675-723.
“O sistema de doação foi ordenado a fim de evitar o grande mal: a avareza. Cristo viu que, no desempenho dos negócios, o amor às riquezas seria a maior causa da eliminação da verdadeira piedade do coração. Ele viu que o amor ao dinheiro se congelaria profunda e solidamente no coração humano, fazendo parar o fluxo de generosos impulsos e bloqueando seus sentimentos às necessidades dos sofredores e aflitos” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 3, p. 547).
“Se alguém possui saúde e energia, esse é seu capital, e ele precisa fazer correto uso dele. Se despende horas em ociosidade e desnecessárias visitas e conversas, é relapso nos negócios, o que a Palavra de Deus proíbe. Esses têm um trabalho a fazer para prover suas famílias e pôr de parte meios, para fins caritativos, conforme Deus os prosperar (1Co 16:2).
“Não fomos postos neste mundo meramente para cuidar de nós mesmos, mas somos chamados a ajudar na grande obra da salvação, imitando assim a vida de Cristo, abnegada, altruísta e útil” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 1, p. 325).
Perguntas para reflexão
1. A questão do casamento e o divórcio é motivo de grande preocupação, como deveria ser, tendo em conta que o divórcio é tão excessivo em alguns países. Como podemos aplicar o claro ensino da Bíblia, ao abordar esse tema? Se aplicássemos os ensinamentos de Jesus de maneira mais rigorosa, as pessoas estariam menos propensas ao divórcio? Comente essa questão.
2. Pense mais na questão do dízimo. Alguns argumentam que deveriam ser livres para dar o dízimo a quem quisessem, em vez de utilizar os canais do corpo da igreja organizada, da qual são membros. Qual é o grande perigo dessa atitude?
Respostas sugestivas: 1. Lembrando que as bênçãos vêm de Deus e devem ser usadas para Sua glória; sendo fiel ao Senhor; colocando o interesse dos outros acima dos meus; dedicando a vida para salvar pessoas. 2. Esperança de ressurreição e transformação; libertação das lágrimas, morte, tristeza, dor e da maldição da lei; perdão e vida eterna, na presença de Deus; essas promessas devem nos levar a testemunhar do amor de Deus. 3. Assim como amamos e cuidamos de nós mesmos, devemos amar nosso próximo. 4. Se Jesus Se humilhou por amor aos outros, devemos igualmente ser humildes ao lidar com o próximo; Jesus Se tornou igual a nós; não devemos nos sentir superiores aos semelhantes; devemos dar a vida pelos outros; assim glorificamos a Deus. 5. A união entre o homem e a mulher, quando deixam o pai e a mãe e se tornam uma só carne; aliança vitalícia de fidelidade matrimonial; uma união de amor em que o marido deve amar sua mulher como ao seu próprio corpo. 6. Dê três minutos a cada dupla para essa atividade, e depois conceda um minuto a cada uma delas, para mencionar os textos encontrados. 7. Sugestão: divida a classe em três grupos, dê a cada um deles duas tarefas: (1) examinar uma das três responsabilidades citadas e (2) sugerir coisas que podem ser feitas para cumprir essas responsabilidades.
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