Rituais e cerimônias da igreja
Sábado à
tarde |
Ano Bíblico: 1Co 11–13
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VERSO PARA MEMORIZAR: “Respondeu-lhes
Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus
Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito
Santo” (At 2:38).
Leituras da semana: Mt 28:19, 20;
Rm 6:3-8;
Mt 26:26-28;
Jo 13:1-17;
1Co 11:24-26
Pensamento-chave: Deus instituiu ordenanças que, adequadamente compreendidas, ajudam a fortalecer nossa fé.
Muitas sociedades têm rituais de iniciação, às vezes chamados
“ritos de passagem”. Em algumas culturas, ritos de passagem foram
planejados para ajudar as pessoas a fazer a transição de uma fase da
vida para outra. Por exemplo, os ritos da chegada à vida adulta eram
realizados no início da puberdade. Esses ritos variavam de lugar para
lugar, mas todos tinham o objetivo de assegurar que os membros mais
jovens fossem moldados para ser indivíduos produtivos e responsáveis,
orientados para a comunidade. No processo, meninos e meninas aprendiam
as maneiras da vida adulta, isto é, eram orientados sobre o que era
esperado deles como membros adultos da sociedade.
Na comunidade cristã, também há ritos específicos, atos que
formalizam o compromisso dos indivíduos com a fé que professam. Esses
atos sagrados não apenas confirmam a participação e a comunhão da pessoa
na comunidade, mas, idealmente, ajudam a preparar os indivíduos para
que se tornem fiéis e produtivos membros dessa comunidade. Eles também
são o meio de ajudar os membros a entender o que seu compromisso com
Cristo deve implicar. Nesta semana, consideraremos três ritos que
expressam nossa fé: batismo, lava-pés e santa ceia.
Domingo |
Ano Bíblico: 1Co 14–16
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Especificando os ritos sagrados
Durante as primeiras fases da igreja cristã, os crentes do
Ocidente, onde o grego era a língua comum, usavam a palavra mysterion
(mistério), para descrever os sagrados ritos cristãos. Na parte oriental
da igreja, onde predominava o latim, o termo utilizado era sacramento
(do latim “sacramentum”). O sacramentum era um juramento feito por um
soldado romano, declarando sua obediência à ordem do comandante. Os que
empregavam essa palavra sentiam que ela descrevia com precisão a
natureza dos ritos sagrados. Com o tempo, porém, a ideia passou a
representar um ato com um poder invisível inerente. A igreja da Idade
Média identificou sete desses atos, chamados “sacramentos”, que eram
vistos como meio de infundir graça na pessoa.
Durante a Reforma, os sacramentos foram examinados e criticados.
Na mente de muitos, o termo sacramento pareceu manchado. Consideraram
conveniente utilizar um termo diferente: ordenança. A palavra ordenança
vem do verbo “ordenar”. Ela identifica um ato especial que o próprio
Cristo instituiu ou ordenou. Preferir o termo ordenança a sacramento
significa que a pessoa participa dos atos porque eles são os meios
divinamente ordenados para que mostremos nossa obediência e fidelidade a
Jesus como Senhor. Os adventistas do sétimo dia consideram o batismo, o
lava-pés e a santa ceia como ordenanças – atos que revelam nossa
lealdade a Cristo. Eles são formas simbólicas de expressar nossa fé.
1. Existe fundamento bíblico para chamar os atos sagrados de “ordenanças”? Mt 28:19, 20;
Jo 13:14;
1Co 11:23-26
Por mais importantes que consideremos as “ordenanças”, devemos
sempre lembrar que elas não são condutos de graça nem meios pelos quais
obtemos a salvação ou alcançamos méritos diante de Deus. O pecado é um
assunto muito sério para que rituais, mesmo aqueles instituídos por
Cristo, sejam capazes de nos redimir. Unicamente a morte de Jesus na
cruz foi suficiente para salvar seres tão profundamente caídos como nós.
Pela nossa maneira de entendê-las, as ordenanças são símbolos
exteriores de nosso reconhecimento do que Cristo fez por nós, da nossa
união com Ele e de tudo o que essa união implica. Elas servem bem ao seu
propósito. São um meio para um fim e não um fim em si mesmas.
Segunda |
Ano Bíblico: 2Co 1–4
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Batismo
O Novo Testamento usa várias imagens para descrever o
significado do batismo. Primeiro, ele simboliza a união espiritual com
Cristo (
Rm 6:3-8),
envolvendo participação em Seu sofrimento, morte e ressurreição, bem
como a renúncia ao estilo de vida anterior. Dessa forma, o batismo está
relacionado ao arrependimento e perdão dos pecados (
At 2:38), ao novo nascimento e recebimento do Espírito (
1Co 12:13), e, consequentemente, à entrada na igreja (
At 2:41,
47).
O batismo simboliza um relacionamento espiritual e de aliança com Deus, por meio de Cristo (
Cl 2:11, 12).
Representa o que a circuncisão significou no Antigo Testamento e,
também, simboliza a transferência de lealdade, que coloca a pessoa na
comunidade consagrada ao serviço de Cristo. O recebimento do Espírito no
batismo capacita os crentes a servir à igreja e a trabalhar pela
salvação dos que ainda não são da fé (
At 1:5,
8).
2. Que experiência espiritual deve ocorrer antes do batismo? Rm 10:17;
Lc 3:8
Alguns anos atrás, a Comissão Conjunta da Igreja Anglicana
Sobre Batismo, Confirmação e Santa Comunhão fez uma confissão
impressionante: “Os recebedores do batismo eram normalmente adultos e
não crianças. Deve ser admitido que não há evidência conclusiva no Novo
Testamento para o batismo de crianças” (Baptism and Confirmation Today
[Batismo e Confirmação Hoje], Londres, SCM, 1955, p. 34; citado por
Millard J. Erickson, Christian Theology [Teologia Cristã], Michigan,
Baker Book House, 1988, p. 1102). O significado do batismo exclui
crianças como candidatos legítimos, porque o batismo bíblico requer fé e
arrependimento por parte dos participantes. Além disso, a ideia do
papel da Palavra de Deus no desenvolvimento da fé (
Rm 10:17)
indica que o arrependimento deve ser combinado com instrução bíblica e
espiritual. Esses elementos são necessários para que os candidatos
produzam “frutos dignos do arrependimento” (
Lc 3:8) como prova de seu relacionamento com Cristo.
A natureza do batismo nos ajuda a entender a diferença entre uma
ordenança e um sacramento. Batismo, de acordo com os que o veem como
sacramento, é o meio para gerar uma transformação na pessoa, da morte
espiritual para a vida. Nessa compreensão, a idade da pessoa não
importa, porque o evento é totalmente sobrenatural. Por outro lado, os
que veem o batismo como ordenança entendem que ele é uma indicação ou
símbolo de uma mudança interna (um evento sobrenatural), que já ocorreu
na vida do crente por meio de sua experiência com Jesus.
Se você foi batizado, pense nessa experiência. Quando você
entende o que isso significa, por que (em certo sentido) precisamos ser
“batizados” todos os dias? Como isso pode ser feito?
Terça |
Ano Bíblico: 2Co 5–7
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Ordenança da humildade
É difícil imaginar a angústia no coração de Jesus, quando Ele, a
ponto de enfrentar a cruz, a maior humilhação possível, viu entre Seus
discípulos, ciúme e rivalidade acerca de quem seria o maior no Seu
reino.
3. Que verdade fundamental os discípulos precisaram aprender? Lc 22:24-27;
Mt 18:1;
20:21
Nosso mundo é tão distorcido e pervertido pelo pecado, que tudo
está invertido, por mais “racional” e “sensata” que pareça essa
inversão. Quem, em sã consciência, preferiria servir em lugar de ser
servido? O objetivo da vida não é progredir, ficar rico, ser servido e
atendido pelos outros, em vez de servir? Não é de admirar que, na última
ceia, Jesus lavou os pés dos discípulos. Nenhuma palavra que Ele
tivesse dito poderia transmitir com mais força a verdade sobre o que é a
real grandeza aos olhos de Deus, do que o ato de lavar os pés dos que
deveriam ter beijado os dEle.
4. O que podemos aprender com o lava-pés, como parte da cerimônia de comunhão? Jo 13:1-17
Uma verdade muito surpreendente ressoa através desses versos. O
verso 3
diz que Jesus sabia que o Pai havia confiado tudo “às Suas mãos”. O que
aconteceu depois? Sim, Jesus, sabendo muito bem que “viera de Deus, e
voltava para Deus, levantou-Se da ceia” e começou “a lavar os pés aos
discípulos” (
v. 5).
Mesmo sem saber totalmente quem Jesus realmente era, eles ficaram muito
surpresos. Como poderiam eles ter deixado de perceber essa lição?
O que significa o fato de que a cerimônia do lava-pés ocorreu
antes da santa ceia? Antes de reivindicar para nós tudo o que Cristo
fez, é importante participar da ceia do Senhor com um senso da nossa
pequenez, indignidade e necessidade da graça divina. De que pessoa você
deveria lavar os pés? Isso poderia lhe trazer muitos benefícios
espirituais?
Quarta |
Ano Bíblico: 2Co 8–10
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Ceia do Senhor
5. Qual é o significado evidente de comer o pão e beber o vinho? Por que é importante ver isso em termos de símbolos? Mt 26:26-28
A Ceia do Senhor substitui a festa da Páscoa da era da antiga
aliança. A Páscoa encontrou seu cumprimento quando Cristo, o Cordeiro
Pascal, deu Sua vida. Antes de Sua morte, o próprio Cristo instituiu a
substituição dela, estabelecendo a grande festa da igreja do Novo
Testamento sob a nova aliança. Assim como a Páscoa comemorava a
libertação de Israel da escravidão do Egito, a Ceia do Senhor comemora a
libertação do Egito espiritual, da escravidão do pecado.
O sangue do cordeiro pascal, aplicado à verga da porta e às
ombreiras, protegia da morte os habitantes da casa. O alimento que sua
carne provia lhes dava a força para escapar do Egito (
Êx 12:3-8). Assim, o sacrifício de Cristo traz libertação da morte. Os crentes são salvos pela participação em Seu corpo e sangue
(
Jo 6:54).
A Ceia do Senhor proclama que a morte de Cristo na cruz provê nossa
salvação, nosso perdão, e nos promete a vitória sobre o pecado.
6. Que importante verdade doutrinária sobre a cruz é revelada nos símbolos da Santa Ceia? 1Co 11:24-26
Percebemos claramente o aspecto substitutivo da morte de
Cristo. Seu corpo foi quebrado e Seu sangue derramado por nós. Na cruz
Ele tomou sobre Si o que, por justiça, nos pertencia. Cada vez que
participamos da Ceia do Senhor, devemos lembrar o que Cristo realizou em
nosso favor.
Quando acrescentamos à Ceia do Senhor o lava-pés, que ajuda a
preparar nosso coração antes de participar da cerimônia de comunhão,
devemos também ter uma noção da natureza comunitária dessa ordenança.
Com a cruz simbolizada de modo tão vívido, ao participarmos do pão e do
vinho, somos lembrados de que, sejam quais forem as coisas terrenas que
nos dividem, somos todos pecadores em constante necessidade de graça. A
cerimônia de comunhão deve nos ajudar a perceber nossas obrigações, não
só para com o Senhor, mas também de uns para com os outros.
Quinta |
Ano Bíblico: 2Co 11–13
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Esperança da segunda vinda de Cristo
7. Que grande esperança é apresentada na cerimônia da Santa Ceia? 1Co 11:26
Nessas palavras, vemos a íntima ligação entre a segunda vinda
de Cristo e a cerimônia da comunhão. Isso faz muito sentido, também,
porque a segunda vinda de Jesus será, realmente, o ponto culminante do
que aconteceu na cruz. Podemos argumentar que a maior razão para a
primeira vinda de Cristo, que incluía o sacrifício de Seu corpo e o
derramamento de Seu sangue em nosso favor, foi a segunda vinda. A
primeira vinda foi o que preparou o caminho para a segunda vinda.
8. Que benefício haveria na primeira vinda de Cristo sem a segunda vinda?
Em certo sentido, a cerimônia da comunhão abrange o intervalo
entre o Calvário e a segunda vinda de Cristo. Cada vez que participamos
da comunhão, pensamos na cruz e no que ela realizou por nós. No entanto,
o que ela realizou por nós não pode ser separado da segunda vinda. Na
verdade, o que Jesus fez por nós na cruz não atingirá seu ápice final
até a Sua volta.
9. Que promessa especial deve ser lembrada quando participamos da Santa Ceia? Mt 26:29
Considere a promessa, certeza e esperança que o Senhor nos dá
nesse texto. Essas palavras indicam a proximidade e intimidade entre os
redimidos e o Redentor, que se estenderão pela eternidade. Jesus nos
prometeu que não beberá desse fruto da videira até que o beba,
novamente, conosco no reino eterno. Quando lembramos quem Ele é, o
Criador do Universo (
Cl 1:16),
essa promessa é ainda mais impressionante. Assim, além de tudo que é
indicado pela cerimônia da comunhão, ela também deve apontar para a
grande esperança reservada para nós, na segunda vinda de Jesus.
Desanimado? Oprimido? Bem-vindo ao mundo caído. Por que, em
meio a tudo o que enfrentamos, é tão importante olhar para a cruz, seu
significado para nós, e para o que ela significa para o futuro?
Sexta |
Ano Bíblico: Gl 1–3
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Estudo adicional
Leia da Associação Ministerial da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia, Nisto Cremos: capítulos 15–18.
“O batismo é um rito muito importante e sagrado. Importa
compreender bem seu sentido. Simboliza arrependimento do pecado e começo
de uma vida nova em Cristo Jesus. Não deve haver nenhuma precipitação
na administração desse rito. Pais e filhos devem avaliar os compromissos
que por ele assumem” (Ellen G. White,
Testemunhos Para a Igreja, v. 6, p. 93).
“A Páscoa apontava para a libertação dos filhos de Israel no
passado, e também era um tipo, apontando para o futuro Cristo, o
Cordeiro de Deus, que seria imolado para a redenção do homem caído. O
sangue aspergido nos batentes das portas prefigurava o sangue expiatório
de Cristo, e também o fato de que o pecador dependeria continuamente
dos méritos desse sangue para a proteção contra o poder de Satanás, e
para a redenção final” (Ellen G. White, The Spirit of Prophecy
[O Espírito de Profecia], v. 1, p. 201).
Perguntas para reflexão
1. Leia
1 Pedro 3:20, 21. Que analogia Pedro usou para ajudar a explicar o significado do batismo?
2. Os cristãos primitivos foram acusados de muitas coisas de que
não eram culpados, incluindo canibalismo. Uma das razões foram os
seguintes versos: “Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos
digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o Seu
sangue, não tendes vida em vós mesmos. Quem comer a Minha carne e beber o
Meu sangue tem a vida eterna, e Eu o ressuscitarei no último dia. Pois a
Minha carne é verdadeira comida, e o Meu sangue é verdadeira bebida.
Quem comer a Minha carne e beber o Meu sangue permanece em Mim, e Eu,
nele” (
Jo 6:53-56). O que Jesus ensinou com essas palavras? Por que é tão importante entender o significado espiritual de textos como esse?
Respostas sugestivas: 1. O batismo, o lava-pés
e a santa ceia foram ordenados por Jesus. 2. A experiência da fé
produzida pela Palavra de Deus; mostrar frutos do arrependimento. 3. O
maior no reino de Deus deve ser como o menor, e o que dirige como o que
serve; não devemos desejar ser servidos, mas servir. 4. Pedro não
entendeu o ato de humilhação de Jesus; não entendemos a humilhação do
Filho de Deus, ao deixar a glória para nos salvar; mas quando somos
purificados, seguimos o exemplo de Cristo, e nos humilhamos. O ato de
Cristo foi motivado por amor e pelo senso de missão; Ele sabia que a
humilhação era o caminho para a presença do Pai; mesmo sendo purificados
do pecado, acumulamos impurezas ao longo do caminho, e Jesus nos
purifica novamente; para isso, precisamos permitir que Ele nos lave. 5.
Significa alimentar o coração com a Palavra de Deus, recebendo a
salvação assegurada pelo Seu corpo e pelo Seu sangue, o que nos leva a
uma vida de oração e testemunho, na qual Cristo habita. 6. Na cruz, o
corpo de Cristo foi partido em lugar do nosso; Seu sangue foi derramado
em lugar do nosso e representa uma aliança de salvação; quando
realizamos a cerimônia, relembramos Seu sacrifício no passado e Suas
promessas para o futuro. 7. A esperança da volta de Jesus. 8. Nenhum
benefício, porque nossa fé e esperança não teriam recompensa. 9. Jesus
oferecerá uma ceia, um banquete especial no reino de Seu Pai, a todos os
Seus seguidores.